Núbia Esther 13/09/2011Ele é bastante conhecido pelo seu papel de médico intransigente, sagaz e com um humor (se é que pode ser chamado de humor) ácido, mas antes do ator se aventurar pela medicina, Hugh Laurie se aventurou pelo mundo literário e foi uma incursão feliz. O Vendedor de Armas, seu primeiro e único romance, foi publicado em 1996, mas só no ano passado foi traduzido e publicado no Brasil pela Editora Planeta.
Em O Vendedor de Armas, Hugh nos mostra que transita bem e com qualidade entre o mundo televisivo, musical e literário. Laurie dá vida a um protagonista meio de esquerda, sarcástico, autoconfiante em demasia, que tem problemas em reconhecer autoridades (e não perde a chance de tirar uma com a cara de quem lhe aparece pela frente), um verdadeiro chamariz para problemas, mas ao mesmo tempo ciente de que se a justiça tem um senso ele deve ser seguido, e ai de quem ficar na frente. Principalmente se o seu senso lhe diz que ele tem o direito de ser feliz com uma loira de olhos cinzentos. Thomas Lang, um cidadão britânico, recebeu uma oferta de trabalho pouco cidadã: por 100 mil ele deveria dar cabo à vida de um homem. Ele recusou, tentou avisar a suposta vítima e acabou ele mesmo na mira de muita gente. Muita gente como a CIA, o Ministério da Defesa inglês, empresários do mercado armamentista e grupos terroristas.
Como o título já entrega, é um romance sobre armas, para sermos mais específicos o mote do romance é a fabricação de armamentos e o patrocínio de ações terroristas com o objetivo de aumentar as vendas das armas fabricadas. E se o objetivo de Laurie não era o de criticar esse mercado, sinto dizer, é o que ele faz, regado à muito humor, algum sangue, armações, erros e mulheres. Afinal, de bobo Lang não tem nada.
A suposta vítima de Lang, Alexander Wolf, tem uma história perigosa para contar. Uma história que põe a sua vida em risco e também a vida de sua filha Sarah, e quando os belos olhos cinzentos ficam em perigo Lang começa a fazer perguntas aqui e ali sobre uma nova arma que muita gente parece estar interessada em vender, contando com a ajuda de Ronnie e não com tanta ajuda assim de Solomon, uma espécie de Watson ao avesso. Mas Lang parece não ter sido agraciado com a esperteza de Holmes, que no mínimo se manteria longe de prováveis encrencas. De investigador ele passa a atuante, não contra, mas no mercado de armas…
“[...] que eu não estava onde estava, fazendo o que estava fazendo, apenas em prol da democracia; não estava mantendo ninguém seguro em sua cama à noite ou fazendo do mundo um lugar mais livre e feliz; tudo o que eu estava fazendo – o que estava fazendo desde que tudo começou – era vendendo armas”.
Só não espere que o mercado de armas continue o mesmo depois que Lang aprontar das suas.
[Meia Palavra] - http://blog.meiapalavra.com.br/2011/09/12/o-vendedor-de-armas-hugh-laurie-3/
[Blablabla Aleatório] - http://feanari.wordpress.com/2011/09/13/o-vendedor-de-armas-hugh-laurie/