Paty 20/12/2021Foi um dos melhores do anoEu já tinha tentado escrever resenha dele antes, mas não tinha dado muito certo, então vou tentar de novo.
Eu realmente acho que foi um dos melhores livros do ano para mim. Por vários motivos, claro. O enredo é muito bom, achei que o autor conseguiu deixar uma história real ficar romantizada mas sem ficar forçada. Claro que teve as partes que eu não gostei, que não me deixaram feliz, ou que eu achei bocó, mas nada disso tira toda a beleza que o livro tem. Assim como o primeiro, esse livro tem uma poeticidade sem igual. Não tenho bem certeza se é o jeito nipônico de ver e entender o mundo, mas tudo fica muito lindo quando ele descreve algum cenário ou alguma sensação, algum sentimento dos personagens. Eu ficava imersa no que era narrado e descrito para mim porque é inegavelmente lindo o que estava escrito.
Mas como eu disse, sempre tem alguma coisa que não agrada, né. E a coisa que mais me desagradou, pra variar, vou a Otsu correndo atrás de uma pessoa que, a meu ver, não se importa tanto assim com ela. Não quero dizer que ele a odeia nem nada, eu entendo que ele gosta dela, mas ele não é nem de longe a pessoa certa pra ela e ela sofre com a coisa que meu professor de inglês chama de "a coisa mais difícil" que é: querer quem não te quer. A prova, pra mim, que ele não tem AQUELE interesse nela, é que ele pensa em casar com ela, ou formar família, quando as coisas começam a desandar, ou ele começa a ficar desapontado com o rumo das coisas... mas aí, é só acontecer alguma coisa que parece que vai dar tudo certo que ele já abre mão dela tudo de novo... e fica nesse ciclo: Otsu está literalmente doente de alguma coisa bem ruim (não sou especialista, nem médica, mas eu diria que ela estava com uma pneumonia das pesadas), está a ponto de morrer, mas tá lá, correndo atrás de homem. Amor próprio que é bom, nada. Isso irrita, porque tá na cara que ela tá correndo atrás dele à toa. Mas é pensamento meu.
Agora, A CHAVE DE OURO, foi a mãe do Matahachi. Sem brincadeira: a mudança de atitude dela foi simplesmente a MELHOR COISA que teve no livro. Tiveram várias coisas essencialmente bacanas, mas Osugi pedindo desculpas e se arrependendo de todo o mal que ela causou à Otsu fez valer a pena cada momento de decepção que eu passei. Foi a best thing ever.
No momento, eu não consigo lembrar de muito mais coisa, infelizmente. O lado bom de escrever logo em seguida que termina o livro, é que os eventos estão frescos na memória, ao contrário de quando já faz um tempo. Eu às vezes prefiro dar um tempo porque eu tenho mais tempo pra refletir sobre o que eu li, como eu entendo eventos de antes do final e tals, mas é isso, tem muita coisa e muito detalhe que se perder (se eu fosse um pouco mais objetiva nos meus históricos de leitura, talvez me ajudasse, mas nãããão).
De qualquer forma, eu recomendo demais essa duologia. Pode assustar um pouco pra quem não tá muito acostumado com livros maiores, com suas 900 pgs, mas acho que leitores de Sara J Maas não tenham tanto problema (uns livrinhos de umas 800 pgs, se não me engano). Digo, não teriam problema com o tamanho, conteúdo eu já não sei. Mas enfim, acho que é uma leitura mais que super válida e que foge um pouco de toda a literatura americanizada com o a qual estamos acostumados, porque é (e praticamente só) o que mais vende.
E eu não podia finalizar sem deixar a minha imensa apreciação do trabalho da tradução que foi feito nesse livro, foi simplesmente *chief kiss*, zero defeitos. Por mais traduções de obras assim.