Pandora 13/10/2020Um gênero que aprecio num formato pouco familiar para mim. E foi uma experiência muito boa. Primeiro porque eu não sabia quase nada sobre Rosa Luxemburgo; segundo que provavelmente eu não leria sua biografia, não porque ela não seja uma figura interessante, mas porque há uma lista enorme de biografados que me esperam na estante.
Kate Evans (britânica nascida no Canadá) conseguiu fazer um trabalho muito bacana neste livro, uma biografia resumida porém abrangente, apesar da complexidade da vida de Luxemburgo: filósofa e economista marxista polaco-alemã de origem judaica, combatente, feminista, revolucionária, antimilitarista, defensora de uma sociedade livre e cooperativa.
Apesar das várias tentativas de desacreditar sua luta e menosprezar o seu trabalho nos anos que se seguiram à sua morte, o legado de Rosa Luxemburgo não se perdeu.
Gostei muito do traço de Evans e a parte mais emocionante, para mim, foi a representação da morte de Rosa: uma retrospectiva de sua vida, sem texto, em fundo escuro, envolta em nuvens, enquanto no rodapé da página ela é levada por membros das freikorps (unidades paramilitares alemães) até o Landwehr, onde é baleada e jogada no canal.
Em 1990 foi fundada, em Berlim, a Rosa Luxemburgo Stiftung, uma instituição sem fins lucrativos vinculada ao partido A Esquerda (Die Linke, em alemão). Desde 2000, suas iniciativas de cooperação internacional e solidariedade contam com apoio do Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento e do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. (Fonte: rosalux.org.br)
Hoje a Fundação tem escritórios em várias partes do mundo, incluindo o Brasil (São Paulo).
“Estou permanentemente a postos e na primeira oportunidade voltarei a martelar as teclas do piano da História Universal com os dez dedos, fazendo bastante barulho. Mas como por ora, entretanto, estou “de licença“ da História Universal - não por culpa minha, bem entendido, mas por compulsão externa -, simplesmente rio sozinha e me alegro pelo fato de as coisas estarem progredindo sem mim.”
(escrevendo do presídio de Wronke)