Camila Lobo 01/05/2018Resenha: Contando Estrelas (Por Livros Incríveis)Outras resenhas da autora: Tenshi, Destinos de Papel. Leia no blog ou em meu perfil.
Elisa é uma garota que, apesar de não ser exatamente rica, tem tudo o que deseja na vida. É uma garota bonita, faz parte do melhor trio do colégio, é um tanto inteligente e caidinha pelo garoto mais gato da sala. Só lhe falta uma coisa... empatia. Então quando a professora de história lança um trabalho final diferente e ela é sorteada para fazer o dever com o novo e esquisitão aluno da sala, ela seria capaz de morrer. Afinal, é trabalho voluntário, e jamais passou pela cabeça da garota em fazer tal coisa. Porém, conforme as coisas andam, ela percebe que gosta disso, e que uma nova Elisa pode estar aparecendo.
Luciane Rangel é uma de minhas autoras nacionais favoritas, como você devem ver pelas resenhas anteriores. Demorei a ler Contando Estrelas por falta de tempo e muito estresse, mas é incrível sobre como suas histórias são leves, divertidas e, ao mesmo tempo, cheias de detalhes fantosiosos e lições de vida. Creio que esse último livro, lançamento da Editora Qualis, tenha sido o mais profundo das obras da autora até agora, chegando inclusive a passar Destinos de Papel (mas esse último possui cenas mais pesadas).
Novamente, Rangel nos presenteia com personagens cativantes, como a própria Elisa, que começa como uma personagem quase que intragável, mas que evolui de forma nítida e pertinente ao longo da obra, tornando-se uma personagem fantástica. Vale mencionar também a relação dela com Vitória - que no início até me remeteu bastante à Rebeca e Júlia, de Destinos de Papel - mas que mostrou-se bem diferente, mas tão emocionante quanto. Em ambos os casos, as duplas passam uma mensagem importantíssima, relacionadas a doenças, mas que encantam sobre como a amizade normalmente surge inesperadamente.
O principal e mais importante tema de Contando Estrelas é o trabalho voluntário. Assunto pouco abordado, sobretudo nos infanto juvenis, a autora mostra a importância desse trabalho, trazendo o lado principalmente humano, sobre ajudar as pessoas só por querer o bem. A cada página dedicada ao trabalho de Elisa e Fábio, o leitor sente o coração aquecer, muito disso pelo fato de que o tipo de trabalho voluntário abordado na obra é com crianças em hospitais. Logo, há muita sensibilidade e inocência, mas sempre com um pouquinho de comicidade.
Algo que traz curiosidade e mistério ao leitor é o protagonista, Fábio. Ele é uma incógnita o tempo todo, porque está sempre lá no momento que alguém precisa. Mesmo após o livro, ele permaneceu um personagem misterioso pra mim. Em alguns momentos, cheguei a lembrar um pouco de Aki, protagonista de Tenshi. Posso afirmar que o personagem é permeado por uma aura mágica - não necessariamente no modo literal.
Como é de praxe em todos os livros da autora que li, o lado cômico está presente na história, bem como muito romance. Para completar, eu diria que Rangel insere um pouco de chick lit, e também de ação, já que há cenas do tipo no final, para que a trama chegue ao ápice.
Por fim, novamente fui envolvida por uma obra da autora, que é uma de minhas autoras nacionais favoritas. Suas histórias envolvem muito bem todos os elementos que eu gosto em um livro, e, se você gosta de romance, comicidade, reflexões e um tantinho de ação, Contando Estrelas também é um livro pra você.
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