O melhor que podíamos fazer

O melhor que podíamos fazer Thi Bui




Resenhas - O Melhor Que Podíamos Fazer


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Cassio Kendi 26/03/2023

O que mais gosto de fazer no Vietnã é andar pelos bairros residenciais e obsevar a atividade dentro das casas. Não preciso escalar um muro ou espiar por uma janela para isso; em muitos lugares daqui, é cultural as portas ficarem totalmente abertas a qualquer hora do dia, sem nenhum portão, e com uma distância mínima separando a casa da rua. Já vi famílias jantando e dando risada; crianças fazendo o dever de casa; senhores assistindo novela; senhoras jogando baralho; e muitos tirando soneca logo após o almoço.
Ler "O melhor que podíamos fazer" me ajudou a entender um pouco mais o contexto dessas cenas cotidianas. Thi Bui, vietnamita naturalizada americana, entrelaça a história do Vietnã com a de sua família, desde seus bisavós até seu filho. É um relato duro e honesto, pontuado de passagens que beiram a poesia, que escancara os efeitos de uma guerra que matou literalmente milhões de pessoas, e deixou marcas em praticamente todos aqueles que sobreviveram. A arte dos quadrinhos se encaixa com a história, sendo tanto bela quanto sombria.
Uma música que me veio à cabeça durante a leitura foi "Pais e filhos" do Legião Urbana. A autora passa pelo difícil processo de entender os próprios pais, compreender que eles também foram crianças e passaram por experiências traumáticas na infância e início da vida adulta. Isso não só aumenta a empatia com seus antecessores, mas ajuda a autora a digerir seus próprios traumas, conhecer a história de seu país de origem, e entender melhor seu papel de mãe.
Desde que terminei o livro, não consigo deixar de pensar, quando um homem de mais idade vem nos oferecer um táxi, ou uma senhora tenta nos vender um souvenir, ou um grupo de idosos passeia em praça pública, sobre como eles passaram o período da guerra, se sofreram muito, se esse sofrimento persiste até hoje de alguma forma. É um povo tão sorridente que às vezes é fácil deixar de pensar nisso.

ps: estou lendo também o livro "The Girl in the Picture", que conta a história da então menina de uma das fotos mais famosas da guerra do Vietnã, "Napalm Girl".
ps2: alguns perfis de brasileiros que estão viajando pelo Vietnã agora - @laura.gariani (minha esposa), @melipelomundo, @felipebaia, @omundoquepertenco
Roberta 28/03/2023minha estante
Que experiência rica!


Ju Ragni 28/03/2023minha estante
Nossa, adicionei esse livro na minha lista, quero muito ler. O Vietnã é um país que eu quero conhecer, por causa da história sofrida que tem aquele lugar, tanto na época da Indochina e depois com a Guerra com os EUA. Que coragem e que determinação que tem esse povo... Li alguns livros sobre a Guerra do Vietnã, e sempre me faz pensar no sofrimento deles, e até onde se vai para defender sua liberdade... Excelente resenha, Cassio, obrigada por compartilhar.




Thyago Costa 08/11/2022

Memórias nas Sombras da Guerra
Como foi o passado dos seus pais? Suas dificuldades? Seus sonhos e medos? Perguntas tão silenciosas. Às vezes caladas por dor. Outras em discussões. Um atrito familiar que torna pais e filhos estranhos. Mas o que causaria tudo isso? Essa é uma pergunta sem resposta única, e por isso Thi Bui nos dá a sua.

Thi Bui coleta as memórias de seus pais em conversas e cria um diário de pesquisa e relatos. A história mescla o passado e o presente costura todas essas partes em um fluxo poético entre texto e imagens. Nan, o seu pai, teve uma infância de violências. Narra as surras do pai. Narra o terror de um país em guerra. Narra sobre o frio noturno e a loucura da fome. Uma criança criada pelo ódio. A mãe de Thi se chama Hang e teve uma educação de qualidade em boas escolas. Inteligente e esforçada, sempre teve o carinho dos pais. Se por uma parte a infância de Hang pareceu menos sofrida do que a de Nan, a vida adulta ao lado dele se mostrou uma verdadeira provação.

Hang e Nan tiveram seis filhos, e todas as gravidezes foram grandes provações. A Guerra do Vietnã devastou vidas e sonhos e, desejando uma saída, a família apostou em uma nova vida nos EUA. Isso nos traz uma reflexão sobre o número de imigrantes que sofreram e sofrem quando a única opção possível parece ser fazer de outras terras seu novo lar. Sofrimento alimentado por governos que constroem muros ao invés de derrubá-los.

Coletamos esses fragmentos do passado da família de Thi, dos seus anseios e sonhos. Vemos a preocupação de Thi em não passar um trauma para o filho, e o entendimento do que estava por trás da distância e indiferença dos seus pais. Lágrimas passadas afogam o amor em um mar tempestuoso.
Thi Bui utiliza quadros pretos e brancos, pincelados em parte por uma aquarela forte em tons vermelhos. Essa cor pode evocar representações simbólicas conflitantes. Vida e morte. Nascimento e violência. Sobrevivência e guerra. Essas escolhas se unem a um roteiro bem construído, cru e emotivo..

A obra de Thi Bui alcança a transcendência. Ela evidencia o quão complexas são as relações familiares que fazem de nós pessoas que apenas tentam, muitas vezes falham, o melhor que podemos fazer.

site: https://www.instagram.com/p/CcixykAOcvW/
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Gramatura Alta 29/05/2020

http://gramaturaalta.com.br/2020/05/29/o-melhor-que-podiamos-fazer/
O envolvimento militar americano direto na Guerra do Vietnã foi encerrado formalmente em 15 de agosto de 1973. Não demorou muito tempo e na primavera de 1975, os norte-vietnamitas iniciaram uma grande ofensiva para anexar o Sul de uma vez por todas. Em abril de 1975, Saigon foi conquistada pelos comunistas, marcando o fim da guerra, com o Norte e o Sul do Vietnã sendo formalmente unificados no ano seguinte. Foi nesse cenário que a família de Thi Bui, a autora de O MELHOR QUE PODÍAMOS FAZER, fugiu do Vietnã e se refugiou nos Estados Unidos.

Em 2005, Bui teve seu primeiro filho, e com a maternidade, nasceu um desejo de compreender seus pais, suas origens, os fatos que ajudaram a moldar o caráter e as decisões dos dois. Para isso, Bui precisou voltar ao passado, através dos relatos das memórias que eles tinham desde a infância. Esse projeto foi inicialmente iniciado como um livro, mas ele não representava verdadeiramente o sentimento que Bui queria transmitir. Assim, ela decidiu transformar tudo em uma HQ, onde poderia desenhar os locais e as emoções de cada pessoa de sua família, além das dela própria.

O traço de seus desenhos é simples, mas muito competente no que deseja transmitir. Embora faça tudo no preto sobre branco, ela adicionou apenas a cor vermelha espalhada pelos quadrinhos, muitas vezes sem um objetivo estético, mas como uma nuvem que sempre rodeia toda a sua vida. É difícil compreender o que Bui deseja passar. Normalmente o vermelho representa sangue, perigo, mas não sei se esse é o objetivo. Com base em toda a história passada no Vietnã, o vermelho pode significar uma dezenas de coisas diferentes, ou mesmo todas elas. Acho que seu significado será diferente para cada leitor.

O MELHOR QUE PODÍAMOS FAZER é uma HQ totalmente autobiográfica e bastante pessoal. Não existe espaço para qualquer traço de ficção, e a narrativa feita por Bui é totalmente de pesquisa sobre seus pais e tudo o que aconteceu até aquele momento em que ela virou mãe. A relação dela com os pais não é fácil, cheia de pequenas mágoas, muito por causa da insistência dos dois em manter uma cultura rígida e intransigente quanto a estrangeiros, e isso se torna muito complicado quando eles vivem em um país estrangeiro.

Bui e sua família ao chegarem nos EUA não tiveram apenas que superar os traumas de tudo o que enfrentaram, mas também se adaptarem a um povo completamente diferente, e mais, em uma época que também foi traumática socialmente e politicamente para os americanos, por causa de guerra e de todo o conflito que ela gerou dentro do país. Bui saiu de um inferno para cair em um local onde muitas pessoas os viam como inimigos, ou com suspeitas.

A leitura de O MELHOR QUE PODÍAMOS FAZER não é fácil. A vida que os pais de Bui enfrentaram antes de se tornarem adultos, e após, é algo difícil de compreender, de aceitar, que causa desconforto. São situações que que beiram o absurdo, desde abandono, sequestros, fugas, pobreza extrema, guerra, mortes, corpos pelas ruas, viagens no meio de batalhas armadas, entre muitas, muitas outras situações que são difíceis de absorver. É uma leitura que abala o psicológico, que exaure as forças.

O MELHOR QUE PODÍAMOS FAZER não é apenas uma busca de Bui por quem são realmente os pais, ou mesmo por quem ela é, mas uma forma de equilíbrio psicológico e emocional, uma forma que ela encontrou de conseguir ter uma visão de qual tipo de mãe ela seria para seu filho recém nascido. Nos EUA, Bui estudou Artes e Direito e pensou em se tornar uma advogada de direitos civis, mas, em vez disso, virou professora de escola pública na Califórnia. Esta é sua primeira HQ, e ela serve de aprendizado para se conhecer como é possível suplantar sacrifícios terríveis para conseguir salvar uma família.

site: http://gramaturaalta.com.br/2020/05/29/o-melhor-que-podiamos-fazer/
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Pequod.3 04/05/2022

Sinceramente não tenho palavras para descrever a grandeza dessa obra, fiquei pensando no que eu poderia escrever neste texto, mas não chegar a nenhuma conclusão.

Talvez este seja um exemplo claro de que a arte não tem limites. É um trabalho simplesmente magnífico, ter lido um capítulo por dia foi a melhor decisão que tomei, saboreie do início ao fim, seus multiplos significados e mensagens nos mostram que não existe adversidade que não possa ser superada, e mesmo que fiquemos com marcas e rancores por conta de nossas relações, jamais devemos deixar que isso nos consuma.

"Um livro para despedaçar seu coração e depois curá-lo" - Viet Thanh Nguyen.

Depois de ler, não é possível discordar dessa frase.
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Luhran 25/07/2021

Impactante do começo ao fim
?como alguém se recupera da perda de um filho? ?

Nota: a graphic novel de Thi Bui possui gatilhos emocionais ligados a depressão pós-parto, abortos indesejados, violência, fome e abandono.

Quando o Vietnã do sul caiu em meados de 1978, a família de Thi precisou viver o difícil processo de imigração. Fugindo de resultados de uma guerra devastadora, a pequena família refugiada precisará reconstruir sua história.

Já em 2005 no hospital metodista de Nova York, Thi e Travis presenciam a vinda de seu primeiro filho. Com uma dor avassaladora e questionamentos intermináveis sobre ser o suficiente e responsável o bastante por criar outra vida, a ex-refugiada narra suas dores e incompreensões sobre como doar seu amor quando em sua história só se teve sofrimento.

A protagonista de O melhor que podíamos fazer vai explorar o passado de seu pai, sua mãe e seus avós para desvendar a origem de tantos traumas e tanta frieza em seu íntimo. Com narrações poderosas sobre o período de guerra, fome, dor, abuso e fuga, a força que a família de Thi obteve em todos estes anos vem de uma dor profunda e dolorida.

Essa é uma graphic novel repleta de significados desde o processo da maternidade até o silêncio entre pais dentro de casa. Com cenas fortes e de arrancar lágrimas, a trajetória de sobrevivência da família de Má, Bô, Lan, Bich, Thi e Tâm, será uma referência por muito tempo de como devemos valorizar nossos lares.

Impactante do começo ao fim.
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Nathalia Ellen | @pixelbooks 28/05/2020

Resenha - O melhor que podíamos fazer
“O melhor que podíamos fazer” conta a história de uma família que busca por um futuro melhor para isso encaram a imigração e discutem os impactos que o descolamento pode acarretar para a vida de uma criança. A autora do livro conta o que a sua família precisou enfrentar durante a sua fuga após a queda do Vietnã do Sul, em 1970, e as dificuldades resultantes da mesma.

Eu adorei essa Graphic Novel em todos os seus aspectos, o traço é lindo e a história é ainda mais marcante, pois engloba a transformação e a evolução vivenciada na vida de Thi, tendo início no parto do seu bebê, fato que demonstra a reflexibilidade e o tom retrospectivo possuído pela GN. Assim, a abordagem é delicada, sensível e profunda, na medida em que explica a forma como os seus pais agiram durante toda a sua vida e os motivos que os fizeram ser dessa maneira.

Eu senti tanta verdade e sinceridade durante essa leitura, que não consigo expressar, apenas dizer que foi um sentimento genuíno, puro e natural. Ver Thi Bui se colocando no lugar da sua mãe ao analisar tudo o que a mesma enfrentou na criação dos seus filhos, me pegou em cheio, principalmente, por ter realizado essa leitura tão próximo ao dias das mães, me fez admirar ainda mais a minha e todas as mulheres guerreiras que desempenham tão bem esse papel de suma importância nas nossas vidas.

Uma Graphic Novel perfeita pra ser lida durante o isolamento social, na verdade, para ser lida em qualquer momento da vida, mas que se encaixa com momentos difíceis, pois apresenta em sua narrativa detalhes dolorosos e sofridos, porém aborda também a superação e a esperança. Um indicado que nos ajuda a refletir sobre as desigualdades e preceitos presentes no mundo, bem como nos problemas que muitas pessoas precisam enfrentar para sobreviver. Forte, impactante e maravilhoso! Leiam!

#NathEscreve

site: https://www.instagram.com/p/CAGYXqBA87E/
Leitura e . 28/05/2020minha estante
Boom diaaa!!
Vim te convidar pra me seguir no Insta para acompanhar minhas leituras. Vou deixar aqui o link do sorteio que vai rolar domingo tbm!
??
Será muito bem vindX...

@leituraeponto

Obrigado... ?


https://www.instagram.com/p/CAAvDOwHX4g/?igshid=eeqazfb5cqxl




@desaniversarios 25/05/2020

Uma viagem pelo interior do ser humano
A história é autobiográfica, ou seja, contada pela própria autora do gibi: Thi Bui. Gosto de narrativas em primeira pessoa, porém, O Melhor que Podíamos Fazer traz muitos personagens com nomes bem diferentes dos que estamos acostumados. Acabei ficando um pouco confusa nesse ponto. Além disso, a trama vai e volta no tempo muitas vezes, e mesmo com o apoio das ilustrações, fiquei perdida em certos momentos. Diversas vezes precisei voltar e descobrir de quem Thi Bui estava falando. Era do Bô? Era do pai do Bô? Ou do avô de Bô? Talvez fosse o tio?

Infelizmente isso acabou tirando um pouco da magia da leitura para mim. E foi nesse ponto que a graphic novel perdeu duas estrelinhas.

Mas tenho muuuuuitas coisas positivas para contar sobre O Melhor que Podíamos Fazer! Continua aí que já te conto mais sobre esse gibi.

Ler essa história em quadrinhos foi fazer uma viagem no tempo e por lugares que nunca visitei! Além de vivenciar um momento histórico muito importante (e que não é retratado de todos os lados), conheci personagens que sofreram muito e acabaram levando os calos da vida como uma armadura. E mesmo quando o amor se mostrou presente, eles não souberam lidar da maneira que deveria.

Thi Bui e seus irmãos precisaram aprender a viver em um lar sem carinho e demonstrações de afeto. Mas isso não foi culpa dos seus pais, isso foi culpa das circunstâncias e de tudo que viveram.

É uma história real, tocante e muito verdadeira. Uma família que passou a vida inteira fugindo e protegendo-se do mal. A autora escreve algo nas últimas páginas que me tocou muito:

“Nessa noite entendi para o que meus pais tinham me preparado a vida inteira. Foi essa – e não uma tradição vietnamita qualquer – a minha herança cultural: a inexplicável necessidade e a extraordinária habilidade de fugir na hora do perigo.”

O gibi é totalmente ilustrado em aquarela de tons terrosos. Essa técnica me deixou muito nostálgica e ao mesmo tempo me lembro lama. Como se a história da autora estivesse misturada na lama e no barro que foi o passado dos seus pais e avós.

Bô e Má podem não ter sido os melhores pais, mas foram os melhores nas circunstâncias que se encontravam.

É uma história pesada, intensa e verdadeira. Não espere um final romantizado. Aqui a verdade é nua e crua, mas, de certa forma, nos traz um conforto. Mostra que nem tudo é perfeito, mas as coisas acontecem da maneira que deveriam acontecer e precisamos aprender e lidar com elas assim.

site: https://desaniversarios.com.br/2020/05/25/o-melhor-que-podiamos-fazer/
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Mariana 05/11/2021

Lindo e poético
Um relato sensível sobre o Vietnã e sobre a situação dos refugiados. Mas, ainda mais que isso, é uma história sobre as dificuldades de relacionamento entre pais e filhos e sobre fazer as pazes com o passado.
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Alessandra.Adams 14/02/2021

Perfeito! Leitura muito prazerosa, com uma construção dos quadrinhos envolvente. Recomendo.
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Caroline 23/07/2022

A realidade crua e sincera acho que são os elementos que existem nesse livro.
Não são fáceis de digerir, nem de processar, assim como a realidade de pessoas que lutam para sobreviver de uma guerra.
Compreendi muito mais os contextos anteriores e simultâneos a guerra do Vietnam.
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Cilmara Lopes 04/12/2017

A voz de uma Vietnamita
Há diversos filmes, documentários, podcasts, músicas, entre outros materiais sobre o Vietnã.
Mas nada é tão verossímil quanto o relato de uma pessoa que passou por todo àquele período turbulento.
Assim como Art spiegelman em Maus, Thi Bui nos presenteia com uma autobiografia honesta sobre os seus pais e o quanto o pós guerra afetou a vida de todos.
Marjane Satrapi diante de todo horror vivenciado no Irã, não deixou de honrar suas origens, Thi Bui faz o mesmo, não toma partido entre os dois Vietnãs ou levanta alguma bandeira contra a China, URSS ou EUA, simplesmente conta sobre o quão difícil são os laços familiares, a aproximação com os pais, o abismo de quem sofreu mais...todas essas questões que acabam constituindo sua existência.
Não existe título melhor para essa grafic novel, "O melhor que podíamos fazer" valoriza o quanto os pais se doam pelos filhos, geração após geração ouvimos a seguinte frase: "Não quero que meus filhos passem pelo que passei", e é por isso que eles fazem o melhor que podem.
Um relato a nível documentário, emocionante e muito impactante, instiga o leitor a pesquisar mais sobre àquele período.
Para Thi Bui essa hq talvez tenha sido uma terapia, é intimista o suficiente para tocar qualquer leitor!
@Marverosa 11/03/2018minha estante
Falou tudo, nem precisa comentar mais nada


Cilmara Lopes 14/03/2018minha estante
Obrigada! \o/




Ana 28/05/2020

O Melhor Que Podíamos Fazer é uma autobiografia em forma de quadrinhos da autora e ilustradora Thi Bui. Aqui, ela explora sua história e de sua família antes, durante e depois da Guerra do Vietnã, um grande conflito armado que perdurou por vários anos, de 01 de novembro de 1955 até 30 de abril de 1975, data que culminou com a queda de Saigon. Essa foi a segunda das Guerras da Indochina, oficialmente travada entre o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul, lar da família de Thi Bui. O norte era apoiado pela União Soviética, China e outros aliados comunistas, enquanto o sul era defendido pelos Estados Unidos, Coreia do Sul e várias outras nações anticomunistas.

A narrativa é feita pela autora e possui uma construção muito interessante, principalmente porque ela mescla suas próprias memórias às memórias dos pais. Então, conhecemos tudo o que acontece com eles através de vários olhos, inclusive em uma época que Thi Bui ainda nem tinha nascido (o nascimento dela e de todos os irmãos foi muito complicado, pois passaram muitos anos em meio à pobreza extrema num país que beirava o caos). A vida deles sempre foi difícil, mas, com a queda do Vietnã do Sul, foram obrigados a procurar asilo em outro país. E foi assim que chegaram aos Estados Unidos, lugar de cultura totalmente diferente da que conheciam.

Fui totalmente envolvida pelos relatos de Thi Bui. As histórias dos pais dela, principalmente do pai, Bô, me marcaram completamente. Durante a leitura, a sensação que eu tinha é que eu estava lá — daí vocês conseguem imaginar o quão intimista esse quadrinho é. Porém, o mais incrível de tudo é a forma como a autora mostra o impacto dos acontecimentos históricos na história de sua própria família, em várias gerações. Obviamente o período da guerra é o mais difícil e sensível de toda a narrativa.

Também é incrível como a temática abordada em O Melhor Que Podíamos Fazer é relevante para os dias atuais. O fato da família ser obrigada a se refugiar em outro país por causa de conflitos políticos lembra muito a história de inúmeros refugiados de hoje. Além da questão política, muitos se veem forçados a deixar seus verdadeiros lares por motivos religiosos, violações de direitos humanos e até mesmo outras questões econômicas. São obrigados a largar toda uma história para trás por um direito básico, o de sobrevivência.

De fato, a obra de Thi Bui desperta inúmeras reflexões. Todo o contexto exige do leitor muita sensibilidade. As ilustrações são angustiantes na mesma proporção em que são lindas, bem como os diálogos, que são marcantes, mas extremamente tristes. Os relatos de como eles passaram a viver em uma sociedade repleta de preconceitos com os refugiados são particularmente dolorosos... Fiquei emocionada também ao perceber a empatia da autora em relação aos próprios pais, porque foi a partir da escrita desse livro que ela começou a entender que eles são o que são por causa das marcas que carregam.

Às vezes é uma tarefa muito complicada falar sobre livros como O Melhor Que Podíamos Fazer... Parece que a gente fala, fala, fala e não fala nada... Sinto que todos os parágrafos desse texto são compostos por palavras vazias que não conseguem mostrar de fato o que eu senti, o quanto essa narrativa é sincera e transcendente, o quanto transmite esperança apesar dos pesares. Ou talvez consigam... Na verdade, espero que vocês possam tirar minhas dúvidas quanto a isso.

site: http://www.roendolivros.com.br/
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Alle Fay 24/06/2020

Boa leitura
Um livro muito bom que faz com que o leitor se identifique com algumas situações. E ele nos faz refletir sobre a situação de várias famílias que resolvem reconstruir a vida em outro país...
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Paloma 01/11/2020

Relato autobiográfico forte.
Linda e comovente historia de uma familia em busca de esperança, longe da guerra que devastou o Vietnã do Sul na década de 70. Imperdível!
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Gabriel Dias - @Done.em 11/05/2020

O Melhor Que Podíamos Fazer
Utilizando o relato gráfico Thi Bui faz a construção de toda sua história, em uma narrativa multicultural, que explora a fuga de sua família após a queda do Vietnã do Sul e sua conexão com a Segunda Guerra Mundial, destacando os processos migratórios, e a busca pela qualidade de vida, e principalmente a sobrevivência.
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“Será que nossos pais alguma vez nos olharam e se sentiram meio... desapontados? Expectativas tão grandes, e tantas possibilidades de quebra-las”.
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A Narrativa em grande parte é comandada por Thi, onde descreve, após entrevistas e pesquisa da memória familiar, todos os integrantes, em uma construção que vai desde a sua gravidez, a de sua mãe, por ela e seus irmãos, chegando a fatos históricos em um cenário de sobrevivência, guerra e muita luta, trazendo questões de pertencimento de sua família, quanto a sua em Nova York, na mesma medida elaborando uma construção afetiva, muito pessoal.

Gosto de como a obra foi concebida, mostra destreza da autora que transcende a pesquisa e o simples relato, Thi vai fundo construindo uma paisagem única, seja na descrição e no traçado da Graphic Novel, a forma que a ela costura os relatos com os acontecimentos históricos e como tudo isso impactou na vida de sua família, em vários níveis de geração, é o que melhor há, uma obra pessoal, sensível e muito profunda, que explora todas as camadas da origem.

Além de trazer os aspectos de vida, sua e de seus irmãos, traz o relato pela conexão, como seu pai e sua mãe cresceram e como foram se conhecer, colocando acima de tudo uma empatia única, onde mostra que estar perto não necessariamente é estar conectado, onde os sentimentos de amor e carinho são colocados a prova.
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Uma obra dolorosa, mas justa, que traz sinceridade a cada traçado, a cada construção de cenário e até na sua organização, Thi Bui constrói na mesma intensidade que descontrói, tirando camada por camada, até entender nada mais nada menos que a origem, seja ela sentimental quanto física.

“Toda vítima numa guerra é o avô ou a avó, a mãe ou o pai, o irmão ou a irmã, o filho ou a filha, amado ou amada de alguém”.

site: https://www.instagram.com/p/CAEQppVjemK/
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