Morgana Brunner 15/05/2018
A cor das almas - Neide Barth Rosenscheng
Oiii gente tudo bem?
Hoje é dia de trazer a resenha de outro livro que recebi em parceria com a autografia, não esperava que a obra fosse me emocionar tanto e até me fazer chorar, são realidades que a vida traz à tona, para todos que ali estão expostos.
A Cor das Almas é aquele livro que nos impõe a verdade que desde anos passados era escancarado o preconceito, só que naquela época tudo era pior, as pessoas machucavam, fugiam e proibiam tudo que fosse a favor do racismo, algo inacreditável.
"Precisava da natureza, amava aquela exuberância e não se via disposto a dormir, enquanto tudo na natureza acordava. Saiu em busca de um sossego que encontrava consigo mesmo, debaixo de alguma árvore." Pág. 39
A história se passa na região norte de Santa Catarina, Porto União. Onde havia a imigração dos alemães e mais adiante um povoado com pessoas de outra descendência, diante disso, o cenário é encantador, cheio de araucárias e um rio belo, onde desde pequenos se banhavam e era a diversão da grande família.
"O pudor jamais permitiu qualquer palavra a respeito de amor, tampouco o amor era tema nos bares rigorosos e repletos de tabus onde viviam aqueles dois apaixonados." Pág. 72
Wilma desde nova sempre fora a menininha da casa e a mais peculiar, tinha diversos irmãos e desde então todos ali a acolhiam independentemente da situação, crescera e se tornara uma mulher bela e apaixonante, com seu jeitinho de ser, única. Por outro lado, conhecemos seu pai.
"O inverno sempre trazia lembranças aos velhos, especialmente, os dias de chuva e frio." Pág. 126
Aquele que era um homem trabalhador que queria criar seus filhos com tamanha educação e aprendizado. Mas, algo o corrompia sempre que via uma pessoa de outra cor de pele, era o preconceito agindo e lhe levando a falar para seus queridos filhos que não queria que os visse andando com aquele tipo de gente.
"A vida não era uma ideologia, mas para viver, era preciso manter uma que valesse a pena." Pág. 154
As crianças com medo, assentiram apenas o que seu pai havia tido e desde então brincavam entre si, não era apenas seu pai, sua mãe também tivera certo desdém por aquelas pessoas, até que um dia... os encontrara para brincar no rio, alegremente e saltitante por fazerem novos amigos. Sua mãe de cara, espantou as crianças e os fez prometer que nunca mais brincariam com eles.
Longos anos se passaram e ninguém esperava o que aconteceu, o rapaz se apaixonara pela menina de outra família, aquela que todos magoavam e negavam pela sua cor, foram embora e assim deixaram-na sofrendo com aquele nenê, o pai da moça não poderia imaginar de quem era o filho, de tamanho desgosto e agora levo a perguntar para vocês. Será que um amor poderá superar um preconceito de anos?
"Houve dias em que desejou não mais abrir os olhos. Deles, nada surgia, eram faróis apagados. Transfigurava-se num ser sem função e, pela melancolia, se tornava detida." Pág. 306
Eis que lhe deixo com apenas isso e abaixo minha sincera opinião, além de abordar o preconceito, a autora Neide, procura detalhar sobre a cultura que vivenciavam e como se alimentavam, plantavam, afinal eram anos atrás e tudo era diferente. Um livro cheio de detalhes.
É uma leitura extremamente apaixonante e forte, não via a hora de terminar e ao mesmo tempo não queria que acabasse diante dos apertos que sentia em meu coração, fiquei comovida de como o preconceito desde aquela época era forte e movia montanhas para prejudicar uma outra pessoa, e isso mesmo, vocês leram sobre isso no livro de uma maneira escancarada.
A edição está apaixonante e sei que ficará apaixonante em minha estante, adorei ter tido a oportunidade de ler e saber que Neide não mora tão longe de mim, seria encantador conhecer um lugar como Porto União, cheio da natureza a minha espera.
Senti-me completamente envolvida na história e comovida diante das atrocidades, é como se meu coração tivesse se partido ao meio diante de alguns capítulos e até do que acontecera com os personagens principais.
Recomendo esse livro para quem gosta de uma cultura histórica alemã, romance e sobre racismo.
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