Kelly Oliveira Barbosa 07/04/2022Nesse conto temos o mocinho chamado Macário, e é claro a mocinha loura chamada Luísa. Como se espera de toda história em que temos como protagonistas dois jovens vizinhos, Macário se vê perdidamente apaixonado por Luísa. A trama que se desenvolve a partir daí também é óbvia: o amor será proibido, o mocinho irá lutar para se casar com a amada, a amada aceitará o seu amor suportando uma longa espera. Porém, e aqui está o melhor de tudo, o final dessa história de amor não é óbvio não, é super inesperado e abrupto até. O autor depois de construir uma narrativa cheia de pormenores, de tocar-nos a alma com esse delicado e casto amor juvenil, joga a bomba e dá ponto final ao conto. O leitor que se esforce para digerir.
E o mais interessante para mim, é que desde o inicio o Eça nos dá pistas do que está por vir. E eu me lembro de até pensar algo, mas acabei me surpreendendo no final e percebendo que minha leitura não tinha sido tão atenta assim. Muito bom!
Esse conto também na minha opinião é muito representativo do que se diz sobre a obra do Eça de Queiroz, que foi um autor conhecido como um dos responsáveis pelo início do realismo em Portugal, um movimento literário que apresentava uma visão mais objetiva sobre a existência e as relações humanas e, portanto mais crítica da sociedade; diferente do romantismo e sua visão idealizada da vida, que o precedeu.
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