Estamos Bem

Estamos Bem Nina LaCour




Resenhas - Estamos Bem


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Letty 31/01/2019

O desconhecido é um lugar escuro. É difícil se render a ele. Mas acho que é onde moro a maior parte do tempo.
Eu me pergunto se tem uma corrente secreta que une as pessoas que perderam alguma coisa. Não da forma que
todo mundo perde alguma coisa, mas da forma que destrói sua vida, te destrói, e quando você olha para o próprio
rosto, não parece mais seu. (página 50)

Quando comecei a leitura o que sabia sobre o livro é que ele iria abordar um relacionamento entre duas garotas, já
havia lido outros livros com essa temática, mas não imaginava que a história me surpreenderia tanto. Esse livro foi
além, a temática lgbt foi muito bem abordada, mas o livro trouxe consigo também a reflexão sobre a perda, o luto a
depressão, a dificuldade me lidar com a solidão.

O livro retrata a história de Marin que deixou a casa do seu avô na Califórnia, deixou Mabel. Ela quis se afastar de tudo
e de todos. Sem explicar o motivo da sua partida. Ela já não se reconhecia mais, e viu na fuga uma forma de se
convencer de que estava bem. O livro é narrado em 1° pessoa e mostra claramente como Marin se sentia, suas
emoções, medos e lutas internas. Em um determinado momento Mabel, que era sua melhor amiga, resolve ir visitar
Marin para entender o motivo que a levou ir embora, entender porque ela não respondia mais suas mensagens. E essa
visita faz com que Marin tenha um reencontro com o passado e com tudo aquilo que ainda vive dentro dela.

O desconhecido é um lugar escuro. É difícil se render a ele. Mas acho que é onde moro a maior parte do tempo. Acho que é onde todos nós vivemos, então talvez não precise ser tão solitário. Talvez eu consiga me acomodar, me aconchegar, construir um lar na incerteza. (página 154)

No início achei a história um pouco confusa, pois não entendia os motivos que havia feito Marin deixar tudo para trás,
mas com o passar dos capítulos e com a alternância entre passado e presente comecei a entender. O livro causa um
certo suspense pois não revela de imediato os motivos que levaram a protagonista a deixar tudo para trás.

Mesmo o tema sendo bem pesado, a leitura flui de uma maneira bem rápida e que envolve o leitor do começo ao fim.
No meu ponto de vista faltou um aprofundamento sobre o relacionamento de Marin e Mabel. Mas no geral esse livro
me conquistou, sabe quando você se envolve com os personagens? Se coloca no lugar deles? Então,senti uma empatia
muito grande por Marin.

Terminei a leitura e com ela vieram inúmeras reflexões acerca dos temas abordados e em relação a minha vida.
Finalizei o livro e com ele aquele sentimento de que o livro foi bem mais do que o esperado.

A vida é fina e frágil como papel. Qualquer mudança repentina pode rasgá-la. (página 67)
Ed Ribeiro 31/01/2019minha estante
ele é muito bem avaliado aqui no skoob




Vanessa.Carla 23/11/2020

Um mundo em cada um
Foi uma experiência boa. Não é o melhor livro do ano. Existem alguns livros que gosto de colocar em uma categoria que eu chamo de sessão da tarde, o que não significa de modo algum que seja um livro ruim. Esse entraria nessa categoria como livro sessão da tarde pra ver uma estoria triste com um final fofo. Gostei.
Ju 23/11/2020minha estante
Adorei essa ideia de livros sessão da tarde. Vou aderir também :)




Ana Lí­gia 26/09/2017

Lindamente escrito e imensamente triste.
"O desconhecimento é um lugar escuro. É difícil se render a ele. Mas acho que é onde moro a maior parte do tempo. Acho que é onde todos nós vivemos, então talvez não precise ser tão solitário. Talvez eu consiga me acomodar, me aconchegar, construir um lar na incerteza"


Marin é uma personagem extraordinária. Apesar de deixar a tristeza ir tão fundo nela (o que é perfeitamente compreensível, vide tudo o que acontece na vida dela) ela é uma personagem forte. Apesar de fugir e se esconder ela ainda procura uma vida nova, um dia novo. Ela procura recomeçar. Isso para mim é resistir.


O amor de Mabel por ela doeu em mim. A saudade e o desespero de perder alguém que se ama tanto. Apesar de tão melancólico mostra o quanto o amor é uma coisa incrível. Que apesar de intenso, ao mesmo tempo é calmo e sutil. Um amor que vai muito além do amor amor-romântico.


Senti a solidão da personagem como se fosse a minha própria solidão. Senti o amor dela por Mabel como se eu mesma a amasse. A tristeza dela penetrou em mim e junto com ela tive a esperança de uma vida melhor. Porque no fim de tudo, Estamos bem.
Marcelo.Antonio 06/10/2017minha estante
Ahhhhhhh quero ler ?




plmddsilvia 12/10/2020

Eu quando comecei a ler nem dei muita coisa por ele, pq já tinha salvo no Kindle há um tempo e não lembrava da existência. Comecei a ler e terminei super rápido, em menos de 24 horas. O livro é perfeito pra mim que sou manteiga derretida e amo chorar com livros
Nando Borges 12/10/2020minha estante
Hahaha que legal! Vou ler tbm. ;)




Caren.RaAssa 13/11/2021

Eu nem sei explicar direito porque eu gostei tanto desse livro mas honestamente a relação dos personagens me deu vontade de chorar e de sorrir ao mesmo tempo

To confusa com os meus sentimentos agora :D
Maikele.Jardim 13/11/2021minha estante
Aaaah esse livro tá na minha lista de quero ler, tô ansiosa pra ler ele!




Juliete Marçal 30/03/2020

Bonita de um jeito triste, mas, bonita.
O livro conta a história de Marin, que fugiu de casa depois de uma tragédia, deixando tudo para trás, - e não sabemos o motivo -, inclusive sua melhor amiga Mabel. E é com a chegada dessa amiga, que foi visitá-la no alojamento da universidade que Marin estuda, que ficamos sabendo o que aconteceu nos meses anteriores à fuga da garota, e consequentemente, o que a deixou traumatizada e a afastou de sua antiga vida.

Durante a leitura, identificamos claramente que a protagonista tem os sintomas de depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Sabemos que ela está sozinha.

"As coisas mais inocentes podem remeter às mais terríveis."

A narração da história é feita no presente e por meio de flashbacks dos meses anteriores à sua fuga, que contam o motivo da sua tristeza, solidão e insegurança, e vamos juntando as peças dos acontecimentos.

É um livro triste e intenso. 'Estamos Bem', fez com que eu me sentisse sufocada pela tristeza e solidão da personagem. Foi difícil não refletir sobre os sentimentos da Marin, e isso fez com que o processo de leitura fosse lento e árduo. Mas lá pra metade da história os acontecimentos começaram a desenrolar.

Particularmente, eu gostei da história e dos temas que a autora abordou, como a perda, o luto, a depressão, a solidão, a amizade, e a presença da temática LGBT que foi tratada com delicadeza. Mas eu também tive a sensação de que algumas coisas ficaram rasas, faltou um aprofundamento, sei lá, mas são detalhes que não comprometeram a história e a mensagem que a autora quis passar: nem sempre estamos bem, por mais que repetimos isso várias vezes a nós mesmos, como um anseio de acreditar que está tudo bem, quando na verdade, não está.

É uma história bonita de ler. Bonita de um jeito triste, mas, bonita.

"O desconhecido é um lugar escuro.
É fácil se render a ele.
Mas acho que é onde moro a maior parte do tempo. Acho que é onde todos nós vivemos, então talvez, não precise ser tão solitário. Talvez eu consiga me acomodar, me aconchegar, construir um lar na incerteza."

^^
Vinicius 30/03/2020minha estante
Amei a resenha




Fabi | @ps.leitura 25/11/2017

{resenha feita no blog PS Amo Leitura}
Um livro com uma capa maravilhosa; uma premissa completamente interessante; super aclamado por muitos. E aí eu não poderia perder a oportunidade de ler logo e saber se ele iria atender todas as minhas expectativas.

Em “estamos bem” nós vamos conhecer Marin. Ela deixou tudo que tinha para trás: seu avô, sua melhor amiga – Mabel –, o verão, a Califórnia e tudo se transformou em fantasmas do seu passado. Mais um fantasma na sua vida.

Marin partiu sem avisar ninguém, nem mesmo Mabel sabia do motivo da sua partida. Mesmo após meses de tentativa para tentar se reaproximar, Marin continuou relutando para estabelecer novamente essa conexão. Ela não saberia explicar o porquê que ela tomou essa atitude precipitada.

Após tantas tentativas, finalmente Marin cedeu e deixou que Mabel se aproximasse novamente. Quando ela a visita em Nova York, as coisas ficam constrangedoras no começo, mas logo elas percebem o quanto tempo perderam juntas e o quanto uma sentia falta da outra.

Seria Mabel capaz de ajudar Marin com a sua profunda solidão?

Ah, quantas expectativas eu coloquei nesse livro e ele, infelizmente, não atendeu todas como eu esperava. Como eu disse no começo dessa resenha, o livro têm uma premissa completamente interessante e maravilhosa. Ele tinha tudo para ser um dos melhores livros, mas a autora não soube explorar tudo devidamente.

É perceptível o sofrimento de Marin por conta do seu passado e suas descobertas. É possível perceber também que o amor que ela sente por Mabel vai além da amizade e ela se sente arrependida pelas atitudes que tomou. Porém, é possível entender o porque Marin agiu dessa forma (mesmo eu não aceitando essa atitude). Acho que quando uma “bomba” como a qual ela descobriu estoura, tudo que queremos é encontrar um refúgio, seja ele aonde for.

Um ponto que gostei desse livro (assim como gosto em vários) foi a narrativa intercalada entre o presente e o passado da personagem. Isso faz com que a gente viva a leitura de um modo diferente e mais intensamente, e até mesmo com alguns questionamentos e dúvidas ao decorrer de cada página. Nina têm uma narrativa leve, simples e que realmente prende, porém se ela tivesse explorado sua escrita ainda mais, se aprofundado mais, o livro, com toda certeza, teria levado meu coração.

Então é isso. Não leia esse livro com tanta expectativa. Leia para passar o tempo, mas não espere uma torrente de lágrimas porque isso, infelizmente, não irá acontecer.

site: http://psamoleitura.blogspot.com.br/2017/11/resenha-estamos-bem.html
Bia @paixoesliterarias_ 25/11/2017minha estante
Quero muito ler




tati.milli 25/03/2021

Esse livro fez com que eu me sentisse sufocada e extremamente solitária. Me identifiquei mto com a protagonista e chorei várias vezes.
Tem uma sensibilidade e beleza notórias.
Cacauzinha1 25/03/2021minha estante
Nas páginas finais chorei de soluçar. ..




Jaque Jaque :) 02/05/2022

Estamos Bem
"O problema da negação é que, quando a verdade chega, você não está pronta."

Livrinho que me fez ficar mal, mas me trouxe ensinamentos e lições. O luto, a negação, o medo, a insegurança, a incerteza, o vazio profundo, são sentimentos personagem teve e eu infelizmente também, talvez seja por isso que me emocionei tanto. A trajetória de Marin me cativou, eu queria entender ela, sua história, suas emoções, seus amores, relações, etc.
letição 06/05/2022minha estante
ESSE LIVRO..




MaF3r 02/10/2021

Comecei o livro sem saber nada sobre a história, porém com o decorrer da narrativa vi que o livro nos passa uma descrição e vivencia da solidão e do luto, ambos passados pela protagonista. A história acaba trazendo muito reflexões sobre a solidão e como ela é para diferente para cada pessoa.
A única coisa do livro que acabou me decepcionando foi o plot, que acabei por prever desde o início.
inútilManu 02/10/2021minha estante
Quero mto ler esse ?




Katy 20/12/2017

Virou favorito!
Esse livro é lindo demais! Trata de assuntos muito delicados, como solidão e luto com uma sensibilidade incrível! Também aborda um pouco os sentimentos que “rondam” o finzinho da adolescência, como idas para faculdade e aquele sentimento de “Meu Deus, o que vai ser de nós agora!”. Estamos bem ainda aborda a temática LGBT pelo ângulo da personagem e suas descobertas com relação à sexualidade.
Uma coisa que eu gostei nesse livro, é que ele parece palpável. Ele trata de perdas, não só com relação à morte. O fato é que, na vida muitas vezes nós perdemos pessoas das mais diversas formas e, muitas vezes também, as relações são “transformadas”, têm um fim da forma que elas eram, podendo simplesmente acabar ou passar por uma “metamorfose”.
É o que acontece no livro, ao meu ver. A personagem principal, a Marin, recebe a visita de uma velha amiga, a Mabel, que a faz reviver seu passado de uma forma que ela vem evitando a meses. Fica evidente durante o livro, que a Marin “perdeu” a Mabel da maneira como ela “a tinha” antes. Mas como eu disse acima, quando isso acontece, não necessariamente perdemos a pessoa de todo, às vezes ela simplesmente continua em nossas vidas, mas de outra forma. O livro me fez refletir sobre como criamos expectativas para TUDO. Me peguei várias vezes torcendo para que a relação delas voltasse a ser igual o que já havia sido, lá na Califórnia. Nós fazemos isso o tempo todo, mas nem sempre as nossas expectativas são atendidas (inclusive, geralmente não são).

Só digo mais uma coisa: LEIAM ESSE LIVRO!!!!!!!!!

site: https://sejatempo.wordpress.com/2017/12/17/estamos-bem-de-nina-lacour/
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Kah 16/12/2017

Estou nada bem
Um livro se torna favorito, na maioria das vezes, a partir do momento que nos identificamos com a história ou apenas com um personagem. E "estamos bem" agora está na listinha de favoritos porque isso aconteceu comigo. Não, não estou na mesma situação da protagonista, mas a autora expôs tudo de um jeito tão simples e verdadeiro, que me pegou em cheio e me senti representada. Senti como se eu tivesse lendo meus pensamentos e fiquei até aliviada. Às vezes nós só precisamos ler algum texto que descreva o momento que estamos passando, como se mais alguém, por mais ficcional que seja, nos entenda.

Marin convive com seu avô desde tenra idade quando perdeu a mãe. O relacionamento deles é confortável e depois de tantos anos já adquiririam suas manias, já se conhecem o bastante. Ou acham que se conhecem, porque a seguir tudo vira uma bola de incertezas na vida da Marin.

Os capítulos são picotados, ou seja, temos duas perspectivas sobre a história: antes do desaparecimento do seu avô, onde a Marin conta sobre sua relação com ele, a casualidade que tinham, a privacidade respeitada de ambos. Os dias de poker do avô com os amigos dele e sobre a habilidade dele na cozinha. E também sobre a amizade dela com Mabel, que se torna especial e fragilizada ao decorrer da história; e depois do desaparecimento, sobre os segredos que ele guardava, como ele se tornou desconhecido para ela de uma forma que era assustador sentir saudades de uma pessoa que ela não conhecia.

Então, após o desaparecimento do avô, Marin se depara com segredos dele que mudam completamente a visão que ela tinha sobre ele. E é nesse momento que ele se torna desconhecido para ela, colocando em dúvida todo o carinho, amor e cumplicidade que eles sempre tiveram. Confusa e com medo, ela foge para um hotel - e em breve vai para o alojamento da faculdade - e corta contato com todos os conhecimentos, evitando falar sobre as coisas que aconteceram, pois nem ela estava entendendo.

Apesar da protagonista ser a Marin, a história do avô também é muito tocante. O livro não tem capítulos narrados por ele, mas quando Marin começa a revelar o que descobriu sobre o avô, não consegui ter raiva dele ou ficar chateada, ao invés disso, criei empatia e pensei muito sobre as suas razões para ter feito o que fez. *suspense* . É transparente que ele se esforçava para dar carinho e atenção para a sobrinha, e pensei muito sobre a dor que ele manteve latente por tanto tempo.

Nisso, Marin começa a passar por um momento de readaptação, com novas pessoas e em um novo lugar, com a saudade de como a vida era antes, e da paz que sentia quando não sabia das coisas que sabe agora.

Depois de quatro meses ela recebe a primeira visita de alguém da antiga vida: Mabel. Ela vai passar três dias no alojamento, tempo suficiente para trazer todas as lembranças e sentimentos a tona, trazendo mais reflexão para Marin. A relação delas está por um fio e é triste ver como elas eram e como estão agora, são conversas tímidas e ponderadas, mas ainda há muito amor. Além da amizade, nós descobrimos também que há romance entre elas. Mostra que, por mais que uma relação - seja de amizade ou romance - seja intensa, o silêncio colocado de uma forma dolorosa torna tudo frágil.

Uma das partes que chamou a minha atenção foram as reações da Marin diante das situações. Quando ela vai fazer alguma coisa - afazeres de casa ou lazer - a sua atenção é totalmente depositada naquilo e acontece aquela narração minuciosa sobre o que ela está fazendo, mas depois de um tempo a gente entende que isso tem a ver com a personagem, porque ela tenta fugir da confusão da mente então qualquer oportunidade que ela encontra para desviar a atenção, assim ela faz.

Confesso que fiquei surpreendida, de verdade, com o final. Me fez ter mais certeza que, quando queremos, sempre tem um jeito de ajudar a outra pessoa ficar feliz ❤ A autora criou um final emotivo e acho que era o que Marin estava precisando depois de tanto tempo sozinha, uma nova chance.

Estamos bem é sobre solidão, luto, amizade e como algo pode nos mudar completamente por dentro, também é sobre quão conhecermos uma pessoa - mesmo aquelas que moram conosco. Talvez se você estiver bem consigo e tudo ao seu redor, vá achar a história rápida e pouco explorada, entretanto acho que temos que ler com o coração aberto e dispostos a entender a dor da protagonista.

site: https://cupcakelandsz.blogspot.com.br/2017/12/estamos-bem-de-laura-lacour.html#more
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steph (@devaneiosdepapel) 08/03/2018

Estamos Bem
Estamos Bem, de Nina LaCour, é pura e simplesmente um livro sobre solidão. Aquela sensação que todos nós conhecemos e nem sempre gostamos, mas que por muitas vezes é necessária em momentos específicos de nossas vidas.

Marin é uma garota que terminou o ensino médio recentemente e acabou de perder seu avô. Sua mãe também faleceu quando ela era pequena, portanto esta perda recente faz com que ela se sinta sem nenhuma família. Por isso ela decide ir para faculdade alguns meses antes do previsto e, após este período, acaba se isolando no alojamento ao final do primeiro semestre letivo, já que teoricamente não há ninguém para quem ela possa retornar nas festas de fim de ano. A obra aborda os três dias em que Marin recebe a visita de sua melhor amiga no alojamento para tentarem resolver suas pendências pessoais e emocionais. Tudo isso enquanto a própria Marin lida com seu luto e sua sexualidade ainda mal compreendida.

A narrativa e Nina LaCour nos leva pelo passado da protagonista, em seu último verão com seu avô e seus amigos antes da faculdade começar. Os capítulos alternam entre presente e passado, nos mostrando o contraste da vida de Marin e como tudo era simples e feliz antes de seu avô falecer. O presente é repleto de melancolia e claro, solidão. Sentimos o peso de se estar completamente sozinho, em uma vida bem diferente daquela que se conhecia.

Apesar de curta, a história de Estamos Bem é profunda e nos traz muitas reflexões sobre o autoconhecimento e como precisamos da solidão para o alcançarmos. Marin tem um fluxo de pensamentos constante sobre sua situação atual e sobre quem ela é e quem poderá ser daqui pra frente, e o encontro com Mabel só a faz sentir ainda mais melancólica e até mais sozinha. Conseguimos ver com a clareza a profundidade da relação das duas e a ligação forte que ainda possuem, mesmo após ficarem tantos meses separadas.

Apesar de não concordar com boa parte das atitudes de Marin, principalmente em relação a Mabel, eu consegui sentir empatia por ela. Às vezes precisamos nos afastar de quem amamos para podermos nos compreender melhor e conseguir encontrar nosso lugar e nosso papel no mundo, e pra mim, foi isso que Marin fez.

A relação de Marin com o avô é mostrada de maneira delicada, e é difícil não sentir um carinho especial por um velhinho tão fofo. Só não gostei muito de uma coisa: Marin parece cobrar muito dele e dar muito pouco em troca. E acho que isso pesa bastante no resultado final e na culpa que ela sente após o falecimento do avô. Apesar de essa cobrança dela não ser algo distante da realidade, gostaria que a relação deles tivesse sido mais próxima e mais recíproca. Teria me feito sentir mais o luto da personagem.

No geral, é uma leitura fácil e bem fluida, que em nenhum momento me deixou entediada, por mais que nada “grandioso” aconteça. Não há revelações inesperadas ou plot twists, nenhum momento em que esperamos por um clímax. Mas mesmo assim, no final de tudo, sentimos que acompanhamos algo maior e mais esclarecedor do que o que esperávamos.

site: http://www.devaneiosdepapel.com.br/2018/02/resenha-estamos-bem.html
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Minha Velha Estante 24/03/2018

Resenha da Adriana Medeiros
“O problema da negação é que, quando a verdade chega, você não está pronta.”

Nossa protagonista é Marin, estudante universitária que mora no seu dormitório que divide com uma colega. Até aí, tudo normal. Mas Marin não tem ninguém na vida... Sua mãe morreu quando ela era criança e foi criada por seu avô, que morreu pouco antes da data em que deveria iniciar as aulas na universidade.
“Tentei sorrir, mas falhei. O problema da negação é que, quando a verdade chega, você não está pronta.”
O recesso de Natal já vai começar, e como Marin não tem para onde ir, ela vai continuar sozinha em seu dormitório, pelo menos até sua amiga Mabel chegar...
Quem é Marin? Como se tornou tão solitária? Aos poucos, vamos entendendo tudo isso, já que a narração intercala momentos do presente e do passado da vida da nossa protagonista.

De cara, não sabemos a importância de Mabel na vida de Marin, mas é claro que a sua chegada é capaz de desestabilizar a garota. Afinal, as duas vão se encontrar após quatro meses sem nenhum contato, quando Marin abandonou a sua cidade.

“Eu tinha afastado a dor. E a encontrara nos livros. Chorava pela ficção em vez de chorar pela verdade. A verdade era irrestrita, sem enfeites. Não havia linguagem poética nela, nem borboletas amarelas, nem inundações épicas. Não havia uma cidade presa embaixo d’água nem gerações de homens com o mesmo nome, destinados a repetir os mesmos erros. A verdade era ampla o bastante para se afogar nela.”

Acredito que para mostrar o quanto a tristeza e a depressão são chatas e afastam as pessoas, a primeira parte do livro, que mostra esse astral pesado de Marin, também tem um ritmo lento. E se a curiosidade não prevalecer, você vai perder uma super história, que também fala de família e de como esse relacionamento pode ser complicado. Só lamento a falta de detalhes e de algumas respostas.

Mas nem tudo é sofrimento na vida de Marin, Mabel é o seu farol, seu primeiro amor e a parte boa de sua vida. Mas isso aconteceu a um bom tempo... e como estarão as coisas entre as duas agora?

Esse é o meu primeiro livro de temática LGBT, e amei. Com maestria, a autora insere o tema com total naturalidade, como apenas mais um dos temas da história, mostrando o quão comum pode ser um romance entre duas meninas que elevaram a sua amizade a algo mais íntimo. Mas o que aconteceu com essas duas? Por que elas estão a tanto tempo sem se falar?

O leitor vai precisar ir juntando os pedacinhos desse quebra-cabeças para entender não só essa relação, mas toda a vida de Marin, ou, pelo menos, até onde ela própria consegue entender.

O livro fala, de maneira muita clara, sobre a tristeza, a depressão e o luto de Marin, fala da sua dificuldade de lidar com a solidão, da dificuldade de criar novos laços e de como segredos mantidos por todo uma vida podem fazer um real estrago na vida de alguém. Mas tudo com um toque de amor, seja ele de família, de amigos ou de amores.

Recomendo sim!


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