Rodrigo 24/02/2023
Roma nua, crua e sangrando
Que novelão espetacular.... em "O Imperador", temos o jovem Iggulden se despontando como um dos melhores escritores ingleses de ficção histórica da atualidade, com um estilo que (novamente) muito lembra ao do velho Cornwell, e que, por sinal, lhe fez rasgados elogios por essa obra.
Estamos no vol. 2 , e, nas primeiras 60 páginas, rola tanta batalha que quase escorre sangue pelo canto do livro. Os dois protagonistas, Caio e Marco (agora renomeados Júlio e Brutus), antes adolescentes inseparáveis, se transformam em exímios soldados, lutando por diferentes forças romanas em regiões distantes. Brutus, já oficial, resolve regressar à capital para resgatar o seu passado, e no caminho vai se enfiando em escaramuças ou na cama de alguma donzela; Júlio serve num navio de guerra que patrulha as águas mediterrâneas, e nesse meio vai se despontando pela liderança, até que o navio sofre um ataque de piratas, e ele vê a sua vida se transformar num inferno.
Enquanto isso, Roma vive um momento turbulento de atentados, perseguições e toques de recolher. Novos personagens são inseridos à trama, enquanto outros voltam à cena de forma majestosa, como Alexandria, a menina escrava do vol.1 que ressurge agora já mulher, livre, gata e artesã. Também Servilia, a mãe que Brutus nunca conheceu, emerge como dona de um bordel de luxo frequentado pelos ricos do Senado. Eu a visualizei na pele da Juliana Paes.
O enredo em si segue sendo um misto de recortes históricos com partes inventadas, e o passado de Roma oferece uma infinidade de lendas, figuras interessantes e eventos grandiosos; nada é monótono ou secundário. Em resumo, uma série repleta de ação, romances, batalhas sangrentas, personagens cativantes e cenários bem construídos, tudo junto e misturado num ritmo intenso e em doses cavalares, que permanecem na cabeça por muito tempo. Fãs de ficção histórica vão adorar.