Oito do sete

Oito do sete Cristina Judar




Resenhas -


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Dani 11/01/2023

Definitivamente algo novo pra mim. Uma prosa muito versada.
Foi um formato diferente para mim, tive que criar uma curva de aprendizado pra entrar nessa leitura. Ao contrário de outros livros com mais de um personagem protagonista, nesse eu sinto que a história maior é um mero detalhe, o que importa são os sentimentos de cada um e como eles se aprofundam em suas partes.
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Euler 07/09/2021

Se fosse possível falar em original, eu diria que essa palavra define a escrita de Cristina Judar. Mas, como dizem que nada é original nesse mundo, eu digo que é uma escrita babadeira, monamour. O livro é narrado em quatro partes e a sua linguagem transborda o enredo que não é nem um pouco simples, um casal lésbico decide experimentar relações agatês com um casal homo e aí vocês já podem imaginar no que vai dar. Além da narração de cada uma dessa mulheres, com uma maestria em cada voz, distinguindo cada uma delas de forma invejável, a terceira parte é narrado por um ser que pode ser lido como anjo tal qual seu nome Serafim, mas que para mim representa todas as corpas pós-humanas que já sacaram que nunquinha que fomos isso e a humanidade é uma invenção ficcional de quinta, sendo melhor reinventar as existências, e ceder a outros fogos. A última parte é narrado por uma cidade, Roma, o que para mim amplia ainda mais a ideia de quão pequenos e binários e tolos somos. Boa parte do livro é feito em fragmentos nos quais você pode ler rapidamente ou passar horas pensando em cada frase. É de uma potência lírica de circuitizar sistemas e vale muito a pena ler.??
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Nara 04/06/2021

Uma experiência de leitura sobre meu eu leitora.
Uma experiência de leitura que me provocou reflexões bem profundas sobre meu eu leitora.

Narrado à quatro vozes: Magda/ Marta/ Serafim uma divindade angelical e a cidade de Roma personificada.
Acompanhamos por meio de cada voz, uma perspectiva sobre o relacionamento de Magda e Marta. Serafim o anjo que as fazem apaixonar-se. Roma, a "cidade dos diferentes tempos contidos em um só", mas que escolhemos chamar de tempo presente.

A dificuldade inicial foi me relacionar com a primeira voz: Magda. Uma mulher que julguei sem motivos aparentes pra se sentir como se sentia. E me fez muitos questionamentos: Eu preciso gostar das personagens para uma leitura ser boa? Eu preciso entender todas as suas motivações?

Será que é papel da literatura oferecer respostas fáceis ou somos nós que, nos acostumamos com uma realidade binária e tão engendrada na dualidade? Será que é por isso que, atribuímos ao amor, nos dar a parte que nos falta, ao invés de aceitarmos que mesmo juntos, permanecemos incompletos?
A voz de Glória nos faz refletir a respeito dessas questões.

Aliás, a estrutura narrativa dessa obra, nos provoca sobre o quanto o pensamento hegemônico atravessa as nossas subjetividades, de modo que, a gente não se abra tanto quanto pensa para conhecer outras estruturas sensíveis. Eu diria que essa foi a minha primeira leitura ativa. A dificuldade de entender as referências simbólicas, me fez tecer comentários, buscar simbologias. Reler. Uma leitura sensível e que propõem um ritmo cíclico.

Quote predileto:
"Como se a lua tivesse quase o mesmo tamanho de uma janela iluminada. Assim ela pareceu na foto de uma noite que deveria ser mais um arquivo digital ou de papel, em sua natureza de garantir que determinado olhar ou cena permaneçam fixos em um mundo que se movimenta. Nós, homenzinhos sobre ele, giradores, mas de maneira alheia ao que rola, e aí, ficamos nessa de querer fixar um copo sobre a mesa, secar a saliva no corpo, congelar líquido quente. Eu estava fixa no tempo com quatro alfinetes em um mural de cortiça, talvez a foto mostrasse que eu não era tão pequena, a exemplo da lua.Eu não estava parada, apenas era inconsciente dos meus movimentos." (pg. 99).
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Will Ernande 14/06/2020

Primeiro romance da autora Cristina Judar, Oito do Sete é um poético, e complexo, manifesto contra um pensamento anacrônico e dualista, que só consegue organizar o mundo em duas cores, azul e rosa.

No dia 29 de junho, ao meio dia, em homenagem ao mês do orgulho LGBTQIA+, eu postarei um vídeo no meu canal do YouTube analisando esse sensacional obra.

Aguardo vocês lá.
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