Bruxaria Apocalíptica

Bruxaria Apocalíptica Peter Grey




Resenhas - Bruxaria Apocalíptica


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Thiago Félix 16/12/2017

Bruxaria Apocaliptica
Décimo quinto dia de dezembro, o ano é 2017, a neutralidade da internet é derrubada nos Estados Unidos e com ela cai o sonho de que esta tecnologia corre para tornar a humanidade um sistema igualitário de conhecimento. Vendemos o sonho de nossa raça por pouquíssimos niqueis, retirados do ventre de nossa mãe à custa de outras tantas vidas nos campos de mineração.
De certa forma, é disso que o bruxaria Apocaliptica fala, da necessidade de nos levantarmos contra a vilipendiosa moral capitalística que nos atravessa — uma moral de dormidas sem sonhos, uma moral que nos impele a letargia, uma moral que cria uma geração de bruxos que conhecem muito bem os usos mais simples de uma lua minguante, mas é constantemente incapaz de nos dizer sem quaisquer meios de consulta em que fase da lua estamos.
A moral que cria bruxos avesso as questões ambientais e politicas do mundo em que vivem, das cidades em que vivem; bruxos que não choram a extinção das espécies nativas solapadas pela lama da Samarco. Uma série de pessoas que cultuam a religião da natureza, mas que jamais acenderam uma vela para que as empresas responsáveis fossem punidas.
O autor destaca:

“É a política que permite a destruição da própria terra que o ser defende, o homem é um animal político, aqueles que dizem que estão fora ou acima da política são os esotéricos, cujas mãos Limpas são lavadas no sangue daqueles que não tem escolha a não ser colocar as mãos na maquinaria.”

Quando eu comecei a ler Bruxaria Apocalíptica, achava em minha inocência que livro daria machadadas precisas na falta de ativismo político/cultural/ecológico dos bruxos em geral, ledo engano, o livro é um incêndio na floresta, Peter Gray não destrói falsas pretensões de ancestralidade, fugas da complexidade das divindades, reações de anulamento dos aspectos sombrios dos deuses e de nós mesmos e todo o resto a machadada; como no Apocalipse de João, o livro lança sobre nós uma estrela que nos queima e torna amarga a água que bebemos durante tanto tempo.
E o que é essa água? É a água da conformidade. Bruxaria Apocalíptica é um chamado às armas, uma trombeta que nos desperta para a iminência do juízo final, um apocalipse que nós mesmos provocamos em nossa inércia.
Nos escondemos por detrás de mascaras de inofensibilidade; quando muito, alardeamos poderes de vida e de morte sobre nossos inimigos, mas nos esquecemos que o verdadeiro inimigo quase nos venceu na era passada.

“O que está bastante claro é que a caça às bruxas não começaram com as bruxas e, portanto, não podemos evitá-las tornando-nos inofensivos e integrados e vinculando-nos aos sistemas corruptos de governança. (...) as acusações são sempre as mesmas, o que conta é como reagimos a elas, que verdades escondem e podem ser usadas para nos revelar.”

Enquanto nos digladiamos procurando pela tradição perfeita, a religião torna-se obrigatória nas escolas brasileiras; enquanto gritamos qual grupo de sagrado feminino é o melhor, Kyara Barbosa, uma mulher negra, nordestina, periférica e trans se mata, engolida pela depressão de anos de transfobia e tentativas de assassinato; uma voz que se cala em meio as estatísticas.
Bruxaria Apocaliptica não trás uma gama de rituais, nem mesmo uma série de feitiços fáceis. Apesar da escrita fluida, a pouco de fácil na leitura deste livro; ele nos trás algo ainda mais necessário: um panorama das coisas que por anos nos permitimos abster-nos. E como o próprio autor alfineta: a abstenção é uma forma de privilégio. O mesmo que muitos de nossos irmãos não tiveram.
No mais, é importante ressaltar a qualidade do acabamento da Penumbra neste livro, o que demonstra o respeito que a editora tem com seus leitores, trazendo um trabalho de excelente qualidade, livre de erros de digitação, com uma capa dura bastante sólida e, diga-se de passagem, bem condizente com o tema.
Sem duvidas um livro de cabeceira para todo aquele que deseja seguir o caminho da bruxaria.

site: https://www.specula.com.br/single-post/2017/12/16/Resenha---Bruxaria-Apocal%C3%ADptica
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José 21/07/2020

Um chamado
Bruxaria apocalíptica traz de maneira visceral toda a vivência que esta entalada dentro da garganta dos oprimidos, famelicos e molestados pela máquina de consumo e produção capitalista.

É um manifesto para a volta do visceral, da magia como existir e resistir no mundo.
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giio 20/07/2019

Um manifesto
O autor fala sobre mitologia, história, a natureza e o homem de maneira muito poética. É um livro rico em referências a outros autores, obras, histórias, personagens e deuses.

Resumindo muito, o autor relaciona magia, ativismo e política.

A parte do manifesto da bruxaria apocalíptica é a melhor coisa na minha opinião e compensa as partes que eu não curti.




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David O. 12/04/2021

Um assunto constantemente reciclado
O livro é bom. Mas bruxaria, feitiçaria, magia de bruxas, praticantes da arte etc já são assuntos bem manjados. O autor oferece mais do mesmo com uma roupagem atual, adaptado para as questões do momento presente, preocupações atuais etc., eu esperava mais, mas só vi temas reciclados, que já aparecem em inúmeros livros de bruxaria. E problemas sociais sempre existiram, o autor só uniu problemáticas sociais com tópicos da bruxaria. É um bom livro, bom entretenimento com alguma valor agregado, mas não espere demais.
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