Jeh Diário dos Livros 23/12/2021
A Corte de Luz
A Corte de Luz tem uma premissa bacana, um desenvolvimento até interessante, mas faltou um certo ‘tempero’ no livro para ele ser melhor.
Richelle sempre teve uma boa mão para escrever personagens, e nesse livro as coisas não mudaram, gostei dos personagens apresentados, achei interessante a trama, as culturas e mitologias que a autora criou, mas o foco do livro peca em certos pontos infelizmente. Quando lemos a sinopse da história, esperamos uma fantasia bem encantadora, esperamos conhecer mais e mais a Corte e como tudo funciona e até ai a autora detalha bem, mas não foca exatamente no que achamos que ia focar.
De inicio achei que a corte ia ser mais explorada, teríamos mais cenas da aulas, das provas e tudo mais, mas logo as cenas vão se desvanecendo e focando logo na chegada do novo continente e lá que era para ser um lugar encantador como era tão prometido, não tem nada de diferente, pelo contrário, achei o continente bem sem sal, não vendo aquele brilho que era prometido no início.
As mitologias, culturas e religiões são bem exploradas no livro e Richelle faz questão de apresentar bastante fatos, e se você não ficar esperto pode até ser meio confuso durante a leitura. E esse foi um ponto bem forte no livro, mas que no final não fez diferença nenhuma. Achei tão trabalhado a questão das religiões e culturas que achei que teríamos uma reviravolta na história com esses pontos, mas infelizmente foi um pouco frustrante ver tanto trabalho não ter um propósito mais interessante.
Adelaide, ou Elizabeth é uma personagem cativante, com seus argumentos e sua própria opinião, mas não passa disso, por ela ser uma Condessa é difícil de inicio ela se acostumar com certos detalhes simples, mas logo vamos vendo ela ter certo crescimento durante a leitura. Não é uma personagem inovadora, pelo contrário é bem comum das mocinhas dos romances de época que lemos e isso acabou me deixando um pouco decepcionada, pois Richelle sempre cria personagens femininas bem empoderadas e esperava algo diferente em Adelaide, mas mesmo assim é fácil gostar dela.
Cedric, foi um personagem que eu gostei, mas com ressalvas, já que é um personagem masculino bem apagado para ser um dos protagonistas. O romance criado entre os personagens é interessante, chegou a me convencer, mas não encontrei aquele amor avassalador que esperava encontrar.
Mira e Tansin foram personagens secundárias que fizeram uma certa diferença no livro, deixando a história fluir melhor com suas personalidades distintas. Mas o mistério que a autora criou para cada personagem não foi exposto e isso acabou me frustrando em certos pontos, pois queríamos entender melhor as personagens e esse enigma nos deixou sem entender diversas coisas.
O desenvolvimento e a resolução da história foi boa, nada inovador ou impactante e apesar de ser uma trilogia, o final foi fechado finalizando a história de Adelaide. A diagramação da editora está muito bem feita, encontrei alguns errinhos durante a leitura, mas nada que atrapalhasse.
Finalizando essa resenha, posso dizer que A Corte de Luz poderia ser considerado muito bem um romance de época em vez de uma fantasia, já que não temos elementos fantásticos na história e o desenvolvimento não tem reviravoltas como lemos em fantasias. É uma história diferente, mas nada inovadora. Vale a pena para conhecer um pouco mais das religiões e culturas que a autora inseriu na história, mas não espere um livro cheio de aventuras ou um plot-twist, pelo contrário, o livro é bem padrão romance de época mesmo.
Recomendo a leitura, apesar de algumas ressalvas.
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