Amar, Verbo Intransitivo (Box Obras Mário de Andrade)

Amar, Verbo Intransitivo (Box Obras Mário de Andrade) Mário de Andrade




Resenhas -


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Joy 12/08/2023

Por um momento cogitei começar essa resenha afirmando que a narrativa apresentada aqui não se trata de um romance, mas que ingenuidade seria afirmar isso, quanta falta de atenção e tato diante dos detalhes.
A família Sousa Castro criada por Mário de Andradre é abastada no meio social e Elza, na maior parte do tempo referida como Fraulein, é uma governanta alemã contratada pelo pai da família para dar aulas aos filhos.
Porém suas obrigações não se resumem às aulas de alemão, cabe a Elza ensinar a Carlos, o único filho homem da família Sousa Castro, a amar.
Antes mesmo de ter o livro em mãos sabia que gostaria da leitura, pois me encanta a escrita de Mário de Andrade e o título dessa obra em específico te convida a pensar. "Amar, verbo intransitivo" engraçado, porque amar é transitivo, precisa de complemento. Lembro-me bem de uma aula de português em que o professor comentou sobre esse livro.
Mário brinca com as palavras, o narrador nos convida a conhecer esses jogos sociais, os costumes, as construções racionais e consideradas científicas que regem Fraulein e a família Sousa Castro, em especial Carlos.
Outro ponto interessante é notar o contraste da escrita de Mário como narrador e a sua escrita no posfácio.
Trata-se de uma leitura interessante e envolvente.
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Márcia 26/10/2022

Interessante
Amar, Verbo Intransitivo é um romance de Mário de Andrade, de 1927. O livro conta a iniciação sexual de um adolescente com uma mulher madura, contratada pelo pai do jovem.
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Karamaru 03/08/2022

VELHO VERNIZ
Neste ano em que se comemora o Centenário da Semana de Arte Moderna, tornou-se mais especial a leitura de “Amar, verbo intransitivo”, romance publicado por Mário de Andrade, cinco após o icônico evento de 1922. Por meio de uma linguagem repleta de brasilidade e de crítica social, Mário narra a iniciação sexual de um jovem da burguesia paulistana dos anos 20.

A trama é iniciada com um diálogo propositadamente lacônico entre o patriarca da família e Elza, jovem alemã – cerimoniosamente chamada de “fräulein”– contratada para ser “governanta” dos filhos dos Sousa Costa. Entre as tarefas que lhe caberiam, estavam as aulas de alemão, nas quais eram apresentados textos de autores clássicos, como Heine.

Todas as formalidades envolvidas na relação da família com Elza eram farsescas; à medida que lê, o leitor percebe o jogo de máscaras a que se propuseram as personagens adultas do livro, explicado pelo medo de que o filho mais velho, Carlos, procurasse satisfazer-se sexualmente com “prostitutas doentes”, por exemplo.

Um dos grandes méritos do livro é justamente não deixar as motivações escancaradas, e mesmo as ações mais tensas ou sensuais são descritas com tanta leveza que reforçam o aspecto da hipocrisia das classes abastadas, com o olhar voltado costumeiramente apenas para o próprio umbigo. Se nunca leu Mário, comece por este. Não vai se arrepender.

“Como tombam as expectativas! A alma espera. A postura da espera é estar suspensa e a alma parece então um pinheiro do Paraná, todos os ramos em corimbo, erguidos para cima. Os ramos se sustentam muito bem, ascendendo pro alto, expectantes. Enrija-os a seiva da esperança, que é forte. Mas eis que falha a expectativa. O pinheiro do Paraná vira pinheiro da Suécia. E os ramos descendentes, uns aos outros se apoiando, até que os mais de baixo se arrimam no chão.”

Leitura e microrresenha feitas em parceria com Carlos (IG: @o_alfarrabista).
Aline164 29/08/2022minha estante
Comecei a reler esse livro há alguns meses, não terminei, vou retomar.
Tinha lido com uns 15 anos, no colégio (acho que estava na lista de algum vestibular), e a leitura agora estava sendo totalmente diferente.


Karamaru 29/08/2022minha estante
Ah, retome sim! É bem interessante. Abraços!




RIAN 05/06/2022

Amar, Verbo Intransitivo
?Amar, Verbo Intransitivo? (1927) é o primeiro romance do escritor Mário de Andrade. Com características marcantes do Modernismo, o livro conta a história de uma mulher alemã, que é contratada como governanta na casa de uma abastada família para executar a iniciação sexual e amorosa de um jovem, filho do contratante.
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Isabella 20/04/2022

Impactada
Primeiro livro de Mário de Andrade que eu leio e já é um negócio louquíssimo hahahahha.
Achei um pouco confuso no começo porque o autor fica interagindo durante a história e eu me perdia.
Mas amei o enredo e como ele foi desenvolvido, por mostrar o lado de geral. Porque mesmo quando é narrador em 3ª pessoa eu sinto que fica muito focado nos personagens principais e esquecem do resto. Mas nesse não.
É um livro meio denso porque não é uma escrita convencional, mas vale MUITO a pena ler essa obra.
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plucas2003 14/04/2022

"Que coisa misteiosa o sono..."
Eu admiro muito o pessoal da Semana de 22 que deu a cara a tapa pra fazer um conteúdo que veio realmente com a intenção de mudar e nos fazer refletir, e pra mim, não tem nada melhor do que refletir sobre os mistérios da psique humana. Apesar de eu não ter tido muito contato com a narração psicológica, o humor e o jeito de narrar as coisas do Mário me deixaram preso no livro, que é sensacional. Uma dica: dê uma olhada em algumas ideias da psicanálise de Freud, o básico, pois ajuda muito a entender o que tá acontecendo com os personagens.
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Lilian 11/04/2022

Amar, verbo intransitivo
Gostei, uma forma distinta de narrar. É interessante quando percebemos distinção nos estilo, nos faz perceber o autor um tanto diverso. Quanto ao texto em si, ele trata uma descoberta que acontece naturalmente mas aqui ela foi induzida. Sinceramente, me fez lembrar aquelas estórias ou histórias de pais antecipando a puberdade dos meninos para garantirem sua masculinidade. O autor diz desnecessário a atitude do pai pois a escrotidão lhe viria naturalmente porém mais tarde. Não consigo não pensar em lugares, lugar de pai, lugar de mãe, lugar de filho e por aí vai. Como mãe quero que meus filhos percebam que podem contar comigo e o pai, mais existe um limite em nossa amizade, somos amigos, claro que sim, mais há intimidade entre pais e filhos e intimidade entre amigos, não somos coleguinhas, nossa coleginhas são outros não eles. Eles devem ter sua turma, assim como nós. Na minha opinião, esse pai foi além de suas obrigações.
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Fraga 08/04/2022

Sofrer, verbo transitivo.
Um livro do período moderno que carrega muitas polêmicas chocando os tempos antigos e os tempos modernos.

Um livro da era do modernismo que naquela época chocou com sua escrita criativa totalmente fora do padrão e hoje nos choca com o relacionamento de um garoto de 15 anos e uma prostituta contratada por seu pai.

Mario sabe escrever muito bem e ele sabe o terreno que estava se metendo, então meteu os dois pés na porta e chocou o Brasil do Fraulein e Carlos. (Já aviso que a relação deles não é sexualizada, mostrando apenas o essencial para entendermos o que aconteceu)

Os personagens são irritantemente perfeitos e as críticas a burguesia da época era sutil, um dos exemplos é criticar como a elite de São Paulo contratava mulheres para se relacionarem com seus filhos menos de idade, no caso Sousa Costa (pai) se preocupa tanto com o futuro coração do filho e como isso vai afetar em suas escolhas financeiras futuras, enquanto o próprio relacionamento dele com Dona Laura é algo monótono e entendiante.

Um livro ótimo que tem algumas analogias sobre o amor e sua beleza enganosa, pois o amor também faz sofrer e quem sofre, sofre por alguém.
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Julia5048 06/04/2022

pra época foi bom mas hje...
o modelo de um amor "proibido", completamente fora dos padrões da época pode ter sido um grande fator revolucionário pro livro na época, mas atualmente, não funcionou pra mim.
achei a escrita pesada, confusa e cansativa. para mim a historia foi entediante. eu não descarto a importância da obra para o modernismo, realmente, e não tem como negar que é bem escrito... só não foi exatamente o meu tipo de livro
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joana 01/03/2022

Me traz um hambúrguer, uma Fräulein e batatas fritas.
Queria dizer que não gostei da historia mas seria mentira.
Embora tenha achado tudo estático demais, eu gostei de como conseguimos ver lentamente a progressão dos sentimentos tanto de Fräulein quanto de Carlos. Além do amadurecimento da família inteira.
Será que se a profissão dela existisse hoje em dia ainda seria requisitada pelas famílias ?recatadas??
Recomendo a leitura pra quem está procurando algo que fuja um pouco da regionalização (mesmo se passando no sudeste) da literatura clássica, como foi a intenção de Mário.
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Sidney.Prando 23/02/2022

UM AMOR ELITISTA
“A felicidade é tão oposta à vida que, estando nela, a gente esquece que vive. Depois quando acaba, dure pouco, dure muito, fica apenas aquela impressão do segundo. ”

Publicada em 1927, “Amar, verbo intransitivo” é o primeiro romance do escritor Mário de Andrade, um dos expoentes do movimento modernista de 22. É nesse seu primeiro romance que vemos o seu caminhar rumo as tendências modernistas de “abrasileirar” as produções nacionais, que se caracterizam na linguagem inovadora (para a época) e nos espaços-comuns onde se passam os acontecimentos.
No início, o livro narra a chegada de Elza (Fräulein) à casa da família Costa. Assim que a governanta chega a casa dos burgueses, ela é encarregada pelo Senhor Souza Costa, chefe da família, a ensinar alemão para as suas 3 filhas e seu primogênito, Carlos, um garoto de 15 anos que não consegue se separar da sua brutalidade. Porém, Fräulein tem outra tarefa, iniciar a vida sexual de Carlos e lhe ensinar sobre o amor.
Se hoje o tema do livro geraria polêmica, imagina em 1927! Não é à toa que o romance foi alvo da crítica, embora na época de seu lançamento esse tema era vivido pela sociedade brasileira em geral. Assim, o livro é marcado pela sua irreverência e pioneirismo.

🙋‍♂️ Para mim, o livro marcou a minha iniciação nas obras do autor, abrindo caminho para Macunaíma. Mas por que começar por esse livro ao invés da obra prima? Bom, para fazer uma boa omelete é recomendado que você saiba primeiro fritar um ovo, e mesmo sabendo fritar um ovo não há garantia de fazer uma boa omelete. Mas, o essencial, fritar um ovo, você já sabe.
Paralelamente a metáfora, Carlos não sabia fritar um ovo (você sabe do que eu to falando, e nesse caso não é de fritar um ovo), então os pais dele concordaram em lhe garantir que ele soubesse e para isso contrataram uma cozinheira experiente para lhe dar aulas. Mas para fritar um ovo é preciso saber usar o fogo, quebra a casca e o fritar adequadamente.
Talvez o amor seja igual a fritar um ovo (uma comparação simples e nada poética, eu sei, mas os poetas complicam demais) e para isso, Carlos aprende a sentir desejo, a deixar toda a sua brutalidade de lado e a amadurecer, só então ele é capaz de fritar um ovo como se deve. E talvez essa seja a função da Fräulein, ensinar a primeira receita, o primeiro amor e o primeiro sentimento de coração partido. Mas não só de ovo vive o homem e uma vez que ele sabe o básico da culinária, é questão de tempo até que comece a se arriscar em pratos mais elaborados e saborosos. Esse é Carlos em todo o seu amadurecimento transmitido pela obra e, não importa o quão refinado se torne o seu paladar, nós terminamos o livro com a sensação de que jamais esqueceremos o nosso primeiro ovo frito.

site: https://www.instagram.com/p/CV07eFpvzKp/?utm_source=ig_web_copy_link
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Rauta 19/02/2022

Chocante
Mesmo após ver alguns vídeos sobre a obra ainda me vem uma certa "repulsa" da mesma.
Basicamente a obra fala sobre a relação de Elza (Fräulen) e como a sua profissão afeta os jovens da época. Neste momento, Carlos.
A "profissão" da governanta é algo que nos assunta de primeira instância, pois a mesma tem o trabalho de ensinar aos jovens o ato de amar... sim. Jovens. Amar. Uma governanta de 30 e poucos anos. Já deu pra entender, né?
O mais GRITANTE é o fato de que isso era algo normal à época, e o melhor são as críticas que o autor faz a essa sociedade que toma isso como lição de vida.
Tudo na obra é um duplo sentido assustador. Tanto o título, quanto a situação em que os personagens se submetem, quanto a personalidade dos mesmos.
Mas uma coisa que achei maravilhosa em que deixaram claro nessa edição em específico é: O AUTOR NÃO CONCORDA COM O QUE É APRESENTADO.
Aparece até mesmo um trecho escrito pelo próprio autor no final, citando inclusive outra obra, Pauliceia Desvairada: "[...] toda a gente se botou falando de Desvairismo se esquecendo da lição verdadeira do posfácio: aquela advertência de que o Desvairismo se acabara com o livro e nem eu mesmo continuava praticando-o."
Ou seja, o que é descrito na obra é uma crítica à sociedade da época. Ele não concorda com o que está escrito, mesmo que na época seja tratado como usual. Ele quer é ver o circo pegando fogo.
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Amanda Teles - Livro, Café e Poesia 03/02/2022

Na gramática AMAR precisa de complemento (quem ama, ama algo, alguém...), mas no amar poético só o amor basta. Eita que este livro já encanta no título.

Publicado há quase cem anos, Mário critica a hipocrisia social praticada abertamente mas nunca antes discutida. Com um tema polêmico para a época, onde pais tinham costume de pagar prostitutas para a iniciação da vida sexual de seus filhos, Mário choca a sociedade.

Este livro se torna tão importante que é através dele que se dá o início ao Modernismo no Brasil, onde mostra aspectos sociais e culturais do cotidiano.
Aqui ele fala sobre a subordinação da mulher na sociedade patriarcal, a hipocrisia da tradicional família brasileira,  o eixo Rio-São Paulo como tendo tudo de melhor e mais moderno do país...

Ler este livro é praticamente uma aula de história.

Comigo demorou um pouquinho pra engrenar a leitura pois os diálogos são poucos e as descrições são em excesso, aí cansei um pouco. Do meio pro final deu liga e fiquei bem curiosa.

Eu curti mas não amei, acho que a edição deixou a desejar, não gosto da gramatura desse papel (me dá alergia ?, mesmo sendo um livro recém comprado)
Mesmo assim valeu muito a leitura, e quero ler Macunaíma ?.

E tu, já lesse algo de Mário de Andrade?
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Moacir 19/01/2022

O amor
O que é o amor? É necessário ensiná-lo ou ele desperta-se? Fräulein diz que viera ensinar o amor sincero, elevado, sem loucuras; afastado do pessimismo filosófico; amor que, conforme Mário de Andrade, não se necessita ensinar, já que se descobre naturalmente com o tempo; o ensino somente o antecipa. Carlos aprende: o amor e os costumes da burguesia medíocre; e segue em frente sem pestanejar; ou melhor, faz uma pequena cena para mostrar sua indignação, que se dilui no minuto seguinte. E através da cotidianidade mesquinha e escravagista de uma família pequeno burguesa brasileira, o autor nos apresenta, entre outras, a sua versão da psicologia do amor e sua defesa da brasilidade, nos costumes e na linguagem.

Um bom livro para se conhecer no centenário da Semana de Arte Moderna.
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Bia_Gargel 11/01/2022

estranho...
Esse livro foi meio estranho pra mim, o conceito de literalmente pagar alguém para quebrar o coração do seu filho é bem esquisito.

Em algumas partes, eu senti que Mario divagava demais o que me entediava um pouco e me tirava da narrativa. Acredito que seu estilo de escrita não tenha combinado muito comigo.

No geral, foi uma leitura rápida e chocante.
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