Jéssica @paraisoliterario 21/01/2018O MELHOR QUE PODÍAMOS FAZER || PARAÍSO LITERÁRIOOi gente! Hoje vamos falar um pouquinho sobre uma graphic novel que abalou meu mundo e me virou de cabeça para baixo, tirou meu fôlego e apertou meu coração. Sim, O Melhor Que Podíamos Fazer que foi laçado pela Editora Nemo tem essa capacidade de mexer com as suas emoções, bagunçar seu mundo e te emocionar desde a primeira página.
Antes de mais nada eu preciso que você entenda que esta não é uma grapic novel comum, aqui não estamos acompanhando a história de um personagem, o livro traz memórias gráficas da própria autora. Então, tendo isso em mente, leia o restante da resenha.
É o ano de 2015, Thi Bui está em trabalho de parto e, apesar de insistir em um parto natural, os médicos acabam fazendo uma cesariana e, depois do parto tumultuado e um tanto violento, ela finalmente conhece o seu filho, fazendo novos sentimentos aflorarem, o que a faz compreender melhor sua mãe, que não só tinha passado pela experiência de dar a lus várias vezes, como também havia sofrido violência obstétrica, ainda que no tempo dela não houvesse o termo. Thi Bui mesma não sabe o que teria acontecido sem o apoio da mãe e do marido durante a gravidez.
O nascimento do filho não só torna Thi mais empática em relação a sua mãe, mas também a faz relembrar e questionar o passado. Então vamos conhecer a história pregressa de Thi, cuja família teve que imigrar para os Estados Unidos depois da queda do Vietnã, quando a própria autora era apenas uma criança, tendo que deixar sua terra natal e se adaptar a uma nova vida, diferente de tudo que já conheceu.
Eu não quero contar muita coisa sobre a história porque cada detalhe que dou me parece não ser o suficiente para justificar o quão maravilhosa é esta e história e, ainda assim, a cada nova informação fico com essa sensação de que estou roubando de vocês o prazer de descobrirem por si mesmos o quão rica, emocionante, arrasadora e incrivelmente linda é a história de Thi Bui.
O livro é permeado pelo saudosismo e pela angústia advinda da mudança da família da autora ao mesmo tempo em que possui um tom claro de esperança que torna impossível não se encantar pela narrativa. Além disso, a escrita poética combinada aos traços marcantes fazem deste livro uma obra única em qualquer sentido.
Histórias reais provocam em mim sentimentos diferentes daquelas que são ficcionais. Eu sofro mais porque tudo ali naquelas páginas realmente aconteceu com alguém, mas também comemoro mais uma vitória, por menor que seja. Sofri e sorri com O Melhor Que Podíamos Fazer como há tempos não fazia.
Honestamente acredito que não há um tema mais atual do que as pessoas abandonando seus países porque viver lá se tornou impossível e como sempre acreditei que um livro pode sim mudar as pessoas, talvez, a história de Thi Bui consiga mostrar para todos aqueles que julgam fácil abandonar seu país de origem e ir para um lugar completamente novo e estranho, que na verdade está não é a primeira opção dessas famílias. Ou a mais fácil.
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