Eu, Christiane F., Treze Anos, Drogada, Prostituída...

Eu, Christiane F., Treze Anos, Drogada, Prostituída... Kai Hermann...




Resenhas - Eu, Christiane F., Treze Anos, Drogada, Prostituída...


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Marlon Teske 22/03/2011

O Zoo
Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída, cujo filme (que no original acho se chama Estação Zoo) é muito mais conhecido do que seu precursor, o livro que trouxe a público a história difícil de uma menina mergulhada em uma realidade pobre e violenta.

Mas, seja no livro, seja no filme, somos lançados de forma bem fiel a desgraçada juventude de Christiane nas ruas de Berlim.

Baseado (trocadilho não intencional) na história verdadeira de Vera Christiane Felscherinow, o livro narra o caminho sem volta ao mundo das drogas, começando com o porre no fim de semana e avançando até alcançar o fundo do poço ,no caso dela a heroína e a prostituição. Na ocasião de seu julgamento, os dois sacanas que assinam o livro (Kai Hermann e Horst Hieck) entrevistaram a menina com 16 anos e publicaram seus relatos na revista Stern, em 1979. Foi tudo tão chocante que a história virou livro e filme lançado em 1981.

É o tipo de livro que vou um dia entregar ao meu filho adolescente. Ele mostra como é tênue a linha que separa uma criança comum de um drogado viciado, o quanto é importante o apoio da família e do ambiente que nos cerca na formação do indivíduo (e também me lembra certos porres da minha época). Leitura recomendada mesmo. Lição de vida.

A sim, só pra constar: a dona Vera continua viva, está um bagaço e ainda se droga. É, ela não aprendeu nada com sua própria história, ainda que tenha ensinado a muitos outros.

Lido em Maio de 2008
Marcela Vidinha 10/07/2011minha estante
o titulo original na verdade é "wir kinder von bahonf zoo" "nós, crianças da estação zoo"


Michel Marx 26/06/2012minha estante
Tem Spoiler.
Bom, a maioria dos comentários que leio são de pessoas que tiveram uma impressão do livro totalmente diferente da minha.
Quando vi o filme tinha uns 10 ou 11 anos de idade, de lá pra cá peguei o hábito de ler e 5 dias atrás o achei na biblioteca da escola.
À princípio não gostei do final, a história se vende como um livro que ''todos já sabem o final'', ou seja, na lógica do ''senso comum'', Christiane deveria morrer no fim do livro, mas, não foi isso que aconteceu.
Pra mim, a mensagem que o livro trás não é a de ''drogas matam'', ou de ''não use, nem para experimentar''. Pra mim a mensagem do livro foi algo como ''A sociedade é um lixo, você pode se adaptar à ela e nunca ser feliz, ou pode se acovardar como essa menina fez e sofrer, entretanto, ter alguns momentos de prazer''.
Quer dizer, o que Cristiane mais quis no livro inteiro foi se acovardar dos problemas que a sua fase, a adolescência, encontra. Querendo ou não, a adolescência é uma fase de muitos conflitos sobre sua verdadeira essência. É o momento em que o indivíduo se pergunta, ''quem sou?'', ''o que quero ser?'', ''para que vivo?'', ''pelo que eu luto'' ou ''qual o sentido da vida?''. As respostas que esse adolescente encontrar nesta época, dirão quem ele vai ser. Christiane fez diferente, quis se colocar numa espécie de ''mundo paralelo'', de modo que não fosse necessário que enfrentasse estes problemas. Preferiu muito mais ser ''como os outros'' do que procurar sua própria essência dentro de si própria.
Enfim, a impressão que tenho do livro é bem ruim em relação ao que a maioria vê, não sei se estou certo, mas, certo ou errado, só existe uma verdade, esta talvez nunca a conheceremos.
No mais, gostei da resenha, bastante informativa e imparcial quando precisou ser.


Liz 19/01/2013minha estante
Li esse livro há mts anos. Tenho o filme.
Só lendo mesmo para entender esse mundo louco das drogas, o que elas fazem com você e o que faz você fazer por elas.


Nenna Amori 08/02/2013minha estante
Eu li esse livro faz um tempo, e nunca vi o filme, pra falar a verdade eu só fui ficar sabendo do filme há uns 3 meses quando fui procurar o livro pra comprar, já que o meu eu emprestei e nunca mais me devolveram...


Juliana @4livreira 06/03/2013minha estante
Vi esse filme na infância, quando tinha uns 10, 11 anos e nunca mais me esqueci. Vi apenas umas 3 vezes depois e jamais cheguei perto de drogas! :D Ensina sim, ensina MUITO e a lição que fica é de que com drogas você só tem a perder o que nem mesmo você tinha. Ou algo assim, enfim, o livro ainda não li mas espero um dia ler-lo e entregar a meus filhos. :)
BELA RESENHA!


PRI 04/08/2013minha estante
O que mais me marcou nesse livro foi que meu pai me viu lendo e me deu uma bela de uma bro
nca rsrs bom tive que terminar de ler escondido.


Lu 27/10/2013minha estante
eu amo esse filme!


Nattt 30/11/2013minha estante
Não lembro a primeira vez que o li, (e foi em pdf)lembro que fui muito insensível aos fatos, achei tudo documentário demais. Mas para minha surpresa relendo agora este ano (e encontrei alguém que me emprestou o livro) senti um pesar imenso que me deixou dolorida a cada página, e asfixiada.


Gaby 25/11/2014minha estante
Na verdade ela não se droga mais. Pelo menos não com heroína. O filho dela mudou sua vida completamente. Infelizmente a mídia, vez em quando, nos lança notícias que ela foi vista com toxicômanos, em algum lugar por aí, mas no segundo livro dela: "Eu Christiane F., a vida apesar de tudo" explica o quão esta não é uma verdade. E eu acredito. Pra quem gostou do impacto do primeiro, recomendo mais do que tudo sua segunda biografia. Vão entender e se apaixonar por esta doce ex junckiestar.


Emilya 02/02/2016minha estante
Nunca li este livro, mas admito que me despertou grande interesse, ainda mais, quando assisti o filme, que gostei demais! Espero que eu goste mais ainda, é claro! Já que os livros na maioria das vezes são bem melhores que os filmes.


Nathy.Braganca 14/03/2021minha estante
Nao sabia do filme


JosA.Allan 17/06/2021minha estante
Saudade desse livro, emprestei e sumiu.


BabyM 22/03/2022minha estante
Li pela primeira vez quando tinha 12 anos e acabei crescendo achando que amores são assim como o dela, que pra ser legal deveria me integrar em algum grupinho e obviamente fui para o grupinho dos viciados. (Graças a Deus não me prejudiquei) estou relendo com 21 e o impacto é enorme. Cada página é um pedido de socorro pelas nossas crianças.




Valfloripa 04/06/2011

Presente de Grego.
Christiane Vera Felscherinow, esse livro que foi publicado em 1978 que mesmo passando 33 anos do seu surgimento, nas suas páginas iremos encontrar relatos descrições de acontecimentos que hoje são presente no Brasil inserido nos seios de muitas famílias.
Falar de drogas é sempre uma situação delicada para todos; Chistiane F no Brasil passou a se representada por outras pessoas (pai; mãe; irmão; visinho; amigo; namorado (a) (s), colega de escola etc.), freqüenta vários lugares e as famílias não importar a classe social, todos são atingidos com a chegada desse Presente de Grego.
Na fala de Chistiane a droga daquele momento era a HEROINA, mas nos dias atuais no nosso país vamos encontrar: Álcool; Cigarro; Solvente ou Inalante: Éter, Gasolina, Tinner, Cola de sapateiro; Sedativos ou Calmantes; Morfina; Cocaína; Anfetamina; Maconha; Cogumelos e LSD.
Depois de todas essas citações, ainda estou no processo de construção de uma analise sobre essa temática que é muito dolorosa para todos os envolvidos e além do seu alto teor de complexidade; cadê o Estado ou melhor, qual é o papel do Estado em relação a essa questão?!
Estado : comunidade humana fixada num território e que, dentro das suas fronteiras, institui uma forma de organização do poder político soberano com o fim de garantir a segurança, a justiça e o bem-estar econômico e social.
O que mudou meus amigos (a) (s), da “Chistiane F”, para as nossas crianças, jovens e adultos, que hoje no Brasil, com suas histórias também dariam um livro, porém na maioria dos casos com um final TRISTE E MUITO DOLOROSO.


Juninho 27/07/2011minha estante
Ótima análise, no Brasil até laxante é droga... Por que? muitos perguntam, por que as pessoas, nós não temos consciência do mal que todo tipo de medicamento, faz se usado de maneira incorreta.
Conheço algumas pessoas que dizem usar drogas para viver, me Deus, ve se isso é desculpa, enquanto eles acham que estão vivendo, estão morrendo. um dia de cada vez.
Enquanto não compreenderem o mal que é a droga, como ela leva a tristeza, a dor, a violencia para dentro das nossas vidas, e não o contrario....
Não poderam saber o que é viver



Valfloripa 29/07/2011minha estante
Juninho, mais uma vez muito obrigada pelas palavras descritas, nos últimos tempos as nossas analises, sempre vem carregada de fortes emoções...
Valeu meu grande amigo.


Juninho 01/03/2012minha estante
Muito boa a análise, sempre gosto de ler assuntos, resenhas relacionados a este livro, uma história real,onde mostra detalhadamente como cristiane entrou nesse mundo, é como dizem digas com quem andas e direi se vou contigo. As más companhias são um hálibe, mas a escolha é sempre nossa. Bons amigos não te dão um presente de grego.....


Juninho 01/03/2012minha estante
hahaha.... já havia comentado e nem vi.... hehe.... mas acho que caiu bem essa nova analise.... inte mais ver


Valfloripa 02/03/2012minha estante
Oi meu amigo Juninho!!!!
A sua visita na página das resenhas sempre é bem vinda...rsss
Pode fazer "Muitos comentários sem problema"Cada momento é unico,sendo assim, volte sempre!!!!!!




Flávia 31/03/2014

Considero esse livro um item de utilidade pública, que deveria ser lido por todos os adolescentes. A vida de Christiane é contada pela perspectiva dela e pela de sua mãe e algumas autoridades competentes. Uma criança de 13 anos que entrou para o mundo das drogas e prostituição.

O livro é bastante impactante, agressivo e realista, mesmo sentindo que a Christiane não descrevia os detalhes de algumas coisas. Confesso que me irritei bastante com a falta de persistência dela em tentar sair desse mundo, e apenas no final consegui entender o quão difícil é. O quão forte é a dependência, o quão fraco é a assistência aos toxicômanos e principalmente, a facilidade absurda que era conseguir drogas na Alemanha, na década de 70.

Não sou psicóloga, mas imagino que a vida dela na infância possa ter afetado suas escolhas. Não concordo integralmente com isso porque conheço pessoas que mesmo com dificuldade se mantiveram fortes ao longo da vida, mas entendo que nem todos demandam a mesma coragem. Diante de expectativas frustradas, sonhos acabados, pais impotentes, falta de estrutura familiar, a criança não dramatiza, não exterioriza. Ela recolhe os cacos e os guarda. E nem sempre isso é bom. No caso dela,só conseguiu exteriorizar através das drogas.

“Ali, eu nada tinha a provar, e nem tinha necessidade de me impor a quem quer que fosse” – pág 98

Lembro-me de um trecho onde a mãe aconselha a filha a nunca começar uma briga, mas devolver a pancada, e percebo como uma pequena fagulha pode desencadear um comportamento tão destrutivo na criança. Não consigo imaginar o desespero da mãe, que em meio a todas as possibilidades, não conseguia impedir que a filha seguisse por esse caminho. Detestei o pai de Christiane, que sempre tentou responsabilizar os outros pelo seu fracasso. Adivinhe, só, Sr. Pai? Somente nós somos responsáveis pelo que nos ocorre.

Os capítulos são maiores do que gostaria, e às vezes isso me incomodava, pois queria interromper a leitura e ainda faltava um bom pedaço para terminar o capítulo.

“Era raro, agora, nos abraçarmos apertado, um contra o outro, como duas crianças. É que cada um via no outro a imagem de sua própria degradação.” -pág 138

Pude perceber que nada é tão fácil quanto parece. Nunca temos o real controle que imaginávamos. E a percepção de Christiane de que as pessoas a sua volta iam morrendo. E a pergunta: “quando será minha vez?” São tantos altos e baixo idênticos, fáceis de notar e mesmo assim ela passou por eles todas as vezes.

“Afinal, que negócio mais chato: morrer sem ter vivido.” Pág 189
Michelle Gimene 22/05/2014minha estante
Acredita que nunca li esse livro? É um daqueles da minha lista de "obrigatórios", mas que até hoje aguarda na fila. Imagino que seja muito angustiante, né?


Flávia 22/05/2014minha estante
Oi, Mi! Pior que acredito, rsrsr. Ainda tenho vergonha de não ter parado pra ler 1984, por exemplo. É angustiante sim. E também dá raiva, vc quer esbofetear a Christine. E solitário.


Joana Masen 31/05/2014minha estante
Desde criança eu cruzo com esse livro, mas ainda não o li. Acho que o próprio título já me assusta, e eu não gosto muito desse tipo de livro, fico dias perturbada com o sofrimento da pessoa, então, fujo da leitura.
Muito boa resenha, parabéns.

http://seiqueeusei.blogspot.com.br/


Flávia 21/06/2014minha estante
Oi, Joana! Obrigada!! Sim, é perturbador, muito!!


Cyntia Bandeira 17/07/2014minha estante
A mãe só estava ensinando a filha a se defender, pra ela não sofrer o que ela sofreu na mão do Richard.




Maria 21/12/2010

Deviam adotar livros como esse nas escolas, seria mais eficiente que qualquer palestra chata sobre drogas.
Teka 08/11/2011minha estante
Concordo !
Esse livro me ensinou a ficar longe das drogas e perceber como é horrível a vida de um viciado !
Aprendi muita coisa, me marcou muito esse livro !


Juliana @4livreira 06/03/2013minha estante
Devo muito à minha mãe por me mostrar esse filme, porque com Christiane F. nunca cheguei perto de drogas :D


Desiree 14/07/2014minha estante
E adotam.
Mais ou menos, na verdade.
Eu o li porque estava disponível na biblioteca da minha escola, lá por volta de 2005.
Poderia ser mais divulgado, isso é fato.


Violet Dusk 19/03/2015minha estante
Peguei o livro na biblioteca da escola. Meio que ninguém sabia que estava lá, acredito que seja preguiça de procurar coisas interessantes, mas só foi eu pegar que todos quiseram lê-lo. A divulgação foi feita, não por quem deveria, a própria escola, mas por nós mesmos, alunos, que nos interessamos em ler o livro e depois assistir o filme em conjunto (claro que no meu próprio grupo de amigos).
Mas quer saber o que eu acho? As pessoas que são "responsáveis" pela biblioteca não têm o interesse que deveriam ter pelos livros, conhecê-los e indicá-los. Elas nem mesmo sabem onde se encontra tal livro que você tinha visto jogado por uma estante há uma semana atrás. Ao menos na minha escola é assim, mas certamente isso acontece em muitas outras escolas. Eles meio que não dão a mínima para o quê os alunos estão lendo já que eles também não gostam muito de ler ou tem a desculpinha de que não tem tempo. tsc




Vinicius39 06/03/2022

Haja estômago para essa leitura.
Que livro pesado,um dos mais pesados que eu já li na minha vida,foi um dos motivos que eu demorei tanto para ler...

Esse livro aborda um assunto chocante de uma menina de 13 anos que se prostitui e é viciada em drogas,tão nova e com uma vida tão complicada.E mesmo que essa história seja tão antiga,o relato dela bate muito com a nossa sociedade falha de hoje em dia,é completamente doloroso e difícil de ler,mas mesmo assim todo mundo deveria ler,pois é necessário saber disso e sentir um pouco o que ela sentiu.
professorananias 06/03/2022minha estante
Bom saber, meu amigo
Fiquei com vontade de ler


Vinicius39 06/03/2022minha estante
leia,vale muito a pena ler,mais gente deveria conhecer!


professorananias 06/03/2022minha estante
Esse tipo de debate é muito importante




Irena Wieliczka 27/03/2022

Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída?
É impossível não vivenciarmos na nossa imaginação os relatos de Christiane F, uma menina que aos 13 anos, tão jovem, entrou para o mundo das drogas e da prostituição.

Como uma pessoa que nunca vivenciou nada parecido, digo que é muito fácil culparmos a vítima. Tudo o que conheço sobre o assunto é baseado em leitura e não em experiências. Nunca imaginamos estar vivendo o que o outro está e é por isso que, por meio desse relato pessoal, é importantíssimo conhecermos os motivos, as angústias, os medos, o que o vício causa no nosso corpo e como (se é que existe uma saída) é possível sair desse inferno.

Christiane teve uma infância conturbada. Logo cedo, mudou-se do interior de para a cidade (Berlim), tendo sua vida virada de cabeça para baixo: no conjunto Gropius ninguém gostava dela; não podia brincar; não podia fazer barulho; não era feliz.

Como se não bastasse, seu pai era um bêbado que batia nela, na irmã dela e na mãe das meninas. Depois de muito aguentar, a mãe de Christiane pediu o divórcio e foi morar com as garotas na casa de um namorado.

Christiane começou numa escola nova e sua irmã foi morar com seu pai. Nessa nova fase de sua vida, com 12 anos, ela já estava começando a se desenvolver e sua maior referência era uma colega de escola, Kessi, que a introduziu ao mundo das bebidas, das drogas e do sexo.

Aos poucos, Christiane foi se afastando cada vez mais de sua família e se embrenhando cada vez mais num mundo perigoso, ávida por aceitação e pertencimento.

A mãe dela não sabia como lidar com essa fase da adolescência, apesar de desconfiar que Christiane estava em má companhia. Trabalhava muito e o pouco tempo que tinha disponível tentava equilibrar entre o namorado e a filha, mas não sabia como fazer Christiane se abrir.

Como bem pontuado no posfácio, percebemos que Christiane se envolve com as drogas porque não tem apoio, visão de futuro, acolhimento e mais importante ainda, não pertence a nenhum lugar, além de se sentir culpada e sobrecarregada pelos fracassos dos pais.

Desde cedo foi tirada do lugar que considerava seu, sendo obrigada a mudar de casa e de cidade porque seus pais queriam uma vida melhor. Entretanto, nesse novo lugar, era privada do mais importante: brincar, ser criança, ser feliz. Tinha que seguir regras rigorosas.

Logo, teve outra surpresa com o desfazimento da sua família e a separação de sua irmã. Ao morar com a mãe e o namorado da mãe, Christiane passa muito tempo sozinha, pois os adultos precisam trabalhar (e muito) para conseguirem viver.

Na nova escola também enfrenta problemas, já que não se sente acolhida e aceita. E é na escola que conhece as amizades que influenciam ela, porque apesar de não se sentir bem no ambiente escolar, consegue desenvolver amizades que percebemos serem problemáticas, mas só porque estamos fora da situação.

Ao começar a frequentar o centro de jovens e o Sound, um bar local famoso que vários de seus colegas frequentam, Christiane tem seus primeiros contatos com várias experiências novas: bebidas, haxixe, heroína, o primeiro amor, a primeira decepção amorosa, a primeira decepção com amigas, inveja, raiva, tudo isso enquanto cresce e enfrenta a turbulenta adolescência.

A mãe de Christiane confia cegamente na filha e mesmo quando suspeita de algo, se sente culpada por não ter tanto tempo para a Christiane e não quer que a filha passe pelas mesmas privações que ela teve, por isso é tão liberal e tenta agradar ao máximo a menina.

Depois de sua primeira decepção amorosa, Christiane conhece Detlef, quem viria a se tornar seu namorado, e desenvolve uma amizade e aproximação intensa, afinal, os dois se aceitam como são.

Até então ela só usava haxixe, mas por influência das amizades e todas as outras questões, começa a cheirar heroína. Detlef, que também é viciado, tenta a fodo custo proibir que Christiane injete a droga, mas um dia finalmente acontece e a partir de então é que tudo desmorona.

Como demora a ter sua primeira crise de abstinência, Christiane percebe tarde demais que virou uma viciada. Mas, quando percebe, aceita seu destino e começa a se prostituir para conseguir dinheiro para comprar droga. Nesse período, a menina foi fichada várias vezes pela polícia, mas o descaso das autoridades é imenso pois ?não vale a pena prender pequenos revendedores? e muito menos tentar fazer com que os viciados sejam acolhidos em suas tentativas de se livrarem das drogas.

Apesar de tudo, ela tem força de vontade para sair desse mundo, mas não o suficiente: sempre que passa uns dias sem se drogar, precisa de ?só mais uma picadinha? antes de se limpar novamente.

Como não encontra apoio na família, nos amigos e muito menos nos programas do governo, são inúmeras as tentativas de sair desse inferno. Entre brigas com a mãe, desapontamentos com o pai, revolta com o sistema e o mundo, Christiane se vê cada vez mais desesperada, desejando (e ao mesmo tempo não) que sua próxima picada seja a fatal.

Por ser narrado pela Christiane e por sua mãe, vemos os dois lados de uma mesma situação e é muito difícil entendermos que ocorre simultaneamente: parece que a versão da Christiane é muito cruel, enquanto a versão da mãe dela parece querer se culpar e ao mesmo tempo livrar-se da culpa.

Esse livro é um relato muito emocionante sobre a vida e sobre as relações que construímos, sobre os traumas, medos, angústias e sobre o que não sabemos sobre as drogas, sobre os vícios, sobre como o governo lidava/lida com a vulnerabilidade dos viciados e sobre como nunca parece existir luz no fim do túnel, mas existe.
Danniki 27/03/2022minha estante
Eu assisti o filme quando pequena, muito profundo e tenso! Por isso não quis ler.


Irena Wieliczka 27/03/2022minha estante
Se tiver interesse de ler hoje em dia, super recomendo!


Danniki 27/03/2022minha estante
Irei acrescentar na lista agora mesmo




Caroline.Brunoni 05/01/2024

Leitura de adolescência
Li esse livro na década de 90, ao som de Gun's, me marcou muito o livro naquela época, pois eu era uma adolescente.
Samantha.Facincani 05/01/2024minha estante
A "continuação" do livro também é muito legal... eu gostei muito dos dois. ?


Samantha.Facincani 05/01/2024minha estante
"Eu, Cristiane F, a vida apesar de tudo"


Caroline.Brunoni 06/01/2024minha estante
Que show, não sabia que tinha continuação...?? Muito grata pela dica!!




Jeh.vias 18/06/2023

Li este livro no final do ano passado (2022) apesar de já ter assistido o filme antes.
Comecei a leitura com muito preconceito, mas isso devido ao fato de ter conhecido pessoas que romantizavam demais essa história.
Achei que seria mais um livro sobre a vidinha de uma adolescente fútil que usava drogas, mas me surpreendi com o fato de que ele traz muitas reflexões acerca dos vícios, problemas sociais, familiares e da adolescência.
Senti bastante pena da Christiane, pois teve uma vida bastante ruim de uso de drogas, vício, prostituição e etc...
Recomendo.
Dei nota 4 pelo fato de ter me surpreendido com a história, mas achado que o final foi meio "corrido" e sem desfecho.
José Frota 24/06/2023minha estante
O final é sem desfeixo porque se certamente forma a vida dela não teve im final,já que ela ainda vive e infelizmente ainda se droga.


Jeh.vias 24/06/2023minha estante
Sim, mas acho que poderia ter uma conclusão sabe? Já que era um trabalho jornalístico, poderia ter um conselho ou lição de moral, sei lá.. Achei que ficou meio incompleto! Mas ainda assim gostei do livro.


José Frota 26/06/2023minha estante
Verdade. Praticamente o livro termina no meio de um pensamento bem aleatório.




Priscila 03/04/2021

Relatos fortes, porém necessários
Tive vários sentimentos enquanto lia esse livro, ele nos mostra os baixos e mais baixos ainda da vida dos viciados, na minha opinião todos os adolescentes deviam ler para nunca se manterem nessa.
Pretendo ler o outro livro para ver o que acontece depois com ela.
Juliana.Rissardi 04/04/2021minha estante
Eu preciso ler novamente, li faz 20 anos, acho q eu tinha a idade dela, 13. Devo estar com outra percepção agora e não sabia que tinha outro livro!


Priscila 04/04/2021minha estante
Com certeza você irá reler com outros olhos. Eu vi uma entrevista em que ela fala desse novo livro, lançou não faz muito tempo, acho que uns 5 anos atrás.


Juliana.Rissardi 04/04/2021minha estante
Gostei muito de saber deste novo livro.

Tem livros que temos que ler de novo, com uma nova mente, é bem interessante.

Obgda pela dica!!




Rodrigo Azevedo 14/03/2011

Para ir além.

São muitos os livros que marcam época, mas poucos prevalecem com o enredo atual em um tempo em que tudo é descartável, do celular aos amores. E isso se torna mais surpreendente ainda quando se trata de um livro que, mesmo tendo sido lançado na década de 80, continua a ser polêmico em pleno século XXI, como Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída... (Bertrand Brasil, 2003, 320 págs.), o que acaba por provar que o modo de vestir pode mudar, as tendências podem ser outras, a música e o jeito de falar também, porém sempre existirão dilemas universais, independentemente da época em que vivamos.

Esse livro nasceu a partir de uma declaração dada pela então jovem Christine F. de 15 anos, em 1978, num tribunal em Berlim, quando respondia a uma acusação por uso de drogas. Kai Hermann e Horst Rieck, que assistiram ao depoimento, escreveram o livro a partir do depoimento de Christiane e de pessoas que se ocuparam dela durante o período em que se passa a história, nos permitindo ter diversas perspectivas sobre os fatos ocorridos.

O livro é uma narração sobre a vida de Christiane da infância até os quinze anos, sua mudança de um vilarejo de poucos habitantes para a grande Berlim, o começo do envolvimento com as drogas leves até a dependência física por drogas pesadas, principalmente a heroína, e sua total decadência.

Desta forma, o livro acabou se tornando muito mais do que um relato verídico sobre o mundo das drogas, pois mostra como isso vem a acontecer, os problemas da própria sociedade que levam um jovem a trilhar por esse e outros caminhos, como a prostituição, a delinqüência, a mentira, o suicídio. No prefácio, Horst-Eberhard Richter nos introduz muito bem a isso, dizendo:

“Na realidade, Christiane e centenas de milhares de crianças e adolescentes só se afastaram do nosso mundo por decepção, porque os adultos não lhes souberam dar a imagem de uma comunidade humana em que eles tivessem seu lugar, à qual eles gostariam de se integrar e na qual encontrassem compreensão, segurança e calor.”

No caso de Christiane isso ocorreu, principalmente, por causa da liberdade exarcebada que sua mãe lhe deu, tornando-se permissiva nos momentos em que mais precisava ser firme, como se essa atitude fosse o pagamento de uma dívida por não ter tido tal liberdade na adolescência. Além, é claro, da violência com que o pai tratava a família durante a infância de Christiane, que além de física, era moral, negando que tinha esposa e filhas na frente dos amigos.

Em certos momentos, surgia em mim um sentimento de pena daquela mãe que sempre quis proporcionar o melhor para a sua filha, mas que, por não dar a atenção que a filha precisava num momento tão importante de transição, acabou por perdê-la para o mundo das drogas e se tornou impotente perante essa situação.

Porém, engana-se quem pensa que o livro trata apenas sobre as drogas, e talvez seja por isso que ele tenha feito tanto sucesso, pois, além desse problema, existia uma adolescente como outra qualquer, que tinha sonhos, medos, namorados, primeira vez...

“Minha conversa preferida era imaginar o que faríamos, Detlef e eu, se tivéssemos bastante dinheiro. Compraríamos uma casa grande, um carrão, móveis, tudo de muita classe. Sonhávamos com um monte de coisas, menos com a heroína.”

Observamos, ao longo da narrativa, esses e outros dilemas de uma menina que estava a descobrir o mundo, a crueldade das pessoas, a competição, uma menina que resolveu criar o seu próprio mundo para não viver nesse, uma menina sensível demais, crítica demais e que acabou por se perder no mundo das drogas. No começo, esse mundo parecia mais interessante por proporcionar viagens que lhe faziam esquecer da realidade, mas aos poucos só lhe trouxe mais problemas, tristeza e insegurança, logo a deixando desamparada e sozinha nas suas próprias frustrações.

"O que quer dizer essa de 'proteção do meio ambiente'? Para começar, é ensinar as pessoas a viverem juntas. É isso que deveríamos aprender nessa escola, a se interessar uns pelos outros, em vez de cada um querer ser mais do que o outro, ser mais forte do que o cara ao lado e passar o tempo todo fazendo malandragens para ter uma nota melhor."

Talvez por ter somente dezesseis anos, eu possa dizer que esses sentimentos são comuns em nós, jovens, de uma hora para outra arrancados de nossas bolhas de cristal onde tudo é perfeitamente lindo e verdadeiro e jogados num mundo em que o individualismo impera soberano e onde não importam os métodos para se conseguir o desejado, desde que se consiga.

Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída... obviamente entrará na minha lista de favoritos, pois consegue ser um livro que fala sobre adolescentes sem ser restrito aos adolescentes. É um livro para todos, para os que já foram adolescentes, para os que têm medos, angústias, inseguranças, para aqueles que são dependentes químicos, alcoólatras, que têm algum tipo de problema ou simplesmente para qualquer pessoa que queira sentir. Um livro demasiadamente humano.
Rafa Vieira 07/04/2011minha estante
Oi, Rodrigo, eu ia escrever uma resenha, mas a sua não deixa nada a desejar. Adorei o modo como vc pegou a história e concordo com todas as coisas que falou do Livro. Quem é adolescente ou foi, se identifica com essa trama!


ju_steffens 10/04/2011minha estante
Show de bola seu comentário! Disse tudo!




bartoleti 22/07/2010

Um soco no estômago.
http://diferentemasigual.blogspot.com/2010/07/livro-eu-christiane-f-13-anos-drogada-e.html

"Eu já tinha visto esse livro ser descrito diversas vezes, por diferentes pessoas, com distinstas opiniões e intenções. Já tinha ouvido falar desse livro há uns cinco anos e sempre tive vontade de ler. E só lendo mesmo para perceber o quanto essa frase descreve perfeitamente as suas 320 páginas.

Talvez um soco seja até pouco. É fato que o livro é muito bem escrito, dividido de forma que o depoimento das outras pessoas envolvidas na trama enlaçam o depoimento de Christiane perfeitamente. Cada ponto da trajetória da menina (sim, apenas uma menina) é validado por sua mãe, pelos policiais, organizadores do Centro de Joven que ela frequentava..."
Lanna 25/09/2010minha estante
Cara,é uma história verídica. Quase toda história verídica,ainda mais livro é um tédio. Mas esse supera-se, pois realmente prende a atenção do começo ao fim. E é realmente muito forte, incrível. ._.


Jucaliana 12/10/2010minha estante
Sensacional!! E olha, o filme não é ruim tb. Acho que esse livro é um dos poucos que mostra a realidade sem "forçar",sabe? Adorei do começo ao fim.




Cilmara Lopes 28/01/2018

Uma leitura importante
Eu tinha apenas 11 ou 12 anos quando uma professora colocou o filme "Eu, Christiane F. 13 anos, drogada, prostituída" para a classe.
Confesso que não entendi quase nada, era confuso, tudo escuro...uma música diferente, foi aí que conheci David Bowie e comecei a ouví-lo.
Depois de muitos anos, já com meus 20 anos assisti novamente e entendi tudo, me emocionei, fiquei intrigada e vi sua importância estampada em cada detalhe cinematográfico.
E fiquei curiosa para ir atrás do livro, querendo saber se havia mais informações sobre a vida de Christiane. E realmente tem, ao contrário do filme, o livro inicia na infância de Christiane, conta sobre o contato com sua família, os problemas financeiros que os levaram a constantes mudanças de moradia para bairros um tanto precários e perigosos.
Acompanhamos seu relato sobre a escola, amigos, hobbies, é possível se sentir lendo o diário dela, é intimista e sem esconder detalhes desagradáveis, porém precisos, sabemos como descadeou tudo.
Ela não pertencia á uma família terrível, passou por problemas com o pai, que espancava ela, sua irmã e sua mãe, mas houve o divórcio, e sua mãe ficou negligente focando apenas no emprego.
Diante de tudo que ela passou, ao terminar a leitura, me pergunto: Qual é a diferença entre nós?
Também passei por diversos problemas, pressão, confusão e tristeza e nem por isso parei nas drogas!
Podemos nos comparar? Aí que está o problema, não, não podemos nos comparar. Como diz Caetano " Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".
Foi uma leitura pesada, sentia minha cabeça doer, até tive nauséas, quando Christiane estava presa á Heroína, tudo era tão nebuloso, um labirinto que parecia ter fim, só desgraça atrás de desgraça, um ciclo infindável de erros e mentiras.
É um livro necessário, todo jovem deve lê-lo, 11 anos, 12 anos parece cedo para entender tudo isso? Sim, mas é assim que tudo começou, sem entender nada os jovens entram nesse caminho espinhoso, a amargura é tão intensa que pula ás páginas.
z..... 28/01/2018minha estante
Sou da turma que só assistiu o filme, e no cinema, quando minha mãe me levou junto meus irmãos na adolescência, numa iniciativa de mostrar o perigo das drogas. Tive uma lembrança mais ou menos como a sua, não entendendo direito algumas coisas, a começar por aquele universo adolescente do filme muito diferente do contexto vivenciado, e o que mais despontou como ponto marcante foi a música do David Bowie, que também nunca tinha ouvido falar. Não que passei a curtir, mas foi a apresentação de coisas que não conhecia e de certa maneira impactaram.


Cilmara Lopes 29/01/2018minha estante
Exatamente isso, esse impacto é benéfico...é uma história importante. Agora estou procurando relatos atuais dela.




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