A Era do Capital Improdutivo

A Era do Capital Improdutivo Ladislau Dowbor




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Lista de Livros 17/03/2022

Lista de Livros: A Era do Capital Improdutivo, de Ladislau Dowbor
Parte I:

“A concentração de renda é absolutamente escandalosa e nos obriga a ver de frente tanto o problema ético, da injustiça e dos dramas de bilhões de pessoas, como o problema econômico, porque excluímos pessoas que poderiam estar vivendo melhor, contribuindo de forma mais ampla com sua capacidade produtiva e, com sua demanda, dinamizando a economia. Não haverá tranquilidade no planeta enquanto a economia for organizada em função de 1/3 da população mundial. Até quando iremos culpar os próprios pobres pela sua pobreza, pretensa falta de esforço ou iniciativa, sugerindo indiretamente que a riqueza dos ricos resulta de dedicação e merecimento? A desigualdade é fruto de um sistema institucionalizado cuja dinâmica estrutural precisa ser revertida. Os ricos, por seu lado, têm uma impressionante propensão a achar que são ricos por excepcionais qualidades próprias. Não faltam discursos econômicos para louvar esta sabedoria.”
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Mais do blog Lista de Livros em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/01/a-era-do-capital-improdutivo-parte-i-de.html

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Parte II:

“A lógica da acumulação de capital mudou. Os recursos, que vêm em última instância do nosso bolso (os custos financeiros estão nos preços e nos juros que pagamos), não só não são reinvestidos produtivamente nas economias como sequer pagam impostos. Não se trata apenas da ilegalidade da evasão fiscal e da injustiça que gera a desigualdade. Em termos simplesmente econômicos, de lucro, reinvestimento, geração de empregos, consumo e mais lucros – o ciclo de reprodução do capital –, o sistema trava o desenvolvimento. É o capitalismo improdutivo.”
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“A realidade é que a captura dos processos decisórios das empresas da economia real pelo sistema financeiro se generalizou. A capacidade de resistência dos tradicionais empresários produtivos não só é pequena, como desaparece quando a sua maior rentabilidade vem não da linha de montagem, mas das aplicações financeiras. Os governos passam, assim, a enfrentar resistências poderosas e articuladas quando tentam fomentar a economia. Recuperar a “confiança” do “mercado” não significa mais gerar melhores condições de produção, mas melhores condições de rentabilidade das aplicações financeiras. A produção, o emprego, o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das famílias não estão no horizonte das decisões.”
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“Será preciso lembrar que a ONU dispõe de 40 bilhões de dólares para todas as suas atividades, enquanto cada um dos gigantes financeiros SIFIs que vimos acima maneja em média 1,8 trilhão de dólares? O BIS, o FMI e o BM hoje, francamente, apenas acompanham o que acontece. Publicam relatórios interessantes, e por vezes surpreendentemente explícitos.

As chamadas agências de avaliação de risco Standard&Poor, Moody’s e Fitch, que concedem notas de confiabilidade a países e corporações, vendem nota melhor por dinheiro. Simples assim. Moody’s, condenada, aceitou pagar 864 milhões de dólares. Standad&Poor já pagou mais de 1 bilhão. Ninguém é preso, não precisa reconhecer culpa. Tudo limpo. O dinheiro sai das empresas que contribuem. Está nos preços que pagamos. Corrupção sistêmica, justiça cooptada (dinheiro pago absolve a culpa). E nos dão lições de responsabilidade fiscal e financeira.”
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Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/01/a-era-do-capital-improdutivo-parte-ii.html


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Parte III:

“Não custa lembrar mais uma vez que o artigo 192º da nossa Constituição rezava que o sistema financeiro nacional seria “estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade.” Esta parte inicial do artigo, que sobreviveu e que definiu a orientação geral e o princípio que deve reger o sistema financeiro, coloca simplesmente na ilegalidade o conjunto do sistema atual de agiotagem.”
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“Pela importância que adquiriu a intermediação financeira, é preciso dinamizar um conjunto de pesquisas sobre os fluxos financeiros internos, e disponibilizá-lo amplamente, de maneira a gerar uma transparência maior nesta área. Para criar a força política capaz de reduzir o grau de cartelização, reintroduzindo mecanismos de mercado e transformando o sistema de intermediação financeira, é preciso ter uma população informada. Uma das coisas mais impressionantes, nesta área vital para o desenvolvimento do país, é o profundo silêncio sobre o processo escandaloso de deformação da economia pelo sistema financeiro. Um silêncio não só da mídia mas também da academia e dos institutos de pesquisa. O fato de os grupos financeiros serem grandes anunciantes na mídia evidentemente não contribui para a transparência. E o fato de termos uma economia nacional cuja dinâmica financeira está profundamente entrelaçada com o sistema financeiro internacional tampouco ajuda.”
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Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/01/a-era-do-capital-improdutivo-parte-iii.html
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João Moreno 04/04/2020

O Covid-19 é uma justificativa ideológica para a crise capitalista (OURIQUES, 2020) ou "Não, o problema não é a Carga Tributária. Ou os Direitos Trabalhistas".
Não, o problema não é a Carga Tributária. Ou os Direitos Trabalhistas.

Em tempos de Covid-19, dizem que não há dinheiro para políticas sociais. Comemoramos a migalha de R$ 600 reais aprovada no Congresso Nacional (que Esquerda que nos tornamos...). Todavia, a "venda de swaps bancários é acelerada, o Banco Central queima reservas em favor de uma coesão burguesa (...) [e permanecemos, assim], sobre o reino da escassez" (OURIQUES, 2020).

Dizem que o Estado quebrou e que o confinamento irá "aumentar o rombo". Guedes tem um discurso fiscalista, de Estado Mínimo. Só não contou que, em 2010, pagamos 125 bilhões para o rentismo:

Em 2011, 181 bi;
Em 2012, 147 bi;
Em 2013, 186 bi;
Em 2014, 251 bi;
Em 2015, 397 bi;
Em 2016, 318 bi;
Em 2017, 341 bi;
Em 2018, 280 bi.

Como explicar o discurso de Austeridade enquanto quatro bancos tem lucros recordes?

Em a 'A era do Capital Improdutivo', o professor doutor em Economia Ladislau Dowbor expõe a transformação capitalista.

O que o pesquisador faz é mostrar que a desregulamentação dos Mercados, em 1970 e 1980, com Reagan e Thatcher, levou, ao contrário dos que os liberais afirmam, à oligopolização, à concentração de renda e à transformação de uma economia baseada na produção em especulação.

O livro passa pela transição de um Estado de Bem-Estar ao Neoliberalismo. Demonstra como a flexibilização dos Mercados concentrou poder, com a "privatização" da Democracia, através da compra de diferentes sistemas políticos em todo o mundo.

Dowbor escreve que, com um capitalismo transnacional, torna-se impossível para Estados-nação resistirem às imposições corporativas, uma vez que a regulamentação estatal é local e não há governança mundial.

Seria assim, segundo o autor, que diferentes empresas continuam a existir apesar dos diferentes crimes. Os acordos impedem a condenação; como as multas são baixas, é mais lógico continuar com a prática criminosa.

No fim, Dowbor explica como a Economia brasileira chegou aonde chegou, partindo do Plano Real, do financiamento privado de campanhas, da desregulamentação do sistema bancário, do oligopólio de bancos, das altas taxas de juros, da acumulação via Dívida Pública e da austeridade fiscal em nome do rentismo parasitário.

Venderam pra gente que o Estado gasta mais do que arrecada e por isso ele deveria ter um limite de gastos ("qualquer dona de casa sabe disso", diziam), venderam pra gente que direito social impede o empresário de "empreender" e que é melhor "mais emprego e menos direito do que muitos direitos e emprego nenhum" (fala do atual presidente). Na Previdência, extinguiram o benefício futuro para os mais pobres (idade mínima + tempo de contribuição acaba com o benefício pra população mais pobre) enquanto a mamata permanece e foi expandida para certos setores.

E assim vamos.

Sem tocar no ponto principal de um sistema de intermediação financeira parasitário o qual comanda a Economia do país.

* Juros exorbitantes pra pessoa física e jurídica, os quais consomem R$ 1 trilhão de reais (15% do PIB brasileiro são juros pagos aos intermediadores financeiros: atividade improdutiva que faz com que quem produz tenha pouco lucro e quem paga pague muito consumindo pouco: vai tudo pra banco!)

* Crediário que funciona como agiotagem legalizada (Casas Bahia, Ricardo Eletro entre outras tem lucros exorbitantes não com a venda de móveis, mas como vendem esses produtos: você compra uma televisão e paga duas).

* Cartões de crédito com taxas exorbitantes;

* Dívida Pública que drena a capacidade produtiva do Estado, via pagamento de juros (Foram 400 bilhões pagos em juros. É uma parada que quanto mais se paga, mais se deve).

* Evasão fiscal na ordem de 570 bilhões (ou 9% do PIB);

* Tributação regressiva;

* Paraísos fiscais que acomodam, em seu total, quase U$ 500 bilhões de dólares (se compararmos, seria o equivalente a 28% do PIB, com dados de 2018);

* Fundos de pensão na ordem de R$ 700 bilhões que são autorizados a investirem 100% na Dívida Pública, em capital especulativo, de forma semelhante ao que acontece no Chile.

site: https://literatureseweb.wordpress.com/2020/04/04/a-era-do-capital-improdutivo-de-ladislau-dowbor-um-resumo/
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Tiekon 07/06/2021

Acessível e libertador
Um livro de economia com linguagem clara e acessível a todos os interessados em saber mais sobre a (des)evolução do capitalismo. O autor traz críticas fortes sobre a relação do desenvolvimento econômico e o avanço da desigualdade social e miséria. Por que o PIB, o indicador econômico mais utilizado mundialmente, não inclui impactos sociais e ambientais? Por que os bancos batem recordes de lucros enquanto a fome aumenta? Por que os ricos ficam mais ricos e não são cobrados por dar algum retorno para sociedade? Os governos têm voz contra o sistema atual? A ganância por lucro e o crescimento desordenado de oligopólios empresariais está esmagando os mais pobres e centralizando não só poder econômico, mas também político em todas as decisões mundiais.
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Fabio_Ferraz 09/07/2018

Sistema econômico: abundância de meios e fragilidade de objetivos.
Dowbor, hoje professor de economia da PUC, nasceu na França durante a 2a Guerra, se formou em economia na Suíça, e tem Mestrado e Doutorado na Polônia pela Escola de Economia de Varsóvia, foi torturado durante o regime militar no Brasil, e tem vasta experiência pública e acadêmica em diferentes países com vários livros publicados.

A pequena introdução do autor é só uma dose de anti-travamento ideológico, como Dowbor mesmo diz: "na falta de poder refutar argumentos, tende a refutar a pessoa". Pessoa que durante 4 anos colaborou com a ex primeira dama Ruth Cardoso no Comunidade Solidária, e foi duramente criticado pela esquerda, e depois apoiou as políticas de inclusão dos governos Lula e foi criticado pela direita e taxado de "petista". O que Dowbor pede é que o poupem, pois ele só lê, estuda analisa e escreve... portanto que aproveitem e ouçam (leiam) o que ele tem a dizer. E ele tem muito a dizer e ensinar!

A começar pelo nítido e gritante desnivelamento atual onde 8 indivíduos possuem mais riqueza do que metade da população mundial, e 800 milhões passam fome. O que permitiu que essas e outras pessoas acumulassem tanto? prodiziram coisas? NÃO! Elas se beneficiaram do atual esquema de apropriação de riqueza por meio de "papeis" financeiros que rendem bilhões e bilhões sem produzir um sapato que seja!

Nesse livro Dowbor adentra de forma didática e sem "economês" nesse universo dos esquemas e estratagemas que não são divulgados na TV nem nos jornais: o PIB como métrica pobre e incompleta, os paraísos fiscais, dicas de livros e documentários, as grandes coorporações que ditam e desditam preços e políticas (a mão armada bem visível do mercado), sistema intercorporativo, comodities, derivativos, recompemsando parasitas, lobbies, representatividade, fraudes, dívida, JUROS, impostos, China, Europa, economia mista, renta x renda, o conto da dona de casa... etc, etc...

E por fim algumas propostas e agenda com temas para enfrentar os problemas.

Indispensável.


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Luiz Paulo 20/04/2021

Os nós estão cada vez mais apertados
É de uma incrível capacidade elucidativa que esse livro nos mostra o como a exploração incapacita o progresso.
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Anny 23/07/2022

?hoje 800 milhões de pessoas passam fome, não por culpa delas, mas por culpa de um sistema de alocação de recursos sobre o qual elas não têm nenhuma influência?

profundo demais
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Elder 30/03/2018

Fundamental!
Em resumo, livro fundamental para entendermos o que move nosso sistema econômico atual e as dinâmicas perversas que geram apropriação das riquezas produzidas pela sociedade por uma minoria através do mercado financeiro. Essencial.
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Paulo.Sakumoto 09/06/2020

A trava financeira que impede uma sociedade viável
Prof. Dowbor de forma didática demonstra com dados oficiais e estudos globais o monstro que se tornou a estrutura financeira governada por gigantescas corporações que aprofundam as desigualdades.

As estruturas criadas não favorecem mais a produção e o crescimento dando lugar ao rentismo financeiro pura e simplesmente.

O brutal poder que esses atores financeiros exercem, hj governam a mídia, a política, a justiça e até o mundo acadêmico de onde saem economistas defensores do sistema, engessando qualquer tentativa de mudança estrutural.

A situação brasileira é ainda mais injusta onde os juros estratosféricos aceleram o desastre social e onde a população tão acostumada a ser refém dos bancos, acredita que é tudo natural.

Se faz necessária uma governança global que regule e fiscalize de forma austera esse opaco universo que envolve evasões, paraísos fiscais, sonegação e principalmente política de juros criminosa.

Prof. Dowbor faz um apanhado de grandes estudos sobre as intrincadas questões, alerta sobre os riscos atuais, desmestifica alguns mantras repetidos todo dia na tv e pelos incautos cidadãos e oferece algumas propostas.

Um ótimo livro, fácil de ler e esclarecedor.
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Pablo 28/09/2021

Excelente
Análise de livro: A Era do Capital Improdutivo, de Ladislau Dowbor.

- Como se estruturam e operam os monopólios e os paraísos fiscais;
- Como o poder econômico se transforma em poder político;
- Como o grande capital financeiro cria entraves na produção, e além de expropriar quantidades absurdas de mais-valia dos trabalhadores, ainda reduz a renda total do sistema (reduz o "bolo" da teoria liberal).

O argumento central do autor é de que o grau de financeirização do capitalismo mundial ficou tão alto que o "setor financeiro" (ou a dimensão financeira da produção, já não mais separados) deixou de funcionar como um propulsor da economia ao intermediar as trocas entre agentes superavitários e deficitários (poupadores e tomadores de crédito). O sistema se transformou num gigantesco parasita, que não só suga valor da produção, mas acaba por inviabilizar a produção, matando lentamente o seu hospedeiro. O resultado final é um impacto negativo na economia, tanto de países isolados quanto do mundo como um todo.

Para defender essa ideia, Dowbor traz uma tonelada de estudos e dados, de fontes de dentro da centralidade do capitalismo (Banco Mundial, FMI, Credit Suisse, o governo estadunidense, a ONU, a UE...). Também traz um capítulo inteiro só para tratar da obra de Pikketty, "O Capital no Século XXI", que Dowbor considera uma excelente crítica.

Há uma excelente explicação sobre a forma de atuação dos monopólios. Quem já entende o problema da absurda concentração do capital, que transforma poder econômico em poder político (ditadura do capital), encontrará aqui uma forma muito didática de explicar o problema, com estudos mostrando a concentração oculta das empresas (sistemas de holdings e acionistas que controlam várias empresas), a influência dessas empresas no resto do mercado (o grande capital dita as regras aos médios e pequenos produtores), e como essas grandes corporações controlam os Estados nacionais, obrigando os governos a fazerem as leis conforme os interesses do capital, enquanto criam a ilusão de democracia.

Outra crítica interessante, que é muito antiga e ainda assim muito ignorada, é a do PIB como indicador de crescimento econômico (as vezes até usado como indicador de bem-estar). O autor traz como exemplo desastres ambientais, que devastam a vida das pessoas e gastam fortunas em trabalho para corrigir parcialmente os danos, mas fazem o PIB crescer. Ao mesmo tempo, medidas de prevenção a doenças, que aumentam a qualidade de vida das pessoas e economizam recursos em hospitais e medicamentos, fazem o PIB cair. O PIB está muito longe de ser um indicador de riqueza ou de qualidade de vida.

A questão da fraude que é a "justiça" no capitalismo também é muito debatida. Dowbor mostra como a maioria massiva das grandes empresas cometem crimes a vontade, desde pequenas fraudes fiscais até a ocultação de problemas de saúde gerados por alimentos e desastres ecológicos de grande proporção. O autor mostra que elas não são a exceção, e sim a regra: as multinacionais tem setores jurídicos especializados em precificar os processos que podem sofrer, e tem um longuíssimo histórico de multas pagas com pequenas partes dos lucros extras que tem ao desrespeitar as leis, gerando sofrimento aos consumidores e cidadãos em geral, quase sempre no terceiro mundo.

Dowbor também aborda a atuação dos paraísos fiscais, que voltaram aos jornais com o caso dos Pandora Papers nos últimos dias. Estudos de 2013 estimavam o volume de recursos de brasileiros ocultado em paraísos fiscais em 520 bilhões de dólares, 27% do PIB daquele ano. Esses recursos volumosos, sem controle nenhum e concentrados nas mãos de canalhas como Guedes e Campos, mas principalmente entre empresários bem mais ricos que eles (que misteriosamente ficaram de fora dos Pandora Papers), ajudam a causar ainda mais distorção no sistema político nacional, além de drenarem a produtividade do país.

Também há uma excelente crítica a mentira do "PT quebrou o Brasil", apresentando dados do tesouro nacional que desmentem a narrativa, e mostram que o problema era justamente o parasitismo do capital financeiro, que, apesar das tentativas administrativas e políticas dos governos PT, aprofundou cada vez mais a exploração dos trabalhadores, e ajudou a aplicar o golpe de 2016 quando a Dilma tentou confrontar o setor.

A qualidade do estudo e da crítica ao sistema capitalista que Dowbor traz é inegável. O autor também tem um currículo impressionante, foi militante radical contra a ditadura, inclusive torturado (sua companheira foi tragicamente torturada até a morte), professor de economia pelo mundo inteiro, e dirigente econômico de vários países da África e da América Central. Sempre ao lado dos povos oprimidos.

Minha única discordância com o autor é quanto as soluções possíveis para os trabalhadores saírem dessa posição. Dowbor, pelo menos nesta obra, se concentra em proposições de reforma do sistema, mas não discorre muito sobre como conquistá-las, uma vez que o Estado que precisaria mudar radicalmente é o mesmo que criou e mantém tal situação, o Estado Burguês. Na minha humilde opinião, só uma ruptura revolucionária pode permitir que se altere tanto a estrutura econômica. De qualquer forma, um excelente livro que vale a pena ler.
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malu 27/11/2022

Precisamos mais do que apenas reformas
Este livro explica de forma bastante acessível um dos ou o maior problema econômico e consequentemente social da atualidade, e neste ponto a obra é excelente. Todavia, quando o autor fala sobre as formas de modificar esse sistema ele apenas aborda reformas, ou seja, meios para dirimir e não mitigar o problema. Dessa forma, não discordo da visão do autor mas acredito que uma mudança realmente efetiva só será concretizado com uma alteração completa do sistema capitalista de opressão social em prol de uma minoria.
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Joao.Magalhaes 01/02/2020

Demasiado simplista
O livro é repleto de falácias e simplificações perigosas, mas típicas do keynesianismo, e essenciais para capturar leitores leigos para a ideologia econômica de Keynes.
Bela 12/08/2020minha estante
O que você recomenda para uma leitura introdutória? Tem algum curso de economia online que eu poderia ter para entender melhor os conceitos básicos antes de embarcar em outras leituras?


Joao.Magalhaes 12/08/2020minha estante
Oi Bela, recomendo, para entender a economia brasileira, "Por que o Brasil Cresce Pouco?", de Marcos Mendes. Ele utiliza uma linguagem bem simples e utiliza muitos gráficos, o que é um bom material para iniciar. Além disso, abrange temas diversos e não se prende à um único problema, mostrando ótima isonomia no tratamento das questões, além de dar bom embasamento histórico para cada problema tratado. Se quiser conhecer filosofias econômicas, recomendo "A Lei", de Bastiat (que está na minha lista de leituras próximas). Tenho outras recomendações de leituras um pouco mais densas, como "Uma Teoria do Socialismo e do Capitalismo", do Hoppe, e, o mais completo tratado, "Ação Humana", de Mises, que trata muito da filosofia liberal econômica e abrange quase todos os espectros da vida em sociedade.


Ese 11/04/2022minha estante
Eu sei que já tem dois anos o seu comentário. Mas caso você ainda use o aplicativo, poderia desenvolver mais o que na sua visão seria simplificação e falácia?


Joao.Magalhaes 29/05/2023minha estante
Ese, respondendo sua questão, simplificação é somente "ver o que se vê e não o que não se vê" (Bastiat), ou seja, tentar enxergar ligações ou correlações diretas entre acúmulo de capital financeiro de um lado e escassez do outro, sendo que o desenvolvimento humano para chegar onde chegamos como civilização só foi possível devido ao acúmulo de capital e seu investimento.
Já falácia é repetir o argumento falso da culpabilização do rentismo ao ponto de parecer verídico. A história mundial está cheio de países fadados ao fracasso econômico que nao possuem riquezas minerais ou terra arável e conseguiram se desenvolver, não questionando o capitalismo ou o dinheiro, mas o recebendo de portas abertas e se aproveitando dele para se desenvolverem (pesquise sobre "tigres asiáticos" para ter um exemplo clássico).




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Hugo.Lousada 26/01/2022

Leria novamente
É um livro de qualidade nada duvidosa. Dowbor manja demais do assunto que trata. O cara é bom mesmo.

Eu já tinha recebido indicação dessa leitura algumas várias vezes, mas nunca levei tanto a sério, sempre a posterguei por não achar que seria tão interessante.

Mas é bom mesmo. A leitura é simples e há um glossário muito bom ao final do livro, sem contar a conclusão e a ótima bibliografia.

Fornece uma base de dados bastante extensa e importante pra desenvolver o assunto por vias práticas. É um manual da economia brasileira moderna: a financeirização.
carlos odeia calvo 25/06/2022minha estante
Improdutivo eh vc q n cai de boca na minha rola logo seu calvo




Japa 15/04/2022

Leria novamente
É um livro de qualidade nada duvidosa. Dowbor manja demais do assunto que trata. O cara é bom mesmo.

Eu já havia recebido indicação dessa leitura algumas vezes, mas nunca levei a sério, sempre a posterguei por não achar que seria tão interessante.

Mas é bom mesmo. a leitura é simples e há um glossário muito bom ao final do livro, sem contar a conclusão e a ótima bibliografia.

fornece uma base de dados bastante extensa importante para desenvolver o assunto por vias práticas. É um manual da economia brasileira na moderna: a financeirização.
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