Como se fosse a casa

Como se fosse a casa Ana Martins Marques




Resenhas -


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carlamarcon 24/11/2023

Como se fosse a casa
Eu nunca tinha lido um livro inteiro de poemas (pelo menos não por vontade própria) mesmo gostando muito de ler e escrever.
Também nunca fiz uma resenha ou opinei sobre um então isso é meio novo pra mim!
É um livro escrito por dois autores, um homem e uma mulher.
Talvez eu tenha viajado um pouco, mas quis compartilhar a minha interpretação!

É como se ela passasse mais tempo na janela, observando o lado de fora da casa, mergulhando em livres pensamentos noturnos, muitas vezes embriagada.

Já ele, passa o tempo alternando entre o lado de fora e o de dentro, olhando mais intensamente para o interior da casa.
Ele um pensador emblemático, ela uma observadora nata.
Ambos num dilema entre o ser e o estar.

O que reforçou essa minha interpretação foi a capa do livro que ao meu ver são uma parede de tijolos e uma janela aberta.
Porém num contraste. Os tijolos estão em azul, cor que representa ela, e a janela em branco, cor que representa ele.
Pra mim isso dá ênfase na cumplicidade dos dois e nessa alternância que embora eu tenha interpretado de formas diferentes, são um conjunto dos sentimentos que envolvem uma mesma temática.
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Toni 29/04/2019

Dobradinha de indicações do senhor-moço Vitor lá do @sobreminhasleituras . É quase impossível fugir às explicações paraliterárias para falar deste livrinho, a não ser que o resenhador tente se valer de certos sopros de metalinguagem para enganar os incautos. ‘Como se fosse a casa’ é um livro de poemas, correspondência entre uma escritora mineira e um autor cearense ligados não somente por laços afetivos, mas por uma circunstância toponímica: o livro começa quando ela passa a viver no apartamento dele, o edifício JK em Belo Horizonte, enquanto ele viaja.
.
Aqui, os poemas conversam entre si, mas não só eles. Tudo conversa, tudo é anímico: o cimento sonha, a cidade lambe a si mesma, as palavras são habitadas, as árvores têm medo, o futuro envelhece. Em pouquíssimas páginas, divididas entre azuis (os poemas dele) e brancas (os poemas dela), Ana Marques e Eduardo Jorge mostram como o espaço transforma a dicção quando “não basta se mudar para mudar” — metafísico-sentimental, ela, imagético-impressionista, ele. Tons que mais se estranham do que se complementam, torcendo sintaxe e semântica para converter o que poderia ser apenas leitura-de-uma-sentada em um perder-se-na-própria-intimidade.
.
No fim e ao cabo, nem sei como recomendo ‘Como se fosse a casa’. Talvez seja um caso para presente, despretensioso como sorvete de milho verde. Um livrinho tão grifável, mas tão grifável, que a certa altura você abandona o lápis e desiste dos grifos para ter aquela desculpa para voltar a ele assim que for possível, ou quando sempre.
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Cibele 31/03/2021

Denso
Perdas, saudade, vícios, términos, recordações, memória, processos, reconstruções... tudo isso em um fazer poético denso, dúbio, cheio de facetas inesperadas.
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felipeabeijon 30/07/2023

Fui ler justo no momento em que voltei para a casa dos meus pais. Passado 1 ano e meio numa casa que não me foi - volto para uma casa que deixou de ser: "um dia você retorna /
e a casa não está lá / está apenas seu molde".
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Moni 21/10/2020

A troca de correspondências entre o dono do imóvel e sua atual locatária trazem percepções interessante sobre o que é o lar. Ela com uma linguagem mais clara, mais fluida; ele, mais rebuscado e estruturado.
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Jessiane.Kelly 12/09/2022

Mudanças
Gostei muito dos poemas da Ana Martins. Acho que ela conseguiu traduzir bem esse sentimento de mudança de casa e as especificidades de morar em um lugar que não tem mar. Agora os do Eduardo, não me conectei muito. Achava que ele era português até ver, para minha surpresa, que ele é de Fortaleza. Coincidentemente, dois autores de lugares dos quais eu, recentemente, me mudei. Por isso, a experiência deu um toque a mais para a leitura ser cheia de sentido, principalmente as palavras da Ana:

“pensando que não basta se mudar
para mudar”

“Este prédio só poderia existir
na ausência do mar

Apenas ficar aqui
por força ficar aqui
até que a palavra morar
faça sentido”
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Renato 14/07/2018

Esse livro tem seus afluentes variados. A cada leitura, um rio.
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Belle 15/08/2018

O livro é resultado de uma troca de e-mails entre a poeta Ana Martins Marques e seu amigo e também poeta Eduardo Jorge.
Durante um período que morava na França Eduardo Jorge alugou seu apartamento no emblemático Edifício JK, em Belo Horizonte, para a poeta mineira.
Toda a correspondência em forma de poesia trocada por eles está relacionada ao habitar uma casa e o resultado são poemas que nos aconchegam, e nessas poucos mais de 40 páginas nos transmitem a sensação de estarmos habitando um lar.
Essa sensação é bastante curiosa, já que tendemos a não nos sentirmos em casa num local alugado, como se aquilo fosse apenas um teto temporário sem afetividade [Apenas ficar aqui/ por força ficar aqui/ até que a palavra morar/ faça sentido], mas acompanhamos durante as páginas essa sensação de estranheza à familiaridade. [A cura está no tempo, dizem/ mas, ela pensa, por que não/ no espaço?/ ou antes não há cura/ a vontade de partir antecede sempre/ a casa/ estamos para ir/ prestes, mas não prontos/ só vigor e vontade/ lar, ela pensa, é sempre lá/ (talvez, lançar-se)]

site: https://www.instagram.com/p/Bmf2HfHnIqc/
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Tati Iegoroff (Blog das Tatianices) 05/12/2023

O que será que guardam os menores livros?
Difícil fazer generalizações, ainda mais quando falamos de literatura, mas livros pequenos podem conter grandes histórias, reflexões, aprendizados.

"Como se fosse a casa" nos traz uma troca de correspondências entre dois poetas: Ana Martins Marques e Eduardo Jorge. Troca essa que podemos notar não apenas pela própria diagramação da obra, que utiliza cores de página diferentes para cada um, mas também pelo estilo de escrita deles.

Um livro pequeno, fino, extremamente leve e de leitura confortável. Diagramação simples (o que não significa que não tenha sido extremamente pensada) e conteúdo complexo.

Sem palavras rebuscadas, os versos contidos nesta obra nos transportam por uma deliciosa viagem entre o mundo palpável e aquele das ideias.

Essa é uma daquelas leituras para se fazer quando precisamos desacelerar e, ao mesmo tempo, necessitamos de algo com qualidade, quando buscamos leveza e beleza.

Uma obra que em sua breve extensão nos fará transitar entre duas cidades não necessariamente nomeadas e as quais, aos poucos, vão se tornando também nossas.

site: https://blogdastatianices.com/2023/12/05/como-se-fosse-a-casa/
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Pietra Galutty 24/09/2022

poesia de mudança no final da tarde
Ana Martins Marques (1977-) e Eduardo Jorge (1978-) trocam correspondências quando ela aluga o apartamento dele por uma temporada, aquele no edifício JK, em Belo Horizonte. Essas poesias, tempos depois, se transformam neste livro singelo e acalentador.

É um livro de poesias que me tocou profundamente. Poesias para se revisitar de quando em vez. Poesias que me fizeram refletir sobre a minha casa, o meu lugar no mundo - quase em desatino. São "poemas de circunstância" mas os textos acabam se ampliando - tomam espaço nas nossas vidas. É uma escrita a quatro mãos gostosa de se acompanhar.

"Duas pessoas dançando a mesma música em dias diferentes formam um par?"
Creio que formaria um par contigo se tu assim me permitisse.

"Ainda perduram
Na parede vermelho -
amor que não cicatrizou".
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Dávila 31/12/2022

Casa das palavras e dos exílios.
Menos impactante do que o primoroso "Vida Submarina -no caso da poeta Ana- mas muito acima de várias coisa na produção atual.
Ana Martins Marques e Eduardo Jorge se arriscam num livro em conjunto que é sempre perigoso na diluição de um ou dos dois poetas (ex. Tempo e Eternidade q reuniu Jorge de Lima e Murilo Mendes).
Temos poemas lindos pelo caminho e pela casa mesma de cada um, seja em trânsito ou em definitivo.
Td depende como vc enxerga a habitação: palavras em branco no fundo azul ou fundo branco com as palavras em azul.
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Bebel.Aroeira 07/01/2023

Um diálogo interessante e poético entre 2 amigos unidos por sua ligação com um apartamento no edifício JK, em Belo Horizonte.
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Thiago 02/04/2023

Equilibrado
Pela parte da Ana: ??????
Pela parte do Eduardo: ?????

No mais, muito linda a edição. Parabéns pra editora pelo bom gosto.
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Leticia.Essabba 18/09/2021

Maravilhoso
Ana Martins não decepciona. Já quero ler todos os livros dela!! De fato, gostei mais da parte dela, mas as poesias do Eduardo são muito boas também.
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