Sinfonia em branco

Sinfonia em branco José Saramago
Adriana Lisboa




Resenhas - Sinfonia em Branco


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André Vedder 04/04/2024

Perfeita Sinfonia
"Sinfonia em Branco" não só atendeu minhas expectativas, como superou-as facilmente. Da autora já havia lido "Rakushisha", o qual gostei muito na época, mas aqui tudo beira a perfeição: a trama muito bem elaborada e amarrada com pitadas de mistério, pois acontecimentos nos são apresentados, mas não revelados inteiramente, muito menos nomeados. Juntamente com uma escrita fabulosa, prazerosa de ler, a qual passado e presente se misturam de forma que o leitor mergulhe de cabeça na narrativa.
Adriana Lisboa transforma aqui um conjunto de retalhos defeituosos, que permeiam seus personagens, em uma sinfonia perfeita. Defeituosa como a vida, mas também perfeita.

"Porque o amor dele seria talvez suficiente para dois, como um prato farto num restaurante. Suficiente para alimentar duas pessoas, um desejo em dobro capaz de arcar com o peso de dois destinos, inclusive, e irmaná-los."

"Seriam como dois inimigos que, ao fim da vida, se reconciliam na infelicidade."

"Nós somos os responsáveis pelo papel que as pessoas assumem em nossa vida. E as pessoas mudam, embora o significado que um dia tiveram não mude."
Ana Sá 04/04/2024minha estante
Faz tempo que estou pra ler... Mais uma resenha super positiva por aqui!


Brenda.Podanosqui 17/04/2024minha estante
Excelente sua resenha!!! Só aumentou meu interesse pelo livro




Marcus 07/03/2024

A moça de branco
A vida de duas irmãs, tão próximas e tão distintas, contada de três pontos de vista diferentes. A autora conta uma história de forma delicada, num crescente discreto, que não nos permite perceber a potência alcançada.
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Fabiene.Barbosa 10/12/2023

A história gira em torno da vida de duas irmãs, filhas de um fazendeiro, que têm sua inocência roubada. Enquanto uma é vítima de abuso por parte do pai, a outra acaba presenciando a cena. Com um quebra-cabeça temporal, a história se desenvolve mostrando todas as consequências que surgem após o ocorrido, a forma como toda uma família pode ser destruída. No entanto, anos depois, após idas e vindas, reviravoltas, as irmãs se reencontram e decidem que está na hora de superar o passado.

Adriana Lisboa consegue de uma maneira agridoce e poética tratar de assuntos extremamente pesados, além de dar voz às mulheres que são vítimas de abuso, mas acabam por serem silenciadas.
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Lorenna 29/10/2023

Esse é um livro que definitivamente tem uma história bem interessante.

Mas não funcionou pra mim.

Não funcionou por vários motivos. Por exemplo, a coisa que mais me incomodou é o fato de que os elementos e personagens da história só foram desenvolvidos e existiram na medida em que eles serviram para a história e para a transmissão de um discurso da autora. Além disso, acho que tiveram vários "COMO isso e isso" fora de hora, umas metáforas meio bregas, sinceramente. E, em alguns acontecimentos da história, eu me peguei pensando "pra que isso serve?", porque se você trocasse por outra coisa funcionaria da mesma forma - e eu falo isso de acontecimentos e características chave de personagens, ou seja, coisas da qual você lê desde o primeiro capítulo que não têm relevância alguma, não acrescentam em nada na complexidade dos relacionamentos e nem na personalidade dos envolvidos.

Porém, eu percebo que em tudo que a autora errou, houve uma tentativa de acerto e eu valorizo isso, com certeza, ainda mais quando é tão comum a existência de autores que só reúnem o que "tá em alta" e produzem um livro extremamente objetificado, meio Frankenstein da moda, para vender. Então, reconheço e aceito que seja algo que agrade várias pessoas, mas não consegui aproveitá-lo, pois vi problemas do início ao fim da minha leitura.
Alê | @alexandrejjr 16/11/2023minha estante
Mas quais problemas? De desenvolvimento? De personagens? O quê exatamente?




Ana Santos 21/10/2023

Vou falar nada não, só que fiquei chateada pela escritora não dar continuidade mais um pouco na história. Queria saber como as irmãs ficariam e o casamento de Maria Inês e tals.
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Cilene.Resende 17/08/2023

O infinito pode morrer em um segundo
A maestria de narrar com palavras belas as mais cruéis situações humanas é das coisas que mais me atraem numa leitura. E esse livro é rico em suavizar, em te preparar para contar o absurdo. Adriana acarinha o leitor como nos pegasse pela mão e dissesse: vem por aqui que você vai entender.
O enredo traz uma história familiar com mulheres tristes, com alguns homens desprezíveis, outros fúteis, com pessoas desiludidas, com infâncias inocentes sendo destruídas por incesto, estupro, assassinato.
Pode ser lindo de ler, mas é dolorido demais o imaginar.
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Maris 07/08/2023

Um livro cor de barro e cinza de frio
"Nós somos os responsáveis pelo papel que as pessoas assumem em nossa vida. E as pessoas mudam, embora o significado que um dia tiveram não mude."

Escrita delicada até para capítulos mais pesados. O silêncio é trabalhado nos personagens como uma característica do livro, dando uma sensação de nó na garganta até o final da leitura.
Muito bom.
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Josana.Bispo 30/07/2023

Nada é fácil. De forma alguma. Porém, se é verdade que o tempo é imóvel (e apenas as criaturas passam), tudo o que pode importar está germinando no momento presente. Não com o intuito de florescer ou frutificar, mas tão somente para germinar. Para ser semente. Para dizer agora ? o que, desse modo, vem ser apenas outra maneira de dizer: sempre.
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Marilia 17/07/2023

Eis um livro vendaval
Nada fica no lugar depois de Sinfonia em Branco. Nada.

Termino essa leitura com um nó na garganta, refletindo sobre a riqueza de um agora em paz, que me permite passar pelo tempo imóvel. E junto com a minha noção de sorte, me pego pensando nos instantes que marcam a vida e que transformam o futuro em um irremediável ?depois de tudo?.

Foi um livro descoberto tão, mas tão ao acaso, que o recebo como um presente. Um lindo e doloroso presente que deixa tatuada na memória a história de Clarice e Maria Inês.

Tem livros que provocam sensações físicas. Esse é um deles, mas não se iluda esperando alegria. Um livro 10/10 raramente se constrói à base de sorrisos. Eu senti repulsa, senti tristeza, senti desamparo e senti uma compaixão sem tamanho por muitos dos personagens.

Me resta agora digerir tudo isso e festejar essa obra grandiosa de Adriana Lisboa, de quem eu nada tinha lido e a quem hoje reverencio e admiro.

É um favorito em destaque na estante.

Leia, por favor. Leia.
Alê | @alexandrejjr 17/07/2023minha estante
É uma história formidável, contada de uma maneira realmente única. Uma das felicidades de ler um livro é encontrar, em outros leitores, a criação de uma conexão. E a Adriana Lisboa fez isso conosco, Marília. De agora em diante, "Sinfonia em branco" é esse nosso ponto de de convergência, é o ponto onde a literatura acontece, de fato.


Marilia 19/07/2023minha estante
Que bonito, Alê! É um livro inesquecível. Fico feliz em compartilharmos essa riqueza!


Carolina.Gomes 24/07/2023minha estante
Ganhei de uma amiga querida. Pretendo ler em breve.


Marilia 24/07/2023minha estante
Espero que a tua experiência seja tão boa quanto foi a minha, Carol!




ANA 23/04/2023

A história foi assim.
Voou como uma borboleta perto de mim um comentário sobre Sinfonia em Branco. Meio na contramão de mim mesma, fui querer saber mais. Livro brasileiro, premiado, já tem alguns anos e eu não conhecia. Mas não foi só isso que me chamou. Curiosamente quase todas as resenhas traziam o mesmo adjetivo: elegante. Esta capa é bem elegante também.
E foi isso que me provocou: como um livro sobre o mais indigesto abuso pode ser elegante? Não parecia possível, não sei se é. Mas pra mim faltaram palavras.
Palavras que sobraram para a Adriana Lisboa.
O fato é que os abusos mais agressivos são também os mais silenciosos. E ela conseguiu construir o silêncio com palavras. Frases delicadas para um tema destruidor. Este livro provoca sensações físicas (no meu caso, bem intensas), por isso não sei se pode ser recomendado indiscriminadamente. Para amantes de literatura, não para todos os amantes de livros.
Que texto bem feito (perfeito).
Para ser apreciado (digerido) linha a linha. Inédito, intenso (sem pressa).
Que bom conhecer mais esta bela voz (feminina) do Brasil.
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Monique | @moniqueeoslivros 25/01/2023

Sinfonia em Branco
{Leitura 01/2023 - ?? Brasil}
Sinfonia em Branco - Adriana Lisboa
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"O tempo é imóvel, mas as criaturas passam." Talvez essa seja a frase que melhor traduz o romance de Adriana Lisboa. Ela aparece várias vezes no decorrer da narrativa, intercalada nas vozes dos personagens principais.
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A história gira em torno de duas irmãs muito diferentes, Clarice e Maria Inês, e de Tomás, amigo das duas e amante de uma delas. De uma forma não-linear, conhecemos a infância dessas meninas, sua família, e um grande segredo mantido em silêncio por elas até a idade adulta.
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Desde a infância em Jabuticabais e a escola no Rio de Janeiro até os dias atuais, com um reencontro entre os três depois de dez anos, Adriana Lisboa transita pelo texto dando grandes saltos no tempo, para frente e para trás. E somos fisgados já de início por uma história que, em tese, ainda nem começou.
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Com uma linguagem muito poética, é como se de fato os personagens passassem pelo texto, tanto no sentido temporal da narrativa, quanto no sentido da linguagem, em que um personagem toma emprestado as palavras do outro. De fato, o tempo é imóvel, e as criaturas transitam por ele.
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Também vale destacar o título: Sinfonia em Branco é um quadro de Whistler, lembrado por Tomás desde a primeira vez que ele viu Maria Inês. Mas além disso, pode ser também os sons desses três personagens juntos, tentando recomeçar de alguma forma, numa nova página em branco. É daqueles livros que reverberam por muito tempo depois da leitura. Sensacional.
Alê | @alexandrejjr 25/01/2023minha estante
Olha... meu coraçãozinho dá um sorriso a cada vez que eu puder ler as impressões de alguém que eu estimo muito como leitora, principalmente se for sobre um dos livros marcantes da minha trajetória como leitor. Obrigado por compartilhar comigo e com todos os outros usuários do Skoob as tuas impressões, Monique. ?


Monique | @moniqueeoslivros 26/01/2023minha estante
Esse livro é mesmo uma grande leitura. Eu fiquei feliz demais com teu comentário. Obrigada!




semgrasi 14/09/2022

Íntimo e significante.
esse livro é 10/10 desmascara todo o silenciamento da nossa sociedade patriarcal. que leitura incrível. não linear. enredo forte e sensível. a capa é linda. quanto de silêncio cabe em uma mulher?
?O tempo é imóvel, mas as criaturas passam.?
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Alê | @alexandrejjr 04/09/2022

Sob as frestas do silêncio

De quantas maneiras o silêncio cabe em palavras?

Se depender de Adriana Lisboa, muitas. “Sinfonia em branco”, romance formidável lançado em 2001, apresenta aos leitores uma tragédia familiar inesquecível. Em pouco mais de 300 páginas, Adriana faz das palavras, esses seres abstratos que alimentam a imaginação, uma experiência intransferível.

Clarice e Maria Inês. Mais do que irmãs e personagens, elas são os fios condutores desta história. É através delas e de uma narração de beleza ímpar que nós, leitores, temos a oportunidade de sentir. Sim, sentir, pois é impossível não ser atravessado por sentimentos da mais tenra humanidade a cada novo capítulo. Não há possibilidade de inércia emocional para quem pegar este livro.

Possibilidades. Sim, esse é um dos temas que perpassam a narrativa de “Sinfonia em branco”, que se dá em dois planos, um no passado e um no presente. Mas o tempo é um espelho, e devemos cuidar do reflexo. Nesta história, por exemplo, ele fere, marca, atormenta. E com uma maestria peculiar, Adriana Lisboa conduz a tragédia de sua narrativa através do silêncio. Ou melhor: sob as frestas que o silêncio produz. Afinal, o acontecimento chave do romance - o abuso sexual de uma das irmãs pelo pai - é construído aos poucos, com pequenas pistas até ser revelado por completo, desnudado em sua natureza inconcebível. Todos os desdobramentos, todos os segredos, são consequências dele.

Há muito a se destacar em “Sinfonia em branco”. A linguagem? Impecável em sua proposta de aparente simplicidade, que na verdade deve ter sido arduamente trabalhada para que se chegasse em tal resultado, como de costume em escritores muito acima da média. A construção das personagens? Impressionante, como se pudéssemos sentir os cortes no pulso de Clarice ou o peso abstrato da culpa presente em Maria Inês ao carregar consigo o segredo de uma vida. Aliás, é difícil dizer que as personagens secundárias, como o pai das irmãs, Afonso Olímpio, o monstro comum que atormenta muitas casas no Brasil de sempre, ou Otacília, a também recorrente resignada mãe das meninas, sejam menores dentro do livro. Nem mesmo o apaixonado Tomás, peça importante da ligação final entre as irmãs, e o indiferente João Miguel, marido de uma delas, são esquecidos. Adriana Lisboa faz de suas personagens alicerces de uma narrativa que, através de uma natural poesia em prosa, encanta os leitores.

Fica fácil entender, após terminada a leitura, por que “Sinfonia em branco”, segundo romance da escritora, foi vencedor do Prêmio Saramago em 2003. Livros deste porte, com a ambição de transcender a condição de histórias, são raridades cada vez mais difíceis de achar em um mundo repleto de narrativas. Narrativas que muitas vezes esquecem de mostrar a beleza que as palavras podem conter. Adriana Lisboa não. Através da densidade psicológica de suas personagens, marcadas por um trauma revoltante, e das metáforas que costuram o romance com delicadeza, olhar e sensibilidade únicos, Adriana faz de “Sinfonia em branco” muito mais que um livro. E dá aos seus leitores a oportunidade de exercer uma das qualidades mais essenciais - e em falta atualmente - que nos torna humanos: a alteridade, a possibilidade de estar no lugar do outro.
Carla Verçoza 04/09/2022minha estante
Parece ser um livro belíssimo!


Alê | @alexandrejjr 04/09/2022minha estante
Um dos mais bonitos que eu já li, Carla.


Karamaru 04/09/2022minha estante
Meu caro, que resenha! Fiquei doido pra ler. Parabéns!


Maria Luiza 05/09/2022minha estante
Por culpa sua, este livro entrou para os meus desejados. Parabéns pela belíssima resenha!


Alê | @alexandrejjr 05/09/2022minha estante
Essa culpa eu quero ter Maria Luiza! Pode botar na minha conta! Obrigado pelo comentário e pela leitura.


Ana Sá 06/09/2022minha estante
Sua resenha me motivou ainda mais a seguir com a minha lista do Prêmio Saramago... Fiquei ansiosa por esta leitura!


Alê | @alexandrejjr 06/09/2022minha estante
Ana, agradeço a leitura e a gentileza do comentário. Vi que tu estás lendo "Os Malaquias". Confesso que, depois de ter lido esse romance da Adriana, minhas expectativas aumentaram para esse livro da Andréa del Fuego.


Pandora 13/10/2022minha estante
Ótima resenha! Faz anos que quero ler esse livro; este ano não consegui, mas no próximo com certeza.




Bárbara 29/08/2022

Que livro
Peguei no livro e larguei por duas tentativas, por que me falaram muito bem dele. Resolvi da uma chance e sucesso!!!!
Mto bom
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