Ariadne 26/07/2022
Marin é uma garota da Califórnia que foi criada pelo avô. Órfã de mãe desde bebê, e desconhecendo quem seja seu pai, seu avô é toda a família que ela possui. Apesar de ser um pouco diferente, já que ambos não se viam de maneira tão frequente assim (e jamais entravam um no quarto do outro), essa uma relação muito especial para ela.
O livro se desenvolve alternando capítulos entre o passado e o presente, todos sob o ponto de vista de Marin. Além de seu avô, ela compartilha conosco a relação que tinha com sua melhor amiga, Mabel, e a família dela, além de ser amor por livros.
Os capítulos do passado são tão singelos e tocantes, que nos causa choque, portanto, quando vemos Marin cursando faculdade em Nova York, tendo partido para lá sem se despedir de ninguém após a morte de seu avô. Ela vive inteiramente isolada de tudo e de todos, e algo muito importante aconteceu para que ela viva assim agora.
Sua solidão é tão grande e palpável que fica difícil não se emocionar a cada página virada. E fica maior ainda quando sua amiga Mabel chega para visitá-la após meses sem contato.
O confronto é difícil, visto que ela é um fantasma comparada a pessoa que era antes.
Embora seja um livro curto, e YA, não se enganem, ele concentra uma grande carga emocional. Eu, particularmente, não achei que Marin é depressiva. Ela é alguém confrontando uma perda.
Por isso, eu não acho que esse é um livro facilmente “gostável”, ainda mais que ela não tenta passar nenhum ensinamento no livro, apenas retrata como é viver uma fase difícil como essa. Mas, como alguém que viveu um luto parecido, eu me conectei a história, e me vi em muitas atitudes dela.
A narrativa da autora é extremamente fluida, e por mais que o tema seja pesado, ela soube dosar muito bem as diversas nuances da história. Como disse antes, me vi diversas vezes na pele da protagonista, e não foram raros os momentos em que tive que fechar o livro para refletir sobre o que havia lido.
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