Wess 24/03/2023
Acho que Roland esqueceu o rosto do seu pai...
Já li muita coisa do Stephen, desde os livros mais curtos, até os mais longos, como It (1100). Mas nunca tinha sentido que a escrita estava se enrolando. Lobos de Calla foi a exceção. São 744 páginas de história que poderiam ter acontecido em 300. O livro passa o tempo todo te preparando para uma batalha que se resolve de maneira tão fácil.
Ainda assim, os momentos bons conseguem te prender na história. Susannah, mesmo aparecendo pouco, nos proporciona momentos incríveis, deixando-nos curiosos o tempo todo. Já o Eddie, tem um crescimento gigantesco, fiquei impressionado com as atitudes dele, afinal, nesse livro, ele é quem segura o ka-tet, bem mais que Roland. Jake, mds, esse menino não tem paz em um único livro. É muito triste a forma com que ele precisa deixar de ser criança e passar por coisas que até Roland fica receoso. O seu Toque ganha mais destaque nesse livro e é algo interessante para se relacionar com outras franquias King. Roland me decepcionou um pouco nesse livro, ele tem atitudes (uma em específico) que simplesmente não condiz com o personagem que acompanhamos até aqui.
Outro ponto importante, esse livro vem em sequência a Mago e Vidro, que é simplesmente uma obra prima, o melhor de toda a franquia e arrisco em dizer, está no top 3 de todos o do King. Então o contraste de um livro tão bom, para outro que parece ser um ponto de descanso na história, pode interferir no que você pensa sobre Lobos de Calla. Ainda assim, se vc leu até o quarto livro, vale a pena continuar a franquia, os momentos bons ainda superam os ruins.
OBS com spoiler: fiquei tão bravo com Roland nesse livro. E acho que ficou claro (mesmo ele negando), se Roland tivesse que escolher em fazer Jake morrer (ou Eddie/Susannah) para continuar a procura da Torre, ele faria, ele deixaria Jake cair no penhasco exatamente como no primeiro livro. E isso vai totalmente contra o que o livro tenta nos passar com a ideia de ka-tet, Roland não luta pelos seus, ainda menos quando o assunto é a torre. E isso me faz pensar que ele não é muito diferente daqueles viciados em ervas do di@bo que aparecem ao longo da história. Já é o quinto livro, e Roland ainda não mudou nada.