Malinche

Malinche Laura Esquivel




Resenhas - Malinche


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Naty 05/12/2022

Mais um dos livros da faculdade.
Gostei de ler lido, pratiquei meu espanhol, mas não acho que seja uma boa fonte para os historiadores.
O livro conta a história de Malinalli, uma indígena da região da meso-américa que foi importantíssima no processo de colonização espanhola, sendo a principal intérprete de Hernan Cortés.
É um livro mais ficcional do que histórico, conta a história dela de modo bastante subjetivo, fala muito sobre sentimentos e ações que partiram da mente da autora e nunca poderiam ser comprovados por fontes documentais. Por isso, eu não acho que seja um bom objeto de estudos para história de Malinalli, que é riquíssima, aliás. Melhor ler as fontes documentais da época, como o relado de Bernal Díaz del Castillo.
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regifreitas 14/06/2022

MALINCHE (2006), Laura Esquivel; tradução Léo Schlafman.

A autora de COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE (1989) conta aqui a história de Malinalli, a indígena que serviu de intérprete a Hernán Cortés durante a conquista do império asteca. Malinalli também teria sido amante de Cortés, e acabou entrando para a história mexicana como sinônimo de traidora do seu povo. Investigações históricas mais recentes, contudo, tendem a refutar essa visão, colocando Malinalli como uma espécie de mediadora entre a cultura nativa americana e a hispânica.

Ainda criança, Malinalli acabou sendo vendida como escrava, após a morte de seu pai, para mercadores Maias que percorriam aquela região. Por conta das perambulações desse grupo, acabou dominando pelo menos três dos principais idiomas locais, o que acabou sendo muito útil para Cortés durante a Conquista.

Malinalli recebeu o nome cristão de Doña Marina, entre os espanhóis. Já sua designação como "Malinche" me pareceu confusa. O nome "Malinche", a princípio, foi atribuído a Cortés - Malinche significava algo como "o amo de Malinalli". Assim, Cortés era chamado de Malinche por conta de sua proximidade com Malinalli, deixando de o ser quando fez com que a indígena se casasse com Jaramillo, um de seus soldados mais fiéis. Mas, para a história, é Malinalli quem acaba de ser assim conhecida posteriormente(?).

Quanto ao romance em si, Esquivel tenta dar um tom poético ao seu texto, construindo imagens até bonitas, relacionadas às reflexões de Malinalli sobre a vida. Contudo, a parte histórica é subdesenvolvida, ficando bem em segundo plano. Quem desconhece os principais fatos da Conquista poderá se perder nas elipses da narrativa.

A própria relação entre Malinalli e Cortés não fica bem definida, pois a autora não dá espaço suficiente para ela. Se a indígena se sentiu atraída por Cortés de início, até porque, na visão dela, ele representava o retorno de Quetzalcoatl, o deus que iria libertar seu povo, fica logo evidente que ela o teme, mais do que qualquer outro sentimento. Mas tudo é colocado de forma muito abrupta.

Ao final, as partes boas acabam suplantadas pela aparente ausência de objetivo da obra.
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Ramon Diego 08/06/2022

Malinche ou Malinalli é uma história lendária sobre a mulher indígena, intitulada "A língua", personagem que foi prisioneira de guerra e tradutora de Hernan Cortês, colonizador espanhol que dizimou grande parte do povo asteca. A prosa de Laura Esquivel nos traz, portanto, o resgate dessa mulher indígena importantíssima, esmiuçando seu possível modo de ver a vida, de pensar, a sua relação com a natureza e os desafios que essa percepção enfrenta ao vê-se, também, em um dilema, por um lado, tentada a fugir dos castigos de Montezuma e, por outro lado, manter um relacionamento entre sua cultura e a dos estrangeiros espanhóis.

Apesar de ser uma histórica carregada de mortes e de cenas fortes em relação aos assassinatos ocorridos durante o período sangrento de Hernán Cortês no México, a autora consegue nos envolver com uma prosa poética e que muitas vezes nos abre os olhos para as contradições dos discursos que nos separam e nos vêem apartados da natureza, levando-nos a pensar, mais uma vez, na beleza de um olhar para o mundo em que somos parte modificada e modificadora do meio em que vivemos. Livro lindo, lindo, apesar da história ter um fim trágico.
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Clara1738 24/10/2020

Malinalli
Malinche nos mostra a vida de uma jovem nativa do México, Malinalli, e o domínio (físico e mental) que Hernan Cortes teve com esse povo. O holocausto nas vilas, a dominação por completo, inclusive da Malinali. É um livro incrível e totalmente CRU. Fala abertamente sobre vários assuntos e aborda a religião do povo mexica de uma forma incrível e muito bem respeitada. Vale super a pena dar uma conferida.
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Demas 08/11/2009

"Malinche" nos entrega todo o encanto da mitologia mexicana
A escrita poética de Laura Esquivel faz de "Malinche" uma preciosidade: é um 'refresco' no meio da destruição de uma cidade, de uma cultura, de uma mulher. Ao utilizar a nativa Malinalli como sua intérprete, o espanhol Hernan Cortés matou os astecas, derrubou Tenochtiplan (para construir a Cidade do México), varreu seus deuses, sua cultura, sua identidade. Malinalli - que imaginava que o conquistador espanhol era a reencarnação do deus Quetzalcoatl, que voltava para acabar com os sacrifícios humanos praticados pelo imperador asteca Montezuma - sente-se culpada ao perceber que faz parte de uma estratégia macabra de ganância por poder e tesouros. Mas o que pode fazer agora que é a escrava, a amante e a "língua" de Cortés? Mas ela pode... e faz! "Malinche" é um romance maravilhoso, que mistura história e ficção, prosa e poesia, para falar da riquíssima mitologia mexicana. Já é um dos meus livros favoritos.
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GCV 18/03/2009

Quase história, quase estória
Malinche é uma personagem intrigante, uma metáfora utilizada por Octavio Paz para representar (em parte) o povo mexicano. Amaldiçoada por vender seu povo, mas ao mesmo tempo responsável por evitar um mal maior. Pedaço vivo da história da colonização, poderia se estender por várias e várias páginas de biografia ou ficção. Laura Esquivel poderia ter feito assim. Poderia.

Romanceado em trechos que seriam melhor se fossem "biografados", biografia em momentos que demandam forças dramáticas da literatura, a obra "Malinche" de Laura Esquivel é um bom livro que não o foi, uma potência não concluída. Uma pena, pois certos trechos da prosa da autora são verdadeiramente bonitos e poéticos. Para quem deseja conhecer a misteriosa Malinche - ou Marina -, o livro é apenas meia estrada. Nada mal, contudo, para os ávidos pelo mito e que partem do zero.
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Demas 07/11/2009minha estante
GVC, confesso que não conhecia muita coisa do mito. Mas para mim, a mistura de história e ficção ficou na medida certa. Estive há pouco no México, e ir identificando lugares, deuses e costumes me prendeu à leitura de maneira única. E o misticismo é algo muito presente até os dias de hoje na cultura mexicana. Li "Malinche" quase que de um fôlego só. E adorei tudo: a história, a fantasia, a escrita poética de Laura Esquivel. Abração

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