Quatro soldados

Quatro soldados Samir Machado de Machado
Samir Machado de Machado




Resenhas - Quatro Soldados


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Wes 03/07/2020

Eu amo tanto a escrita do Samir. Parece que ele transporta a gente pra sua dimensão através da escrita. Parecia realmente que eu tava em 1700, até no jeito de falar da época. A história dos quatros soldados que de início eu pensei serem contos, é mais uma história de como os portugueses foram descobrindo um novo mundo costurando através do Brasil.
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Gu Vaz 09/05/2020

Deslumbrante
Os livros do machado tem essa atmosfera melancólica e cheia de reflexões marcantes, com um humor ácido e extremamente delicioso, personagens fascinantes e com características tão distintas, elucidações, questionamentos, contemplações, cismas; tudo tão humano que te desespera e te deixa ansiando por tais personagens, virando as páginas com ganância por mais e mais. Misturando acontecimentos históricos numa ficção fantástica, utiliza um ambiente aparentemente trivial e o eleva ao mitológico de forma muito crível, desdobrando a história da forma como uma espada afiada é forjada.
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Biblioteca Álvaro Guerra 05/04/2018

Nos últimos anos da guerra contra índios e jesuítas, quatro jovens têm seus caminhos entrelaçados. Um alferes que, ainda adolescente, recebe seu primeiro comando; um rígido e melancólico capitão de cavalaria, um desertor que vive do contrabando de livros e um tenente de motivações sempre ambíguas. Em comum, possuem a mesma inquietação com o papel que lhes é destinado no mundo, enquanto vão e vêm no espaço mítico e nebuloso da fronteira brasileira no século XVIII. Entre labirintos perdidos e viagens subterrâneas, entre o Iluminismo e o Terremoto de Lisboa, nenhum deles, nem mesmo o narrador, consegue passar incólumes. Talvez nem mesmo você.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788532530721
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mr_reedies 04/03/2018

Bom
O Samir tem uma narrativa muito encantadora e meio que viciante, e melhor do que isso é que as suas histórias são muito bem elaboradas. A narrativa, aliada a essa criatividade, torna seus livros muito ricos - sim, "riqueza" é a palavra que vem à minha cabeça a cada capítulo concluído. Mas depois de ler Homens Elegantes, que é sensacional!, esse me pareceu muito simples. Não foi sempre que a minha atenção esteve 100% presa, e imagino que isso tenha acontecido porque minhas expectativas não estavam sendo atendidas. A riqueza de narrativa e o enredo bem elaborado (que em Homens Elegantes se mostra SUPER bem elaborado) ainda estão presentes, mas o formato da história é diferente e não me captou por inteiro. É um livro bom, mas muito aquém do que Homens Elegantes é.
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Ricardo Santos 27/12/2017

Ótimo casamento do erudito com o popular
Eu sempre quis ler um romance nacional como Quatro Soldados. Samir Machado de Machado mistura sem nenhuma cerimônia e com muita habilidade referências da chamada alta literatura a outras do puro entretenimento. Assim, ele cria uma obra híbrida e muito particular. Tem trama interessante? Tem. Tem protagonistas bem desenvolvidos? Tem. Tem worldbuilding e sense of wonder convincentes? Tem. O texto tem apuro literário? Tem. O romance é episódico. Aventuras passadas num Brasil do século 18 fantástico e brutal. Na verdade, outra delícia do livro é sua autoconsciência irônica, como um bom romance pós-moderno. Parece chato dizendo isso. Pelo contrário. É divertido, sem perder a lucidez, a elegância. Tem seus problemas: falta de personagens femininas de fato relevantes, uma sensação de obra incompleta, conclusão insatisfatória do arco de alguns protagonistas. Quatro Soldados mostra um Brasil mítico para falar sobre o absurdo da realidade, com ecos no país de hoje. Não bastasse o texto cativante, o projeto gráfico da edição em papel é um luxo só.
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Luiza.Thereza 27/10/2017

Quatro Soldados
Uma palavra define o antes, o durante e o depois deste livro: empolgação! A espera por este livro foi longa e, confesso, cheia de palavras nada floreadas, mas valeu cada segundo da espera.

Lá pras bandas de 1750, as Coroas Portuguesa e Espanhola assinaram o Tratado de Madri e redefiniram as fronteiras a sudoeste do Brasil. O resultado disso foi um conflito militar que entre portugueses e índios guaranis armados pelos jesuítas espanhóis que atuavam na área.

É em 1754, nos últimos anos da guerra contra as Missões Jesuítas, que os caminhos de quatro soldados se cruzam em quatro novelas que, apesar de não serem exatamente sequenciais, estão ligadas entre si por denominadores comuns que se revelam ao longo das tramas, e que juntas apresentam traços difíceis de se ignorar (ou impossíveis de não se reconhecer, caso a pessoa já tenha lido o maravilhoso Homens Elegantes).

Movidos de um lado a outro do Brasil de acordo com as vontades de um narrador apaixonado pelos prazeres da Literatura, os quatro soldados se envolvem em tramas fantásticas com labirintos misteriosos e criaturas da mitologia brasileira enquanto passam por momentos históricos horripilantes como o massacre indígena ocorrido no século XVIII.

A mistura entre o fantástico e o verídico que Samir constrói me conquistou há muito tempo, e não fiquei decepcionada com o que me foi oferecido desta vez. Adorei revisitar sua maneira quase brincalhona de narrar as seriedades da vida (e da morte) e, principalmente, adorei reencontrar conhecidos de tempos futuros.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2017/10/quatro-soldados-samir-machado-de-machado.html
Hercules 27/10/2017minha estante
Fiquei interessado Luiza.




Ítalo 30/08/2017

Aventuras no Brasil Colônia
É muito bem vinda uma mudança de ares em termos de ficção histórica, narrar uma aventura durante o século XVIII no Brasil.

Estamos tão acostumados a ler obras passadas na idade média européia ou na antiguidade que esquecemos a riqueza histórica, social e ambiental que é esse período da nossa própria história, que na época ainda era uma colônia disputada por duas grandes potências marítimas, constantemente visitada por vários povos e que abrigava uma imensa diversidade de culturas e etnias.

O autor Samir Machado de Machado tempera o texto com termos e pensamento da época, mas embalados numa estrutura mais moderna, com narrativa ágil e recheadas de easter eggs para o leitor moderno se divertir durante a prazerosa leitura.

Uma aventura escapista, mas com elementos suficientes para sairmos enriquecidos ao final da experiência.

Recomendo a todos.
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raposisses 13/12/2016

Um livro de surpresas
Quatro Soldados chegou em minhas mãos por meio de vários equívocos. Primeiro, pensei que – como o título do livro sugeria – seria uma história “de cavalaria”, sobre o exército. Não sou exatamente a maior fã desse gênero, então deixei o livro de lado. Depois, pessoas que já tinham lido Quatro Soldados me ofereceram suas opiniões: apesar de ter soldados como protagonistas, o livro não é focado nesse ponto, mas sim coloca mais importância nos aspectos de realismo mágico e folclore brasileiro. Aí sim o livro despertou meu interesse: “realismo mágico” e “folclore” são as palavras mágicas para me fazer ler qualquer coisa. Logo, finalmente peguei Quatro Soldados para ler…

…e infelizmente, descobri que essas informações passadas a mim também não estavam certas: enquanto o livro apresenta sim esses dois aspectos, eles são mais detalhes do plano de fundo, não chegam nem perto de ser o foco principal do livro. Em um primeiro momento eu até pensei em ficar decepcionada, se não fosse por um porém: sim, Quatro Soldados não é sobre realismo mágico, ou folclore brasileiro, ou a vida de soldados, ou o exército português em um Brasil colônia. Mas é sobre algo tão interessante quanto: Quatro Soldados é sobre a história.

Falando assim parece uma coisa meio vaga, meio “trabalho inventado no último minuto”, mas é isso mesmo: Quatro Soldados é sobre contar histórias, e ouví-las. Não importa se é uma história real ou fictícia, não importa se a história está sendo passado oralmente ou por escrita… ela sempre mudará vidas. Há um ótimo uso de justaposição do oral vs escrito no livro, com os personagens de pano de fundo – os moradores das vilas, os trabalhadores dos casarões – sendo todos afetados por histórias orais no decorrer do livro; seja por meio de folclore, lendas urbanas, superstições, ou fofocas. Já os personagens principais – homens da elite e, portanto, letrados – são afetados, principalmente, pela palavra escrita.

Essa justaposição não é o grande foco do livro, mas foi um detalhe que me agradou bastante – e não me oporia a um futuro livro do autor com esse tema principal. Mas em Quatro Soldados, os personagens secundários são apenas isso: secundários. Logo, apesar da “população geral” afetada por histórias orais servir como um ótimo ponto de construção de mundo, é a relação dos personagens principais com a literatura que é o tema mais estudado no livro.

Quatro Soldados não tem uma narrativa contínua como a maioria dos romances; o livro é na verdade uma coleção de quatro novelas, conectadas entre si pelos personagens e tempo/lugar em comum. Em cada uma das quatro histórias, os personagens discutem os méritos da leitura: a leitura de livros sobre “histórias irreais”, “apenas para entretenimento”, valeria mesmo a pena? Em certa cena na primeira novela, o personagem principal se encontra em uma biblioteca particular, à disposição de todos os livros já lançados em português, mas é proibido pelo dono da biblioteca de ler os livros de ficção, devendo ficar apenas na secção de não-ficção. “Há muitos males criados pelo Homem, contudo nenhum se iguala em vilezas a estes romances de ficção”. Já na terceira novela, uma esposa de mercador é julgada como surpreendentemente forte, algo que “aprendeu” com todos os romances trágicos que lê.

A distinção entre o “real” e “irreal” é um ponto de discussão ao longo de todo o livro – as missões designadas aos soldados em cada novela são justamente relacionadas a mistérios, monstros e lugares perdidos que “não podem ser reais” -, e as discussões literárias espalhadas pelo livro são quase uma espécie de “base teórica” para a “experiência prática” das missões. Essa discussão é desenvolvida até a credibilidade do próprio livro Quatro Soldados ser posta em questão; afinal, o livro é narrado por um narrador misterioso que conversa diretamente com o leitor, e em certo momento do livro o leitor é obrigado a levantar a dúvida: seria tudo isso que lemos até agora acontecimentos reais (ou pelo menos reais para o mundo dos personagens), ou apenas divagações do narrador?

Quatro Soldados é o primeiro romance do autor – Samir Machado já organizou coletâneas, e escreveu uma novela, mas Quatro Soldados é seu primeiro livro -, e um livro interessantíssimo de ser analisado. É um livro ambientado no Brasil colônia, e em sua superfície é apenas uma coleção de quatro novelas de aventura e mistério; mas em meio à ação, o autor faz um comentário extremamente engajado sobre temas atuais. Nessa resenha falei só sobre literatura e a questão do real vs irreal, que foram realmente os temas mais desenvolvidos do livro, mas pode-se ainda oferecer comentários sobre diversos outros temas, desde política até religião, passando por sexualidade e preconceitos. E se não bastasse a riqueza temática, é tudo amarrado por uma escrita encantadora. Samir Machado é certamente um autor para ser acompanhado, e mal posso esperar para ler seu segundo livro, Homens Elegantes.

site: raposisses.wordpress.com
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Aguinaldo 22/10/2013

quatro soldados
"Quatro soldados" é um romance que enfeixa quatro histórias que até poderiam se defender sozinhas, mas que ficam bem juntas. Samir Machado de Machado oferece narrativas que são difíceis de classificar, pois há em todas elas algo de romance policial, deduções detetivescas, episódios de horror, aventura e história. De qualquer forma nelas encontramos entretenimento honesto, que lemos descompromissados, com puro deleite. Samir deve ter investido um bom tempo em pesquisas para dar verossimilhança ao livro, mas o que há de factual nele não o torna um romance histórico aborrecido, antes o contrário, pois sua narrativa está repleta de jogos eruditos, citações (algumas literárias, outras contemporâneas, num flerte com o anacronismo do qual ele acaba se safando bem), além de genuínas invenções, que tem algo de amalucadas, mas que se encaixam realmente muito bem entre si. Os quatro soldados do título são todos jovens oficiais da cavalaria do império português em terras da América do Sul: Licurgo, Antônio Coluna, Silvério e sujeito conhecido como Andaluz (pela ordem: um alferes, um capitão, um tenente e um desertor). As histórias acontecem nos anos seguintes ao Tratado de Madrid e da guerra guaranítica, em meados dos anos 1750. O narrador é um dos quatro jovens (eu até gostaria de explicitar qual deles é, mas aí este registro de leitura estragaria algo do prazer dos eventuais futuros leitores dele). As histórias em si são movimentadas. Na primeira deles ("mas para trazer a espada") Licurgo tem pouco mais de 16 anos, descobre e é aprisionado numa espécie de labirinto perdido no campo gaúcho, na região de Rio Pardo, de onde é resgatado por Coluna. O ritmo segue o manual de uma "a jornada do herói" clássica. Em algum momento descobrimos uma antiga relação que existe entre Licurgo e Coluna. Na segunda parte (tudo o que alvoroça a quietude das coisas) Licurgo já tem 18 anos e é designado para uma missão na região de Laguna. Lá conhece Andaluz, um sujeito muito sofisticado, leitor prolífico e contrabandista de livros (numa época onde o acesso aos livros era controlado com rigor pelo poder português). Na terceira parte (a escuridão secreta do coração da terra) Antônio Coluna é designado para fazer a segurança de uma família de estancieiros que pretendem se fixar na região sul do pampa gaúcho. O grupo é emboscado por um habilidoso sujeito, Silvério, que tenta fazer com que os ataques sejam atribuídos aos índios da região. Na última história (a vila das cabeças cortadas) encontramos novamente o Andaluz, envolvido na investigação da morte de um padre visitador, na região de Laguna. Durante a investigação ele conhece Silvério, cuja montaria desapareceu no mesmo dia em que o padre foi morto. Os dois trabalham juntos algo a contragosto, mas conseguem descobrir as circunstâncias da morte do padre. As quatro histórias falam um bocado dos hábitos de leitura dos personagens (e, com alguma liberdade, dos brasileiros daquele tempo), sobre a gastronomia daqueles dias e do senso de honra daquelas pessoas. Samir toma bastante cuidado com o acerto dos registros de fala dos personagens. A edição é bem feita, cheia de detalhes, inclusive usando uma família tipográfica digital que remete a um folheto impresso em meados dos anos 1740, quando não era permitido a instalação de tipografias no Brasil. A fonte é conhecida como Isidora, o nome do impressor do tal folheto. Samir conta algo disto no blog sobrecapas (há outros curiosos comentários sobre o livro em posts do blog do samir). Certamente esses quatro personagens poderiam continuar suas aventuras vezes sem fim, como um quarteto de heróis gaudérios do século XVIII, mas isso só seu criador saberia dizer. Enfim, bom livro, divertido.
[início: 29/08/2013 - fim: 01/09/2013]
"Quatro Soldados", Samir Machado de Machado, Porto Alegre: editora Não-Editora, 1a. edição (2013), brochura 14x21 cm., 320 págs., ISBN: 978-85-61-249-47-2
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