Lugar Nenhum

Lugar Nenhum Neil Gaiman
Neil Gaiman




Resenhas - Lugar Nenhum


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Dé... 21/04/2009

Esse livro segue na contramão, primeiramente Neil Gaiman escreveu a história para uma série de 6 capítulos transmitida em 1996 pela BBC inglesa (sempre ela!!), posteriormente a história virou livro... e só em 2007 o livro foi publicado nas bandas de cá...
A narrativa do livro em alguns momentos é previsível e tudo se desenrola como se fosse um filme, mas isso, só faz com que o livro prenda ainda mais nossa atenção.
O mundo criado por Neil Gaiman é de uma criatividade surpreendente... Deve ser ainda mais emocionante para quem conhece a cidade de Londres, principalmente seu metrô...
Richard é um rapaz comum, com uma vida normal e que se vê numa situação nunca imaginada, tem pouco tempo para assimilar tantas mudanças em sua vida... Mas ao longo da história o personagem amadurece e aprende a fazer suas próprias escolhas...
Os demais personagens, seus trajes e costumes são interessantíssimos, adorei o marques de Carabas e a Door...
As descrições dos cenários são tão detalhadas (mas não maçantes) que após algumas páginas já estamos acreditando em tudo que se passa.
Só acho que faltaram algumas respostas... Como surgiu a Londre-de-baixo?? Porque Richard conseguiu enxergar a Door?? Quantos anos uma pessoa pode viver na Londre-de-baixo, são imortais?? E afinal, quem decide onde será o próximo mercado??
No geral, gostei do livro e aconselho a leitura, mas sem grandes expectativas...
Luan Simões 11/08/2012minha estante
Eu pensei nas mesmas perguntas que você fez aqui. rs
Mas quanto a vê-la, acho que é porque ela não se fez de "invisível".

Lembra que eles podem impor a própria presença ou passar despercebidos se quiserem? E o Richard já era tratado como mais um na multidão; pelo menos ele se via assim.

Sempre sucumbindo à vontade alheia (e da noiva). Acredito que seja algo assim.

Sobre viver muito? É, eles vivem. Mas deve ser porque são ignorados pelo mundo e, quem sabe, até pelo tempo que rege o mundo conceituado como "verdadeiro".

Sabe aquela história da pessoa que é tão ignorada pelos outros que acaba por se tornar invisível de verdade? (já vi isso em algum lugar rs)

P.S.: Adoro o de Carabas também.


Carlos 12/10/2012minha estante
O autor mesmo fala que em todas as cidades existem a cidade de baixo, e que elas são tão velhas como as próprias cidades. Surgiram dos habitantes das cidades que viviam à margem da sociedade, que eram esquecidos, como mendigos, mesmo. Ele fala até sobre o começo da história de londres, sobre como o Rio Tamisa virou esgoto e como foi ali, às margens do imundo Tâmisa, que surgiu a Londres de baixo.
Quanto ao mercado, o que é legal nele é justamente esse mistério. Não tem explicação, simplesmente o é e isso é coisa que nem os habitantes da Londres de Baixo sabem, muito menos nós. hehehe
Não, definitivamente não são imortais, mas talvez para eles o tempo não fluam como nós vemos, de forma tão linear. A morte é um tema frequente por lá.
Richard conseguiu ver a Door porque assim ela quis. Ela abriu uma porta para a Londres de cima e o tocou e, a partir desse momento, ele estava com um pé na Londres de cima e um na Londres de baixo, até que ele definitivamente entrou na de baixo quando foi visitar o marques de Carabás.

Eu acho que esses detalhes, como quem decide o local do mercado, podem mesmo fazer você achar a história confusa, mas essa é a intenção, porque a londres de baixo não é racional, então se você se deixar levar pela história sem se apegar tanto a esses detalhes, você talvez sentiria melhor o fluir dos acontecimentos, e, quem sabe, gostaria mais do livro


cristianepf 23/11/2014minha estante
Sério que tem uma série? Preciso achar! Eu amei esse livro.


Hamilton.Iaiai 12/02/2015minha estante
Se faltaram respostas acostume -se, gaiman é assim, muitas respostas de sandman ainda estão em aberto.... mas pra uma delas eu acho que sei a respostas..... Richard consegui enxergar Door ... simplesmente pq na hora Door desejou uma porta para alguém que pudesse ajuda-la... mas uma outra pergunta fica em aberto ...vai ter continuação???.... será que em agum momento podemos ter a esperança do "guerreiro de londres" futuramente encontrar uma anjo chamando Aziraphale ou mesmo um demonio chamado Crowley..........


Tevo 21/05/2021minha estante
Cara, achei a leitura boa. Porém, acho que esperar um detalhamento maior sobre todo o Universo, como em sagas, me atrapalhou um pouco. Mas a história é bem tranquila, e até mesmo simples. Enfim, também recomendo, mas o melhor é ler sem esperar nada... Só deixar a história fluir!


Eduardo 17/10/2021minha estante
Eu adorei o livro. Vez ou outra ele se tornava um pouco chato, mas isso acontece em todo livro. Os personagens são cativantes e divertidos, me apeguei muito a eles, e o final foi, ao meu ver, bem propício, me fez refletir.




Gustavo Rodrigues 24/03/2023

Comecei sem saber absolutamente nada da história. Tive vontade de ler apenas pelo autor - que eu só conhecia de ouvir falar, pois nunca tinha lido - e curti muito! Tem seus defeitos, mas é muito massa.

Se eu não estiver enganado, esse foi o primeiro livro do Neil Gaiman. Começar já nesse nível indica que o caba é bom de verdade. É uma fantasia muito bem escrita, que prende o leitor a todo momento, misturando elementos fantásticos com coisas normais do dia a dia.

O foco principal aqui é sobre o mundo que existe na ?Londres de baixo?. Não sei até que ponto o ambiente retratado é real, mas, tirando a parte fantasiosa, acho que deve ter um ambiente subterrâneo bem interessante em Londres.

Até tem uma crítica aí sobre classes sociais e a ?invisibilidade? das classes mais pobres, que vivem as margens da sociedade. Porém, acho que pra ter uma crítica mais direta (acho que não era intenção do autor), o assunto teria que ser mais explícito.

Ao meu ver, algumas coisas não foram tão bem explicadas. Só isso que me fez não dar 5 estrelas.

Belo livro ??
Edméia 24/03/2023minha estante
Gustavo , por enquanto, este foi o único livro do autor Neil Gaiman que eu li ! Contudo , quero ler mais livros deles ! Dizem que o "Deuses Americanos " é ótimo !!! Este , Lugar Nenhum , gostei !


jusousan 24/03/2023minha estante
pois vou ler esse mês só pq tu gostou


Marlon.Abel 25/03/2023minha estante
Acho que foi o primeiro livro solo dele.
Ele estava escrevendo uma série que foi ao ar nos anos 90 de mesmo nome, mas como nem tudo que ele escrevia ia poder ser traduzido para a TV, ele escreveu esse livro para contar a história fiel ao que ele tinha em mente.
Eu gosto muito da crítica e gosto mais ainda por não ser panfletária a ponto de nos desconectar da história, mas conhecendo o Gaiman, sim, ele quis faze-la.


Gustavo Rodrigues 26/03/2023minha estante
Edmélia, obrigado pela dica!

Boa, Ju! Tu vai gostar.

Valeu pelos esclarecimentos, Marlon ?


Regis 27/03/2023minha estante
Que bom que gostou, Gustavo. Comecei por esse e nunca mais parei de ler Neil Gaiman.
Parabéns pela ótima resenha. ???


Edméia 27/03/2023minha estante
Gustavo , se quiseres, podes me dar sugestão de leituras também ! Fique à vontade ! Boas leituras ! Um abraço.




Ju_Brandao 05/07/2022

Lugar Nenhum - Uma Aventura Que Impressiona
Lugar Nenhum sem dúvida é um dos livros que eu mais estava com vontade de ler do autor Neil Gaiman. Eu só não esperava que a história seria tão boa, e tão revigorante como foi. Passei um bom tempo de resseca depois de terminar de ler Deuses Americanos (outro livro de Gaiman), pelo fato da história ser muito vasta e demorada.
Lugar Nenhum é simples, direto e muito divertido, como eu já tinha comentado em algumas resenhas anteriores de livros do autor, é inacreditável a forma como Gaiman consegue criar um universo imenso apenas com poucas palavras, e usando muita imaginação.
Lugar Nenhum nos faz refletir sobre as pessoas que estão esquecidas na sociedade, não somente pessoas, mas, lugares, memórias e sentimentos que estão adormecidos. Esse livro é muito rico em sua narrativa, nos personagens e nas referências a cidade de Londres. Sua história é bem desenvolvida, com um começo, um meio e um fim bem definido e bem elaborado.
O destaque principal desse livro vai para os personagens sr. Croup e sr. Vandemar, que são os melhores vilões até o momento de todas as histórias que já li do Gaiman, são personagens excêntricos, e interessantes de acompanhar durante o desenvolvimento do livro, o marquês De Carabás e a Door são outros destaques.
Lugar Nenhum sem dúvida é um dos meus livros favoritos de Gaiman. Divertido. Engraçado. Reflexivo. Único. Inteligente. Esse são os adjetivos que uso para me referi a esse livro!
Kelly 05/07/2022minha estante
Tá na minha tbr faz tempo!
Tbm adorei a escrita do autor!
Ainda quero ler outros dele!


Ju_Brandao 05/07/2022minha estante
Neil Gaiman é um ótimo autor, né?!
Eu já li quatro livros dele, e pretendo também ler os outros! :-)


Kelly 05/07/2022minha estante
Sim!! Maravilhoso!
Eu só li 2, eu acho, mas já amei! E já comprei mais uns 4 livros dele pra ler, incluindo esse!


Ju_Brandao 05/07/2022minha estante
Tudo!




Tamires 13/01/2021

Sobre Lugar nenhum
Segundo livro do autor que eu leio (já li Coraline) e começo a notar sua assinatura.
Achava que ia ver aqui um estilo mais sério e, embora o tom seja diferente, ainda é engraçado, com tiradas sensacionais!
Me lembrou a pandeguice do guia do mochileiro das galáxias.
Livro de fantasia feito dum jeito leve pra gente dar umas risadas!
Fabiano 21/01/2021minha estante
Leia Deuses Americanos


Fabiano 21/01/2021minha estante
E se gosta de quadrinhos, leia Sandman


Tamires 21/01/2021minha estante
Ah Fabiano! Acho que me apaixonei por esse autor! Vou ler sim!


Fabiano 21/01/2021minha estante
Ele é espetacular




Nedina 09/12/2012

Quando você lê Neil Gaiman sente que: a) O autor fuma pó; ou b) Você está usando alucinógenos e não apenas lendo um livro; Mas esse é apenas um dos encantos desse autor.

'Talvez eu ainda esteja um pouco de ressaca. Quase vi sentido no que você falou - suspirou Richard."

Em Lugar Nenhum, você não encontrará respostas. Tá bom, algumas talvez. Em geral é tudo muito louco, mas não tão confuso. Se você puder aceitar que a lógica não tem lógica e que a personagem principal se chama Door, e pode abrir qualquer tipo de coisa. Que ela está sendo perseguida por 2 assassinos lunáticos e virtualmente imortais. Se você aceitar tudo isso, então você vai se divertir. Claro que Richard não achou divertido não existir depois de ajudar Door. Ele não sabia que ao se misturar com o Mundo de Baixo (ou Submundo) você deixa de existir no Mundo de Cima. Até porque, ele sequer sabia que existia um Mundo de Baixo!

Eu adoro a forma como Gaiman leva a história. Richard é nosso elemento de ligação. Quando explicam as coisas para ele, sentimos como se estivessem explicando também para nós.

Oh! Não posso deixar de mencionar o Marques de Carabas. Personagem estranho. Todos sabem que não se pode confiar nele, mas as vezes é necessário usar seus serviços. E o pagamento é sempre em forma de favores. Isso me lembra o Grimalkin da série Os Encantados de Ferro. Adoro esses personagens porque são sempre muito complexos e não tem posição definida. Não são 'mocinhos' mas tabém não são 'bandidos'. Apenas são. É claro que isso só funciona quando o autor tem talento.

Enfim, não posso dizer que passei bons momentos na Londres de Baixo, seria o mesmo que dizer que me diverti na Arena de Jogos Vorazes rsrsrs Digo apenas que adorei ler o livro ;P

Mais resenhas em: http://blogmundodetinta.blogspot.com/
Flávia 04/01/2013minha estante
É exatamente isso. É importante ler destituído de qq razão ou lógica, e se o fizer, encontrará um mundo maravilhoso.


Nedina 05/01/2013minha estante
Saudade, quero ler de novo ^^


Nedina 05/01/2013minha estante
Saudade, quero ler de novo ^^




Raffafust 27/09/2016

Tudo que tem o nome de Neil Gaiman, faço questão de comprar. Ele escreve do Batman aos livros como Lugar Nenhum e todos, até hoje lidos, foram perfeição pura. Dessa vez li um dos livros mais conhecidos dele, lançado originalmente em 1997 e baseado em uma série televisiva o livro já tinha sido publicado no Brasil por outra editora e agora chega em uma versão definitiva pela Intrínseca. Anunciada como a edição preferida do autor, mas se tratando de Gaiman fica bem difícil escolher o que é o preferido do leitor.
Seu protagonista se chama Richard e é um cara comum mas que vê sua vida mudar da água para o vinho quando faz a boa ação de ajudar uma moça ferida no chão. Ele acorda invisível em sua cidade natal, Londres, e não entende absolutamente nada do que está acontecendo, muito menos nós.
Ele literalmente perde tudo que tinha, inclusive sua noiva e vai viver em um mundo estranho que lhe abre as portas, mundo esse que é subterrâneo e que é conhecido como a Londres de Baixo, antes ele viva na Londres de cima.
Os diálogos travados são dignos do autor, de uma genialidade única. Hà bom humor e sarcasmo mas na medida certa para prender a atenção do leitor do início ao fim.
Por mais que o protagonista possa não combinar com as loucuras do autor, afinal ele é o cara mais certinho do universo, ao se deparar com um mundo novo ele fica muito mais interessante e duela com o vilão Marquês – um cara que é super mau!- o posto de personagem preferido do livro.
Sim, não tem como não encontrarmos no vilão um pouco de todos nós, ou de alguém que amamos odiar. As surpresas dali para frente também são bem vindas e aplaudidas pelo leitor que se surpreenderá com um final inesperado.

Lugar Nenhum é mais uma obra imperdível de Neil Gaiman, que absurdo ter lido tantos livros antes e só ter lido agora esse.
CPF1964 08/12/2023minha estante
Comprei hoje no sebo por 5 reais.


Raffafust 09/12/2023minha estante
Eu amo Neil Gaiman, esse eu gostei muito como disse na resenha.
Muito barato que pagou


CPF1964 09/12/2023minha estante
Hoje tinha a coleção completa do Crepúsculo. Cada um na faixa de 3 reais.




Caio 18/11/2022

Foi muito bom.
Ah! Que pena que acabou. Quando você fica com esse sentimento ao fechar um livro pela última vez significa que ele é bom. A escrita é gostosa e os personagens são tão diferentes e imersivos. Adorei tudo que li. É o tipo de livro que qualquer coisa pode acontecer e não te causa desconforto. Pelo contrário é muito divertido. Queria mais. Recomendo!
Regis 24/11/2022minha estante
Também gostei muito desse livro. Foi meu primeiro contato com a escrita de Neil Gaiman e ele me ganhou. ?


Caio 24/11/2022minha estante
Já coloquei outro dele na lista.


Regis 24/11/2022minha estante
Pretendo reler Sandman do início. Vou começar Prelúdios e Noturnos ainda esse ano. A obra completa são de 2218 páginas. Vou ler aos poucos. ?




spoiler visualizar
Aline 29/11/2022minha estante
Muito interessante a sua resenha Bia! Gostei muito como você descreveu o livro e a sua jornada ao decorrer das páginas, causando-me até uma vontade de conhecer mais sobre o escritor, pois só tive contato com as obras cinematográficas do Neil Gaiman. Além disso, diante da sua leitura, gostaria de saber se você achou o livro muito parecido com os filmes dele e se recomenda para alguém que só teve contato com as séries.


Bia_who 01/12/2022minha estante
Olá, Aline!! Bem... A respeito de Lugar Nenhum, eu nunca vi a adaptação televisiva, mas posse dizer por outras obras do autor, que as adaptações em sua grande maioria são adaptadas de uma forma original mas sem perder a essência. Em entrevista, Neil Gaiman, sempre diz que suas obras são para o mundo e que as pessoas podem modificar e adaptar para outras mídias da forma que acharem melhor, normalmente as adaptações em que ele está presente ficam melhores (na minha opinião), mas nas vezes que ele dá liberdade total para outros autores e roteiristas lidarem com suas obras o resultado também é bom, como por exemplo no filme Coraline. Eu recomendo Neil Gaiman fortemente, os livros, quadrinhos, séries e filmes.


Rebeca 09/12/2022minha estante
Muito legal Bia!!!! Tanto sua escrita e a forma detalhada que você comentou sobre o livro me surpreendeu muito, parabéns.




Leite 03/07/2019

Calma lá!
Gostaria de começar essa avaliação com uma frase que define a minha experiência com o livro e o motivo de eu dar 3 estrelas: não é ruim, mas é a maior decepção literária de minha vida.

Lugar Nenhum foi o primeiro livro do Neil Gaiman que li inteiro. Conhecia o autor por alguns contos, mas principalmente pela obra Sandman, dos quadrinhos. Sempre fui apaixonado por Sandman, e sempre achei a criatividade de Gaiman e a virtude que ele tem de brincar com o heroísmo e com a criação de personagens fantásticas. Isso tudo, aliado a boas resenhas e inúmeras recomendações para ler o livro, me fizeram comprá-lo sem medo e começar a ler o mais rápido que pude, ainda mais quando li a sinopse e soube do enredo, que prometia ser cativante.

Porém, assim que comecei a lê-lo, fui levado a situações muito furadas, onde muitas coisas inexplicáveis simplesmente aconteciam e eram deixadas para trás. Nos quadrinhos, essas ocorrências possuem uma fluidez mais natural, visto que o uso de imagens e desenhos serve para auxiliar o leitor a imergir na história. Já no livro, não senti essa naturalidade, e isso ia barrando meu gosto pela leitura, pois perdia muito tempo imaginando como de fato as coisas aconteciam, sem chegar em uma ideia sólida e concreta, e o livro não me despertava tanta curiosidade em continuar lendo. Ainda me motivava, pois imaginei que boa parte das dúvidas seria respondida depois. Me enganei, pois a maioria continua sem ligação até o final, e cabe ao leitor apenas aceitá-las.

Por fim, cheguei em exatamente 50% do livro, de acordo com meu Kindle, e parei. Fiquei quase um semestre sem tocar no livro. Nada de grandioso havia acontecido até então. Estava na metade, e a história mal dava indícios de que ficaria interessante. Quando tentei voltar a ler, não foi tão fácil pegar o fio da meada novamente, e resolvi recomeçar desde o início, mas, dessa vez, com um pouco mais de empenho. Eu pensava: "Não é possível que tanta gente tenha gostado tanto, eu preciso entendê-las!". Por fim, quanto mais perto do desfecho, menos esperança eu tinha e menos páginas sobravam. Algumas partes foram engraçadas, divertidas, cômicas, mas não duraram muito até que a situação monótona tomasse conta novamente.

Ao final, o drama que assola o livro se resolve muito rápido, sem muita explicação e detalhes. Algo que parecia muito difícil e misterioso simplesmente acontece, sem ser emocionante ou algo do tipo. O protagonista muda a personalidade repentinamente, passa de uma pessoa frágil e um tanto indecisa, para um homem corajoso e sem tantos medos, mas sem que haja um período de transição digno para o leitor. Essa mudança repentina soou um tanto preguiçoso para mim. Esse fato é até entendível, visto que o livro é curto e é volume único. Isso é até um mérito de Gaiman: conseguir retratar uma atmosfera nova em tão pouco espaço. Mas, independentemente do motivo, não empolga e, para mim, não justifica a falta de cuidado. Talvez se fosse quebrado em mais volumes e, consequentemente, melhor explorado, valeria mais a pena.

Para esclarecer a nota de 3 estrelas, devo dizer que a leitura não é pesada, é fácil de entender e de correr os olhos no texto. O que deixou muito a desejar foi o enredo e as ligações que o autor faz com diferentes personagens se unindo na mesma história. Já a parte da "maior decepção" que relatei, é que eu criei uma expectativa enorme diante do livro. Eu esperava que fosse um dos livros da minha vida, impactante do início ao fim, pois era assim que havia sido descrito pra mim. Acontece que, de fato, é uma excelente história em potencial, que, ao meu ver, foi extremamente mal lapidada. Até dói dizer isso de um autor como Gaiman, que foi capaz de me cativar em cada arco que li de Sandman, me fazendo gastar horrores de dinheiro em relançamentos de revistinhas antigas, mas é a verdade.

Portanto mantenho a nota de 3 estrelas, pois talvez você que leu essa avaliação possa ter uma concepção melhor e mais alegre do livro. Não gostaria de estragar essa oportunidade. E, devo dizer que, apesar de ser uma grande decepção, não é tão ruim. Só não está nem perto de ser tão maravilhoso quanto parecia. Pelo preço que paguei no eBook, e por ser curto, de leitura rápida, acho que pode ser uma boa tentativa aos leitores que estejam sem ideias do que querem ler. Já aos amigos que estão afim de uma história impactante e emocionante, daquelas fantasias de tirar o fôlego, cheia de detalhes e curiosidades correspondidas, não recomendaria, pois creio que não é a proposta do livro. Em Lugar Nenhum, você encontrará personagens muito bons, mas pouco explorados e envolvidos em uma trama muito simplificada. Fica um gostinho de "quero mais", mas não no bom sentido da expressão. Uma pena.
Weslei Barbosa 08/07/2019minha estante
Minha leitura atual


Marta 21/04/2020minha estante
Também achei decepcionante.


gabrielrjf 23/06/2020minha estante
Achando isso (nos 50% tb)




Vinicius 28/01/2020

Partes boas, porém, esquecível.
Não aguentava mais ler toda hora, Senhor Croup e Senhor Vandemar

Talvez seja porque o livro é antigo, mas eu achei que teve um excesso de descrições, faltou profundidade e ficou tudo muito jogado. No final o autor não responde grande parte das perguntas que é natural fazermos. Foi uma leitura arrastada e bem pouco memorável.

O livro me parece um bocado de ideias que não foram bem desenvolvidas, como se o autor fosse adicionando coisas sem nem pensar em como explicar elas depois.
Os personagens não são cativantes, nem bem construídos, ou mesmo gostáveis.

Sinceramente esperava muito dele e terminei com quase nada, teve algumas boas ideias, reviravoltas interessantes, tentei encontrar significados na obra como críticas à sociedade e tal, mas foi só.
Bruna Mayra 29/01/2020minha estante
Muitas perguntas sem respostas, foi o famoso nós que lute para entender.


Fred Zanitti 16/07/2020minha estante
Concordo plenamente. Terminei a leitura hoje, arrastada... não é um livro que eu indicaria.




Coruja 13/05/2021

Sobre marginalizados, compaixão e diferentes significados de heroísmo
Mais uma releitura, embora esta estivesse prevista há tempos na minha lista: a primeira vez que li Lugar Nenhum foi numa edição da Conrad (tanto tempo atrás que não tenho nem o registro de quando o li), texto que foi editado por Gaiman, com vários cortes e acréscimos, saindo por aqui pela Intrínseca em 2016, com nova tradução e o aviso de ser o “texto preferido do autor”.

Não tenho mais a edição da Conrad - que doei quando comprei a nova - para fazer o cotejo de ambas. Mas, ao reler minhas impressões mais antigas do livro, vejo que achei o texto por vezes cansativo, sensação que não tive dessa vez. Talvez seja uma questão de mudança de perspectiva (que teve muita desde aquela primeira leitura), mas não posso deixar de pensar que o novo trabalho de edição tenha feito diferença na fluidez do texto.

Quando escrevi algumas impressões sobre Lugar Nenhum em 2010 - não com uma leitura fresquinha na cabeça, mas de memória, dentro de um artigo maior sobre o Gaiman - minha atenção estava inteiramente voltada para a estranheza e a aventura da Londres de Baixo e o enredo de mistério envolvendo a morte do pai de Door. Como de hábito, uma releitura significa que você não está tão aflito para saber como a coisa toda se resolve e há tempo de sobra para admirar a construção de mundo e dos personagens, tudo o que tio Neil consegue empacotar aqui.

Como várias outras aventuras fantásticas, essa aqui começa com o herói passando por um portal para adentrar um mundo paralelo que ele não sabia existir bem debaixo do seu nariz. É Alice despencando pela Toca do Coelho ou Lucy descobrindo Nárnia dentro do Guarda-Roupa. Gaiman gosta desse tipo de enredo: Tristan em Stardust e Coraline passam por experiências bem parecidas a de Richard.

E sim, nosso herói improvável em Lugar Nenhum é Richard Mayhew, que pode até parecer um pobre tolo à primeira vista - preso na rotina de seu trabalho no mercado financeiro, com uma noiva autoritária e destinado a uma vida bastante comum -, mas surpreendeu bastante ao longo do enredo. A questão é que, cinicamente, confundimos gentileza com uma vocação para servir de capacho e, bem, lá está Jessica para mandar e desmandar no noivo e nos passar essa impressão.

Da primeira cena que Richard nos é apresentado, a gentileza é sua principal característica. Na chuva, meio nauseado pela quantidade de brindes que tomou em sua despedida dos amigos, ele ainda assim se importa com a moradora de rua que passa por ele e dá a ela seu guarda-chuva. O início de toda a enrascada do livro é quando ele ignora Jessica e ajuda Door (que ferida e desesperada, desejou que a porta que abriu a levasse para alguém seguro e confiável). Quando Anaesthesia lhe é designada por guia, ele conversa e se preocupa com ela - e talvez seja o único que se importe quando a garota desaparece.

Vez e outra, Richard demonstra civilidade, compaixão e uma bondade inata, algo que se alia a um grande autocontrole (mesmo com toda a estranheza em que logo se vê mergulhado, ele não se desespera ou dá um ataque histérico - o que seria bastante desculpável considerando que de uma hora para a outra as pessoas simplesmente deixam de enxergá-lo), pragmatismo e , sim, coragem. Tudo isso somado o tornará um herói capaz de passar por provações e obstáculos mortais - um Galahad moderno (e sim, isso me fez lembrar do conto Cavalaria, um dos meus favoritos do Gaiman). Gaiman aqui identifica heroísmo não com ser mais forte, de duelar e vencer o combate, mas de demonstrar compaixão, solidariedade, autoconhecimento.

Voltando um pouco, Richard ajuda uma jovem que basicamente desaba aos seus pés ferida e é assim que seus problemas começam. Door, que faz parte de uma família de abridores de porta (quer elas existam ou não, estejam proibidas e suas chaves, perdidas), acaba de ter todos os seus parentes assassinados pelos temíveis Croup e Vandemar. Parte da nobreza da Londres de Baixo, Door tenta descobrir porque sua família foi morta e sobreviver, ela mesma, à caçada que os assassinos mantêm contra ela.

Para isso, ela tem a ajuda do Marquês de Carabas, um vigarista astuto de várias vidas, que negocia na base de favores; de Hunter, a maior caçadora de bestas da Londres de Baixo e também de Richard, que após ser apagado da lembrança da Londres de Cima, procura o grupo para tentar reaver sua vida de antes.

O que impressiona nessa que seria uma típica jornada do herói, é o ambiente em que tudo isso acontece. A Londres de Baixo é costurada de partes esquecidas e descartadas da cidade de cima (e dá para inferir que todas as grandes e antigas cidades do mundo têm essa versão espelhada de si), algumas delas em que o tempo literalmente parou. Sua geografia é formada pelas estações de metrô de Londres: há de fato uma corte do conde (Earl’s Court) num vagão obscuro; monges em Blackfriars e um anjo em Islington. Aqui se abrigam seres e criaturas tão antigas quanto o mundo, mas também pessoas simples - os destituídos, os órfãos, os abandonados, aqueles pelos quais passamos nas ruas como se fossem invisíveis, que vivem completamente à margem da sociedade.

Por alguma razão, Lugar Nenhum me faz pensar no soneto gravado na base da Estátua da Liberdade, em Nova York: “?venham a mim as multidões exaustas, pobres e confusas ansiosas pela liberdade. Venham a mim os desabrigados, os que estão sob a tempestade?. Esses ‘pobres exaustos e desabrigados’ são exatamente aqueles que formam a população das Cidades de Baixo. E essa talvez seja a maior sacada do livro: a forma como Gaiman dá protagonismo aos marginalizados, onde mesmo o mais secundário dos personagens tem seu momento de destaque, sendo possível perceber enredos muito maiores por trás de suas breves participações.

Eu leria páginas e mais páginas sobre a história do Conde, sobre como Vandemar e Croup começaram sua maldita associação, sobre o resto da família de Door e de onde veio sua habilidade, sobre a hierarquia dos diferentes povos e comunidades que se encontram no Mercado Flutuante - ratos, lamias, cogumelo, corvos, pastores, e por aí afora -, sobre a miríade de favores que todo mundo parece dever ao Marquês, sobre como o Marquês se tornou quem é. Há tanta possibilidade nesse mundo criado para Lugar Nenhum que não me espanta Gaiman estar escrevendo uma continuação (nem que ela se inspire na crise de refugiados para tanto).

Inclusive essa edição traz como extras um capítulo cortado - com Croup e Vandemar antes de seguir para o trabalho com a família de Door - e um conto publicado anteriormente em algumas antologias, Como o Marquês Recuperou seu Casaco. Para ser um volume perfeito de colecionador, só faltava trazer as ilustrações maravilhosas do Chris Riddell - mas essas, por enquanto, só na edição em inglês (aparecendo em português, trocarei de novo de edição...).

site: https://owlsroof.blogspot.com/2021/05/lugar-nenhum-sobre-marginalizados.html
Maria 13/05/2021minha estante
Sua resenha ficou tão linda que despertou em mim o desejo de uma releitura.


Coruja 13/05/2021minha estante
Obrigada, Maria! Releituras são importantes, a gente percebe nelas o quanto nós mesmos mudamos com o tempo. Enfim, fico feliz que tenha gostado!




Elyene 05/01/2019

No fim, valeu
Comecei a ler pela fama do autor e por recomendações apaixonadas de booktubers. E, talvez por isso, tenha me decepcionado, inicialmente. A escrita em si achei tranquila, mas eu não fluía na leitura. Demorei a me importar com a história, tinha hora que torcia contra as personagens pra ver se o sofrimento me trazia interesse. E, como previsto, foi no momento em que a história começou a atingir as personagens que comecei a gostar! Isso para mais da metade do livro. Daí pra frente, li de uma vez só e gostei de muitas das amarrações feitas dentro do próprio universo. Mas, de verdade, o que mais gostei foram alguns assuntos tocados, como relacionamentos abusivos, pessoas invisíveis na sociedade, refletir sobre nossos objetivos de vida fabricados e ficar em dúvida se o protagonista não sofre, de fato, psicologicamente (pq da forma que tudo terminou, faz bem mais sentido). Esses foram pontos altos para mim. Agora, quanto à aventura (e olha que nem sou a maior fã do gênero), achei previsível em alguns (muitos) pontos, surpreendente em outros, inesperadamente engraçado, excitante nas partes mais gráficas e entendiante do início pra metade. Ia dar 3,5 mas terminei o livro com uma sensação de que até que valeu a pena ler, então, arredondo para 4 estrelas!
Ale 08/01/2019minha estante
Senti a mesma decepção com ele, decidi que é um autor que não suporto. O humor dele parece prepotente, sexista, com piadinhas fracas mas que parece que ele julga incríveis... Claramente, criei ranço Hahaha li o mitologia nordica dele e fiquei esperando melhorar o livro inteiro, e li uns 30% do Filhos de Anansi e desisti pq era tão insosso que não consegui mais. Finalmente vejo que não tô sozinha! Hahah Não entendo o sucesso desse rapaz...


Elyene 11/01/2019minha estante
Tenho que parar para ler as histórias com formato de quadrinho. Dizem ser melhores... Quem sabe eu não dê um chance? Mas esse livro só achei ok.




Luvanor N. Alves 09/09/2016

MARCADOR EXPRESSO - LUGAR NENHUM
Há, em Londres, na Inglaterra;
Um rapaz que perde tudo quando leva uma estranha para casa;
Uma estranha com o Poder de Abrir Portas;
Dois assassinos linguisticamente espertos;
Um segredo atrás de uma porta lacrada.

E a verdade sobre a outra Londres que você nem sabia que existia...

Pessoal, continuem a ler a crítica em nosso blog Marcador Expresso.
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Brigadão!


site: http://marcadorexpresso.blogspot.com.br/2016/09/lugar-nenhum-de-neil-gaiman.html
Paulo 10/09/2016minha estante
Dei uma conferida no blog e sua resenha ficou muito boa, parabéns!


Luvanor N. Alves 10/09/2016minha estante
Owhn, Paulo! Brigadão!!!!




July 26/01/2022

Lugar Nenhum
Primeiro contato com a escrita do autor. A escrita é maravilhosa, super fluida. Já a história em si, nem amei, nem odeiei. Foi uma ficção diferente do que estou acostumada ler, dei três estrelas.
Johnatan 27/01/2022minha estante
Eu gostei muito do Deuses americanos, fica a recomendação caso volte a ler algo dele


July 28/01/2022minha estante
Tenho interesse em lê-lo. Obrigada pela dica?




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