A longa viagem a um pequeno planeta hostil

A longa viagem a um pequeno planeta hostil Becky Chambers




Resenhas - A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil


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Xabriel 30/06/2020

Um estágio no espaço!
Vai deixar saudade. Que universo incrível! Não esperava muita coisa desse livro, mas fiquei feliz por está equivocado.
Personagens bem construídos com profundidade e relevância, uma leitura fácil que não prende você em termos e conhecimentos complicados obrigado você entender.
A história segue direto ao ponto, mostrando nas camadas um reflexo em paralelo com a atualidade, a qual nos encontramos, tendo uma abordagem orgânica, que não tenta forçar sua real motivação, fortalecendo sua narrativa com todas as possibilidades propostas na história, formando para o leitor uma imaginação de outra escala, tornando tudo bem próximo da realidade.
Anne 30/06/2020minha estante
Tá na minha lista ?


Xabriel 01/07/2020minha estante
Recomendo ???


Fanny 01/07/2020minha estante
Que bom que gostou!!!! Achei que não iria ver nem tão cedo a recomendação! Hhahha Eu amei o segundo mais ainda!


Fanny 01/07/2020minha estante
Esse livro é muito perfeito ? ?A vida compartilhada em uma admirável orbita fechada? foca na história de lovelace a IA. Nesse ela foca bastante na construção das personagens no livro! Mas é muito incrível a criatividade dessa mulher!!!! ???


Wardson 02/07/2020minha estante
É um livro pra vida!


Xabriel 02/07/2020minha estante
Concordo com você.


Xabriel 08/11/2021minha estante
Esse livro tem um desenvolvimento de personagem muito bom!


Karlyne.Negri 10/01/2022minha estante
Vou começar a leitura ??


Nicole Galdino 26/02/2023minha estante
Qual é a classificação indicativa?


Xabriel 13/03/2023minha estante
+14, recomendo.




Andreia 19/01/2022

?????+?
Um dos melhores livros que eu já li e um livro super favoritado. Uma ficção científica diferente de tudo o que eu já li. Alguns motivos para vocês também lerem essa história maravilhosa ?.

? Universo Único
No livro somos apresentados aos tripulantes da nave Andarilha, que é composta por indivíduos de diferentes espécies. Na história, a Terra não é mais habitável e os seres humanos tiveram que abandoná-la. Agora a humanidade faz parte da Comunidade Galáctica, que é composta por diferentes mundos, que possuem indivíduos de diferentes espécies, gêneros, culturas e aparências.

? Personagens Complexos
Nos livros de ficção científica, o foco da história acaba sendo na trama e os personagens acabam ficando em segundo plano, não tendo muito aprofundamento. Neste livro, ao contrário, os personagens e suas complexidades são o foco central da narrativa. Temas como amizade, racismo, poliamor, força feminina e novos conceitos de família são abordados de forma única. 

? Representatividade
Histórias de ficção científica exploram pouco a representatividade entre seus personagens. Neste livro, temos personagens diversos, de espécies, de gêneros e aparências diferentes e isso é visto como algo normal, no universo criado pela autora. 

? Livro Indicado ao Arthur C. Clarke Award
Em 2016, o livro foi indicado ao prêmio Arthur C. Clarke Award, uma das mais importantes premiações de livros de ficção científica, portanto, você pode esperar uma obra de ficção científica de excelente qualidade, muito bem escrita e com uma história muito bem desenvolvida.
Mari. (Taylor's Version) 19/01/2022minha estante
me convenceu


Mavis 19/01/2022minha estante
sou doida por esse livro


Mavis 19/01/2022minha estante
esperando a amazon fazer promoção dele


CecAlia.olivc 19/01/2022minha estante
Eu amo tanto esse livro




Queria Estar Lendo 21/06/2021

Resenha: A longa viagem a um pequeno planeta hostil
O primeiro volume da aclamada série da autora Becky Chambers é uma viagem intergaláctica criativa, que traz discussões sensíveis e maravilhosas sobre pertencimento, família e política. A longa viagem a um pequeno planeta hostil me surpreendeu em todos os quesitos.

A história acompanha a tripulação da nave Andarilha em uma viagem longa em direção a um espaço galáctico recém-pacificado através de um acordo entre o conselho galáctico e uma raça hostil. O trabalho para o qual o pessoal da Andarilha é contratado é o de perfurar uma passagem, abrindo caminho entre esse planeta distante e a região já "pavimentada" da galáxia.

Nessa jornada, conhecemos mais dos seus tripulantes e acompanhamos paradas e mini aventuras enquanto eles se aproximam do seu destino final.

"As pessoas podem fazer coisas horríveis quando se sentem seguras e poderosas."

A longa viagem a um pequeno planeta hostil é um livro diferente, extremamente criativo e bastante influenciado por clássicos de ficção científica como Duna e Fundação. Nota-se na maneira com que a Becky Chambers constrói seu universo; as influências estão ali nas explicações sobre buraco negro, elevadores planetários, trajes, clãs, etc.

É um universo vasto e ela desenvolve suas explicações de acordo com essa vastidão. É fascinante acompanhar a expansão do mundo como o conhecíamos e o que ele se tornou; a Terra deixou de ser habitável e, por isso, os humanos foram para Marte - aqueles com privilégio, pelo menos - enquanto outras gerações sobreviveram em naves de expedição.

É brilhante como a Becky trata a questão humana como uma mudança ínfima em um universo em constante expansão. O que a raça humana viveu, outras já viviam há tempos infinitos. Há uma diversidade gigantesca de alienígenas na história criada pela autora, com raças de maior poder, raças de maior conhecimento, raças que dominam artes nunca antes vistas.

Em relação a Andarilha, sua tripulação é igualmente diversa - representando bastante do universo gigantesco que há entre as estrelas.

"Os humanos não sabem lidar com a guerra. Tudo que sei sobre a nossa história mostra que a guerra desperta o que há de pior em nós."

Ashby é capitão da nave, um homem centrado e responsável que vive pequenas aventuras amorosas proibidas com uma desconhecida. Sissix é a piloto; sua raça tem uma composição criativa e, assim como os outros personagens de origens inéditas, ganha seu devido destaque quando a história a coloca como centro de uma situação - o que o livro faz com cada um dos seus personagens.

Rosemary é a recém-chegada, contratada como a administradora da papelada da Andarilha. Uma humana nascida em Marte que está fugindo do seu passado misterioso. Kizzy, a mecânica, é pura energia e sarcasmo e eu amo todas as cenas com ela. Jenks, igualmente debochado, mas um pouco mais responsável que a amiga, também cuida da parte de engenharia e mecânica da nave, e tem uma relação especial e interessante com a Inteligência Artificial responsável por todo o sistema - a Lovey.

O cozinheiro e médico da tripulação é o Dr. Chef, meu favorito. Ele é 100% o coração e a mente daquele pessoal, e vem de uma raça curiosa com uma história triste e melancólica. Corbin é o pé no saco, como toda família tem; ninguém suporta, mas também não pode viver sem. Por fim, Ohan - Eles são outro mistério extremamente bem encaixado na história; seu desenvolvimento, história individual e desfecho foram surpreendentes.

A longa viagem a um pequeno planeta hostil é aquele tipo de leitura para te tirar do esperado; é um livro diferente em todo seu conceito, mas que se encaixa perfeitamente na nossa realidade por falar muito sobre tolerância, preconceito, discutir sobre políticas extremistas e causas sociais. A história é sobre uma grande família diversificada e suas histórias dentro da trama principal.

"Nunca pensei em medo como algo que possa simplesmente desaparecer. Ele está lá, só isso. O medo me lembra que eu quero continuar viva."

Eu me apaixonei por tudo. Desde a introdução, que te deixa perdida porque é assim que a gente se sente quando começa uma nova aventura, até o desfecho, que foi agridoce e soou como uma despedida para jamais esquecer esses personagens.

O modo como ela costura os relacionamentos entre os personagens, suas vivências e diferenças, o amor entre eles, de todos os tipos, é muito lindo. E real. E diverso. É um livro 100% queer em muitos aspectos e eu amei como um universo tão enorme quanto esse abraça o sentimento do amor, pura e simplesmente.

A edição da Darkside é linda, uma das mais bonitas que já tive na estante. A diagramação tem um espaçamento ótimo para leitura, e a tradução e revisão estão ótimas.

A longa viagem a um pequeno planeta hostil é lindo, cativante e cheio de emoção. Uma viagem, de fato, por um universo gigantesco e fascinante.

site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2021/06/resenha-longa-viagem-um-pequeno-planeta.html
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Almeidz 18/03/2021

Uma leitura agradável, fácil de ler, bastante profundidade dos personagens e suas relações sociais mas acabei sentindo falta de uma profundidade a mais do sci-fi. Talvez no próximo livro da sequência haja mais disso mas ficará para outro tempo.
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Debora132 19/02/2023

Eu amei esse livro.. eu achei ele um pouco lento, mas acredito que seja mais pelo fato de ser uma leitura fora da minha zona de conforto. Só tem uma coisa que me incomoda nesse livro e por isso não é 5 estrelas, mas é favorito com certeza.
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Rosangela Max 26/12/2020

Apenas OK.
É uma história de ficção científica bem diferente do que o ?usual? e, mesmo assim, não me empolgou. Na verdade, me forcei a terminar o livro pq a história não me prendeu nem um pouco.
Jessica1248 26/12/2020minha estante
Sim! Eu dei 4 estrelas pela criatividade, mas também senti isso. Na verdade, os personagens que eu mais gostava eram os que menos apareciam (Dr. Chef, Ohan e Lacey)




Valeska19 06/02/2022

Minha primeira decepção do ano. Esperava mais, muito mais. Quando comecei  a ler esse livro estava com muitas expectativas. Sim, os personagens são cativantes mas tem muito enrolação e quase nenhum desenvolvimento, foi isso que acabou com a experiência literária para mim. Durante o livro todo fica só aquele  história fofinha onde um problema é resolvido em poucas páginas e a paz e a união estão reinando de novo. Não conseguir me conectar com os personagens nem me emocionar com eles.
Mas faz parte ter algumas decepções e essa só foi a primeira.
PairA 06/02/2022minha estante
Nossa sim, senti a msm coisa lendo


Rodrigo.Macedo 17/11/2022minha estante
Acabei abandonando a leitura com 60%. Estava com esse mesmo sentimento.




Eduarda 21/07/2020

A linda viagem a um pequeno planeta hostil.
Nunca me pareceu tão certo amar como agora. E, acredite, amei e continuo amando cada um desses personagens. Personagens estes que gostaria de poder chamar de minha família das penas. Da andarilha.

Livros costumam me deixar emocionada mais facilmente, mas este aqui, estrelas (como dizem), é uma coisa de outro mundo, é de outra galáxia, é do universo inteiro.

E, eu juro, que não sei escrever ou explicar esse amor que estou sentido. De forma abrangente, é saudade, e só sinto saudade daquilo que amei muito. Sentirei saudade deste livro durante todos os dias.

Acho que me apeguei demais. Estrelas, realmente queria que vocês fossem reais para que eu pudéssemos viajar o universo e furar novos buracos de minhocas. Porém, me sinto mais que feliz por tê-los conhecido, valeu a pena cada hora e cada lágrima, vou sentir muita saudade, mal cabe no peito.
Foi impossível não amar cada um desses seres humanos, aandriskana, grum, sianat e IA.


E, Becky Chambers, muito obrigada por me cutucar, vou sim realizar meu lance. Espero que sinta-se cutucada de volta.
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Tamirez | @resenhandosonhos 02/08/2018

A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil
Esse livro resume muito bem o que vamos encontra nele em seu título. Não serão grandes batalhas espaciais ou guerras entre espécies e planetas. É uma jornada, longa e por vezes desafiadora, até um pequeno planeta hostil. Becky Chambers volta um pouco às origens da ficção científica e dá voz aos conflitos inter-espécies, e às relações pessoais de quem é muito diferente entre si, mas que precisa por a unidade antes de tudo.

“Vontade e inteligência são uma combinação perigosa.”

A princípio apresentada como uma possível protagonista, Rosemary vai perdendo o posto conforme a narrativa vai ganhando corpo. Ela é nossa fonte de informações, mas não é o foco central da história. Através delas conhecemos melhor algumas tecnicalidades sobre a Andarilha e o trabalho realizado por eles, além de um olhar mais pessoal à tripulação, que é muito unida e precisa agora receber uma nova membro.

Além disso também teremos uma compreensão simplista de como funciona o universo em que essa história está situada. Como as relações entre planetas e espécies começou a se formar e como o o sistema funciona atualmente. Há uma leve exploração disso, mas também não vamos muito além da superfície, por também não teremos isso como foco da narrativa.

Aos poucos vamos conhecendo cada um dos personagens e as suas peculiaridades. E não me refiro somente as diferenças de espécie, mas também de humor e visão de mundo. É incrível aos poucos ir desvendando cada um deles. E a autora tira o seu tempo pra isso, e dando a devida atenção a cada um dos envolvidos, não negligenciando nenhum deles.

“Não havia nada no universo que pudesse durar para sempre. Nem as estrelas. Nem a matéria. Nada.”

O legal disso é que ela achou uma forma de fazer isso sem se desviar da história central ou tornar a situação chata. Não parece um desvio, apenas algo que faz muito sentido estar ali, afinal eles são obrigados a conviver meses uns com os outros e nada melhor do que realmente se conhecer uma pessoa para tornar isso suportável.

Aqui, vale ressaltar que essas relações de amizade são muito bem trabalhadas e tem destaque na história, que também tem muito a ver com família e pertencimento. Os conceitos passam a ser revistos pois nem todos ali enxergam a situação da mesma maneira, fornecendo aos poucos ao leitor uma mais compreensão do que realmente está acontecendo. Em como uma comunidade mista consegue implantar, mesmo sem perceber, pequenos fragmentos de cada uma das raças ali, e construir um elo de ligação que lhes faz sentido.

Tem momentos lindos do livro onde a relação dos personagens e os porquês são explorados e que mostram a profundidade do que é exposto. Isso tudo em uma narrativa que não chega a ter 350 páginas. Isso se torna possível porque a autora não perde tempo com cenas clichês. Ela faz o gancho e poupa o leitor de diálogos óbvios e indo ao momento seguinte.

Aqui temos personagens adultos, o que torna essa situação muito mais palpável. Eles estão confinados, precisam se relacionar e não vão ficar de mimimi. Apenas resolvem seus problemas, como deveria ser o padrão e não a exceção. E, ao mesmo tempo em que tira do leitor cenas, ela também adiciona pequenos arcos de apoio, que em várias situações poderia se tornar um subterfúgio à história, porém não é o que acontece. Há uma peculiaridade na forma como Becky Chambers alinhou essa história que faz com que cada pedacinho dela seja extremamente relevante ao todo.

“O medo me lembra que eu quero continuar viva. Não me parece algo ruim.”

A história vai se passar por algumas semanas antes do início da viagem, com a chegada de Rosemary à nave, e depois por meses enquanto eles fazem essa jornada. Teremos explicações sobre como são as perfurações e até “vivenciaremos” a situação dentro do livro. Como avisei no começo, não espere uma space ópera cheia de conflitos armados, até teremos alguns pequenos picos aqui de tensão e umas duas ou três cenas com mais ação, mas esse não é o foco e não passará disso.

Minha personagem favorita é, de longe, a Sissix. Tudo que a envolve me fascinou desde o começo e quanto mais da personagem era exposto, mais encantada eu ficava. Há algo muito especial aqui que envolve o gênero dos personagens. A autora trabalha a questão LGBTQ+ em suas exposições das espécies mas sem colocar isso como enfoque. Há uma normalidade no tom. É óbvio que em várias raças através do universo as formas de apresentar sexualidade seriam diferentes, assim como deveria ser normal ver isso em nossa sociedade também.

A edição da Darkside está muito bonita e manteve uma das capas internacionais que representa muito bem a história. Acho que ela passa uma certa simplicidade, que de certa forma condiz com a trama, mesmo que seja possível relacioná-la a várias coisas, inclusive a situações que poderiam muito bem ser aplicados no nosso momento atual.

A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil é o primeiro livro de uma série chamada lá fora de Wayfarers. Pelo que vi, os livros são independentes e cada um tem um final fechado para o leitor possa escolher ir em frente ou não. O segundo volume, A Closed and Common Orbit, já foi lançado em 2016 lá fora.

Para os fãs de ficção científica, o livro de Becky Chambers é certamente uma boa pedida. Há muito mais do que a superfície da história e, mesmo sendo diferente do que eu esperava, foi uma experiência incrível de 2017 e certamente vou querer conferir outras histórias da autora.

site: http://resenhandosonhos.com/longa-viagem-um-pequeno-planeta-hostil-becky-chambers/
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Krishna.Nunes 15/05/2021

A longa viagem ao chato planeta dos clichês?
Ao contrário do que o título leva a crer, esse não é um livro de ficção científica com ação, viagem e aventura. É um livro sobre relações interpessoais e diversidade. É ficção científica sim, pois o enredo se passa em outros planetas e naves espaciais num futuro distante. Mas esse foi só o cenário que a autora inventou para extrapolar várias questões humanas atuais envolvendo diversidade. Numa uma galáxia repleta de tantas formas de vida e culturas diferentes, fica evidente que essas questões não passam de preconceitos da nossa civilização pouco desenvolvida.

O livro não tem propriamente um protagonista. No comecinho, temos a impressão que a nova tripulante da nave será a personagem principal, só porque existe um pequeno mistério em relação à sua origem, mas logo vemos que isso não se concretiza. São protagonistas todos os tripulantes da nave, cada um a seu tempo.

A ação também não é o ponto alto aqui. Quase nada acontece nesse livro, que se trata literalmente de uma jornada de 9 meses, com algumas paradas, ao longo da qual são apresentados os dramas das personagens. A verdade mesmo é que o livro não tem um enredo principal. A nave e a viagem são apenas justificativas para reunir aquelas pessoas num mesmo ambiente para trocarem experiências. A obra não aborda macro-questões políticas ou socioeconômicas. Imperialismo, capitalismo, escravidão, religião, genocídio, tecnologia e tantos outros pontos já foram bem explorados nos livros de Asimov, Clarke, Herbert, etc. Bem como odisseias espaciais e histórias de cavalaria.

Questões étnicas e de gênero são os temas mais evidentes, porém há outros. Talvez a autora tenha se precipitado ao tentar abraçar tantos temas e não desenvolver nenhum. Provavelmente, ela queria escrever uma história super inclusiva, antes de imaginar que a obra faria sucesso e acabaria se transformando numa trilogia, oferecendo assim muito mais espaço para discussão. Dessa maneira, o primeiro livro acaba sendo uma colcha de retalhos de temas variados, que não se detém de maneira mais aprofundada em nenhum.

Pense numa pauta contemporânea ligada a políticas afirmativas e saúde mental: Transfobia? Xenofobia? Especismo? Capacitismo? Direitos dos robôs? Bullying, racismo, famílias tóxicas, ambientalismo, fake news, protagonismo masculino, ansiedade social, apropriação cultural, solidão, vaidade, individualidade, distúrbios mentais? Escolha uma e a encontrará nessa história.

O desenvolvimento do livro é bem episódico. É como assistir a um seriado em que cada episódio tem um mini-drama a ser resolvido, que não se estenderá aos episódios seguintes. É como um script: a cada capítulo do livro as personagens se deparam com um dilema, lidam com ele de forma rápida e superficial, seguem viagem e assunto encerrado. Todas as atitudes são completamente óbvias e previsíveis.

Também é muito estranho como todas as personagens são compreensivas, éticas, morais e despidas de preconceitos. Cada um que seja tema daquele capítulo sempre terá, no fim, uma palavra de conforto, o suporte e o apoio de todos. "Não deixe isso te abater", "Vai ficar tudo bem", "Você é incrível do jeito que é", "Estamos do seu lado". Isso sempre é seguido por uma refeição reconfortante preparada pelo médico/cozinheiro mais bacana e amigão da galáxia. Tudo bem que é assim que gostaríamos que fosse o mundo, mas ele não é agora e nem será no universo ficcional do livro. Por que, então, nunca há contraponto? Por que todos os membros da tripulação dessa nave, reunidos pelo acaso, são tão completamente desconstruídos e bonzinhos? (Aliás, bonzinhos demais! Até os piratas que interceptam a nave para roubar são bonzinhos, morais e éticos!) Há uma frustrante ausência de conflitos que sirvam de combustível para a história. Tudo dá certo, todo mundo se ama e se respeita. Tudo é utópico, pueril e muito irreal.

Além disso, todas as personagens falam e se comportam o tempo todo como adolescentes. (Note: adolescentes muito bonzinhos, educados e desconstruídos, mas adolescentes.) Até o capitão da nave, que exerce o papel de uma figura paterna para o resto da tripulação, fala e se comporta como um adolescente. Será que a informalidade, a imprudência, a falta de planejamento do futuro são características que a autora imaginou para a evolução da humanidade ou apenas ela não soube escrever algo melhor que isso?

Apesar de tudo, o livro não é de todo ruim, porque é sensível, meigo, bonitinho e fofo. Com direito a unicórnios cor-de-rosa e arco-íris. Se é disso que você gosta, ele pode ser tocante. Talvez seja mais adequado para adolescentes do que para leitores maduros. Acaba sendo sobre amizade, empatia, perda, aceitação e família. Não chega a ser chato, a não ser que o leitor espere uma história épica que simplesmente não é essa.

Um ponto super positivo? A relação de amor entre Jenks, o técnico de informática da nave, e a inteligência artificial Lovey. Isso sim é ficção científica de verdade! Enquanto a maioria das obras imagina uma situação futurista onde os humanos entrarão em guerra com as máquinas ou serão subjugados por elas, aqui temos uma relação legítima de amor e amizade que nasce entre um humano e uma IA, o que leva a muitas reflexões. IAs são pessoas? Deveriam ter o direito de ser "instaladas" num corpo biônico? Que posição deveriam ter na sociedade? Infelizmente, essas reflexões não resultam em desdobramentos no livro e as personagens mais interessantes (Lovey, Dr. Chef e Ohan) são as que menos aparecem.
Desi Gusson 22/05/2021minha estante
Obrigada por me salvar desse livro


Krishna.Nunes 22/05/2021minha estante
Como eu disse, ele é meigo e fofo. Leia se quiser isso. Não leia se quiser sci-fi de aventura.




mayfranca 31/10/2020

Adorei como a escritora tomou tempo pra escrever sobre cada um dos personagens principais. A história ficou muito mais completa. É realmente uma aventura no espaço.

Gosto muito, muito mesmo do tema "espaço" e fiquei muito feliz também ao descobrir que este livro faz parte de uma série. Pra quem gosta da temática, toda a ideia do livro e todo o universo dele é genial.
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Ninawas 27/09/2021

A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil
Logo de cara, o título desta história é um Spoiler da trama principal do livro (kkk). Ele não se demora em pormenores para começar realmente a tal "Longa Jornada".
De forma espetacular a autora nos apresenta a tripulação que irá realizar essa viagem. Personagens cativantes, enigmáticos, curiosos, extrovertidos, chatos, complexos, além da pluralidade e representatividade durante toda a narrativa.
Uma Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil é uma história sobre os personagens, sobre relacionamentos, sobre "pessoas" (embora boa parte dos personagens sejam alienígenas). Com influências diretas de filmes e séries antigas, como Star Trek ou Star Wars, a autora consegue criar todo um universo plausível de criaturas, sociedades, culturas e crenças. Por vezes me pegava pensando se a autora era realmente humana (kkk), pois sua escrita consegue entender de maneira magistral os relacionamentos interpessoais e de quebra ela consegue emular de forma super crível diálogos fantásticos de criaturas abissais como se as tais realmente existissem e fossem alheias aos costumes "terráqueos".
"Não importa a direção que a humanidade siga, seremos seres humanos em qualquer lugar. Mas isso não quer dizer algo ruim. Vai depender de quais valores humanos deixaremos transparecer."
adécio 27/09/2021minha estante
essa saga é maravilhosa ? terminei o segundo livro recentemente e também é bom demaiss


Ninawas 27/09/2021minha estante
O mais rápido possível eu vou tentar continuar essa saga. Bom demais!! ???




Dani do Book Galaxy 19/05/2020

Como falar sobre diversidade, família e pertencimento e ainda assim divertir? Num sci-fi, claro!
Uma das coisas que mais gosto do gênero de sci-fi é que ele permite que autoras brilhantes como a Becky Chambers usem o máximo de sua imaginação, sem nenhum limite. E o que acaba acontecendo quando esses autores se libertam dessa forma é que eles nos presenteiam com raras obras como "A longa viagem a um pequeno planeta hostil".

A despeito do título gigante (e que eu sempre fico com preguiça para falar), eis um livro que me deixou bastante confortável durante sua leitura. Apesar de se tornar um pouco arrastada em alguns pontos aqui e ali, a narrativa de Becky Chambers é tranquila, de linguagem fácil, divertida e bastante descritiva.

Sua característica descritiva, aliás, acaba por ser tanto o ponto mais forte do livro como também o único ponto de atenção, que me fez classificá-lo como quatro estrelas e meia ao invés de cinco.
Muito bem escrito, conforme mencionei, o livro tem um desenvolvimento intenso de personagens. Assim, temos muitos detalhes das diferentes espécies alienígenas e as histórias de cada um. Algumas cenas me lembraram de O Guia do Mochileiro das Galáxias e até de Star Wars, sci-fis célebres que exploram com intensidade o relacionamento e interação interespécies.

Assim como Douglas Adams nos oferece em suas obras detalhes sobre os diferentes tipos alienígenas que possivelmente encontraríamos na galáxia, Becky Chambers também foi pelo mesmo caminho, nos oferecendo uma pluralidade cultural extremamente rica.

Tal multiplicidade de espécies permitiu que a autora as explorasse como quisesse para tratar, de maneira criativa, as questões sobre diversidade, respeito e intolerância entre elas, bem como os diferentes relacionamentos encontrados na galáxia. Afinal, a autora propõe uma realidade onde existem dezenas de milhares de seres diferentes que interpretam o Universo à sua maneira, respeitando suas próprias crenças, cultura, instintos e modo de vida.

Outro aspecto clássico dos maiores títulos de ficção cientifica, abordado pela autora neste livro, foi a Inteligência Artificial - e declaro, aqui, que este foi meu ponto preferido de toda a história. Confesso que eu gostaria que a autora explorasse o assunto ainda mais aqui (e fiquei extremamente satisfeita em descobrir que a continuação do livro aborda justamente este aspecto), pois ela o trata com bastante propriedade e de uma forma que tocou meu coração.

Por falar em tocar o coração, uma sensação persistente em cada página do livro é a de acolhimento. Descrevendo a nave Andarilha como um grande lar, onde cada tripulante (por mais diferente que seja) compõe uma família, a sensação que se tem, ao estar a bordo nela, é que você, leitor, também pertence a este ninho. É engraçado como um livro consegue nos transmitir isso com apenas palavras; mas é o que acontece.

Dito isso, a história em si parece que não evolui muito. De fato, este não é um livro onde acontecem muitas coisas; é um livro onde o desenvolvimento e, principalmente, o relacionamento entre as personagens é o foco. A leitura, apesar de extremamente prazerosa e capaz de me despertar diferentes emoções em muitas passagens, demora um pouco para evoluir e, em alguns momentos, eu sentia que tinha lido umas 300 páginas, mas sem sair do lugar na linha do tempo da história.

Esse aspecto mais lento do livro poderia soar até como algo ruim, mas não é. Para mim, foi uma experiência rica e emocionante, e gostei de ver esse aspecto mais delicado sobre os diferentes tipos de amor e relacionamento em um livro sci-fi.
É uma história que expandiu meus horizontes e minha mente, e me fez me questionar sobre os julgamentos que fazemos, mesmo que inconscientemente, ao olhar para as pessoas. O quê, em meio a tudo o que vemos em seu exterior, conseguimos apreender sobre elas e que de fato é real? Como podemos julgá-las só pela aparência, seu modo de falar ou andar, sem nem mesmo conhecer seu passado, crenças, sua bagagem?

Uma das mensagens que mais me marcou foi a de que, para nos conheceremos e entendermos nosso lugar no Universo, precisamos ter o coração aberto e olharmos mais ao nosso redor - e menos para nós mesmos.
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Rafael M. 16/08/2021

A longa viagem que passa rápido demais.
Um texto marcante, que te sequestra para o espaço e te deixa com um vazio quando acaba.
Eu fiquei completamente apaixonado por essa leitura, que me trouxe os mais variados sentimentos. Fiquei tenso, feliz, triste, nostálgico e tudo o quanto podemos sentir.
Tudo nessa obra é maravilhoso, o desenvolvimento dos personagens, a trama principal, os acontecimentos secundários, as explicações sobre as espécies, tudo perfeitamente contado para você se tornar parte daquilo.
Não tem como não amar a leitura quando ela te deixa com saudades quando termina.
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Vinicius 27/02/2020

Maravilhoso! Sensacional! Espetacular!
Esta obra é uma experiência, uma arte valiosa!

Considero que este livro é sobre construção de personagens, todos eles são bem construídos e profundos. A tripulação do Andarilha vai sendo apresentada aos poucos, inicialmente é complicado saber quem é quem, devido a terem muitos, porém, quando os arcos de cada um começam a ser contados, passamos a poder diferenciá-los entre si e entender suas complexidades conhecendo todos ali. É tudo muito real e os personagens são muito cativantes, no fim percebi que acabei gostando de todos, sem exceção.

No começo do livro ficamos ávidos por mais informações sobre esse universo tão vasto, mas, depois de um certo tempo, deixa de ser algo tão importante assim. Não me entendam mal, é lógico que é legal ter explicações e informações, entretanto, elas já não importam muito, não tem como saber tudo sobre todas as espécies, culturas, mundos, conflitos, etc. É como se fossemos transportados para ele, tamanho o poder de imersão. No início pensamos que não vai dar para explicar direito, porém, ficamos tão absortos que parece que é o seu próprio mundo, que tem coisas que você sabe e coisas que não sabe.

Senti que o livro parte da premissa que você já conhece o universo dele, palavras são ditas e não explicadas imediatamente, vamos entendê-las um pouco depois. Quanto ao enredo tinha lido que não acontecia muita coisa nesse livro, particularmente discordo, acontecem coisas na medida certa. Esta obra é para ser lida devagar, saboreando, aproveitando… ele é lento sim, mas, temos de entender que não é um livro de revoluções, guerras, governos ditatoriais, essas coisas. É um mundo bem estável (dentro do possível) como se fosse um universo real de verdade, com todas suas questões e complexidades.
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