vininho 17/01/2023
Os primeiros capítulos desse livro pareciam abrir espaço para o que viria após, não revelando muito sobre a história. A ida de Natividade a adivinha foi bastante curiosa para um começo de livro, e me lembrou Fernanda Montenegro pedindo para uma moça ler as cartas de seu futuro, no filme A Falecida, de 1965. Uma das coisas que observei no início, fora como os pais dessas futuras crianças, já geravam enormes expectativas de quem eles seriam, seja no sucesso econômico e social, bem como pelas profissões que exerceriam. Além disso, me parecia que as brigas iniciais poderiam ser apenas porque sim, mas não dá de não perceber os traços de que as crianças faziam suas birras por conta da criação - inclusive, com uma frase em texto que demonstrava isso. Amei, ainda, acompanhar o cotidiano da vida dessas pessoas, já que gosto de comparar os seus afazeres e lazeres com o que fazemos no presente.
"De noite, na alcova, cada um deles concluiu para si que devia os obséquios daquela tarde, o doce, os beijos e o carro, à briga que tiveram, e que outra briga podia render tanto ou mais."
Por volta da metade do livro, contudo, começo a sentir que a história me perdera um pouco. Não me encanto por Flora, e muito menos por toda a história de romance com os gêmeos, além de achar que a história torna-se muito sobre ela, sua família e Aires. Inclusive, me espanta eu não ter gostado, já que gostei bastante do romance presente em Helena e na trilogia realista. O final é bastante característico de Machado, ao matar duas personagens, porém, que infelizmente não me chama a atenção por não ter me prendido a elas.