A corrupção da inteligência

A corrupção da inteligência Flávio Gordon




Resenhas - A Corrupção da Inteligência


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Mauricio186 15/09/2017

Terra arrasada
O texto me pareceu um pouco prolixo, especialmente no início, e sem muita preocupação com uma estrutura geral, um encadeamento bem planejado - os assuntos vão se sucedendo sem muito rigor. Porém, no que mais importa (seus argumentos) o livro é simplesmente brilhante, além de temperado com tiradas que logo se tornarão clássicas. Um leitor esquerdista vai se sentir numa sala do DOI/CODE, sendo torturado por afogamento, sem tempo de respirar entre argumentos e fatos demolidores. Lembrei o tempo todo dos meus anos de UERJ, e minha memória confirmava cada página. Leitura obrigatória.
Cristiano.Santos 23/05/2020minha estante
Estou relendo e vendo o quanto esse livro esclarece a nossa situação com muita precisão.


Mauricio186 19/06/2020minha estante
Legal, um dia vou relê-lo - quando começar a notar uma clara mudança desse cenário. Por hora, poucas novidades.


Loren 26/03/2021minha estante
Legal vou ler tbm.


Alê | @alexandrejjr 17/05/2022minha estante
Esse comentário sobre o livro é asqueroso, desrespeitoso e profundamente ofensivo. Inacreditável...


Ricardo.Costa 19/02/2024minha estante
Não achei prolixo. Talvez estejamos muito acostumados com a linguagem jornalística, seca e sem vida. Já com respeito à falta de encadeamento, isso talvez se explique pela natureza ensaística dos textos.




Marco 09/10/2017

"Lula e os Brasileiros".
A obra de Flávio Gordon é para realidade tupiniquim o que a série de palestras ministradas por Eric Voegelin, "Hitler e os Alemães" (condensadas em um livro) foi para o povo alemão. Qual seja: um esforço não só para explicar a insana realidade totalitária (ou "pós totalitária") corruptora na cultura brasileira, mas também exorcizar esse fechamento da alma, essa corrupção da inteligência dos indivíduos e das instituições que representam, que acabaram por permitir o arrasamento do que hoje é o Brasil pós-PT. Um país feio, violento, grotescamente corrupto e burro.
O autor mesmo admite com ironia que o título do livro deveria ser esse que coloco em minha resenha, pois busca - assim como Voegelin com o nacional socialismo - compreender (mediante um esforço anamnésico) como tudo isso foi possível. Como um ser medíocre como Lula e seus asseclas, sucedido ainda por uma mulher com claros problemas cognitivos e de dicção, alçaram e mantiveram o poder por 13 anos, ainda conseguindo encontrar sólidas trincheiras defensivas nos meios acadêmicos, intelectuais, midiáticos e de boa parte da população brasileira, mesmo com todos os escândalos de mensalões e petrolões, no maior casso de corrupção de um "regime democrático" em toda história do mundo ocidental.
Para isso, Gordon ressalta que utilizará de uma linguagem clara, sem floreios, onde os termos correspondem com a realidade e expressam o que realmente são. Para inteligências mais sensíveis que se ofendem com facilidade (ou fingem se ofender e passam a acreditar nisso), o autor pode até parecer, em alguns momentos, grosseiro e intransigente. Mas há de se esclarecer a necessidade da linguagem direta: é um processo de desintoxicação para o autor, assim como para aqueles que buscam um lastro de sanidade em meio ao asilo cultural em que vivemos. Isso ocorre, pois em regimes e culturas totalitárias, a linguagem passa a ser deturpada em prol de uma causa, sendo utilizada como um gatilho que ativa emoções não correspondentes ao real, podendo estas serem canalizadas e guiadas para um fim específico. É a "novalíngua" Orwelliana atuando de forma inconsciente no imaginário popular.
Exemplo: O fato de grupos feministas utilizaram-se de palavras como "o direito reprodutivo da mulher" para se referir ao aborto. Não precisa ser muito inteligente para perceber, que na realidade, o ato de abortar trata do exato oposto pretendido pela camuflagem do termo.
Em outro insight brilhante, Gordon cita Karl Kraus e sua constatação sobre a linguagem no terceiro Reich. Sendo o povo alemão dono de uma tradição marcial e militarista, Kraus percebeu que toda as metáforas advindas dessa mesma tradição ("deitar sal nas Feridas Abertas", "colocar a faca na garganta", "agir com punho firme") passaram por uma grotesca literalização. E, sendo o Brasil o país da piada pronta, com um povo tradicionalmente irreverente e brincalhão (a nossa amada "Zoeira"), um dos efeitos constatados e visíveis em toda essa insânia moderna, é o fato de se levar a sério o que era uma piada, o que era ridículo e absurdo.
Mediante o exposto, fica clara a necessidade de ser dar nome aos bois: Se Flávio chama Lula e outros intelectuais medíocres pelo que realmente são, não é de forma gratuita. O efeito é quase terapêutico, afinal, como ele mesmo diz, não há nenhuma virtude ou genialidade proveniente de Lula. O que chama a atenção são seus vícios. Suas "virtudes" alardeadas são frutos de um desejo mimético de projeção de nossa classe intelectual, parada no ano de 1968 e ainda ansiosa por uma revolução total.
Aqui o autor explicará de forma extremamente didática o caminho percorrido por nossa esquerda, engajada em uma vitoriosa guerra cultural pela hegemonia cultural absoluta, mediante o uso da estratégia gramsciana de poder, a fim de tornar o Partido um Príncipe Moderno, sempre correto, sempre representante do devir histórico e, portanto, último juíz de valores absolutos.Pode-se entender como o projeto petista de poder (utilizando-se da corrupção não como um fim [como se isso não fosse grave o suficiente], mas como um meio) subverteu e corrompeu todo espírito e moralidade em prol de uma causa, com a ajuda de seus intelectuais orgânicos.
O resultado é a catastrófica distância intransponível entre a elite intelectual do país e o povo que diz ela representar. Não à toa presenciamos esse comportamento trapalhão e perigoso de nossa classe falante, caracterizado por atos contraditórios em um misto de elitismo esnobe com o anseio de querer fazer parte E de ser o representante das classes mais pobres. Todo mundo já presenciou esse fenômeno até mesmo na sua forma micro-social: quem nunca viu nossos progressistas dispensarem um tratamento condescendente às classes mais pobres ou pertencentes à determinada minoria, como se estivessem se referindo a um deficiente mental ou doente terminal, ansiando por dirigir suas vontades atrás de um teclado. Isso até estarem estes de acordo com a pauta do Partido e sua Hegemonia. Caso desprendidos desses cacoetes, nossos progressistas não pensam duas vezes em tachá-los de burros, inimigos (fascistas) ou de trabalharem em prol das elites (sendo a elite nossa própria esquerda), mediante o uso da titularidade acadêmica.
O livro conta com uma imensa bibliografia e citações a fim de fundamentar o que defende o autor. E ele faz isso com maestria e de forma simples, explicando – quando necessário – as idéias que adquiriram concretude em nossa cultura e seus autores, como também as conseqüências destas para o panorama atual.
Prestes a concluir, devo dizer que “A Corrupção da Inteligência” trata-se de leitura obrigatória para o Brasil. Temos aqui um esforço intelectual genuíno de compreensão da falsificação da realidade por uma cultura totalitária, que se utiliza não da censura e da violência física (muitas vezes usa diretamente) como motor de um movimento de mentalidade revolucionária, mas sim a ocupação dos espaços públicos (universidades, jornais, televisão, cinema, música) a fim de moldar o imaginário brasileiro nos ditames do Partido Príncipe. Por isso, mesmo não sendo obrigatório para compreensão da obra, recomendaria também que antes fosse lido “Hitler e os Alemães” de Eric Voegelin. Como já dito anteriormente, Flávio Gordon é muito didático ao explicar idéias filosóficas e até mesmo História. Ocorre que a leitura anterior de Voegelin e sua obra podem abrir um vislumbre no que representa o livro de Gordon, uma vez que a imaginação moderna consegue compreender facilmente a monstruosidade que é o nazismo, mas não o projeto de poder em vias de um socialismo sul americano culminando com a homogeneidade e o esmagamento das consciências individuais de todo um povo.
Entendido isso e munido de uma cura quase terapêutica, o leitor poderá entender que tal estado de coisas é possível não apenas pelos seus agentes preponderantes e diretos (intelectuais conscientemente engajados com um mundo totalitário, políticos, militantes), mas também por pessoas comuns que pecam por omissão. A “descorrupção” da inteligência, da alma, do espírito de uma sociedade doente, deve então começar pela consciência individual de cada um. Só para citar um exemplo de um caso pessoal, recordo-me de quando o blogueiro e (intelectual orgânico) Leonardo Sakamoto escreveu um artigo afirmando que, “ostentação deveria ser crime”, dando a entender que aquele que comete latrocínio é levado a fazê-lo por ser uma vítima de classe, e, portanto o culpado é aquele que ostenta um carro, relógio, celular...
Essa publicação bateu um recorde de compartilhamentos no meu feed do facebook pelos meus amigos progressistas. Quando alguém tentava discordar, era sempre de forma respeitosa, querendo debater com ressalvas a tese ali exposta. Eu fiquei pasmo. Não precisa ser um gênio para perceber que aquilo era uma completa idiotice, e quem escreveu tal absurdo deveria ser relegado ao ostracismo jornalístico, e aquele que defende tal tese deveria tomar vergonha na cara. A mera hipótese da discussão séria dos temas expostos comprovou que tal atitude poderia um dia ser levada a sério pela nossa classe pensante. Observando isso e diversos casos semelhantes na minha vida, constatei o mesmo que Flávio Gordon: essas coisas acontecem, pois o indivíduo comum sente medo. Não o medo físico de tomar uma surra, ser morto, etc (e isso muitas vezes ocorre), mas sim aquele medo característico dos regimes totalitários, que chega a ser psicológico (e patológico). O medo não de ESTAR errado, mas sim de SER ERRADO. Medo de não ser bom, de ser mau diante dos olhos da cultura dominante e ser relegado ao isolamento físico e espiritual, que viola de forma brutal a consciência individual diante de um peso monstruoso e coletivo.
Portanto, repito: “A Corrupção da Inteligência” é leitura obrigatória. A limpeza da consciência se dá buscando compreender como tal estágio foi atingido e dando o devido nome aos bois.

Marc 08/11/2017minha estante
Muito bom. Esse está na minha lista de leitura. Excelente resenha.


Marco 15/11/2017minha estante
Agradeço o comentário, meu caro.




Cristiano.Santos 13/12/2017

ONDE ESTÁ A CRISE?

É a crise!

Eis uma das frases mais repetidas no momento, para justificar falta de dinheiro.

A questão é: o problema é só falta de dinheiro?

Quando se fala em corrupção, automaticamente associa na mente de boa parte das pessoas política e economia, como se fosse um mal encontrado apenas neste meio. Política soa como sinônimo de corrupção, onde vale tudo para chegar ao poder. Porém, poder significa dinheiro multiplicado por dois e, claro, safadeza é roubar, desviar, superfaturar... Em todas as causas do mal, está lá o famigerado dinheiro. Afinal, sem dinheiro não se vive. Inclusive, até a morte custa dinheiro!

O grande general francês Charles de Gaulle indicava três elementos que formam uma nação: a religião, a alta cultura e o idioma.

"Sem a língua, ou o domínio de sua língua nativa, a comunicação se torna inviável. Nunca houve civilização leiga – sem basear suas normas numa religião. O ocidental, especificamente o brasileiro, que não acredita que a fé cristã seja verdadeira está independentemente disso vivendo em bases construídas pela civilização cristã. “Apenas uma cultura cristã”, disse Eliot “poderia ter produzido um Voltaire ou um Nietzsche.” (post "O que é cultura?" do blog Eric Carro)

Carlos Alves de Souza, embaixador brasileiro na França falou a famosa frase “O Brasil não é um país sério” em 1962, frase que foi atribuída ao general de Gaulle.

O que ocorre é que de lá para cá, com tudo que ocorreu desde então, o que o embaixador diria hoje? Para aqueles que não cantam na vida como num "hit" da Xuxa, Flávio Gordon responde a indagação, mostrando onde está o problema, que diga-se de passagem, não é falta de dinheiro (a Xuxa Meneguel emplacou um hit onde cantava “De hoje em diante, só quero boas notícias...” o que ela confirmou mais tarde alegando não entender tanta gente reclamando do governo, com tanta coisa boa acontecendo no Brasil).

Apesar do conselho de Sun Tsu no milenar "Arte da Guerra" – conheça seu inimigo – entre nós brasileiros é comum desconhecer o inimigo, ou vê-lo de forma muito difusa. Não vale dizer que o problema é a "corrupção", como muitos dizem, na ânsia de resumir numa frase a causa de todos os males do país, visto ser "muito chato" dar explicações que exigem pensar muito, refletir... Porém, fato é que dizer que é a corrupção pura e simples não explica nada, como não resolve dizer que uma máquina está com problema, sem saber qual é, onde está e portanto sem poder consertar. Ademais é inútil apontar o que está em todo o lugar, inclusive dentro de nós. Alguns podem dizer "Eu, corrupto! Não! Eu sou honesto, pago minhas contas, sou trabalhador, não faço mal a ninguém... Corruptos são os políticos!". Muitos de nós já ouvimos e/ou proferimos tais afirmações.

Destaco aqui um trecho do livro que serve para pensar melhor a questão:

"A esquerda revolucionária sempre foi especialista na arte de simular virtude. O vigor espalhafatoso com que esquerdistas denunciam injustiças, a ostensiva indignação diante dos males do mundo e aquela "apaixonada intensidade" de seu discurso acusatório são parte essencial da persona revolucionária (ou, no vocabulário contemporâneo, "progressista") e causam profunda impressão no espírito dos homens de bem. Crédulos, como mostrou Voegelin, estes confiam que só mesmo sujeitos singularmente virtuosos poderiam escandalizar-se tanto com o mal. Resta que o escândalo com o mal, além de descrito na tradição judaico-cristã como pecado grave, é marca registrada das mentalidades utópicas."

Fazer exame de consciência não é prática salutar apenas aos católicos, pois é de utilidade ímpar a todos, independente de confissão de fé. Flávio faz isso em sua obra, reconhecendo o quanto sua mente foi corrompida outrora, ao mesmo tempo que o leitor identifica na sua história situações semelhantes.

Enfim, esta obra foi uma das grandes surpresas que tive, e entre os melhores livros que li, apesar de denunciar uma situação tão alarmante, tão grave. No entanto, é preciso antes de qualquer coisa tomar conhecimento do mal para enfrentá-lo, seguindo o conselho do velho mestre Sun Tsu, além de outros muitos sábios de outras partes do mundo e de outras épocas - a França com Charles de Gaulle... Como denuncia Flávio Gordon, o perigo está na mentalidade, base da corrupção da inteligência, que é o desprezo pelo conhecimento legado pelos antepassados, é a presunção de ser superior ao que já passou, querer inovar, revolucionar, "arejar" com uma cultura "POP" arrogante, "cheia de marra", que "se acha o tal, o cara", quando na verdade só sabe contar vantagem, expressar afetação de grandeza.

A partir da aplicação da estratégia de revolução cultural elaborada por Antônio Gramsci, vemos neste livro a trajetória corruptora de mentes, silenciosa e sem pressa como reza a estratégia do comunista italiano, degradando todos os ambientes ocupados com seus "intelectuais orgânicos": escolas, universidades, redações de jornais, redes de televisão, emissoras de rádio, editoras, tudo espalhando veneno na forma de idéias, conceitos, preconceitos, trejeitos, enfim, todos os ingredientes necessários para corromper mentes, facilitando o acesso ao poder que, reitero, é dinheiro multiplicado por dois.

No final, o objetivo parece ser simplesmente dinheiro, voltando a questão inicial: no final das contas, tudo gira em torno de dinheiro? A resposta que encontrei com a leitura foi que gira em torno de dinheiro sim, quando inteligência está corrompida. Se estou intelectualmente corrompido, o dinheiro movimenta a universo. Para muitos de fato, dinheiro é tudo, pois tudo está aqui. Tudo na vida é aqui. Não existe nada além.

Contudo, a esperança está no resgate da cultura, conforme descrito pelo literato e Prêmio Nobel T.S. Eliot, “A cultura pode mesmo ser descrita simplesmente como aquilo que torna a vida digna de ser vivida. E é o que justifica outros povos e outras gerações a dizer, quando contemplam os resquícios e a influência de uma civilização já extinta, que aquela civilização foi digna de sua existência.” A função da cultura é, portanto, dar significado às nossas vidas e nos motivar a escalar os ombros de gigantes. Conhecermos aqueles que nos antecederam.

Então, onde está a crise?

site: https://ericcarro.wordpress.com/2014/01/22/o-que-e-cultura/
Marquinho 19/06/2018minha estante
Excelente!


Cristiano.Santos 06/02/2020minha estante
Obrigado Marquinho!




AnaClaraGurgel 01/01/2018

Brilhante.
Não conhecia o trabalho do Flávio Gordon, adquiri o livro por recomendação do Flávio Morgenstern, que disse ser esse o melhor livro de 2017, e posso dizer que concordo.

De leitura relativamente fácil para quem, como eu, está engatinhando pelo conservadorismo, o livro traz uma análise muito profunda, não somente sobre o pensamento de Marcuse, Gramsci et caterva, mas também sobre Freud e Hegel.

É notável que o autor se debruçou sobre tais obras para provar seu ponto: como os chamados ?intelectuais de esquerda? brasileiros se venderam em troca do projeto de poder dessa mesma esquerda, acabaram contribuindo para esfacelar a cultura nacional e dificultar enormemente o resgate econômico, cultural e político do país.

Não há como deixar de notar o cuidado com as fontes, que vão desde citações de livros - aos montes! - a links para YouTube, jornais em formato digital e publicações em redes sociais. As notas de rodapé são riquíssimas e contribuem para tornar a leitura mais interessante (peguei muitas indicações de livros e vídeos nelas, inclusive.

Mas creio que o que mais chama atenção no livro é sua escrita. Gordon apresenta muito cuidado com a estrutura de seus argumentos, análises profundas de autores difíceis de compreender, e o faz de maneira didática, o que demonstra um profundo domínio do tema. Houve momentos nos quais eu li dezenas e dezenas de páginas como quem acompanha um romance policial, sem perceber e sem querer parar também. Devo ter mais de uma centena de post-its colados ao livro agora.

Fico muito feliz por ter conseguido ler A corrupção da inteligência, é uma obra que mostrarei para vários de meus amigos e colegas. Espero que o autor continue escrevendo obras de igual quilate.
George 14/04/2018minha estante
Depois de ler algumas obras de Olavo de Carvalho, fiquei imaginando o que ainda poderia ser dito sobre temas que são recorrentes na obra dele. Assim como você, ouvi falar do livro através do Flávio. Acabei de ler o prefácio do Rodrigo Gurgel que ? somado a sua resenha ? me fez perceber que ainda há muito ser dito.




Alexandre 09/01/2019

O empurrão para o desconfiado...
Tive minha mente corrompida até um ponto de inflexão que me fez buscar sustentação nas leituras de autores de esquerda. Neste caminho, livre de jornalistas e professores universitários - que apenas geram ruídos e distorções nas fontes reais-, encontrei problemas graves de lógica e então percebi que a lamparina da verdade estava em um andar muito acima daquele em que eu me encontrava.

Neste caminho li " A Corrupção da Inteligência", e metade do que aparece lá está respaldado de forma consistente com fontes diretas de autores que já li; a outra metade ainda não consegui ler...

Flávio Gordon possui uma capacidade de síntese poderosa. Ao ler seus escritos sobre Antônio Gramsci - cujos cadernos de cárcere e artigos para jornal tive oportunidade de ler -, vi ali que o autor (Gordon) não me dizia nada de novo, mas fazia uma montagem de todas as ideias que eu carregava sobre o guru sardenho de um modo que eu não faria, em poucas linhas de curtos parágrafos ele deixa tudo límpido de uma forma poderosa e impressionante (é o encaixe prático das teorias do italiano sobre a intelectualidade brasileira).

Li ensaios do Roger Scruton sobre Gramsci antes de ter contato com a obra de Gordon e minha impressão foi que o Inglês "pegou leve". A resposta é simples: Gordon vive no maior laboratório de gramscismo do mundo, Scruton não. O texto do autor é muito superior ao de Roger Scruton no que se refere a Gramsci, isso é indiscutível.

Creio ter encontrado o rastro da verdade por um longo caminho, que pode ser um pouco cansativo...A Corrupção da Inteligência é um presente, um atalho para quem quer chegar incorrompido à outra margem...
Diego 18/09/2019minha estante
gostei muito de sua resenha !




Rodrigo 21/07/2019

Essêncial
Um esclarecimento acerca de como se encontra a "inteligentzia" ou a intelectualidade brasileira de maneira geral e aplicada principalmente no meio acadêmico.

Autor mostra com dados, fatos , opiniões e análises o retrato de muitas universidades do Brasil e mais: como a mentalidade central da cultura brasileira influencia e muito o meio acadêmico.

Vale a pena pra quem se interessar no tema ou quer ver uma visão diferente.

Lembre-se antes de ler: o LIVRO (autor) POSSUI UM LADO! Não está preocupado em ter argumento "isento". Apesar de tecer comentários razoáveis e condizentes com os fatos colocados, se for levar em conta que há lado na obra.

Ponto negativo:
As notas de rodapé, apesar de complementarem muito bem as informações do livro, "travam" bastante a leitura pois tem umas "quilométricas".
Jim 19/05/2020minha estante
Quando se critica o que se faz no meio acadêmico,já sabemos muito bem que "lado" é esse...




pedrocipoli 25/10/2017

Uma radiografia de nossa classe intelectual
Uma radiografia de nossa classe intelectual, atualmente "merecedora" desta denominação mais por posicionamento ideológico do que mérito, propriamente. Como diz Flávio Morgenstern, quando dizemos "intelectual" temos uma pessoa inteligente e culta em nosso imaginário, mas significa apenas "alguém que trabalha com ideias". Mais do que isso, não quer dizer, necessariamente, que se trata de um bom intelectual. Basta imaginar Marilena Chauí como um representante típico.
O livro passa por diversos temas, todos devidamente referenciados. Das mentiras contadas sobre a ditadura militar, um verdadeiro estudo de caso de construção de narrativa, chegando na "democratização" das universidades, atualmente mais preocupadas em piquete, destruição e manifestação do que ensinar (e, caso ensino algo, deve-se a um "professor fascista que não entende que conhecimento é menos importante do que aderir aos ditos 'movimentos' e 'coletivos sociais'.
Para quem é o livro? Para todos que ainda acreditam que Caetano Veloso (artistas, de forma geral) e cultuadores de diploma são intelectuais honestos ("intelectuais" já é pedir muito. "Honestos", então...).

Destaco aqui trechos marcantes do livro que tenho certeza que aparecerão como referência de autores no futuro. Certamente não "estragam" a leitura do livro, mas mesmo assim colocarei como "contendo spoilers" (peço desculpas por quaisquer erros de digitação).

"Essa linguagem ideológica, sustentada sobre a proibição de perguntar, é um dos traços mais característicos do ambiente intelectual marxista e esquerdista de modo geral."

"Artistas e intelectuais destinados, portanto, a romper com sabe-se lá o quê, progredir sabe-se lá para onde, e a nutrir uma revolta sem objeto, que produziu um sentimento de profundo niilismo e degradação espiritual."

"A imaginação moral da "elite" cultural brasileira estreitou-se de tal maneira que a medida última de justiça ou injustiça, de heroísmo ou covardia, de bem e mal, de belo e de feio, passou a corresponder ao posicionamento adotado em face das fúteis polêmicas midiáticas do dia, as quais giram sempre em torno das mesmas temáticas artificialmente criadas pela mentalidade progressista, todas de uma banalidade acachapante, nas quais sentir-se bem é confundido com fazer o bem, e o gosto passa por senso de justiça."

"O fulano já não é apenas homossexual: ele é agora um combatente da causa LGBT contra a perversa heteronormatividade. Sicrano não é apenas alguém que não come carne: ele é um vegetariano militante em luta heroica contra o holocausto animal. Beltrano já não anda de bicicleta simplesmente, ele é um ciclista enfrentando o reacionário e retrógrado sistema de locomoção urbano."

E certamente não posso deixar de registrar a importância dessa nova geração de autores, como Flávio Gordon, Flávio Morgenstern, entre outros, verdadeiros amantes da liberdade e, principalmente, da realidade, não se perdendo em cacoetes ideológicos, além de estudarem muito antes de falar sobre qualquer assunto.
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Leandro Vasconcelos 28/10/2017

O mal-estar dos intelectuais
Corrupção da Inteligência é a mais nova obra do antropólogo e analista político Flávio Gordon. Com maestria, ele descreve e critica a tragédia cultural que se abateu sobre o Brasil desde o início dos anos 1960, caracterizada pela hegemonia do imaginário político-ideológico das esquerdas.

Sob arguta análise filosófica e antropológica, o autor demonstra como se deu a “guerra de posição” dos socialistas nos últimos cinquenta anos, os quais, abandonando a luta armada e política, mais visível, decidiram ocupar espaços culturais diversos (em especial a Academia), numa transfiguração silenciosa das instituições ocidentais. Conforme esclarece Gordon, a nova esquerda, agora influenciada por autores da Escola de Frankfurt e pelo italiano Antonio Gramsci, obteve grande sucesso em tal empreitada, principalmente no Brasil, país em que as instituições nunca foram fortes.

O resultado dessa estratégia foi a degradação da intelectualidade brasileira. Tomada pelo pensamento marxista, atualizado por Gramsci, tornou ela apenas um meio de manutenção de um projeto político (para não dizer de uma religião política). Seu principal múnus seria esclarecer a população através do Partido-príncipe, num processo pedagógico constante, em que o intelectual passou a ser todo aquele que praticava a defesa dos interesses de classe (o intelectual coletivo gramsciano). Tal projeto revelou-se (de forma paradoxal) extremamente elitista, corporativista, totalitário, além de intrinsecamente injusto e imoral, sendo alargado para outras esferas, que não apenas a luta de classes do marxismo clássico. Apesar disso, conseguiu a hegemonia cultural tão almejada, culminando com a tomada do poder político durante a Nova República. A direita liberal-conservadora, por outro lado, desapareceu, tornando-se um fantasma das consciências degeneradas da nossa classe falante.

É uma obra densa, mas grandemente esclarecedora, vital para entender os meandros da política e da cultura nas últimas décadas. Além disso, é um soco no estômago para qualquer esquerdista. Para aqueles que ainda não foram dominados pela totalitária hegemonia cultural socialista, ou que sofreram seu “Momento Kronstadt”, este é um livro libertador.
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Dissensão e Tréplica 12/12/2017

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site: https://www.facebook.com/dissensaoetreplica/posts/467334690327194
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Thiago 18/05/2018

Mais que recomendado, necessário
Muitos têm comparado "A corrupção da inteligência" ao clássico "Imbecil Coletivo" de Olavo Carvalho e não são comparações vãs. Nesta obra Flávio Gordon se aprofunda na pior da corrupções: a espiritual corrupção da inteligência, pois é dela que emanam as demais. Destaque para o excelente capítulo sobre o abrir de olhos de quem deixa de ser comunista e o acertivo capítulo final acerca das Universidades Federais brasileiras, berço da corrupção intelectual e fábrica de zumbis ideológicos.
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Ailton.Santos 20/05/2018

Fundamental
O autor descreve a tragédia universitária brasileira. Como os erros de 1968 - "proibido proibir", "sex lib", revolta contra tudo e todos, etc - frutificaram e acabaram estreitando o horizonte de consciênca individual, tornando o ambiente universitário mero espaço de ressonância de discursos ideológicos sectários. Esse livro é fundamentalo para entender a miséria intelectual que vivemos e buscar restaurar, ainda que num primeiro momento individualmente, a alta cultura e a defesa dos valores universais.
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Gab 06/11/2018

Um convite ao conhecimento paralelo (nos dias atuais)
Um dos melhores livros do ano, um livro que não tem medo de se opor aos ideais atuais e mostra uma outra face da história do Brasil. Para àquele que tem um viés mais esquerdista, peço a paciência de tentar lê-lo sem pré-conceitos e busque confrontar com suas crenças (ou quem sabe, não são suas é sim impostas).
Para quem gosta do Brasil é uma literatura de fundamental importância para podermos enxergar sob um novo viés para tentarmos ser pessoas que pensem por nós mesmos.
Sofremos muitas influências nas últimas décadas que, talvez, não tenham sido tão imparciais como pensávamos.
Então desfrutem da leitura, se atentem às notas de rodapé e busquem informações, acredito que apenas dessa forma poderemos melhorar e seguir melhorando sempre.
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Jabez 11/03/2019

Uma viagem para a realidade.
O autor simplesmente conseguiu descrever a realidade brasileira em sua necessária forma, conhecimento e profundidade. É uma viagem necessária e uma análise muito séria sobre o distanciamento e o descolamento intelectual brasileiro da realidade.
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Patricia.Leal 10/04/2019

Recomendo
Excelente livro, todos devem ler para saber como começou a idiotização da população e qual o interesse nisso! Amei a leitura!
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