Douglas 10/03/2014
Bem vindos ao Rio
Cláudio é um garoto de Curitiba, que foi presenteado pelo seu irmão, com uma viagem ao Rio de Janeiro por 03 dias.
Patrícia é uma jovem de Brasília, que veio até o Rio de Janeiro para passear na casa da tia e realizar um sonho: conhecer o mar.
Os dois jovens se encontram em um museu, começaram a conversar e ao saírem de lá, acabaram sendo sequestrados por uma quadrilha de adolescentes e a partir daí começa o famoso "salve-se quem puder".
Este livro do Marcos Rey, não tem aquele suspense e aquela tensão de outros livros do autor. O livro é mais focado em criticas sociais.
No decorrer do livro, o autor vai nos apresentando os personagens da quadrilha e mostrando que todos eles entraram na criminalidade pelo mesmo motivo: a pobreza.
O livro foca nesta mensagem: a pobreza é a raiz da criminalidade.
Na opinião do autor, muitos jovens entram na criminalidade porque nunca tiveram uma oportunidade na vida e encontram no crime uma chance de sobreviver.
O autor apressa-se em dizer, porém, que a pobreza não é uma justificativa para a criminalidade, pois um integrante da quadrilha (Sebão) resolve não participar do sequestro para levar uma vida honesta como engraxate, mas que apesar disso, a pobreza pode ser um caminho para a criminalidade.
Os personagens da quadrilha foram bem desenvolvidos pelo autor. Cito aqui: "Tito", um menino que gosta de doces e que, por ser pobre, não consegue compra-los e vê na criminalidade uma forma de conseguir o que quer.
"Tereca", uma jovem sem nenhuma expectativa de um futuro melhor resolve entrar para o crime junto com o namorado "Baixo", um jovem com uma inteligência acima da média, mas que também nunca teve oportunidade. "Nariz", outro personagem bem marcante, parece-me retratado pelo autor com um caráter meio distorcido, sentindo certo prazer em ser criminoso.
Por fim, a melhor mensagem é a do final do livro (calma, não vou contar o final).
O destino que o autor deu aos personagens me pareceu muito próximo da realidade. São exatamente estes os caminhos para quem escolhe viver uma vida criminosa.
Há até criticas para os criminosos de "colarinho branco", mostrando que a criminalidade não existe só entre os pobres.
Incrível como um livro escrito em 1986 ainda seja tão atual e, infelizmente, continuará sendo atual por muitos anos.
Um bom livro para ler e refletir.
Um abraço e meu respeito a todos.