Resenhas - História de Ó

Coruja Leitora 16/07/2020

Ruim, triste, decadente e deprimente
Que sacrifício que foi ler esse livro. O final é dar raiva. A sensação que eu tenho é de que é um livro escrito por uma mulher, que acha que uma mulher que escolhe ser submissa meresse todo o sofrimento do mundo. É um livro escrito por uma mulher que não gosta de mulheres.

Lidiane 27/07/2023

Marcante
Tive que esperar a história se acentar na minha mente, pois quando acabei de ler estava sem saber se gostei, desgostei ou se era indiferente. Sentia que entendia a personagem ao mesmo tempo que não desejaria aquilo para ninguém. Que ela teve prazer ao mesmo tempo que jamais me poria naquele lugar. Até compreendia que se isso realmente existisse na vida real seria classificado como crime. Pois então... Visto que o livro é apenas uma ficção e eu deveria analisar além de sua história, como foi feita sua construção, acredito que está bem escrito e desenvolvido. O livro poderia muito bem se estender para 500 páginas, mas a autora é sucinta e não se estende em nenhum assunto. O texto, dessa forma, parece mais com um conto do que uma novela ou romance. Um relâmpago de história marcante. Agora tendo contato maior com BDSM percebo que a coisa que eu senti falta foi a negociação prévia do que aconteceria com ela. Claro que o consentimento dela é dado e confirmado, mas os leitores não tem acesso ao que o primeiro dono combinou com ela em detalhes, sequer o segundo dono. Isso nos faz pensar que ela está simplesmente em um relacionamento abusivo do qual a mente dela não consegue escapar. É preciso pensar então que o livro foi publicado em 1954, ou seja, as normas eram diferentes. Hoje em dia, para um relacionamento assim tão profundo e complexo, se tratando não apenas de submissão 24/7, mas de escravidão 24/7, tudo seria muito bem explicado (espero eu). Pensando na ótica de que tudo foi explicado e que ela frequentaria uma terapia (não para mudar seu comportamento, mas sempre para estar certa de suas escolhas), se torna bem mais fácil compreender o lado dela. Outro detalhe que adoro no livro é a troca de dono, a submissa que admira ela e a submissa blazé. Gosto muito de ter esses personagens diversos. Enfim, o livro é ótimo, mas é chocante, ainda mais se você nunca teve contato algum com dominação/submissão.

Regina Coelli 06/10/2023

Na minha percepção o final foi absurdo
Terminei o livro agora, foi uma leitura que me prendeu demais, principalmente do meio para o fim, não conseguia parar de ler pois queria saber o desenrolar. Quem leu 50 tons de cinza e acha que tem relação com o BDSM de fato, não tem. Esse livro retrata muito melhor, basta ver de onde deriva o nome sadomasoquismo. Não dá pra entender como uma mulher se submeteria a isso e gostaria, mas a mente humana é uma caixa de surpresa (nem sempre positiva). Não consegui sentir empatia por Ó, pela depravação que a própria gostava e vivia, embora ficasse claro a dependência emocional não era só isso que a fazia aceitar e se submeter. E as comparações com o sagrado no livro me causaram grande incômodo. O livro terminou apressado, com o final suprimido e seja qual fosse o rumo dos dois finais sugeridos seria deprimente e cruel (cruel além do que era consensual).