Batman: O Cavaleiro das Trevas

Batman: O Cavaleiro das Trevas Frank Miller




Resenhas - Batman - O Cavaleiro das Trevas


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Rafael.GLima 24/12/2020

O Batman é fod#%!
O que falar dessa obra? Esse personagem é um dos meus preferidos da DC, é pela segunda vez que leio e realmente é algo diferente. Muitas coisas que você lê ali é tão atual, pode-se colocar aos dias de hoje. É definitivamente uma HQ para adultos, forte, polêmica em alguns pontos, forte e bem forte. Eu indico demais, você que não leu por favor, leia.
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Psychobooks 01/12/2011

PsychoComics - Walter Tierno
Meu primeiro contato com esta história foi em 1987. Um amigo me emprestou as quatro edições da minissérie, que foi originalmente publicada pela Abril Jovem. Eu era adolescente e não ligava muito para quadrinhos, porque pouca coisa de qualidade era publicada por aqui. Pelo menos em pontos tradicionais, como bancas de jornais. Os quadrinhos americanos - exceto os undergrounds e independentes - ainda sofriam com a censura imposta pelo Macarthismo e o terrível Comics Code. Como foi dito acima, no editorial da Amazon, Batman era um personagem infantil e tolo. O passo inicial para mudar essa imagem do herói foi dado por Dennis O'Neil e Neil Adams. Eles já haviam começado a dar ares mais sombrios ao Batman desde a década de 70. Mas quem transformou definitivamente, não só o personagem, mas também toda a indústria de quadrinhos, foi Frank Miller. Miller começou sua carreira na Marvel, assumindo um título à beira do cancelamento e transformado-o em fenômeno de vendas: Daredevil (Demolidor). Portanto, não foi por acaso que a DC Comics entregou a ele um de seus personagens mais icônicos e concedeu liberdade para que ele o reinventasse
O "Cavaleiro das trevas" de Miller foi apresentado com uma solução narrativa surpreendente e que foi imitada à exaustão até metade dos anos 2000. Algo que o autor já havia experimentado em sua passagem por Daredevil mas que, em "Batman - o cavaleiro das trevas" levou a outro nível. Nos quadrinhos, era norma que a narração fosse feita em terceira pessoa, mas Miller escolheu a voz em primeira pessoa e deixou que os personagens vomitassem suas angústias, medos, neuroses e desafios. É realmente assustador ler as motivações de Batman e imaginar que o herói - aquele sobre o qual equilibram-se as esperanças do bem - esteja à beira da sociopatia.
O discurso político da minissérie é ponto marcante. Escrita em plena guerra fria, apresentava um futuro sombrio, descontrolado, violento e à beira do caos. Na verdade, estamos vivendo o tempo em que a história se passa e agradeça por não estarmos em um mundo tão parecido com o que Frank Miller profetizou. Eu disse "tão parecido"... Afinal, aí estão o aquecimento global, a super população, o controle da mídia e vários outros horrores que são mostrados na HQ. Mas não se deixe contrariar por essa imprecisão das professias do autor. Quando filmaram "De volta para o futuro, também acreditavam que, em 2010, existiriam skates voadores e carros movidos a lixo. Ainda estou procurando essas duas maravilhas... Como a maioria das obras de ficção futurista, o "Cavaleiro das trevas" tem a intenção de questionar e denunciar seu próprio tempo, apresentando as consequências que condutas e ideologias poderiam ter sobre as gerações futuras. Ao longo da minissérie, há uma tensão crescente entre a URSS (pois é... Miller não sabia que o muro de Berlim cairia, três anos depois) e os EUA sobre uma ilha fictícia chamada Corto Maltese (homenagem de Miller à criação mais popular do mestre dos quadrinhos italianos, Hugo Pratt). À beira da terceira guerra mundial, o governo dos Estados Unidos utiliza sua arma secreta: Super-homem.
Super-homem representa o controle hipócrita e aparentemente inócuo do governo, que é representado por um presidente ignorante e cara-de-pau, não por acaso, uma caricatura de Ronald Reagan. Batman representa uma revolução libertária, ao mesmo tempo, militarmente disciplinada. É irônico pensar que o ex-repórter vindo do interior (Clark Kent) represente o liberalismo conservador e o multimilionário (Bruce Wayne) represente a força revolucionária socialista. Mesmo que essa possa não ter sido a intenção de Frank Miller, foi o que acabou construindo em sua obra.
O embate decisivo entre as duas forças é inevitável e, seu eu disser o que acontece, posso acabar entregando spoilers que estragariam sua leitura.



O desenho de Miller é tão revolucionário quanto seu texto. Ele tem controle sobre movimento e ângulo de câmera. Sua diagramação, a exemplo do mestre Will Eisner, abalou os conceitos até então estabelecidos para os quadrinhos. Há sequências inacreditavelmente corajosas, como a cena em que Bruce Wayne relembra o assassinato dos pais, totalmente silenciosa e angustiante. Aliás, muitos cineastas já tentaram reproduzir essa cena nos filmes de Batman, mas nunca chegaram perto da carga dramática que Miller, mesmo sem o recurso do movimento ou mesmo de texto, conseguiu expressar.
Outro recurso muito copiado foi a inserção dos comentários na televisão, com as telinhas aparecendo o tempo todo para mostrar as consequências dos atos dos personagens ou os cenários em que eles eram inceridos. Se você assistiu a Robocop, agora sabe de onde o diretor copiou o recurso que usou amplamente no filme.
Miller também abusa de painéis em página inteira. São cenas que "explodem" na cara do leitor!
As soluções gráficas de Frank Miller são uma costura de referências brilhantemente costuradas: Hugo Pratt, Will Eisner e Goseki Kojima. Foi o primeiro artista norte-americano a trazer influência dos mangás para as terras de Tio Sam. É uma pena que, anos depois, alguns artistas confundam influência com cópia pura e simples, mas fazer o quê?







Curiosidades:

A capa de Robin, nesta minissérie, é assumida por uma menina. Talvez fosse intenção de Miller afastar definitivamente a teoria de que Batman e Robin tivessem uma relação amorosa e, consequentemente, pedófila. Ele preferiu mostrar que a relação entre os personagens é paternal. A menina que assume a identidade de Robin é uma "órfã ideológica". Seus pais, ex-hippies, não a controlam ou disciplinam e ela busca esse direcionamento ideológico na figura autoritária e rebelde de Batman. Temas com discussão para mais de horas!

Pouco tempo depois, Frank Miller reescreveu a origem de Batman. A aclamada "Batman - Ano um". Não tem a mesma força questionadora e revolucionária do "Cavaleiro das trevas", mas é outro clássico copiado à exaustão pelas gerações de artistas seguintes. Outra obra que vale a pena.

Em 2001, sabe-se lá o motivo (só pode ter sido dinheiro fácil), Miller escreveu e desenhou uma continuação de "Batman - o cavaleiro das trevas". Conhecida como DK2. Uma bomba. Há quem defenda que essa obra foi mal compreendida. Em minha opinião, é uma condescendência de quem não quer acreditar que um gênio como Miller não seja capaz de cagadas. Pois foi. nem chegue perto disso.

Miller também resolveu aventurar-se pelo mundo do cinema com uma adaptação de "Spirit", criação mais popular de Will Eisner. Fique longe disso, também!

Frank Miller tem outras obras que valem ser conferidas: Ronin, Sin City, Demolidor: a queda de Murdock e Elektra: assassina. Os dois últimos, com desenhos de Bill Sienkiewicz e David Mazzucchelli, respectivamente.


Onde encontrar:
A Panini lançou uma edição luxuosa com as duas minisséries do "Cavaleiro das trevas": a sensacional, de 1986 e a "viagem na batatinha" de 2001. Mas essa edição está esgotada. Para quem lê inglês, resta importar as encadernações pela Amazon ou pelo Book Depository. Os preços são convidativos, para quem tem cartão de crédito internacional. Quem não tem, resta a Livraria Cultura que está com um preço ótimo! Mesmo que você não leia inglês, mas pretende, um dia... garanta sua cópia. Quando conseguir ler, verá que eu não menti e você comprou um quadrinho que vale a pena. Muito.

Minha nota?
Batman - o cavaleiro das trevas simplesmente foi a obra que me viciou em quadrinhos. Eu tinha 14 anos quando li e ela simplesmente mudou minha forma de ver o gênero. Essa visão foi consolidada com Watchmen... mas essa é outra história...

Link: http://www.psychobooks.com.br/2011/05/psychocomics-dicas-3-batman-o-cavaleiro.html
JoãoR 06/02/2014minha estante
Maravilhoso comentário. Muito bom ver alguém que sabe do que está falando, e não do que conhece por séries e/ou filmes e comentários alheios. Sem parecer chato, mas você trocou a ordem dos desenhistas quando se referiu à Elektra e o Demolidor. Quem desenho o Demolidor foi o David M.




DevilWhite 23/01/2024

CLÁSSICO!
Cavaleiro das trevas 1 é um clássico absoluto não só do batman mas das HQs no geral! É incrível o quão importante essa HQ foi para os anos oitenta, junto com ?Watchman? de Alan Moore.
Particularmente não gosto da continuação, mas pelo menos a primeira história é sensacional! Os extras nessa edição são muito bons com bastante arte conceitual!
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Cosmonauta 24/07/2022

Um basta
"Nós não estamos aqui para governar. Nós viemos trazer o caos e a anarquia. Viemos dar um basta no reinado dos criminosos."

Tradução de Jotapê Martins e Hélcio de Carvalho
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Gilberto.Junior 30/06/2022

Cavaleiro das trevas é um clássico das HQs
HQ maravilhosa, história perfeita e desenhos incríveis (pelo menos em Cavaleiro das trevas 1). Frank Miller na sua melhor forma.
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Rafa569 15/08/2021

Primeiro contato com Frank Miller
Meu primeiro contato com algo de Frank Miller. Achei interessante, nunca havia visto o Batman tão velho. Pra quem só assistiu os filmes e não tem muita familiaridade com as hqs, como eu, é um baita contraste. Confesso que das minhas leituras do Batman até agora, ainda continuo apaixonado pelo Longo dia das Bruxas, aquela hq é fantástica.
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Bananah 24/06/2022

A melhor do Batman!
HQ magnífica! Uma história tão boa e complexa com momentos memoráveis. Cavaleiro das trevas é a melhor HQ que já li do Batman, fazendo jus ao porquê de ser tão aclamada. Não lerei a parte 2, não quero que ela estrague essa experiência magnífica que tive. Frank Miller, você é um gênio!
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rubens.nt 24/04/2021

Frank Miller né pai?!!
Ah mano, essa com certeza está no hall de melhores HQ's não só do Batman, como também da história dos quadrinhos. Uma narrativa extremamente madura, e uma peculiaridade sem igual na arte do autor. Vale a pena com toda certeza. E obrigado ao mestre Miller, depois disso aí só HQ porreta do MORCEGÃO.
Nikki 24/04/2021minha estante
Ah, já quero ler! ??




Ricardo.Barroso 08/08/2022

Clássico essencial
Há pelo menos 20 anos ouço falar que essa é uma HQ clássica, que mudou a forma de se fazer quadrinhos. Agora, depois de finalmente ter lido (e com uma bagagem maior de referências), posso entender o porquê. É importante ressaltar que são duas histórias, escritas pelo mesmo grupo criativo, em momentos diferentes.

Cavaleiro das Trevas 1 (1986): Aqui não temos uma HQ tradicional de super heróis. Os personagens estão mais velhos (alguns já se foram), com marcas dos anos em sua forma física e também em sua psicologia. Nenhum deles é idealizado, todos são humanos com suas falhas, apesar dos superpoderes. Temos um Batman de meia idade amargurado, frustrado com o aumento da violência após sua "aposentadoria". Ele tenta retornar à ativa, mas será que agora ele é um herói ou um vilão? Temos um novo(a) Robin, muito mais fiel que os anteriores. Os vilões também envelheceram (coitada da Mulher-Gato...). Mas talvez o que chama mais atenção é o Superman retratado aqui, um "lacaio do imperialismo". A arte também é diferente dos gibis convencionais. Como os personagens já não estão mais em sua melhor forma, vemos seus rostos surrados e distorcidos. Conceitualmente trata-se de uma crítica ao conceito de super heróis estabelecido desde os anos 1930.

Cavaleiro das Trevas 2 (2001): Em termos de roteiro, essa história desfaz o que foi feito na outra, o que diminui muito a qualidade. Tudo é muito exagerado, até mais da metade eu não estava entendendo nada do enredo. A arte utiliza efeitos computacionais que ficaram bastante datados e o nonsense toma conta, às vezes tirando a seriedade (em certos momentos parece que estamos lendo alguma coisa tirada de revistas de humor, como a Mad). É possível entender que o objetivo maior era a crítica à mídia da época, como eram dadas as notícias, o que fazia sucesso na cultura pop, como os heróis eram vistos, mas fica tudo exagerado e repetitivo.

Enfim, mesmo que você não entenda ou não goste, acho que é essencial ler esse material que influenciou muita coisa nos quadrinhos.
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Pandora 26/10/2020

Frank Miller sabe contar suas histórias, não dá para negar isso. O problema são as histórias que Frank Miller conta e a idéia central defendida na histórias dele: violência dobrada como única forma de lidar com violência.

O vol. 1 de "Batman: Cavaleiro das Trevas" pode ser colocado tranquilamente como clássico. Acho que poucos livros conservam em si tão desavergonhadamente as ideias que sustentam a política praticada no Brasil e nos Estados Unidos. Do circo da mídia passando por gordofobia, machismo, racismo até cai na naturalização da violência.

O vol. 2 é dolorosamente iconoclasta, mais brutal, mas desavergonhado, mas escrachado em colocar em palta as estruturas de violência, objetificação das mulheres, circo da mídia, terror, caos e o juízo final com pastores que pedem ofertas até com a perspectiva do mundo acabar e você pode pagar no crédito ou débito no Visa ou Mastercard.

Em todos os poros a história sustenta as maiores mentiras de nosso tempo: corrupção e violência são da natureza humana; as coisas são como são porque são; só o medo pode conter o lado podre do ser humano; psicólogia é uma piada pronta. Essas mentiras são mais perigosas e letais que qualquer Coringa. A vida é uma construção social e a violência só gera mais violência não existe paz dentro do medo. O Batman, como todos os governantes autoritários bate pelo prazer de bater, ele é puro narcismo, assassino mesmo quando não dá o golpe final.

Minha Edição Definitiva contém vários extras: trechos do roteiro original, teste de formas e desenhos comentados do Miller. Se alguém ainda não entendeu a urgência de mais mulheres na produção de HQs basta ler o comentário desse autor sobre a Carrie (a Robin de Cavaleiro das Trevas): "Adoro como a Carrie faz Batman parecer gigante.".

Essa é aquela HQ que não devia ser cultuada. Ela precisa ser problematizada, as idéias por ela defendida historicizadas e descontruídas. Coisinhas cruéis como essa, feitas por homens brancos a título de divertir meninos brancos, tem um potencial para construir assassinos assustador.
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04/11/2020

Gostei
Eu li sem saber direito do universo já que não sou muito chegada à super-heróis mas me surpreendi de maneira positiva e quer ler mais sobre o Batman.
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Juan.Abreu 03/09/2021

Frank Miller ? O Batman!
Batman o cavaleiro das trevas, está história está entre as melhores do Batman, sem dúvidas!

Ver o Batman velho, cansado da labuta, e com sangue nos olhos é maravilhoso! Esta história é fenomenal e não sei escrever sem spoiler!

Vale muito a pena de se ler, os combates, as lutas... Este Batman é muito... Muito... Muito bom!
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