O Mahabharata

O Mahabharata Jean-Claude Carrière




Resenhas - O Mahabharata


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Jonathan 20/09/2013

Boa adaptação para se conhecer os principais personagens da mitologia indiana, bem como a história principal do épico Mahabharata: a guerra de Kurukshetra, onde lutaram os exércitos dos 5 irmãos Pândavas contra os exércitos dos 100 filhos de Dhritarashtra. Não tenho como ler o original para comparar, mas o próprio autor afirma no prólogo que precisou cortar praticamente tudo, deixando aqui apenas o sumo principal da história. Mesmo assim, me encantei pelos personagens e relatos fantásticos de nascimentos de guerreiros, dádivas de deuses e maldições proferidas por animais. Meu personagem favorito foi naturalmente Krishna, avatar do deus Vixnu enviado à terra. Krishna tem um ar descontraído, sempre com um sorriso no rosto e tem papel fundamental na guerra, aconselhando Arjuna e os demais pândavas nos momentos cruciais. Apesar de bondoso, leal e divino, Krishna age de formas muitas vezes duvidosas, movido por intenções secretas. É inclusive acusado por Duryodhana, o mais velho dos 100 irmãos, na beira da morte, após receber um golpe desleal de Bhima, sugerido por Krishna, de ser o responsável pelas milhões de mortes sangrentas:

" - Krishna! Aconselhaste Bhima a me bater nas pernas, pensas que não ouvi? És tu a raiz do mal! A idéia de Sikhandin veio de ti! E foste tu que atiraste sua flecha! E quem enganou o Sol? E a mentira sobre a morte de Aswatthaman? Quem atirou Ghatotkatcha contra nós para obrigar Karna a se despojar de sua lança? Quando a roda de Karna atolou, tu disseste a Arjuna: 'acaba com ele!' Tu! Sempre tu! Seu sonso, maldoso portador da morte!"

Outro trecho que me marcou muito foi um poema proferido por Vyasa, que nada mais é do que o contador da história, o narrador, que recita os versos do Mahabharata para que o deus elefante Ganesha o escreva com sua presa. O poema é recitado no fim da grande guerra, e fala sobre o grande mistério da morte:

" Dois pedaços de madeira que flutuam no oceano encontram-se e se separam um instante depois.
Assim também tu e tua mãe, tu e teu irmão, tu e tua mulher, teu filho e tu.
Chamas teu pai, tua mulher, teu amigo, mas não é mais que um encontro no caminho.
Esse mundo é uma roda que gira, uma passagem no grande oceano do tempo, onde nadam dois tubarões: a velhice e a morte.
Nada é permanente, nem teu corpo.
Nenhum laço resiste ao tempo.
Neste momento, não vês teus ancestrais e teus ancestrais não te vêem.
Nem céu nem inferno tu vês.
Quem faz o vento, o fogo, a Lua, o Sol, o dia, a noite, os rios, as estrelas?
Tudo está traçado nessa criação diversa, cuja causa não se compreende.
Nada retorna e nada permanece.
Prazer, dor, o destino tudo estabelece.
O que desejas, tens.
O que não desejas, tens.
Ninguém entende por quê.
Nada garante a felicidade do homem.
Onde estou? Para onde irei? Quem sou? Por quê?
E por que deveria chorar?"
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Ratcov 11/11/2009

Ainda por ler
A leitura completa, será feita
O ocidente bebeu na fonte do oriente.
O maior legado está por ser descoberto.
Impossível pensar o mundo apenas a partir da Grécia.
Precisamos nos mover para mais longe, e quanto mais distante de tudo que conhecemos, mais próximos estaremos de algumas límpidas ideias, de algumas primeiras histórias...
Abandonei a leitura, por absoluta mudança de foco e por dedicar meu tempo entre a absorção de outras leituras um tanto mais necessárias e urgentes. Mas, não desisti. Tornarei a ler. Beberei desta fonte,sim
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Marcos Faria 18/04/2012

Eu me lembrava de muito pouca coisa do filme “O Mahabharata”. Basicamente, a história de Ganesha e a cena em que Arjuna reconhece Vixnu no alto da montanha. Mas lembrava bem da vontade que deixou de conhecer o épico. A adaptação de Jean-Claude Carrière (Brasiliense, 1994), lançada naquela época, cumpre bem a função. Carrière, autor do roteiro do filme, é honesto ao explicar como cortou violentamente o poema para apresentar a história central. Foi eficiente ao mostrar a luta dos Pandavas pelo trono como um pretexto para refletir sobre o dharma e suas peculiaridades, entre elas a de que às vezes é preciso esquecê-lo para cumpri-lo.

Publicado também no Almanaque: http://almanaque.wordpress.com/2011/10/03/meninos-eu-li-15/
Gerson 31/05/2012minha estante
Nossa, nem lembrava mais daquele filme.

Concordo com você Carriêre fez um bom resul=mo da história.


Luiz.Haiml 02/08/2018minha estante
este livro do jean é um roteiro do filme? ou é outro tipo de narrativa?




Wanderreis 30/07/2022

A Grande História da Humanidade
Faltam palavras para descrever a maravilha desta obra. Tanta magia e poesia, numa mitologia riquíssima e de uma profunda sabedoria. Mesmo sendo apenas um relato resumido e sucinto da obra original pode-se perceber a grandeza desta literatura. Nas palavras do autor, "No início do nosso trabalho, bem depressa percebemos que deveríamos pôr de lado a maior parte das histórias secundárias, que quase sempre são muito belas.

Vê-se que Gabriel Garcia Marques bebeu desta fonte, pois em seu "Cem Anos de Solidão" sente-se o mesmo clima dessa narrativa.

Encontramos aqui também uma descrição equivalente à da Trindade católica:

"Ganesha dizia:

- Três deuses dominam o universo, três deuses em um. Brama, o criador, que não é visto jamais e acredita-se que ele durma, escondido no oceano sem limite. Xiva, o destruidor, o ardente Xiva, sempre atento ao fim dos tempos. Está em toda parte onde não é esperado. O terceiro é Vixnu, que faz exatamente o contrário. É ele que mantém, que faz subsistir os mundos. Vixnu toma uma forma terrestre e desce entre nós para desempenhar seu papel.

Ganesha disse ainda, baixando a voz:

- Há murmúrios de que ele teria descido como Krishna."

site: https://youtu.be/qlsmROjcLBk
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Leitor Subversivo 25/04/2024

A todos que tiverem a chance de conseguir ler essa versão de Jean Claude Carriere, ela é um primor de escrita escolhendo os episódios instigante, te prende a atenção e o fôlego do início ao fim quando vc terminar vai querer reler
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