Davi.Paiva 17/08/2022
Interessante... Mas deve ser apreciado com cautela.
Comprei este mangá e o li há muito tempo. Mas entre faxinas e descartes, resolvi reler para ponderar se o mesmo continuaria em minha coleção ou seria anunciado como venda.
Embora eu tenha uma certa experiência com mangás tanto lendo quanto tentando desenhar, o gênero gekiga (destinado a adultos, menos caricato que o popular "shonen" para meninos adolescentes) nunca foi o meu forte. Mas mesmo sabendo como funciona o estilo, ainda consigo reconhecer que não me apego e bem glorifico "Afro Samurai" só por ter um protagonismo negro.
Para começo de conversa, a ideia é muito boa: um mundo mesclando artes marciais com armas brancas e tecnologia onde um personagem com uma bandana escrita "número 1" é considerado um deus e o mesmo só pode ser desafiado pelo usuário da bandana "número 2", sendo que este pode ser desafiado por qualquer um. Tal explicação é dada de forma bem espaçada e em poucos diálogos pelos personagens. Simples e meio bizarro crer que o mundo funcione por conta de duas faixas de pano. No entanto, eu tenho apreço pela regra ser bem fechada e simples.
Agora a arte, a meu ver, deixa um pouco a desejar. O protagonista ser a cara do pai, a meu ver, é um pouco de pobreza de traço (o que me lembra Goten e Goku). E ser um mangá gekiga é uma coisa enquanto ser um mangá de muitas páginas escuras é outra totalmente diferente. "A Lenda de Kamui" é um exemplo de como ser violento e mexer com temas pesados sem parecer que foi desenhado pelo Zack Snyder.
Em suma, considero "Afro Samurai" um mangá interessante pelo diferencial. No entanto, deve ser apreciado com cautela pelo público mais simples e que não entende como funcionam os gêneros de mangá.
Recomendo!