Gabriel.Larrubia 27/09/2022
muito ruim. pelo amor de deus.
Li mais de 100 livros esse ano e esse foi DE LONGE o pior de todos. A estrutura desse texto vai tá uma merda porque vou escrever demais e não tô com paciência pra arrumar ele.
Me aproximei dele por conta de uma lista de 500 livros referenciados ou que aparecem em Gilmore girls, lembrei do nome de tanto ver em cultura pop (confundi com who cut my cheese) e vi que era curtinho.
Gosto muito de literatura infantil, ela trata de problemas básicos, fundamentais, que vão continuar existindo na nossa vida e precisam ser tratados não de um jeito que a criança vá entender completamente, mas de forma que vá atrair ela pra que mergulhe de cabeça naquele mundo, que ela SINTA a mensagem. Quando pesquisei esse título, apareceu "literatura infantil", vendo algumas reviews citaram também como livro infantil. Nada mais enganoso. Ser simples, ter ratinhos e uma história que parece um pouco mais lúdica que o normal não faz em si literatura infantil. Literatura trabalha muito no não dito, mas esse livro PRECISA te explicar cada detalhe, não só dentro da história dos ratos em que a mensagem precisa ser INSCRITA na parede, ainda precisam explicar fora da história, com um grupo de amigos comentando a história. Mas talvez foi erro meu, a capa em letras garrafais vermelhas, o subtítulo que não vi. Fico triste que isso provavelmente já foi muito lido pra crianças mesmo mas fazer o que.
Por que esse livro me ofende tanto? Bom, eu já imaginava enquanto lia, mas descobrir que ele é comprado por empresários pra distribuir na própria empresa explicitou a questão mais ainda. Ele é pura ideologia neo liberal, que atomiza problemas, transforma problemas sociais em individuais.
Amo o tema mudança, Sandman trabalha muito com isso e é uma das minhas obras literárias favorita. No começo do livro, antes do "narrador" começar a história dentro da história, ele avisa que tem dois tipos de pessoas que não gostam da fábula: pessoas que já sabiam da moral e pessoas ranzinzas que não gostam de mudança. Sabendo dos problemas da história o autor adota posição defensiva, atacando as possibilidades de crítica. Ou você já adotou a história e por isso não precisa dela ou você tá errado.
Adoro a questão de que não gostamos de mudança por querer conforto, estabilidade, um caís a se amarrar em tempestades ou ao menos um farol que aponte a direção. Acontece que nesse livro, o conforto tem relação apenas com ter encontrado um subsídio essencial da vida, literalmente comida, que sem ela é impossível existir ou viver. Os personagens vão ficando fracos e cansados muito tempo longe do queijo porque ele não é mera representação de coisas que desejamos, mas é literalmente o que precisamos pra sobreviver. Quando a principal comparação do queijo é com ESTAR EMPREGADO e GERIR UM PEQUENO NEGÓCIO, isso gera implicações muito negativas. Sim, somos humanos e não sobrevivemos sem trabalhar, mas o ponto aqui não é trabalho, mas estar empregado dentro de um modo de produção específico, um modo de produção que precisa dos desempregados para sobreviver.
Estar perto do queijo e não precisar fazer muita coisa pra sobreviver me parece remeter a por exemplo pessoas que dependem de uma bolsa família da vida e muitos criticam a existência desses programas porque VAI ACOMODAR AS PESSOAS, GERAR UM MONTE DE VAGABUNDO QUE NÃO QUER TRABALHAR. Como se esse dinheiro fosse suficiente pra vida digna de uma família, como se realmente as pessoas não querem trabalhar mas só querem receber o peixe, como se trabalhar mais, se submeter a ser mais explorado fosse a solução permanente do sumiço do queijo. Sim, a mudança é natural da vida, mas por que esse queijo some? No começo parece que alguém que mexeu nele, também dizem que talvez comeram tudo sem perceber, mas uma personagem sugere que ele tem vida própria. Sim, ele tem vida própria, e também sim, as vezes alguém moveu ele, ou ele mofou. Mas resignar seu movimento para apenas responder aos problemas imediatos, assim que encontrou mais queijo fica tudo bem, 🤬 #$%!& . Se parte do que faz o humano humano é o trabalho (somos criaturas frágeis, sem roupa, comida, remédio, armas, casa, TUDO QUE É PRODUZIDO COM TRABALHO, não seríamos muita coisa) é de certa forma moldar a natureza, por que não entender a natureza do movimento do queijo?
Um exemplo que um personagem dá é de que "putz, sim eu não aceitei a mudança e meu negócio faliu... apareceu o Wallmart e não tinha como competir... talvez se eu tivesse vendido as lojas e construído uma loja única e maior eu teria conseguido competir aceitando essa mudança..." e 🤬 #$%!& . A Amazon, WallMart, Uber, viviam ou vivem por DÉCADAS de prejuízo exatamente pra monopolizar o mercado e destruir qualquer competição, e só conseguem fazer isso com MUITO LOBBY, não é por serem lojas maiores, mais bonitas, mais modernas que aceitam a mudança, ELAS CRIAM A MUDANÇA por ter um poder econômico e político gigantesco, e não é cada um por si se esforçando que isso se resolve, é só enfrentando os problemas como um GRUPO, enxergando a causa do queijo sumir PRA SEMPRE pra tantas pessoas e fazendo algo em relação à isso, é CRIANDO a mudança, não torcendo pra que ela apareça na próxima esquina. Se me disserem que 10 milhões de desempregados no Brasil e 33 milhões passando FOME é porque não aceitam mudança e não fazem nada em relação a isso, eu respondo que a pessoa ou é cega ou não tem empatia. Pessoas que trabalham o dia inteiro e mesmo assim não tem o que comer não é por falta de esforço, não é por conforto e raiva pela mudança. Se algo no seu emprego piora, você começar a ganhar menos e/ou trabalhar mais, não é aceitando a mudança como algo natural e vivendo com ela que se lida com isso. Sim, mudança é natural, MAS TEM COMO MUDAR PRA MELHOR 🤬 #$%!& VAI TOMA 🤬 #$%!& chega cansei