Leviathan

Leviathan Scott Westerfeld




Resenhas - Leviathan


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Aa 12/03/2012

Steampunk de qualidade
Príncipe Aleksandar, filho de Ferdinando, tem que fugir no meio da noite acompanhado apenas de quatro de seus súditos. Órfão, sem lar e se descobrindo peça central de uma guerra que ele não entende, o mundo parece não poder piorar para o rapaz. Enquanto isso, na Inglaterra, Derwyn Spark se disfarça de menino para poder entrar na Aeronáutica; consegue, e numa sequência de coincidências, acaba por embarcar no Leviathan do título, também sendo arrastada para a guerra que se inicia.

O mundo de Leviathan guarda muitas semelhanças com o nosso, com os países divididos entre os Aliados (Inglaterra, França e Rússia) e os Impérios Centrais (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Império Otomano). Mas aí também surgem as diferenças, que tornam a história interessante: o mundo se divide entre Clankers e Darwinistas. Os Clankers, que equivaleriam aos Impérios Centrais, usam máquinas e robôs sofisticados, enquanto os Darwinistas utilizam animais geneticamente modificados, às vezes combinados com equipamentos mecânicos. Absurdo? Nem tanto: o livro fornece explicações para tudo que surge, desde as aberrações Darwinistas até os gigantescos tanques aracnídeos dos Clankers.

O livro é um claro best-seller: o autor se utiliza de todos os truques existentes para prender a tenção do leitor. Quem está acostumado com o estilo não se surpreende uma única vez, e pode se sentir incomodado pelos abundantes clichês. A obra é para adolescentes, mas isso não é desculpa. Esses problemas, no entanto, não fazem o livro perder seu charme steampunk, e a história se seguraria mesmo que o autor não estivesse tão interessado em prender o público: o livro tem seus méritos, talvez o maior deles sendo a temática bem elaborada em torno da história da Primeira Guerra, combinando elementos ao mesmo tempo antiquados e futurísticos, num caldeirão mais de possibilidades que de acontecimentos reais. Quem sabe o livro não leve alguns dos seus jovens leitores a se interessar por História? Além disso, Leviathan conta ainda com as incríveis ilustrações de Keith Thompson, que ajudam a dar cor e forma ao mundo de Westerfeld.
Jacqueline 05/10/2012minha estante
o livro tem romance????




Coruja 04/04/2011

O ano é 1914. Na noite de 28 de junho, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, e sua esposa Sophie, são envenenados durante uma visita que faziam à Sérvia.

A Áustria declara guerra à Sérvia. A Alemanha se junta ao império. A Sérvia faz parte da aliança de povos eslavos, de forma que a Rússia vem em seu socorro. A Alemanha declara guerra à Rússia. A França, que tem um tratado com os russos, entra no conflito. Um por um, os países europeus vão se metendo na história, até que todos estejam mergulhados naquela que conhecemos como a Primeira Guerra Mundial.

O irônico de tudo isso é que a desculpa para começá-la foi a morte de um pacifista.

Quem aí se lembra das lições de História deve ter percebido qualquer coisa meio discordante nessa introdução. Afinal de contas, o arquiduque e sua esposa morreram baleados naquela tarde de verão que impulsionaria a Europa no conflito mais sangrento de sua memória - sempre nos impressionamos com os números do Holocausto, mas a verdade é que a Primeira Guerra foi muito mais traumática para o continente europeu como um todo.

Deixemos, contudo, as trincheiras para outro dia. Hoje vamos falar de realidades históricas alternativas e "Clankers" versus "Darwinistas".

A morte do arquiduque é apenas o início dos eventos narrados em Leviathan, de Scott Westerfeld. No mundo alternativo do livro, a divisão que levou à guerra tem raízes ainda mais profundas que afinidades étnicas e tratados diplomáticos: de um lado estão os 'clankers', cujo desenvolvimento é fundamentado na tecnologia mecânica; de outro, estão os 'darwinistas', cujas máquinas foram trocadas por poderosas bestas geneticamentes modificadas, das quais o Leviathan do título é um exemplo - um 'avião' de combate que tem a aparência de uma baleia (é uma baleia... e mais um zilhão de criaturas) que flutua graças a um complicado sistema de propulsão a hidrogênio.

Existe assim uma discussão bem interessante no livro - ainda que não muito aprofundada - sobre a idéia de desenvolvimento e tecnologia: metal ou carne? Os clankers acreditam que os darwinistas estão brincando de Deus, que suas bestas são amaldiçoadas, sem alma, que tudo aquilo é uma depravação sem limites do poder divino de criação. Os darwinistas, por outro lado, observam que usando seus animais geneticamente modificados, eles conseguem manter um desenvolvimento totalmente auto-sustentável (fiquei de queixo caído com a explicação do funcionamento do Leviathan, que envolve um inteiro ecossistema complementar) e sem poluição.

Esse debate, contudo, não é levado bastante a fundo - não sei se por causa do público para o qual o livro é voltado, se pela idade dos protagonistas (tanto Alek quanto Deryn não têm mais de dezesseis anos) ou se pelo fato de esse ser apenas o primeiro livro da trilogia - mas está lá, implícito.

Leviathan é contado sob dois pontos de vista. O primeiro é o do príncipe Aleksander, filho do arquiduque assassinado, que precisa fugir da Áustria logo ao início da história para não ser ele mesmo eliminado da linha sucessória. O segundo é de Deryn Sharp, uma escocesa que ama voar e que para realizar seu sonho de estar acima das nuvens, se disfarça de homem e entra para a Força Aérea a bordo do Leviathan (e passa o tempo inteiro praguejando, porque, aparentemente, é só isso que garotos fazem...).

De uma forma ou de outra, ambos têm o potencial para mudar o rumo do conflito que começa a se configurar nesse livro - ainda que não tenham consciência disso a princípio; os dois sofrem de uma ingenuidade quase desesperadora. Claro que seus caminhos acabarão por se cruzar - para melhor ou pior - e, diante dos acontecimentos que se sucedem, mais cedo ou mais tarde, serão forçados a amadurecer.

Westerfeld já é razoavelmente conhecido e celebrado aqui no Brasil por conta de outras séries. Não li nenhuma delas ainda - Leviathan foi o primeiro livro do autor com que tive contato, e gostei bastante do estilo dele. Com sorte, ainda veremos esse livro também em português; será um livro que recomendarei a um monte de gente...

Só para fazer inveja... minha edição é em hardcover, linda, linda... Quando comprei, no final do ano passado, ela estava em promoção, mais barata que a versão em brochura.

Além do enredo, que é bem amarrado e desenvolvido, e dos personagens cativantes (posso montar um fã-clube para o Conde Volger? Aposto que se a Régis ler esse livro, vai lembrar do Jarno e se juntará a mim!), as ilustrações de Keith Thompson são de encher os olhos - e ajudam a nos ambientar melhor na história.

Como já disse antes, o livro é o primeiro de uma trilogia, composta ainda de Behemot e Goliath, este último com publicação prevista para setembro desse ano.

A despeito da minha reticência com continuações nos últimos tempos, farei absoluta questão de ler essa história até o final. Afinal, como todo mundo que acompanha o Coruja sabe, sou louquinha por História Alternativa, Dimensões Paralelas e coisas do tipo. E Leviathan é um prato cheio com todos os detalhes que gosto numa história.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Bárbara Morais 11/12/2010

Bom!
É um ótimo livro para quem gosta de história e ficção científica. Ele brinca com o passado e o futuro, entrelaçando-os de uma forma muito interessante e mostrando de forma didática como relações geopolíticas funcionam.
É!
Apesar disso, os personagens parecem ter menos idade do que eles deveriam (mais a Deryn), por seu entusiasmo e tudo o mais.
Apesar de ser classificado como Jovem Adulto, essa primeira parte da série está mais para juvenil por seu vigor e empolgação na narrativa.
Eu adorei. Me diverti muito, de verdade!
Não vejo a hora de ler Behemoth
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