Anelise 30/03/2020
Resenha: 13 Contos de amor ou não
13 contos de amor ou não trata-se uma antologia de contos escritos pela autora, todos eles tem a temática romântica como ponto principal.
Os contos falam sobre separação, união, sobre como lidar com uma separação, amores surgindo de lugares improváveis. São contos bem variados entre si e muito bons dentro disso.
Nesse livro nenhum conto é igual ao outro e muito menos o romance também. E acho que é isso que o título brinca um pouco, para a gente questionar se podemos considerar alguns contos como de amor, ou talvez até não. Alguns beiram a loucura e até a obsessão. É bem legal a gente ter essa reflexão quando lê cada um dos contos, se pode ser só um romance fofinho ou se é um romance tóxico e problemático e que nem devia ter começado. Tudo a depender do ponto de vista que temos!
Inclusive alguns contos são spin-off ou continuações de outras obras da autora. Mesmo não tendo conhecimento prévio do livro original, a gente consegue ler e entender o que acontece.
E vou destacar aqui os contos que mais gostei e infelizmente um que eu detestei, mas por razões pessoais.
Cuidado com o que deseja é um spin-off de “Doce Vida de Ana”, onde Ana e o marido Maurício acabam tendo um briga – bem comum entre casais – e ela sem querer deseja não ser casada com ele. Só que a vida dá uma pegadinha e acaba acontecendo mesmo e isso causa consequências. Cabe a Ana e o marido dar um jeito de fazer tudo voltar ao normal. É um conto divertido, mesmo terminando “do nada”.
Os três temidos R’s é um conto sobre uma garota que passou recentemente por um término de relacionamento e tem um medo danado de ter uma recaída. E ela vai a procura do ex-namorado. Será que ela tem a recaída mesmo? Esse conto eu gostei e muito de como foi escrito e especialmente do final.
Departamento 7 creio que seja o melhor conto, na minha humilde opinião. Se passa em um mundo distópico - que a autora deveria escrever com certeza, leria com gosto um livro dentro desse universo – o governo é divido em departamento, cada um com sua função. A protagonista vive no Departamento 2 – que criar armas biológicas para defesa do país -, até que estoura uma epidemia e ela é a única sobrevivente, pois o vírus praticamente destruiu o Departamento. A levam para o 7 e lá começam a fazer pesquisas sobre uma possível cura, até que ela encontra um garoto na mesma situação e ai, bem, eles descobrem que não é bem assim. O único defeito desse conto é que ele é curto e acaba cedo demais.
E já o conto que não gostei foi: A próxima vítima, que é o último do livro. Nossa, eu li passando uma raiva, mas uma raiva, eu fiquei puta real. (Com o perdão do termo.)
Enfim, é uma história bem parecida com filme de terror e de serial killer. Alguns jovens vão a um sítio para passar uns dias, mas a relação da maioria deles entre si não é lá muito boa. Tudo parece bem, até que, obviamente, começam a morrer alguns deles. Bem clichê!
Não vou contar o final desse conto, mas eu não gostei porque eu não gosto dessa temática mesmo. Achei tosco o motivo do assassino, achei tosco tudo o que a pessoa armou. Talvez porque não seja a história mais original do mundo. Eu não gosto de história de psicopata.
Todos os contos são muito bem escritos e a leitura é bem fluida. É possível ler e compreender todos sem muitas dificuldades, pois a escrita da autora é bem simples de dinâmica. Gosto de ler livros assim, onde não preciso ficar voltando num parágrafo porque tem uma palavra difícil e que eu fico mais tempo traduzindo ela do que lendo. Mesmo que umas palavras dessas de vez em quando são boas para aumentar o vocabulário.
Outra coisa a apontar, não diria ser um problema, mas é um detalhe que eu percebi. Todos os contos são com casais héteros. Senti falta de ter uma história LGBT, com um casal lésbico, talvez um gay, talvez até com alguém assexual. Mas, calma, não estou aqui militando, foi só um detalhe que percebi. Quem sabe depois não sai um 13 contos de amor ou não – LGBT edition? Haha Brincadeiras a parte!
Esse livro é uma ótima pedida para quem quiser ler contos românticos e nem tão românticos assim, depende de como a gente encara cada um deles.
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