O peso do pássaro morto

O peso do pássaro morto Aline Bei




Resenhas - O Peso do Pássaro Morto


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Gabi 25/01/2020

Lindo e doloroso!!!
"Entendo que o tempo
sempre leva
as nossas coisas preferidas no mundo
e nos esquece aqui
olhando pra vida
sem elas."

(apaguei a luz).
Angell 18/02/2021minha estante
A melhor frase do livro! Me fez refletir sobre tantas coisas que até dói.


Rafa,ela 22/03/2021minha estante
Esse livro me destruiu


Rita.Beatriz 17/01/2022minha estante
Essa autora foi a minha melhor descoberta de 2021.
O livro "Pequena Coreografia do Adeus" é tão intenso quanto.


Rafa,ela 17/01/2022minha estante
Rita todo livro na Aline e icónico


Rita.Beatriz 17/01/2022minha estante
Verdade, Rafaela!


Bel 20/04/2022minha estante
Como faço pra ler o livro


Rafa,ela 20/04/2022minha estante
Bel vc poder ler ele app do Kindle


prendalingua 12/01/2023minha estante
Entendi que Peso de um pássaro morto é viver sem voar.


Gabriela 15/01/2023minha estante
Esse livro pegou meu coração, despedaçou, jogou no chão, pisou, tacou fogo e jogou as cinzas na pqp.
Eu li tudo em um dia, um dos dias tristes da vida.
Eu quase abandonei quando *alerta de spoiler* a Carla morreu, a autora foi estupr4da (eu te odeio, Pedro) e quando o Vento morreu...
Estou bem mal


Gabriela 15/01/2023minha estante
Armazan, eu achava que era por causa dos passarinhos que o Lucas mat4va


prendalingua 15/01/2023minha estante
Acredito que cada um tem a sua interpretação, mas fiquei pensando que o sonho dela inicialmente era trabalhar como comissária de bordo, porém ela viveu sem realizar esse sonho, e muitos outros.


Isaa.Alvees 07/02/2023minha estante
Esse livro é bem pesado, o próprio título já fala. O peso que a personagem carrega consigo, uma vida que ela não queria pra ela, e nisso teve que viver obrigada a maior parte de sua vida com traumas, desde Carla, Pedro, ao nascimento de Lucas que na minha opinião nunca o reconheceu como filho e a depressão pós parto, pós trauma se consolidou e a acompanhou dali em diante. Ótimo livro!


~ natt 12/02/2023minha estante
Nossa...


luizaformagin 16/02/2023minha estante
Um dos livros mais lindos que eu já li.


Flor 06/03/2023minha estante
Prosa ou verso? Narrativa em versos que diluem com sutileza as dores de se haver consigo mesma. Quando a solidão revela facetas desconhecida de outros que habitam um ser, desumanizado pelas demandas da vida.


Blenda 06/09/2023minha estante
A


@amordegabi 31/12/2023minha estante
Sobre os silêncios, os não-ditos, os gritos entalados na garganta, os passos de dança desajeitados, a solidão da não ida à pizzaria, uma vida toda, dos 8 aos 52.


Vbitt 17/01/2024minha estante
Como descrever a solidão? A vida que não vou vivida e como isso pode se transformar uma vida em branco




Lucas 23/06/2022

"que seja breve o nosso encontro.
porque no tempo da minha memória
somos para sempre.
não existe morrer dentro, é como uma canção.
as canções não morrem nunca porque elas moram dentro das pessoas que gostam delas."
borealiers 23/06/2022minha estante
o tanto que esse livro me destruiu


dan 23/06/2022minha estante
cadê a att de a sombra do vento Lucas????


_ijaqline 27/06/2022minha estante
dor ???


OâBrien 07/07/2022minha estante
esse acaba cmg




Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

O peso do pássaro morto, de Aline Bei - Nota 9/10
A leitura desse livro de pouco mais de 150 páginas chamou muito a minha atenção… e por vários motivos. Em primeiro lugar, pela forma como ele é escrito: um "romance em versos", uma narrativa extremamente poética e que utiliza do próprio espaço daquela página, inicialmente em branco, para construir a sua história.

Em segundo lugar, pela temática abordada: a perda. Acompanhamos a trajetória de uma protagonista sem nome, em diferentes fases da sua vida, que vão desde os 8 até os 52 anos de idade. É uma história repleta de perdas, com a certeza de que o presente é o que temos, o passado deixa saudades e que o futuro é assustadoramente imprevisível.

Além disso, me chamou atenção também a idade da autora. No começo de seus trinta anos, Aline Bei consegue despertar reflexões no leitor, tratando de temas que exigem uma sensível e tocante maturidade - normalmente atribuída a alguém que já viveu muitos anos e muitas perdas. Algumas passagens me deixaram com uma sensação de que a autora poderia ter ido mais fundo, desenvolvido mais aquele momento vivido pela protagonista, mas isso é só um detalhe: a obra é muito impactante e realmente nos faz sentir - seja raiva, tristeza ou compaixão - enquanto os versos são lidos.

Por fim, me impressionou muito o fato de esse ser o romance de estreia de Bei. “O peso do pássaro morto” já foi ganhador de relevantes prêmios literários, mas o maior presente que ele nos dá é a certeza de que estamos acompanhando apenas o início de uma carreira que tem muita coisa boa a nos apresentar!

“entendendo que o tempo
sempre leva
as nossas coisas preferidas no mundo
e nos esquece aqui
olhando pra vida
sem elas"

site: https://www.instagram.com/book.ster/
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Alane.Sthefany 13/03/2022

O Peso do Pássaro Morto - Aline Bei
Por mais curto que esse livro seja, o conteúdo nele é denso e bastante profundo, me emocionei muito nas últimas páginas, por ser uma história de uma mulher, desde os seus 8 anos de idade, até os seus 52.

É bastante melancólico, durante toda a leitura, nós mergulhamos no drama que é a vida dessa mulher, passamos a compreender os seus sentimentos, a ter empatia por ela, ademais, a sentir muita das vezes, o que ela está sentindo e passando, como se fosse na nossa própria pele.

Super Recomendo (Porém, olhem os gatinhos, pode ser uma leitura sensível para alguns)

? Minhas Considerações Finais Sobre o Livro
.
?? Obs: Contém Spoilers ??
.

Tiveram coisas que eu queria muito que a protagonista tivesse contado, principalmente para o filho dela, para quem sabe resgatar (ou começar, já que eles não tinham) a relação mãe e filho.

Entendi o sentimento dela e também do filho, pois de certa forma ele se sentia rejeitado e excluído pela mãe, e que viu na Bete uma figura materna, na qual não tinha em casa, e com a morte da mesma, ele se viu perder o único vislumbre de uma mãe que ele queria ter, e o sentimento de ser amado e aceito, de olhar no fundo dos olhos de alguém e enxergar o orgulho dentro deles (até mesmo por coisas bobas, mas que se tornam significativas aos olhos de quem as vêem - por simplesmente amar a pessoa que as fazem).

E a protagonista, nem preciso falar muito, já que o ponto de vista e a história do livro é sobre a vida da mesma.

Só queria abraçar ela, abraçar o filho dela que em nada teve culpa.

No entanto, infelizmente, a mãe não soube lidar com os próprios sentimentos e traumas, daquela situação tão trágica e infeliz. Não recebeu apoio, muito menos alguém notou, nem nas suas mudanças, no seu humor, nas suas perguntas/dúvidas, nos seus gritos internos, que foram guardados para si, no seu mais profundo ser, todavia, ela foi morrendo aos poucos, marcada pelas suas feridas do passado (que estavam ainda abertas e sangrando), é notório isso, principalmente nessa parte do livro:

"Meu filho
arrumou 1 Estilingue não sei onde.
Da janela do quarto
o Lucas e os amigos
bolaram um plano de matar
passarinhos,
eles gostam de ver brutalmente interrompido
algo delicado que estava em
Movimento.
(...)
Então os meninos desciam
correndo até embaixo do prédio pra caçar
os corpos que nem sempre caíam onde eles calculavam, às vezes
longe, às vezes estranhamente perto já no primeiro degrau,
todos com sangue no meio das penas, sangue pequeno tamanho canário,
uma bolinha
de sangue era tudo o que o pássaro tinha e bastava.
A Bete
ocupada com o almoço pensava que bom o Lucas
fora do quarto pelo menos um pouco.
Depois da colheita
os meninos faziam um grande
Funeral.
Colocavam os pássaros em caixas de bis, completavam os espaços com flores, convidavam pessoas,
não me convidaram.
fiquei sabendo porque 1 mulher no elevador me perguntou se por acaso eu era
a mãe do Lucas,
eu disse que sim franzindo a testa.
ela me contou da matança em tom de ah esses meninos e a mão
na cintura.
Fiquei em silêncio
olhando sem forças pra notícia saída da boca daquela
mulher.
O que eu estava criando,
um monstro?
que enterra
a morte prematura
num evento pra convidados que pensam isso é coisa de
criança?
Isso é tudo, menos coisa de criança.
Isso
é o lugar onde nasce
a dor.
Isso é
tudo o que destrói a possibilidade de um mundo um pouco menos cruel, com os mais fortes abusando dos
mais fracos e o pai do Lucas
dentro dele
e o pai
do Lucas
dentro de
mim.

Perguntei pra Bete se ela sabia.
Ela disse sinceramente que:
? não.
Chamei o Lucas na sala.
Arranquei seu fone
de ouvido, o escudo que ele usava
sempre quando estava
comigo.
Com a cara besta
típica
da idade, ele me perguntou em tom hipócrita:
? que foi?
eu
dei um tapa
mais duro do que eu esperava
na cara
do menino que não voltou a me olhar nos
olhos,
A Bete
de mão na boca.

[...] às vezes
eu penso que o Lucas nunca esqueceu
aquele tapa,
ficou a marca no rosto dele
por dias e o que já era
longe em nós, ficou ainda mais
inalcançável.

[...]

Essa parte pode ser talvez o (provável) motivo do nome do livro O Peso do Pássaro Morto, mas também o nome, possa estar associado a própria protagonista e o seu "eu" da infância que foi roubado na morte da sua melhor amiga, no bullying da escola, na rejeição de um possível amor, no abuso que sofreu ... ??

[Continuação das minhas considerações ...]

Eu chorei no final, porque estava querendo que o filho soubesse o que estava por trás das atitudes (que era de fato erradas) da sua mãe para com ele, mesmo que fosse através da carta que foi escrita a tantos anos, que apenas tinha morrido anos atrás picotada no lixo que virou reciclado de leite.

E quando ele recebeu a notícia, da morte tão solitária da mãe, em uma casa rodeada pelo mato; magra, com fome; com roupas sujas, toda cagada, por não sentir ânimo de levantar e ir ao banheiro; morrer ao próprio vômito e adormecer, para nunca mais acordar; com a alucinação da vida que foi deixada para trás, onde sonhava de novo com a chegada
pra ver o Vento (seu cachorro) morto, só que dessa vez ele não estava morto,
o portão, não estava aberto, no sonho
o Vento estava em casa esperando e isso a deixou tão feliz que ela não acordou; com o sonho de ter de volta a única companhia que ela tinha, seu companheiro que ela sentiu familiaridade, lembro-me do encontro dos dois:

Num canto perto da loja de conveniência,
um imenso cão preto
ficou me olhando, cheguei a pensar que era um porco.
Ele tinha nos olhos
as chagas do abandono, além de rombos
por todo o corpo, uns mais frescos
que outros.
Apesar disso, era um cão calado na dor que sentia e não
tão
triste para além da dor que tinha.
O frentista mal me olhou
quando eu disse saindo do carro:
? enche o tanque.

Já com o cão
eu fiz um longo
contato visual. Nada em mim parecia o assustar, nem nele.
nem os machucados, a careca, o tamanho de
urso,
eu tinha um lanche
no banco do carro, pra depois.
Enquanto o sujeito me abastecia,
abri o papel alumínio.
Ofereci pro cão
que veio com calma
parecendo um velho
cavalo
à passeio.
(...)
O Cão
contrariando as minhas expectativas,
começou a comer o lanche com jeito de criança que tinha crescido demais.
Senti o focinho me encostando a palma, a língua rápida e fina no movimento de
fome, a cabeça musculosa maior que a minha, o canino
uma lança que não me encostou.
Ele comeu com pressa, não aquela pressa de quem não sabe desfrutar das
minibelezas e sim a de quem sente
a dor mais
urgente e ao acaso encontrou
uma cura possível."

" (...) deitou (o cão) esparramado
do meu lado
com cara de quem sabia alguma coisa importante
mas
não conseguia me contar porque
a coisa
não era do tipo das que cabem em palavras."

[...]

E chorei pelo fato do filho ir visitá-la depois de tantos anos, em um cemitério, para ver a mãe que não estava lá, era pedra com data
de nascimento e morte,
além da frase "a cura
não existe" (de sua última redação quando criança, ao expressa seus sentimentos ao se dá conta do significado da morte - da sua melhor amiga , Carla) escrita como epitáfio que
cobria o buraco
guardador de
caixão.

Essas últimas palavras acabaram comigo:

"Parecia mentira que a sua Mãe pra sempre
não estava mais
viva.
Quando um homem chegou
de buquê.
Disse bom dia,
o lucas respondeu
? bom dia.
E ficou com vontade de perguntar
quem era"

[...]

Sei que acabou com um final em aberto, mas no fundo, quero muito que esse homem seja o Pedro, pai do Lucas, e que ao saber da morte da protagonista (depois de viver uma vida cheia de arrependimento e remorso), foi ao cemitério em busca da sua redenção, e para pedir perdão pela vida que ele tirou, dos sonhos que ele roubou, de uma pobre jovem, e que o Lucas pergunte quem ele era, por está intrigado de sua mãe receber uma visita tão inesperada, de um homem, ainda mais com flores, e que ele conte ao Lucas, toda a história, como se quisesse jogar tudo para fora, aquilo que ele tanto guardou para si, dentro dele, ao mesmo tempo, que com o passar dos anos, só o corroeu, o destruiu pouco a pouco, entretanto, que enfim queria se libertar, desse peso que carregou sobre os ombros, o peso da culpa, do seus erros, do seu crime.

E que ao ouvir, o filho enfim, compreendesse sua mãe, e a admirasse por não ter desistido dele, por ter dado a oportunidade dele ter uma vida, mesmo diante de tudo o que ela passou, e tentou revelar ao filho.

"Eu nunca
vou conseguir contar, no fundo
não devo querer.
Ainda assim,
nada
justifica a minha ausência, se decidi ter o filho, então
eu devia ter vivido a minha decisão plenamente ao invés de ficar procurando os
restos
do Pedro
nos olhos do Lucas, restos da noite que eu não fui comer pizza e que eu devia
tanto
ter ido comer
a Pizza, restos do sonho de ser aeromoça
puxar mala
pelos aeroportos
e servir café pra quem voa comigo, servir um lanche, viajar o mundo, conhecer
hotéis, fazer uma lista das ruas mais bonitas e depois mudar
a lista inteira
usar
todo dia a mesma roupa, explicar como não morrer caso aconteça do avião
cair ou seja: ter fé
e calma, não deu
pra ser
nada
além de uma secretária mediana, também não fui mãe.
A Bete foi, por
anos. depois a Vida.
Agora acho que a Joana era mãe (Joana - esposa do Lucas, que estava esperando um filho dele). E acho também que o Lucas não precisa mais de
mãe nenhuma,
nem eu do filho que
não matei.
Pensei por nove meses vou matar, mas

não matei."

E por fim, o Lucas perdoasse a sua mãe e pedisse ao mesmo tempo perdão ??


Trechos Preferidos ?????

Eu não gostava de basquete e tive que jogar pra não tirar
zero. me acostumei a ser a última escolhida pelos times porque eu não era boa e
achava justo. começaram também a me dizer:
? você
não é bonita.
E pra Ana diziam:
? você é
bonita.
Teve uma vez que eu fiquei no espelho
olhando a minha cara e a ana na pia do lado, olhando a dela.
Eram caras muito parecidas
dois olhos no mesmo lugar, cabelo na cabeça, dentes.

[A inocência dela quando criança ???]
.

Carta era um ótimo jeito de dizer que se
amava alguém porque às vezes falando a pessoa não entende nada ou escuta
pouco pensando em
outras coisas.
? escrever é mais forte.

[Pena que a carta escrita pelo remetente, que deveria tanto ser lida, não chegou nas mãos do destinatário - tanto a carta escrita para a amiga da protagonista, quanto a carta escrita para o seu filho]

.
Vou conversar com seu pai pra gente casar. Eu não tenho dinheiro como ele
gostaria mas tenho um peito
que dentro só cabe
teu nome
e medo nenhum quando penso em você.
Se tudo der errado te proponho uma fuga
e muito amor
pro resto da vida.

[Eu amei o velho Luís ???]

.
O que a Carla estaria fazendo se ainda estivesse viva?
Talvez
fosse uma atriz
com aquelas imitações maravilhosas que ela fazia de Borboleta, estaria na capa
de uma revista, provavelmente teríamos perdido o contato também.
"Tenho amigos que não morreram, mas é como se eles tivessem morrido, ninguém se fala apesar de ser possível."
Até com meus pais eu falo cada vez menos
e nada dói no meu corpo a ponto de chamar de
saudade,
com as pessoas vivas eu me sinto mais à vontade pra esquecer.

.
O que nasceu apenas como promessa de dar almoço pro menino,
acabou virando o dia todo com ele, que
cresceu
menos no meu
braço e mais no dela (Bete).
As despesas da casa, contas de telefone, de água e de
luz me davam oi antes do meu filho me dar.

.
O dia todo pela frente, a vida é tão longa com suas horas enormes,
no cemitério uma paz
de noite incurável,
aconteça o que que acontecer um morto está morto. Não há urgência que o faça
levantar ou ser triste
tampouco alegre, é o nada absoluto que
me soa como belo.

.
As pessoas
sabem meu nome, me chamam,
então eu existo ao mesmo tempo que sou
invisível na multidão.

.
Ser avó
me deixava com uma sensação ainda maior,
ainda pior
de que a morte
estava
cada vez mais
perto, pra todo mundo,
perto,
até para os recém-nascidos, ninguém está ficando mais novo.

.
O moleque não era nem nascido e já tinha gente pensando
na sua
profissão.
O trabalho é
por tantas vezes
a maior tristeza da vida de uma pessoa e é só nisso
que certos pais pensam, no filho
crescendo e sendo alguém sendo que esse ser alguém envolve tudo menos Ser.

.
Primeiro
morreu meu pai.
Os homens morrem
10 anos antes das mulheres eu li numa revista de ciência.
Dormindo
meu pai não acordou.
Minha mãe sim e logo que abriu o olho sentiu o gelo de defunto na cama,
chamou a ambulância,
chamou a mim, chamou deus mas meu pai não voltou.
No enterro as pessoas beijavam o rosto da minha mãe sentada
na cadeira ao lado
do caixão acumulando
pêsames.
Foram tantos que
4 meses depois, minha mãe morreu também, os médicos disseram que foi do coração e
foi mesmo
muita tristeza
ficar tão sozinha.
? casais juntos há muitos anos não conseguem seguir vivendo quando a morte os
separa, ? o padre disse
fazendo o sinal da cruz no caixão da minha mãe
que foi enterrada ao lado do meu pai e muitos santos no cemitério
cuidando de tudo.
De vez em quando eu vou até eles
e levo uma flor, mas sinto que estou indo no lugar errado
sinto que os mortos não estão ali e as pessoas insistem que sim.
Eu entendo,
todo mundo se sente confuso com essa história de parar de existir.

.
Sorriso eu não sabia mais em que lugar que ele ficava no corpo.
Não dei beijo
no Vento
antes dele morrer.
Dei depois mas depois não adianta. Também de manhã antes de ir pra feira
eu não
disse nada de
tchau, ele estava dormindo tão
doce
não quis acordar e o tempo
não volta.

.
O corpo dela foi encontrado por culpa dos vizinhos
que estavam reclamando do cheiro fortíssimo da casa 462,
a polícia foi verificar.
quando recebeu a notícia da morte no
escritório, o Chefe ficou visivelmente abalado
pensava que o sumiço dela
tinha a ver com
desistir
daquele trabalho antigo
pra quem sabe tentar ser aeromoça como uma vez ela tinha dito que
queria
da vida Nunca,
da vida não tinha passado pela cabeça dele, que chorou
compulsivamente, as pessoas no escritório acharam um
exagero.
"De resto
a cidade seguiu seu curso,
nem parecia
que alguém tinha morrido, até porque todos os dias alguém morre sem ninguém saber."

???
Silvgj5 13/03/2022minha estante
Quero muito ler, mas dizem ser bem pesado


Alane.Sthefany 13/03/2022minha estante
Silvgj5,

É bom você ver os gatinhos (que não diz no livro ?), mas se você é tranquila com temas que abordam sobre abuso sexual, depressão pós-parto, maternidade, morte, rejeição ...

Pode ler, que será uma experiência Incrível e transformadora ???


Martony.Demes 14/03/2022minha estante
O livro é bem legal! Denso e reflexivo. Nao obstante, é bem sintomático com milhares de mulheres no Brasil! Adorei sua resenha!


Alane.Sthefany 14/03/2022minha estante
Martony,

Que bom que gostou ?

Eu sou bem chegada em livros dramáticos, e eu viajo bastante durante a leitura, fico criando cenários que não existem na minha cabeça, entre outras coisas. ?
Gosto demais de quando um livro consegue despertar dentro de mim, a empatia, não só por um personagem, mas por vários, e que dependendo do seu ponto de vista, você consegue mudar sua opinião e expectativa sobre o mundo ou situação vivenciada na pele de outro.


Alane.Sthefany 14/03/2022minha estante
Martony,
Muito obrigado, Deus abençoe ???


Vamlirynna 22/03/2022minha estante
Eu adoro suas resenhas ?


Alane.Sthefany 22/03/2022minha estante
Liryna,

Ahh muito obrigada, fico muito feliz e grata por isso ???




Lais544 23/10/2020

Em cada etapa de sua vida ela enfrenta um trauma ou momento difícil. Perda, luto, estupro,abandono,a maternidade solo, solidão e outro temas são abordados. É um livro melancólico, mas em todos os momentos é uma escrita sincera e, por vezes, bem crua.
O texto é organizado em versos ao invés de parágrafos e capítulos, eles parecem vários poemas,esse estilo traz fluidez para a leitura, final triste.
Edson 26/10/2020minha estante
Instigante!




Rosangela Max 16/10/2021

Curtinho, mas impactante.
Quando comecei a ler este livro, não imaginava que eu o leria de uma vez só. Mas a história é tão envolvente que, quando dei por mim, já estava concluindo a leitura.
Adorei a forma como a autora representou, em poucas páginas, a inocência, o luto, o peso de carregar um segredo, o amor e a falta dele, a solidão e a resignação.
A autora fez um belíssimo trabalho.
rana.castillo 16/10/2021minha estante
esse livro é uma obra de arte


16/10/2021minha estante
Sim, curto mas denso. Um ótimo livro


Sil 22/10/2021minha estante
Gostei da sua resenha, me fez querer ler o livro.




miri.miri 21/01/2024

O peso da vida, o peso de vivê-la
Essa é uma leitura muito forte, realista e por isso tão pesada. Acompanhamos os momentos mais marcantes da vida da protagonista, até o fim dela. Esses momentos mudaram a vida dela pra sempre, marcas dolorosas e ruins que mudaram o rumo de tudo...

É uma vida solitária e infeliz na maior parte, os pensamentos da protagonista são poéticos, reais e tristes... Muito sinceros. Mesmo que seja muito triste, é uma realidade que muitos viveram e isso é o mais doloroso.

As cicatrizes de um momento traumático que nunca somem, a vontade de tirar a própria vida, a forma distante e automática como tratamos familiares e deixamos o tempo passar assim. Talvez lá pelos 50 anos tenha sido a época mais feliz da vida dela, tranquila, ela e um cão, uma casa velha e simples. E a vida é um sopro, e a nossa morte é um grão de areia esquecido entre os outros bilhões de grãos.
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MichelleSN 31/03/2024

Terminei no chão...
Inicialmente estranhei o estilo, achei que não ia conseguir engatar na história... Mas bastou algum tempo de leitura e fui arrebatada para dentro da história.

As dores da protagonista ressoaram em mim. Se eu tivesse a capacidade de ver a história da minha vida, saberia dizer quais foram os pontos de viradas? Alguns, obviamente, eu sei dizer de cor, mas quantos foram os momentos singelos que me transformaram e eu nem percebi?

Há traumas que são impossíveis de curar, principalmente quando a gente soca essa dor no fundo, sufocando qualquer possibilidade de tratamento. Não queremos o tratamento, só queremos esquecer.

E nesses "e se ..." a nossa vida passa e passamos como o pó numa estrada sem fim...
Kate03 31/03/2024minha estante
Esse livro me destruiu ??


abelha6 31/03/2024minha estante
tenho muita vontade de ler esse livro


StarTiny 31/03/2024minha estante
Eu chorei tanto tantooo


pamella.bittencourt.520 31/03/2024minha estante
Esse livro me destruiu completamente. No começo não pega, mas depois que te pega, não te solta e ainda te faz sentir tudo.




Daniel Miguel 01/12/2020

O peso do Pássaro Morto - Aline Bei
Um livro duro de ser lido, a história é bem pesada. A forma que é contada geralmente eu não gosto muito mas aqui foi diferente. Os traumas e dores que a personagem passa são muito doloridos de se ler e quando você pensa que pode melhorar só vai piorando. O final eu nem ouso falar sobre ele. Recomendo caso você esteja bem pra ler esse tipo de história por que tem muitos gatilhos. Pra mim foi difícil um pouco dar 4 estrelas pra uma história tão triste mas a forma que eu fui tocado por ela foi surreal e a autora escreve muito bem. Indico.
Osman.Siqueira 02/12/2020minha estante
Obrigado pela resenha, talvez em outro momento eu leia, no momento estou lendo coisas leves e estou me sentindo bem com isso e nem estou em ressaca literária.


Daniel Miguel 02/12/2020minha estante
Por nada Osman, em outro momento o senhor lê. Aproveita aí as leituras. ^-^




Cerry35 03/01/2021

A dura realidade em forma de livro
Eu vi inúmeras resenhas desse livro e as pessoas sempre diziam "Esse livro é mto bom, fala sobre a vida inteira de uma mulher. E eu não sei mais oq falar sobre ele nem oq eu senti lendo." E eu nunca entendia, tipo eles não tem mais nada pra falar sobre esse livro?? Mas agr eu entendo, só quem leu sabe.
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Mellanie 10/01/2024

Sem palavras
Nem sei o que escrever aqui, parece q levei um soco no estômago. Livro lindo e dolorido terminei ele com uma visão totalmente diferente do mundo e das percepções que as pessoas tem sobre o mundo
Sabrina.Martines 10/01/2024minha estante
depois desse livro nunca mais fui a mesma


Luciano498 10/01/2024minha estante
Três semana depressivo.




Victoria (Vic) 19/10/2020

O livro é bem escrito e passa sensações muito bem, mas minha nota foi baixa pois eu me arrependi muito de ter lido. Me senti muito mal com a leitura e extremamente triste. Estou com um nó enorme na garganta, recomendo extrema cautela pois o livro é muito pesado e é um retrato de uma depressão grave. Estou muito muito triste mesmo e deveria ter seguido minha intuição abandonando no começo. Tem livros necessários mas que, pessoalmente, me fazem muito mal. Choro muito ao pensar que essa é uma história real para tantas e tantas mulheres. Mas agradeço de certa forma algumas reflexões que tive durante a leitura.
Marcela Severo 19/10/2020minha estante
Eu tô terminando agora mesmo, e eu não podia concordar mais com tudo o q tu disse. Não vou conseguir ler mais nenhum livro triste ainda esse ano, tô destruída


Let 19/10/2020minha estante
concordo com você vic! Li esse livro em duas horas e fiquei atordoada. Dormi bem mal de noite, um livro extremamente pesado e triste.


Danielle 19/10/2020minha estante
Eu terminei o livro aos prantos mas eu gostei muito de ter lido me fez refletir muito sobre o que fazermos com nossa vida.


Ari Phanie 20/10/2020minha estante
É isso mesmo. É um dos meus livros preferidos da atualidade, mas é pesado, cheio de gatilhos. Se n me engano, coloquei isso na minha resenha. Nem todo mundo deveria ler. ?


Sofis @leiturasdasof 20/10/2020minha estante
Senti o mesmo! Dei 2.5 :(


arrobasamara 05/12/2020minha estante
Nossa Vic, EXATAMENTE, eu também tive essa intuição de abandonar mas li até o fim e me arrepedi, nunca chorei tanto em um livro. Fiquei chorando da segunda página até o final.


Arianna Machado 13/04/2022minha estante
Concordo plenamente.




Jamile.Almeida 26/01/2021

Vai doer...
Um livro sensível... que traz tantas lições.
Vamos acompanhando o crescimento e dessabores da vida da nossa protagonistas.
Suas perdas (tantas perdas) e o duro aprendizado, como ela aprende a se calar... a não falar, não conversar, não expor seus sentimentos, guarda-los e carregar todo o peso deles em seus ombro...
O fardo é grande demais.

Um livro não só sentimental mas sensorial... a experiência de leitura vai além das palavras, mas também a dinâmica e o movimentos delas! Não ouça em audiobook! É um livro pra ser sentido e vivido!
Ana Lícia 20/04/2021minha estante
Amo demais. Mulher, saudades de tu. Sumiu do canal. :(




Wendy 31/05/2023

"espero que um dia faça sexta ?? no meu amor."
Os livros da Aline Bei não são para os fracos, dito isso, já adianto logo, esse aqui doeu na alma.

Acompanhamos a vida da protagonista dos 8 aos 52 anos, foi uma jornada com tantas dores, os 17 anos anos simplesmente foram um pesadelo, uma dor e uma marca que ela carregou consigo, jamais foi aberta essa caixa de horrores, e ainda assim, ela foi forte nas suas decisões.

Vemos um relacionamento complicado entre mãe e filho, e sinceramente não sou capaz de julgá-la, mas acredito que chegou um ponto nesse relacionamento que ela apenas aceitou o que tinha para dar e receber.

Vento foi literalmente um achado e acaso do destino, um companheiro de quatro patas em que ela encontrou amor, companheirismo e lealdade.

O desfecho desse livro doeu de tal forma que eu nem pude acreditar no que os meus olhos estavam vendo. Aline Bei mais uma vez me deixou sem palavras, emotiva e extremamente inconformada.
Suas histórias são por vezes realistas demais, brutais e ao mesmo tempo poéticas.

"entendendo que o tempo

sempre leva

as nossas coisas preferidas no mundo

e nos esquece aqui

olhando pra vida

sem elas."
Fernanda 31/05/2023minha estante
Sim, de não poder ler em público


Wendy 31/05/2023minha estante
Fernanda, verdade!


Fabio 03/06/2023minha estante
Excelente resenha Wendy!


Wendy 05/06/2023minha estante
Obrigada, Fábio!?




rfalessandra 28/02/2022

Entre um alinhavo e outro, há amores e afetos que surgem, não como alívio, mas como partes da aventura de viver.
Como na ideia central do livro de que a cura não existe.
A cura para a perda, para a dor, para o vazio.
O mais difícil de entender, é que nossa personagem passou por tudo, ficou aquele sentimento dela nunca ter conseguido falar o que havia acontecido, e a dor imensa que carregava, como o peso do pássaro morto.
Fernanda 28/02/2022minha estante
??


Reynaâ¤ï¸ 03/03/2022minha estante
Aí, quero tanto ler esse livro


Ãlex Santos 06/03/2022minha estante
Uauuuu, que resenha linda!!!


Ãlex Santos 06/03/2022minha estante
Não li este livro, mas sempre assisti comentários.




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