O Caçador Cibernético da Rua 13

O Caçador Cibernético da Rua 13 Fábio Kabral




Resenhas - O Caçador Cibernético da Rua 13


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Aline 08/07/2020

A vida é muito curta para persistir numa leitura que não esteja oferecendo prazer, e é por isso que estou abandonando esta aqui. Comecei a ler esse livro por tratar-se de uma estória futurista escrita por autor nacional negro. Apesar de ter gostado do universo criado por ele - cheio de diversidade e representatividade - alguns aspectos do livro não estavam funcionando para mim. A narrativa é repleta de intercalações entre passado e presente, colocadas em parágrafos curtos, resultando em quebras de ritmo frequentes. Isso me deu a sensação de falta de continuidade e de falta de objetivo, o que me incomodou muito devido às minhas características pessoais. Gosto de ir direto ao ponto. Gosto de ter um norte, de saber pra onde quero ir, mesmo dentro do rico ambiente imaginativo de um livro de ficção. Somado a isso, as várias cenas de luta pareceram não dar espaço a um desenvolvimento profundo da trama. Talvez esse desenvolvimento ocorra mais para frente na estória (li apenas 63%), mas após ter lido mais da metade do livro sem me sentir fisgada, não acho válido continuar para descobrir. Quero enfatizar que a "nota" que atribuo a esse livro (e a qualquer outro) é baseada meramente na minha experiência individual com a leitura, e não representa uma avaliação do livro em si. Reconheço que a obra é rica ao apresentar referências culturais que são novas para mim e importantes para a fantasia nacional. É possível que essa estória agrade mais outros leitores, e sempre acho válida a tentativa de nos aventurarmos por novos universos. Se você leu esse livro e teve uma experiência diferente da minha, fique à vontade para comentar os aspectos que você apreciou, pois vou adorar conversar a respeito.
Beca 20/06/2022minha estante
Aline, acontece que a cosmovisão africana é exatamente assim. A linearidade temporal é uma característica da percepção ocidental, eurocêntrica.

Por outro lado, a cosmovisão africana entende que o presente, o passado e o futuro estão entrelaçados. Uma prova disso é o provérbio: Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que só jogou hoje.

"Na vida tradicional Africana o tempo é criado e é produzido. O homem não é escravo
do tempo, ao contrário, ele faz do tempo que quer. O homem é mestre do tempo". (Domingos, Luis)

Não sei se isso irá te incentivar a ler novamente, dada a sua experiência nessa leitura e o desagrado com outros aspectos. Mas... Acho importante ficar a par desse detalhe!

Abraços :)


Aline 31/01/2024minha estante
Oioii, Beca! Caramba, só estou lendo seu comentário agora! Que interessante, eu não fazia ideia sobre isso. Quem sabe algum dia eu dê outra chance sabendo um pouquinho sobre esse contexto, mas na época em que li achei muito frustrante! Muito obrigada pelo seu comentário e pelo esclarecimento. :)




João Viana 11/01/2021

O incrível mundo de Ketu Três
Uma história que se passa em um mundo incrível. Místico, fantástico, futurista. Conta a história dos personagens principais a partir de flashbacks, alternando entre o passado e o futuro de maneira intermitente.

Esse tipo de narrativa, junto com o drama de João Arolê de buscar a paz dentro de si, faz com que a contradição das ações do protagonista sejam questionadas junto com suas experiências pessoais e os valores passados pelas autoridades do mundo. Da mesma forma, a descrição das cenas de ação de forma cinematográfica e a descrição desse mundo fantástico dá espaço para a imaginação do leitor.

Recomendo muito!!!
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Yasmim 24/11/2020

"Nós somos representações vivas dos nossos ancestrais."

Se eu dissesse que essa foi a minha leitura favorita desse ano, eu estaria mentindo. Porém, digo com toda certeza que esse livro foi a coisa mais interessante e inovadora que li não só esse ano, mas em minha vida toda.
Fabio Kabral criou um herói negro, que vive em um mundo onde só existem pessoas melaninadas e, não contente com isso, deu destaque a personagens gordos e LGBTQIA+, um show de representatividade! Não consigo descrever a imensidão desse livro e desse universo (que INFELIZMENTE é fictício) em palavras, ninguém vai conseguir descrever, para entender é preciso tirar um momento da vida e ler essa obra riquíssima.
Confesso que o autor deixou a desejar na construção dos vilões, apesar de ter gostado muito, com certeza eu gostaria mais se algumas partes fossem abordadas com mais clareza e atenção. Mas felizmente esses pontos não diminuem a grandeza do livro.
Mais que indicado!!
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Ricardo Santos 24/06/2018

A promessa de uma utopia vibrante
Minha expectativa era enorme em relação ao Caçador Cibernético da Rua 13. Eu já tinha lido contos do autor Fábio Kabral, inclusive, um passado no universo do livro. Terminada a leitura, cheguei à conclusão de que a jornada valeu a pena, mas ela podia ter sido bem mais completa.
O Caçador foi lançado meses antes da estreia do filme Pantera Negra. Depois de ver a produção da Marvel, muita gente ficou entusiasmada com o afrofuturismo, a mistura de tecnologia não-branca com ancestralidade africana. E o romance de Kabral estava ali pronto para saciar essa vontade do público.
Quem acompanha Kabral nas redes sociais sabe como ele é fã de quadrinhos, RPGs, filmes, séries e literatura, principalmente, de autores negros, que falam com orgulho de sua negritude e denunciam o racismo histórico até os dias de hoje. Portanto, as referências são muitas. Mas O Caçador mostra originalidade ao criar o mundo de Ketu Três. E essa é a grande força do livro.
O tom é mais leve, a violência não é tão gráfica, porém acompanhamos as terríveis maquinações dos poderosos. Elas existem até mesmo em um lugar onde a promessa da utopia é palpável.
Kabral é um pioneiro ao levar para um número maior de leitores o conceito do afrofuturismo, torná-lo presente na literatura brasileira, uma referência pop por aqui. Apesar de já existir exemplos do movimento em nosso cinema (Branco Sai, Preto Fica), artes plásticas (Dúdús) e música (Senzala Hi-Tech), antes do lançamento de O Caçador.
Contudo, no que o livro tem de fascinante em seu worldbuilding, com o uso de uma imaginação vibrante para valorizar a diversidade e transformar mulheres e homens negros em protagonistas de suas próprias histórias, ele não preenche todas as expectativas em termos narrativos.
Mesmo com a agilidade do texto cinematográfico, em certos capítulos, o leitor pode se aborrecer com as digressões do protagonista, que não fazem a história avançar. Os longos flashbacks quebram o ritmo da trama. E o texto poderia ter uma melhor revisão, principalmente, em relação à pontuação e à repetição de palavras que não tem nenhuma função estilística.
O Caçador Cibernético da Rua 13 mistura referências do candomblé com tecnologias inovadoras, fantasia e ficção científica. É um livro que reflete sobre o pesadelo do passado, a transformação do presente e as possibilidades para o futuro de quem que ainda luta por igualdade.
O romance de Fábio Kabral deve ser celebrado como algo novo na literatura brasileira, um aviso do que estar por vir.
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 26/03/2018

Livro afrofuturista
Este livro é diferente de tudo o que já li. É diferente porque todos os personagens são negros, possuem pele melaninada e se passa em um universo afrofuturista com tecnologia avançada em que a religião é fator naturalizado, como a realidade deveria ser se não houvêssemos passado por um processo de escravização, colonização e apropriação do saber africano.
O primeiro capítulo é bastante convidativo porque faz perceber que será um livro com muito mistério, intensificado pelas vozes da cabeça do protagonista, o que prende à leitura desde então.
O protagonista é João Arolê, um homem de pele escura que possui implantes cibernéticos, dreads, tatuagem tribal em seu braço e perna direitos, enquanto o lado esquerdo é um braço cibernético de metal, assim como a metade direita de seu rosto, que no lugar do olho, há um monóculo azul. Ele é um ẹmí ẹjẹ, ou seja, pessoa que nasceu com dons especiais que lhe conferem algum super poder. Trabalha como caçador, protegendo as pessoas de bem e matando ajoguns, que são monstros que aparecem quando absorvem sentimentos ruins.
Mortes inexplicáveis começam a acontecer e nesse momento, para entender o presente é preciso relembrar e enfrentar o passado e seu passado tem a ver com o fato de ser constantemente atormentando com pesadelos e sua consciência que não o deixa esquecer de seus atos. Quando criança sonhava em ser astronauta, mas os acontecimentos da vida foram tornando esse sonho cada vez mais distante.
Toda ação se passa em Ketu Três, a Cidade das Alturas, altamente tecnológica com seus carros voadores, trens fantasmas e telefones psíquicos. Essa cidade tem como líder política a Presidenta Ibualama, a senhora mais velha e por isso também a mais respeitada, como são respeitados todos os mais velhos, por serem os mais sábios.
O que mais me chamou atenção no funcionamento dessa cidade foi o fato dela ser protegida e abastecida pelos Odés, grandes caçadores espirituais, como também a presença constante dos fantasmas e ancestrais familiares que são onipresentes. Aqui, religião e tecnologia são indissociáveis.

É inegável o protagonismo feminino, dado que a maior líder política é uma mulher, assim como outras personagens que têm função importante na vida do protagonista: Nina Oníṣẹ, sua melhor amiga; Jamila Olabamiji, uma menina de apenas 15 anos que está começando a manifestar seus poderes de ẹmí ẹjẹ e que atrai a atenção de muitos setores, tanto públicos quanto privados e João Arolê sabe por experiência própria qual será o destino da garota se ela for capturada pelos policiais da Aláfia Oluṣọ, orgão responsavél por manter a ordem pública, então age como um protetor dela e Maria Àrònì, uma mulher gorda curvilínea, curandeira, especialista em folhas e banhos e companheira de João, que desempenha um papel muito importante na narrativa.
A narrativa se dá de forma não linear, predominantemente em terceira pessoa, mas também é composta por muitas vozes dispostas de modo intercalado, cada uma com um recurso gráfico para se diferenciar da outra, como o uso de itálico, negrito ou espaçamento.
É interessante essa construção de muitas histórias concomitantes e intercaladas, acredito que isso faz com que o leitor fique cada vez mais curioso para saber qual a ligação delas.
A leitura é bastante rápida e fluída graças as frases breves e objetivas. Outro elemento que dá fluidez à narrativa é que algumas ações são insinuadas, não são descritas de maneira pormenorizada, então fica á cargo da imaginação do leitor.
As ilustrações de Rodrigo Cândido presentes ao longo do livro ajudam a formar imagens do quão diversa é a população de Ketu Três e também de como é a presença dos elementos espirituais nessa sociedade. O desenho da capa também é de sua autoria e representa uma imagem bem fiel da aparência física do protagonista.

O Caçador Cibernético da Rua 13 é um livro que tem continuação, mas pode ser lido de forma independente. Sua premissa se encerra nesse volume, mas dá a entender que em um próximo será melhor explicada e desenvolvida a existência de uma personagem em especial, Jamila Olabamiji, que dá mostras do seu potencial desde já.

Ler esse livro foi o primeiro passo que dei em direção ao entendimento do que é o afrofuturismo e pretendo seguir nesse mesmo caminho, então as próximas publicações do autor já têm uma leitora garantida. Também é uma boa leitura para quem quer entender um pouco melhor a respeito dos elementos da cultura iorubá, que são os que permeiam toda narrativa.


site: http://bit.ly/2Gf5m7M
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coisitasliterarias 14/08/2020

Para uma aula de representatividade, leia este livro
A história entrelaça passado e presente quando mortes misteriosas começam a acontecer. ?E para chegar ao responsável desses crimes, João precisa lembrar, resolver e superar o seu passado para seguir adiante.
?
A história é construída conectando os pensamentos e lembranças de João, logo o ritmo de leitura é ditado conforme suas emoções e ações e isso torna a coisa bastante dinâmica.

O autor constrói NOS MÍNIMOS DETALHES todo um universo fictício inspirado na cultura iorubá, fiquei maravilhada em conhecer Ketu Três (Foi automático associar à Wakanda, cidade fictícia de Pantera Negra, uma das maiores referências pop do afrofuturismo).
O que eu achei muito interessante é uma questão geral sobre a pele dos personagens. Quanto mais escura a pele da pessoa, mais alto ela está na hierarquia social. Foi lindo ver a negritude sendo exaltada dessa maneira Vale ressaltar aqui que o Fábio Kabral, autor da obra, é pioneiro do movimento afrofuturista aqui no Brasil - sim, teremos postagem sobre isso - e o livro traz características marcantes do movimento.

?É uma leitura para todas as idades, com toques de aventura e mistério, sem deixar de dar uma aula de negritude.
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kikikko 08/07/2022

a história é bem interessante, esse universo futurista foi o que me chamou atenção.

gostei muito da escrita do autor, ela foi bem fluida para mim.

o que pegou foi essas voltas pro passado. eu só queria ler sobre o presente mas estava sempre voltando ai foi me desanimando. o texto é de muita ação, que não faz muito meu tipo, por isso não dou realmente 3 estrelas, mas foi uma leitura boa apesar de tudo.
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Gilmara64 08/03/2020

Um livro cheio de representatividade
É tão bom começar uma história e se ver nela conseguir se imaginar em cada personagem, o autor fez uma história cheia de representatividade com deuses africanos e tecnologia e um mundo futurístico que eu me identifiquei muito e amei cada detalhe. A escrita é direta e simples mas nada que atrapalhe a leitura o desenvolvimento da história poderia ser melhor por isso não dei mais estrela, mas história é muito boa e recomendo muito a leitura.
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Alan 21/07/2022

ANCESTRALIDADE, AFROFUTURISMO E DESCOLONIZAÇÃO DO PENSAMENTO
Nos 13 distritos de Ketu Três, a Cidade das Alturas, o recôndito João Arolê atua como um caçador de aluguel de Ajoguns, monstros espirituais malignos que aterrorizam o povo melaninado. Nascido ?mí ?j?, Arolê é dotado de um dom especial que, quando jovem, o obrigou a ser submetido a um treinamento voltado ao propósito de caçar e eliminar membros da elite de Ketu Três envolvidos em corrupção. Interrompendo seu esforço de superar os traumas do passado, os ócios do ofício reverberam na vida de um João já maduro quando uma série de misteriosos assassinatos contra celebridades passam a se destacar nos jornais. Mergulhando nas circunstâncias, gradativamente o caçador deve descobrir sua íntima relação com a sequência de crimes. 

Sob apoio de uma narrativa abundante em detalhes, com elementos da mitologia Iorubá, somos introduzidos a uma diegese em que a tecnologia se embrenha simbioticamente à ancestralidade ? podendo facilmente ser transportada graficamente para as imagens de uma HQ ?. O ofício de João Arolê, suas relações interpessoais e demônios do passado se tornam fios condutores de uma viagem metafórica, alusiva e retroativa no cosmo afrofuturista moldado por Fábio Kabral, que pode ser pensado como um Brasil pós superação dos arranjos coloniais, em que nossas origens ancestrais exercem papel fundamental nas formas organizacionais do mundo. 

Fábio Kabral soma à nossa literatura o componente de um movimento que conjectura, por intermédio do entretenimento e da arte, a libertação do pensamento cultural e intelectual do imaginário coletivo, fomentando a descolonização do pensamento popular e a restauração da maneira como enxergamos nossas raízes históricas. Embora alguns arranjos no mundo de Fábio Kabral remeta a estruturas forjadas pelo colonialismo ? o que pode ser enxergado como uma herança ainda não superada do passado colonial ?, O caçador cibernético da rua 13 se torna um antológico membro do afrofuturismo ao modelo brasileiro, tornando Fábio Kabral merecedor de destaque no mercado editorial nacional. 
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Joao.Victor 07/07/2020

Leitura preta e nerd que busca ancestralidade
Eu estudo afrofuturismo faz um tempo, na internet mesmo, e o nome do Fábio já é bem clássico aqui no Brasil, visto que o gênero ainda tá crescendo (mas tá crescendo até rápido).

Sua capacidade de escrita de ação e de percepção individual me cativou muito, afinal o personagem João Arolê (meu xará) tá o livro inteiro imerso em uma bad que a gente sabe que vai ter fim, mas que vai precisar de muito aprendizado. Este aprendizado dele é muito bem explicado através da cultura do axé, das palavras escritas em iorubá (creio eu), e da sua conexão com sua mãe, com Odé Oxóssi e com os amigos que tem. As cenas de ação são salpicadas de nostalgias como se o filme "Jumper" (2008) e "X-men 2" (2003) fossem inseridos em um mundo com personagens melaninados e com representatividades LGBT. As ilustrações combinam com o que a intenção do livro quer passar, e com isso, temos uma escrita preta e nerd, que explica a ancestralidade que devemos entender para nos entendermos, enquanto negros.

Me senti muito satisfeito lendo e espero que todos também sintam. Mal espero pra ler a continuação da Jamila, A garota do facão furioso!

site: twitter.com/clefairy_97
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minefreitas 02/08/2022

Incrível ambientação
Eu gostei muito do livro. A ambientação é ótima e super criativa, gostei muito de como ele traz flashbacks do passado ao longo da história para nos explicar todo o contexto, fica num clima de filme de suspense bem gostoso. Achei a forma como os sentimentos do personagem são demonstrados bastante imersiva, eu podia sentir um pouco da dor dele. Um ótimo livro de aventura com bastante sangue e morte pra quem gosta. Conheço muito pouco dá cultura Iorubá e foi ótimo para conhecer um pouco mais.
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Grecia.Regis 04/02/2022

É legal mas...
O ambiente que se passa o livro é bem legal. Gostei de Ketu três. Um mundo onde todos tem a pele retinta, o estilo descrito pelo autor faz a imaginação ir longe. Porém achei muita luta pra pouca história. Um ponto do livro começa a explicar um pouco mais sobre isso porém não faz meu estilo.
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Hana 04/08/2020

O que me trouxe ao livro foram as palestras, podcasts e discussões sobre o afrofuturismo que vinha assistindo/escutando enquanto pesquisava para um projeto, é um gênero fascinante que merece todas as chances.
Quanto a este livro especificamente, a escrita de Fábio Kabral ainda me parece estranha, há momentos em que o ritmo é frenético mas compreensível por ser em situações da história também frenéticas, mas muitas vezes parece que o autor se perde nas próprias palavras e não sabe como descrever algo e acabou que o livro tem trechos repetitivos e que soam como um amigo seu que tá muito animado pra contar alguma coisa e no fim você não entendeu nada direito.
Mas o enredo e a história ancestral de Ketu Três são, com certeza, interessantíssimos, assim como vários personagens (inclusive estou ansiosa para ler A Cientista Guerreira do Facão Furioso, a história da Jamila).
Uma leitura simples com muita representatividade.
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Davenir - Diário de Anarres 08/06/2021

Construção de mundo sensacional
"O Caçador Cibernético da Rua 13" de Fábio Kabral de 2017 é o primeiro romance de Macumbapunk, (no termo criado pelo próprio) que além de escrever também o divulga - Recomendo alguns vídeos no próprio canal do autor para saber mais. O que posso adiantar é como a construção do mundo aqui faz a diferença. A história se passa totalmente em Ketu 3, um lugar reconstruído após uma invasão alienígena onde vive um povo melaninado que sobreviveu após expulsá-los. A magia e a tecnologia encontram uma mistura que enche a imaginação de imagens vibrantes. Os elementos iorubás e do cyberpunk foram conectados com maestria pelo autor. A cidade cyberpunk como útero podre da civilização, agora floresce pela magia dos ancestrais, mas não sem seus problemas.

Acompanhamos o caçador João Arolê que vive amargurado pelos seus atos do passado a medida que vai reencontrando antigos amigos e inimigos. A história tem muitos retrocessos na juventude de Arolê que remontam seu passado sem pressa. Esses retornos são tão recorrentes, fonte de algumas das criticas negativas que já li por ai, que acabam por se tornar o grosso da história. Arolê é um èmi ẹjẹ, que é o nome dado aos que nascem com o "sangue espiritual" dos antepassados, desenvolvendo poderes (teleporte e telecinése, por exemplo). Quando nascem em famílias ricas costumam ascender a fama e os que nascem pobres são arrancados das famílias e são criados para trabalharem em um esquadrão de elite de assassinos a serviço da Corporação Ibualama. A organização social de Ketu Três, segue a hierarquia do Canomblé, matriarcais e tendo as Casas de Axé, desenvolvidas como corporações.

É nesse esquadrão onde João Arolê conhece Nina Oníṣẹ e Jorge Osongbo, que a medida que aprendem a usar sua habilidades, passam a questionar as missões que recebem. No presente, Arolê busca fugir de seu passado e conhece Maria Aroni e Jamila Olabamiji, que também manifestam poderes, uma para curar e outra inconscientemente para destruir. Como era de se esperar o passado encontra João Arolê e a história no presente fica menos contemplativa, rendendo cenas de ação empolgantes, sem perder o gosto pela viagem a Ketu Três que é muito bem embasada e construída. O enredo é bastante simples mas que ganha muito com a construção do mundo sensacional que certamente rende mais histórias, como de fato já rendeu outra: "A Cientista Guerreira do Facão Furioso" que tem Jamila Olabamiji como protagonista.

"O Caçador Cibernético da Rua 13" vale pela construção de mundo e pela viagem sensorial que proporciona. É mais focado no protagonista, como se fosse um estudo do personagem, o que pode afastar os que gostam de enredos mais elaborados, ainda assim é uma leitura sensacional.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2021/06/resenha-186-o-cacador-cibernetico-da.html
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BrUnO 21/11/2021

Ler rápido pode ser ruim as vezes
Lembro que fiz um trato comigo mesmo de ler esse livro em um dia (no sábado, mais especificamente) e cheguei a cumprir o trato, sendo que eu senti que a obra tinha algumas camadas que não consegui extrair. Apesar de ter entrado de cabeça nesse universo ter sido uma experiência deliciosa, não foi muito legal me despedir dele logo cedo também.
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