spoiler visualizarPedro.Lucas 07/12/2022
Review: Batman: A Death in the Family
Batman e Robin, a dupla dinâmica original, por muitos anos foram imbatíveis, Bruce Wayne treinou Dick Grayson e ele se tornou o menino prodígio, mas o tempo passou, ele cresceu e abandonou a parceria, em seguida Batman arrumou um novo parceiro, Jason Todd assumiu o manto de Robin, mas será que ele era tão bom quanto Dick?
Jason era um garoto com uma infância sofrida, seu pai era um bandido e foi morto pelo Duas-Caras e sua mãe morreu de câncer, logo ele se viu sozinho em uma cidade tão cruel que era Gotham, Bruce o adotou e o treinou para conseguir lidar melhor com sua raiva, assim ele virou seu novo parceiro no combate ao crime. A intenção da DC, porém foi de trazer um Robin mais rebelde, ele era raivoso e até mesmo questionava o código de não matar do Cavaleiro das Trevas, mas isso não agradou muitos os fãs que reagiram com duras críticas ao novo menino pássaro, após várias tentativas de consolidar esse novo Robin a editora teve uma ideia inovadora, colocar o destino do personagem nas mãos dos próprios leitores.
Em Batman 426 começou então a saga que mudaria a mitologia do morcego para sempre, a história começa com Jason Todd sendo imprudente como Robin, logo depois de seu ultimo erro o Batman decide que ele não será mais o Robin até controlar melhor suas emoções, o garoto se revolta e volta para sua antiga casa onde uma vizinha lhe dá uma caixa com pertences de seus pais, o garoto então descobre que sua mãe que havia morrido de câncer na verdade não era sua mãe biológica, mas sua certidão estava borrada, tudo que sabia era que seu nome começava com S, logo ele cruza isso com uma lista telefônica antiga de seu pai e com a ajuda do Batcomputador acha três mulheres que podem ser sua mãe, o problema é que elas estão todas fora do país, duas no oriente médio e uma na Etiópia, Todd então foge usando um jato de Bruce e vai em busca de suas possíveis mães.
Em meio a investigação do garoto o Batman está perseguindo o Coringa que fugiu de Gotham e está com uma bomba nuclear, o Batman rastreia o paradeiro do palhaço até o Oriente Médio onde planeja vender a bomba para terroristas. Aí começam alguns problemas da narrativa, são muitas coincidências, o Coringa ir exatamente para onde podem estar as candidatas a mãe do Robin, com exceção da última que o Coringa vai atrás depois, que era uma criminosa de Gotham e está vivendo na Etiópia e de fato era a mãe biológica do garoto.
A revista traz um avanço interessante para a relação do Batman com o novo Robin, os dois voltam a trabalhar em sincronia e conseguem impedir o Coringa que imediatamente arruma outro plano para ganhar dinheiro, ele vai atrás de Sheila Heywood, que fazia cirurgias ilegais em menores de idade quando vivia em Gotham, ele ameaça contar a verdade sobre ela e ela o ajuda a roubar remédios para contrabandear, porém Batman e Robin chegam até a doutora como civis e Jason finalmente conhece sua mãe.
Ao fim Robin descobre o plano do palhaço e vai atrás do criminoso mesmo com os avisos de Batman para esperar por ele, Sheila trai seu filho e o entrega para o Coringa na esperança de sobreviver, o psicopata então arrebenta o garoto com um pé de cabra e o deixa para morrer com sua mãe ativando uma bomba que explode antes que o Cruzado Encapuzado possa chegar.
Foi aí que entrou a escolha dos leitores que ao fim da revista 427 tiveram dois números para ligar e decidir entre deixar o garoto vivo ou permitir que ele morresse e com mais de 900 ligações que na época custavam 50 cents os leitores mataram o Robin Jason Todd.
Isso afeta e muito o Batman, mas ele fica impossibilitado de atacar o Coringa pois o mesmo é tornado embaixador do Iraque pelos terroristas e ganha imunidade diplomática, ao fim Batman questiona se realmente queria ajudar o garoto ao torná-lo Robin ou se só não queria se sentir sozinho em sua cruzada.
A revista não aprofunda muito tais questões que depois foram muito mais bem trabalhadas em outras histórias décadas depois e em outras mídias fora dos quadrinhos. O quadrinho se perde muito em uma trama que fica complicada demais a toa, ela é cheia de coincidências toscas que descredibilizam a seriedade que a história poderia ter, no geral ela seria só mais uma história aleatória do Batman contra o Coringa, mas o a morte de Jason foi impactante principalmente por ter sido executada pelos fãs, sendo muitas vezes comparada com o que acontecia no coliseu, pode não ser de verdade, mas ainda sim levanta questões de como uma mesma idealização funcionou mesmo tanto tempo depois.
O arco conclui com o Batman e o Superman impedindo que o Coringa mate a todos na ONU e o mesmo some em meio a uma queda de helicóptero no mar deixando o Batman sem um fechamento para poder vingar a morte de seu parceiro.
Por mais que seja uma história com uma narrativa leviana ela se tornou um clássico da mitologia do Batman, inspirando inúmeras sequências e adaptações que aprofundaram o peso que a morte de Jason trouxe para o Batman e como o seu posterior retorno o assombra tanto, com um impacto tão grande é uma história essencial para os fãs do morcego por mais que os mesmos não devem ir esperando uma narrativa tão profunda quanto outras histórias do herói trazem.
Categoria: Clássico duvidoso (sim categoria nova porque essa foi difícil)
Nota: 7.5/10