Thalya 21/10/2020
Aspectos inovadores e modernistas nas obras de Graciliano Ramos
Repleto de ensaios que demonstram as particularidades e inovações em todas as obras do autor alagoano recluso e que se afirmava como um quase Fabiano, personagem de sua obra potente "Vidas Secas": Graciliano Ramos.
Ivan Marques tece comentários e análises profundas e embasadas sobre as todas as obras de Ramos. Assim, se torna uma ótima introdução para quem leu e não entendeu a relevância das obras do escritor, ou ainda, quem deseja lê-lo - caso deteste spoilers, recomendo ler as análises só depois das leituras das obras.
Dividido em 12 capítulos: "1.O estilo é o homem", "2.Biografia e carreira literária", "3.Visão geral da obra: ficção e confissão", "4.Metalinguagem: o livro dentro do livro", "5.Dois capítulos perdidos': o narrador não confiável", "6.Vidas secas: 'romance desmontável'?", "7.Graciliano Ramos e João Cabral de Melo Neto", "8.Monólogo interior em São Bernardo e Angústia", "9.Fracasso e decadência: o lugar do intelectual", "10.Violência e ressentimento", "11.A representação da mulher" e "12. Realismo Crítico", o estudioso constrói um livro simples, com linguagem acessível e de fácil compreensão para a leitora ou leitor que deseja explorar e compreender melhor a profundidade de conflitos sociais, econômicos, políticos, psicológicos e existenciais presentes nas obras de Graciliano.
"Essa visão amarga o acompanhou desde cedo. Já em uma crônica de 1915, o jovem Graciliano escreveu: 'Em escala descendente, a começar no Catete, onde pontifica o chefe assu, e a terminar no último lugarejo do sertão, em um caudilho, mirim, isto é um país a regurgitar de mandões de todos os matizes e feitios'." (página 27)
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