O Escudo do Senhor

O Escudo do Senhor Beatriz C. Cavalcante




Resenhas - O Escudo do Senhor


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Mayara Albuquerque 26/08/2018

Uma leitura difícil e, infelizmente, decepcionante
Eu não poderia prever o tempo que levaria para conseguir trazer a resenha desse livro, quando a autora fechou a parceria comigo e me entregou sua obra. Julguei que seria um livro rápido, me baseando em suas 284 páginas, e fácil, já que fantasia é um gênero que me agrada muito. Entretanto, essas não só foram as 284 páginas mais longas da minha vida, como também me deixaram sem saber por onde começar essa resenha.

Você já nota desde o início que é uma história feita para funcionar com o público adolescente/jovem adulto. Isso fica bem evidente pela estrutura da história e pelos tipos de personagem. Então, se você não gosta muito desse gênero ou não faz parte dessa faixa etária, você provavelmente vai perder o interesse bem rápido na história. Eu, pessoalmente, não consegui mergulhar muito na trama, mas isso se deve bem pouco ao fato de ser uma fórmula que não me atrai, e mais à inegável pobreza na escrita.

Com relação à trama, o conceito geral da história é interessante, mas nela temos um aglomerado de clichés e tropos usados à exaustão em todas as mídias. O "romance proibido" entre Rhaziel e sua protegida, Anne, que pode ser profetizado desde o primeiro momento em que os personagens interagem, e a presença da "rival" de Anne na faculdade, que só aparece para fazer comentários maldosos como uma aluna de ensino médio, são uma parte bem pequena dos inúmeros exemplos encontrados. O cliché em si, é claro, não é um problema de maneira nenhuma, mas quando bem utilizado. A grande maioria das reviravoltas são previsíveis, devido à história ser movida pelas motivações óbvias e rasas dos personagens.

Porém, o mais notável sobre a trama é o quão repleta ela é de furos, e o quão vítima ela é de uma mitologia mal desenvolvida e confusa. Esses eram fatores que (além dos outros tantos erros) quebravam constantemente minha imersão na história, e me deixaram com muitas perguntas (só citarei aqui as isentas de spoilers). Se não havia nenhum anjo no céu, por que não mandar Kenael à procura de Haniel? Ele precisava acompanhar Rhaziel? E no que exatamente consistem as missões que deixam os anjos sempre muito ocupados? Se Haryel enfatiza tanto que eles devem manter a discrição, por que não orienta Rhaziel a trocar suas roupas do século XVIII por roupas atuais, e por que não o instrui sobre o mundo atual dos humanos para que ele invente um disfarce? Que curso de universidade é esse que só tem um professor e uma matéria? E que professor de universidade é esse que para a aula para esperar os alunos acabarem de conversar? Como Lúcifer, que passou todos esses séculos dentro de uma cela, sabe muito mais sobre o mundo dos humanos do que os anjos que podem ir e vir quando quiserem? Faltou melhor desenvolvimento do universo fictício e bastante conhecimento do nosso próprio mundo para que o livro ficasse ao menos razoável.

E sempre que a trama pula para um período histórico (aqui, o século XVIII é usado duas vezes), uma pesquisa um tanto preguiçosa também pode ser notada, como nos piratas demasiadamente gentis, na insinuação de que não havia mais piratas em nenhum outro lugar do mundo além de Nassau, e na contradição na corte do Palácio de Versalhes. A presença de um símbolo como um pentagrama na capa de um livro sobre invocações, localizado na biblioteca angelical, também mostra desconhecimento da simbologia do próprio tema principal abordado pela autora.

Os personagens são outra questão complicada. Entre os anjos, Kenael é aquele que apresenta uma personalidade mais cheia de nuances (ainda que sejam poucas), mas Rhaziel é um protagonista genérico e esquecível, tanto como "humano" (primeiros capítulos) quanto como anjo. Dentre os humanos, Anne se destaca não só por ser o interesse romântico do protagonista, mas também por ter sido criada com o óbvio propósito de ser o oposto da personagem feminina clássica: uma jovem corajosa, moderna, independente e de personalidade forte. No entanto, sua "determinação" é representada como simples teimosia, e nos momentos em que ela tenta se impor para mostrar sua "personalidade forte", ela acaba sendo irritante e passando a impressão de mimada; e até mesmo nos momentos em que ela tenta ser "descontraída", fazendo piadas ruins com pessoas que ela acabou de conhecer, ela deixa o leitor desconfortável. Além disso, a revelação final sobre Stephen, o único personagem que parecia crível e que era capaz de conquistar uma simpatia genuína por parte do leitor, faz seu desenvolvimento como personagem cair por terra. Outro ponto sobre personagens, que é algo comum nesse tipo de literatura, é que nas descrições físicas deles vemos que todos são "lindos": penteados perfeitos, barbas perfeitas, rostos perfeitos, roupas bonitas e físico perfeito, com algumas ressalvas, como o velho Edward, e, além disso, são todos sempre muito gentis.

Demônios saindo de seus receptáculos humanos na forma de uma fumaça negra e um uso totalmente amador do Rituale Romanum de exorcismo, entre outros elementos, sugerem uma grande e óbvia influência da série Sobrenatural.

Algo que também me incomodou é que Rhaziel e Kenael ficaram parecendo os piores soldados do mundo. Para seres que deveriam ser o equivalente a guerreiros estrategistas, ambos deixam muito a desejar. Eles partem numa missão sem planejamento nenhum, sem disfarce, e ao mesmo tempo em que dizem toda hora que não devem ser descobertos, eles não fazem qualquer esforço para isso. Eles se expõem a todo momento sem necessidade, como quando eles se teletransportam na companhia de um ser humano, dando a desculpa de que ele "se distraiu e não percebeu o tempo passar" (o fato de Stephen ser cego não é justificativa, ele ainda é capaz de suspeitar de que há algo errado), ao invés de aguentarem uma caminhada de apenas uma hora para não levantar suspeitas. E eles fazem isso novamente no prédio de Anne. Eles se teletransportam a todo momento e apagam as memórias dos humanos com a mesma frequência em ocasiões desnecessárias... e não fazem nem um, nem outro quando realmente se precisa. Todos ali tomam decisões ilógicas, e justificam essas decisões de maneira ainda menos lógica, o que deixa o leitor incapaz de simpatizar com qualquer um dos protagonistas.

E outra coisa que também não ajudou foram os diálogos, já que achei a maioria deles muito bobos e artificiais. São ditas frases que ficariam boas como pensamento ou narração, mas em falas ficam artificiais e forçadas demais. Os personagens não agem de maneira natural, como Rhaziel e Haryel rindo sempre que Kenael abre a boca (o que é especialmente irritante). As descrições e reações são ridiculamente exageradas, e aquelas que deveriam ser exageradas não são. Alguns momentos são nitidamente inspirados em maneirismos de anime, e facilmente indentificáveis por quem está acostumado a consumir essa mídia. Frases feitas usadas incontáveis vezes em outras obras também são encontradas em abundância nesse setor. Um exemplo seria a famosa "As pessoas só morrem, quando são esquecidas. Os seus pais vivem, mas aqui — Rhaziel colocou a mão sobre o peito."

O final não foi tão previsível quanto poderia ser. Ainda assim, o passado "misterioso" dos pais de Anne pode ser previsto com bastante antecedência na história.

A escrita é bastante imatura e repetitiva em vários sentidos. Algumas frases da narração são construídas de maneira bem estranha, um ponto que, combinado a outros que vou citar mais para frente, passam ao leitor a impressão de que o nível de leitura da autora é menos que baixo. O vocabulário pobre pôde ser notado em cada parágrafo de cada capítulo, em palavras iguais se repetindo em um curto período de tempo, com destaque para o uso exagerado (e 99% das vezes equivocado) da palavra "gargalhar", ao invés de "rir", para o uso da expressão "como se fossem saltar para fora" sempre que alguém é descrito com os olhos arregalados, e para o mais que incômodo uso da expressão "entre gaguejas" ao invés de "gaguejar". Outro ponto que denuncia o baixo nível de leitura é a opção que a autora fez de escrever o narrador dizendo que certo personagem enfatizou certa palavra, quando ela pode economizar palavras e melhorar o texto deixando a palavra enfatizada em itálico ou em caixa alta. Sem falar no momento em que as palavras "lhe dar" são usadas no lugar de "lidar", e nas centenas de vírgulas completamente mal-empregadas.

A concordância também não escapa da sucessão de erros. A partir dos 40% do livro, nota-se que ela começa uma descida desenfreada, e leva algum tempo para que volte a se estabilizar. Um dos momentos mais memoráveis é a frase "Eu sou ateu!", dita e repetida pela personagem Lauren, melhor amiga de Anne. Coisas consideradas senso comum, como escrever a palavra Bíblia com letra maiúscula, ainda mais em um livro que fala sobre mitologia cristã, também são negligenciadas.

Se você não costuma ler muito, talvez consiga se divertir com o livro. Na minha opinião, para quem está acostumado a ler, é muito difícil de realmente se engajar na leitura ou levá-la a sério. A não ser, talvez, como eu disse antes, que você goste desse gênero e estrutura em específico.

E depois de tantos erros citados (e da maioria que ficou de fora para não aborrecer você, leitor), não pude deixar de classificar a revisão do livro como demasiadamente negligente. Esta primeira edição do livro pela PenDragon é um bom exemplo de como não publicar um livro que leva o selo de uma editora, ainda mais de uma tão bem falada pela geração atual de escritores brasileiros como a PenDragon. Todo o esforço empregado na diagramação extravagante e na capa um tanto genérica, mas atraente, apenas mascara o miolo que se parece mais com um 1° rascunho, do que com um original finalizado que passou por um processo editorial completo. Me chocou imensamente ver um desleixo tão grande com a revisão de um livro publicado por uma editora com tal nome no mercado literário atual. E é esse tipo de desleixo que leva, não só o nome do(a) autor(a), mas também a literatura nacional atual ao descrédito por parte dos próprios leitores brasileiros. É o primeiro livro da PenDragon que li e, depois de ver essa negligência com a revisão e a falta até mesmo de algo tão básico como um índice/sumário, eu pensaria várias vezes, não só antes de ler outro livro da empresa, mas também antes de publicar meu livro com eles.

Algo que a autora disse nos Agradecimentos do livro, me chamou a atenção. "Também gostaria de agradecer a minha tia Ivani, uma das minhas grandes incentivadoras. Se não fosse pelos seus: 'Já terminou o livro?', a história teria um ritmo lento de criação." Com isso, finalizo essa resenha dizendo que um ritmo "lento" de criação é também um ritmo cuidadoso, e é essa abordagem que eu aconselho a autora a tomar em suas próximas obras: atenção, cuidado e calma.

site: https://justmayphantomhive.wixsite.com/misteriosempaginas/post-unico/2018/08/26/RESENHA-O-ESCUDO-DO-SENHOR-por-BEATRIZ-C-CAVALCANTE
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Ana Catarine 24/12/2017

Uma Fantasia de Anjos que Fala Bem mais do que Apenas Anjos
O Escudo do Senhor conta a história de Rhaziel, que sonha em ser um anjo da guarda desde a sua criação, quando isso finalmente ocorre, ele não poderia estar mais feliz, porém, nem tudo é tão simples, muito menos na vida de um anjo.

Ao mesmo tempo que Rhaziel é escolhido para proteger um humano, ele também acaba arcando com a missão de salvar Haniel, seu irmão. Este, foi sequestrado por demônios a mando de Lucífer, que deseja se vingar de todos, sem ligar para as consequência.

Será possível vencer este inimigo? Ou toda a criação está destinada a ser destruída?

A primeira coisa que tenho que falar sobre esse livro é: a diagramação está maravilhosa, a Pendragon novamente está de parabéns. O livro possui detalhes e arabescos no início dos capítulos, o que torna a leitura extremamente prazerosa.

Desde o começo, eu me apaixonei pela história, os personagens possuem personalidades próprias, o que permite ao leitor cultivar uma imensa quantidade de sentimentos e emoções.

A trama é contada em 3ª pessoa, e possui uma narrativa bem rápida. Pela quantidade pequena de páginas, o livro terminou me deixando com um gostinho de quero mais, já que apesar dele ter tido um final ótimo, ainda teria gostado de saber mais sobre os personagens e sobre o mundo criado pela autora.

Além do presente, a história também remete ao passado, já que neste livro os anjos tem o dom de viajar no tempo (isso mesmo!). O que me deixou ainda mais apaixonada por toda a trama. Prepare-se para conhecer príncipes, lordes e até piratas, ao mesmo tempo que conhecerá estudantes de cinema no século XXI!

Este livro é uma fantasia incrível, e com toda a certeza, para todas as idades, já que ele possui uma linguagem leve e simples. Apesar disso, ele é tão rico em detalhes, que a imaginação do leitor pode correr solta.

A história foi um tanto nostálgica para mim, fazia um bom tempo que eu não lia sobre anjos, desde os instrumentos mortais, que é uma das minhas sagas favoritas. O Escudo do Senhor é um livro sobre confiança, família, amizade, sacrifício e principalmente, amor. Eu super recomendo para todos que gostam de uma boa aventura envolvendo anjos.

site: http://pensadorageek.blogspot.com/2017/12/resenha-o-escudo-do-senhor-beatriz-c.html
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Amy 27/08/2017

Épico!
Mais uma resenha de um livro da minha editora favorita!

Essa resenha vai ser bastante brincalhona, por quê? Bom, o livro é da dona Beatriz, que é minha amiga (quase vizinha), é uma pessoa incrivelmente brava!

Quando ela ainda estava escrevendo o livro, eu já enchia o saco dela pra ler (sou dessas), aí quando saiu a pré-venda, já joguei meu charme e aqui está a resenha dessa leitura maravilhosa!

A história começa com Jean Valois, ele é filho de um Rei, quer se casar por amor, e não por poder, mas seu pai não permite, e vai obrigar ele a se casar, sim. Parece tudo "normal" por ai, certo? ERRADO.

Somos atingidos por uma informação destruidora! Jean é na verdade Rhaziel, um anjo que decidiu encarnar como um humano!

Ele é acordado de seu “transe” por Kenael, seu melhor amigo, à mando de Haryel, um anjo poderoso.

Kenael é um personagem importante nessa trama, com todo o seu sarcasmo, ele vai ajudar Rhaziel a encontrar sua protegida, já que nosso querido príncipe é um anjo da guarda.

Só que, temos um problemão né? Haniel, outro anjo, está nas mãos dos demônios do tio Lu. Mais uma missãozinha pros nossos anjinhos.

Claro que existem vários outros personagens, como a Demetria, melhor pessoa! Amei ela!

Lauren, que também é incrível, super me identifiquei.

Não queria falar sobre a Anne, porque eu ainda não sei oque sentir por ela. Achei-a uma personagem boa, e ao mesmo tempo sentia raiva por ela fazer drama em hora errada.

Stephen foi um amorzinho do começo ao fim, um verdadeiro cavaleiro.

E TIO LÚ, GENTE. Eu morria de rir com ele. Simplesmente perfeito.

Amei ler OES não apenas por ser o livro de uma amiga ou por ser de uma das melhores editoras atuais, mas sim porque ele não é um livro com pontas soltas, se aparece algo no livro, se vai até o final, sem enrolação, para então ser direcionado a algo diferente.

E o final do livro é uma bombaaaaaaaaaa, fiquei passada com oque a Bea jogou na minha face sem dó nem piedade!

Obrigada Bea por me deixar ler teu livro, e por ser essa pessoinha maravilhosa que conheci de um jeito bem doido.

site: www.livroseriados.blogspot.com
Guilherme.Santos 25/09/2018minha estante
"É uma briga para a inspiração chegar, é uma busca constante pelas palavras que se encaixam no sentimento.
É um desejo que brota e revela versos, frases, páginas. Pela ponta da caneta ou das teclas, nascem textos que inspiram, fazem pensar, emocionam, adoçam a vida ou nos tiram por alguns minutos da realidade. "

Muitas aventuras e reviravoltas na jornada de Rhaziel e sua protegida , entre anjos e demônios o que mais curti foi a parte de Nassau kkkkkkk
Parabéns Beatriz que o futuro lhe reserve muitas aventuras e que possa ir se aprimorando mais e mais quem sabe um livro teu vire filme algum dia ;)






Jeji 04/01/2019

Resenha livro: O Escudo do Senhor
O Escudo do Senhor com sua narrativa simples e conquistadora nos traz valores importantes como amizade, família, coragem, determinação e força para encarar a vida e seus obstáculos. É um livro para a família toda, e que com certeza você vai amar ler.

Mais em: https://cartasdajeji.blogspot.com/2018/01/louca-por-livros-resenha-livro-o-escudo.html?m=1
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Jeny 11/06/2021

Nacional.
Achei muito bem escrito. Amei a parte das lutas,foi 4 estrelas pois algumas coisas foram bem corridas .
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