Resenhas -

Gustavo.Queiroz 31/07/2017

Um Pequeno Clássico
Indico este livro para todos os apaixonados pelo esporte que eu considero uma das maiores e melhores invenções do homem: o Futebol. Mas não espere o glamour do futebol empresa que nos é apresentado pelos clubes brasileiros que sobreviveram se adequando, bem ou mal, a este novo mundo e principalmente pelo bilionário futebol europeu. Aqui estão histórias que, por mais que o tempo e o futebol globalizado venham tentando ocultar, justificam o porquê do esporte bretão ser tão apaixonante e imponderável. Conhecem Mauro Shampoo? Leônidas da Selva (não confundir com o grande Leônidas da Silva, o Diamante Negro)? Juca Baleia? Se não os conhece, este livro é obrigatório!

Fabio268 22/06/2023

Ode a um futebol que agoniza, mas não morre
Li de bobeira, e mais uma vez me deliciando com as histórias contadas por Simas. Impossível não lembrar de Nardela, Gatãozinho, e do dia em que vi um cachorro da polícia morder um ponta do Botafogo que comemora o gol, efusivamente, na frente do bichinho...

Fernando 21/06/2018

Bom tema, execução cansativa.
Ode a Mauro Shampoo e outras histórias da várzea é um bom livro, longe de não sê-lo. Trata do futebol que muitos saudosistas chamariam de raiz, o futebol moleque do Brasil (aí vem algo que me incomodou, entendam Brasil como eixo Rio-SP, norte e nordeste, mesmo que o autor não tenha se proposto a trabalhar com cada canto e face do nosso país, as histórias acabam se repetindo, mudando poucos detalhes, pois tratam de épocas e povos iguais, sociedades que formaram clubes e clubes que mudaram sociedades, mas tudo mais do mesmo), as críticas ao futebol moderno são muitas, tantas que cansam, se cada conto tem 3 páginas guardar religiosamente um parágrafo para críticar as mesmas coisas que criticou no último causo é entediante. Concordo com os problemas apontados mas, por vezes, o autor parecia um velho bêbado sentado na mesa de bar que reclama todo dia das mesmas coisas usando as mesmas palavras na mesma entonação, como se fosse uma gravação ou um vegetariano.

Otávio - @vendavaldelivros 24/09/2020

“O jogo, entretanto, não terminou. O carioca miudinho há de reinventar, como sempre fez, seus afetos fora das arenas e encontrar novas frestas para arrepiar a vida de originalidades e tensionar o consenso na empresa travestida de cidade: aquela mesma que não lhe quer”.

O futebol dos dias de hoje, com suas arenas, naming rights, transações milionárias e espetáculos, parece um esporte diferente do futebol praticado nos clubes de menor expressão, de cidades do interior e divisões inferiores. Mais ainda do esporte praticado nas ruas, becos, vielas e quadras de bairros. O futebol, esporte bretão que ganhou no Brasil uma alma própria, é muito mais do que craques internacionais e cabelos espetados.

Luiz Antonio Simas se tornou um dos meus autores favoritos quando li Corpo Encantado das Ruas. Já o acompanhava nas redes sociais, onde cada post é uma aula da cultura das ruas e das macumbas. Em Ode a Mauro Shampoo e outras histórias da várzea, Simas dá voz e luz para as histórias que importam, aquelas que marcam as vidas e que permitem que guardemos os nomes mais esdrúxulos e as escalações mais improváveis dos times mais desconhecidos. Tudo isso porque é onde o futebol nos toca em nossa própria humanidade.

Como bom botafoguense, Simas enxerga o futebol muito mais do que as vitórias e as derrotas. O futebol é, em cada um dos textos que fazem parte do livro, um personagem com personalidade definida, com características marcantes e com seus deuses agindo nos jogos mais improváveis. São a humanidade e a cultura brasileira os fatores que transformam tudo em algo mágico, por vezes misterioso, mas sempre encantador.

São as histórias dos pequenos clubes, dos campeonatos de várzea e dos personagens caricatos que dão o verdadeiro significado ao esporte. Do Amazonas ao subúrbio carioca, é na cultura dos bairros e das ruas, das pessoas que trabalham de sol a sol, que se forjam as melhores histórias. Histórias essas que marcam muito mais que a dos vencedores da última Champions League, porque se eternizam em lendas e memórias afetivas, que guardamos no lugar especial que só o futebol de verdade consegue ocupar: Nosso coração.

site: https://www.instagram.com/p/CFauEkhnp_9/

Eduardo.Mathias 29/04/2024

É lindo o amor por futebol
Existe uma paixão por futebol por todos grandes escritores que derramam palavras com lágrimas pra falar do esporte: Drummond, Casimiro Miguel, Nelson Rodrigues, Farid e Luiz Antônio Simas

Esse livro mesmo que pequeno é escrito com paixão
Único problema que essa paixão pode ser pedante na hora da nostalgia. Cansei de ver parágrafos repetidos reclamando que antigamente o futebol era bom e hoje é uma lástima.

Se for mesmo, fale uma vez só. Ninguém gosta de quem chora muito.

CharlesSouto 15/06/2024

Para os que gostam de finais felizes, do progresso e da ordem, bem, recomendo que busquem outras leituras.

Aqui Simas da visibilidade ao popular, ao ordinário. Aqui as pequenas tragédias ganham sua devida importância, afinal é nelas - me parece - que a vida acontece. Nas pequenas grandes coisas. Como diz o autor iguaçuano é nas frestas, no intervalo, entre as batidas que o sagrado encontra o profano.

?Futebol no Brasil é cultura... afirmação identitária e tensão criadora"