Lina DC 21/05/2018Segundo livro da trilogia A Cela, "O sétimo dia" dá continuação aos eventos do livro anterior. Narrado em primeira pessoa por Martha (prólogo) e em terceira pessoa a trama se inicia com a liberação de Martha e a prisão de Isaac. Porém, Martha não está segura do lado de fora a prisão.
Com a manipulação da população, Martha é vista como uma megera corruptível que fez com que o filho adotivo do adorado Jackson Paige assassinasse o próprio pai. Não importa que ela, Cícero, um ex-juiz e Eve, a psicóloga da prisão tenham tentado mostrar que o sistema é corrupto.
Agora todos eles estão em perigo porque sabem demais e em um governo baseado na manipulação das massas, pessoas com a capacidade de raciocinar por conta própria são um perigo.
As forças por trás do poder estão reforçando na mídia a importância de se condenar as pessoas. Um novo programa, chamado "Campainha da Justiça" é apresentado por Kristina Albright e consiste em 3 telespectadores tocando uma campainha para votar na condenação de um indivíduo. Enquanto isso, o grande sucesso da televisão "Morte é justiça" é apresentado por Joshua Decker, que fica encarregado de mostrar o dia a dia dos condenados à morte, inclusive Isaac. Mais uma vez o telespectador tem a oportunidade de acompanhar o acusado enlouquecendo a cada dia.
Martha está desesperada para tirar Isaac da prisão, mas com o cerco apertando ao seu redor, sua própria vida está em perigo.
Em "O sétimo dia" vamos tendo uma nova perspectiva da corrupção que governa esse universo. Novos personagens, de cargos importantes vão sendo apresentados e vamos conferindo como será difícil para esse grupo de amigos desmascarar o governo.
Um dos pontos altos do livro é que os personagens que antes eram secundários vão ganhando espaço e tornando-se cada vez mais importantes na trama. Eve, Cícero e até mesmo Max, o filho adolescente da psicóloga possuem papéis fundamentais e suas ações definem o rumo da história.
O final do livro, assim como o de seu antecessor, é espetacular. A autora conseguiu deixar um gancho incrível para o último livro da trilogia e ao mesmo tempo deixar os leitores ansiosos pela continuação.
Também como no livro anterior, a história é dividida em prólogo e mais sete partes, sendo que cada uma das partes são os dias de Isaac: Primeiro dia, Dia 2, Dia 3, etc.
Na minha opinião, Isaac é o personagem que perdeu um pouco o brilho nesse livro. Enquanto está encarcerado, sua mente divaga muito e chega até mesmo a ser um pouco fantasioso. Em contrapartida, Martha torna-se mais determinada e confiante, apesar de ter seus receios. Confesso que o romance dos protagonistas ainda não me conquistou 100%, mas será interessante de se observar a continuidade dele.
A Astral Cultural realizou um ótimo trabalho de revisão, diagramação e layout. A capa combina perfeitamente com a capa do livro anterior e com o conteúdo.
“Tudo é preto ou branco. Culpado ou inocente. Nada de tons de cinza, nada de motivos. Sim ou não, sem qualquer explicação. A lei declara que é olho por olho.”