Maria - Blog Pétalas de Liberdade 25/03/2019Resenha para o blog Pétalas de Liberdade A história se passa no final do século dezenove, na fictícia cidade mineira de Sete Chaves, e é narrada em terceira pessoa. Conheceremos Branca, filha de uma mulher negra e de um homem branco. A mãe de Branca morreu no parto, o pai se casou novamente com Magnólia, e quando ele faleceu, foi a vaidosa madrasta que passou a administrar a fábrica de carvão da qual vinha a riqueza da família.
Magnólia não gostava de Branca e mantinha a jovem cada vez mais isolada dentro de casa, além de ter planos malignos para o futuro da garota. Não suportando mais aquela situação, Branca decidiu fugir e descobrir o que havia após aquela cortina de fumaça que via da janela.
Branca não iria muito longe, pois logo se depararia com sete pequenos operários que necessitavam de sua ajuda. Enquanto isso, a madrasta veria a oportunidade perfeita de se livrar de vez da garota, e para isso contrataria Simão, um caçador. Será que Branca conseguiria ser livre como desejava?
“Acreditava mais do que nunca que a cortina de fumaça era seu chamado, afinal ela foi levada até ali para salvar a vida dos sete meninos esquálidos, embora a sua ainda não estivesse salva.” (página 30)
Como talvez vocês tenham percebido, a história é uma releitura do clássico conto de fadas Branca de Neve. Mas as semelhanças ficam só nas referências aos personagens: a garota, a madrasta má, o caçador e os pequenos operários. A trama de Katherine tem vários diferenciais, como o foco nas questões ligadas ao fim da escravidão dos negros. Não é apenas a história de Branca que conhecemos, mas também a de seus pais e os desafios que enfrentaram ao se rebelarem contra a sociedade e se casarem numa época em que as uniões inter-raciais eram polêmicas.
“É tão triste, minha querida, que algumas vítimas se acostumem tanto com seus algozes, que não saibam viver sem eles.” (página 77)
É um livro curto e de leitura rápida, um romance de época quase sem romance romântico, já que o foco principal é a saga de Branca para ser livre da tirania de Magnólia e não um relacionamento amoroso. É interessante a contextualização histórica, a temática da representatividade negra e o desfecho, mas a sequência de acontecimentos ficou confusa para mim no início, por não seguir uma ordem linear e por ter algumas repetições, e por isso classifiquei-o no Skoob com 3 estrelas.
A edição traz uma capa que acho bem bonita, representando a personagem com seu cabelo crespo. As páginas são amareladas, a diagramação traz letras, margens e espaçamento de bom tamanho, além de detalhes nas bordas das páginas e fontes diferentes.
“- Uma maldição se quebra com uma benção – pense nisso, senhorita Branca.” (página 101)
E por hoje é só, espero que tenham gostado de conhecer essa releitura de Branca de Neve em terras brasileiras cheia de representatividade.
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