Diego VF 28/05/2021
(in)tolerância religiosa
O assunto principal do livro são as diferentes religiões e o fanatismo em algumas delas e as descobertas do protagonista sobre o mundo em que vive, pois ele parecia saber muito, mas não sabia quase nada. Porém, nessa resenha vou falar sobre o livro de uma maneira mais superficial, pois não acho que eu tenha experiência de vida o suficiente para falar sobre assuntos sérios e discutir sobre eles, então se você quer uma resenha mais aprofundada, não é essa, procure outra.
A história do livro é bem cativante, apesar de ela só aparecer mesmo da segunda metade pra frente, pois todos os capítulos anteriores foram introdutórios, ou a grande maioria pelo menos. Esse é o primeiro aspecto ruim do livro: ele não tem um ritmo muito constante. Tem vários momentos em que ele é bem parado e nada acontece, ao mesmo tempo em que tem momentos bem tensos, como o momento da tempestade ou o final (o final é muito mind-blowing, você foi avisado).
Os personagens são bem legais, e você se apega à eles bem facilmente (apesar de que em alguns casos, você se apega e depois já odeia, oi Alain, tudo bem?). O protagonista é um homem já meio velho, diferente do clássico adolescente que vai salvar o mundo, e eu achei esse toque bem legal. Ele também é o líder do vilarejo em que ele vive, e isso põe peso nos ombros dele, e dá pra sentir a pressão do personagem junto com ele, pois as ameaças e discussões do livro podem facilmente serem adaptadas para o mundo real, e isso cria uma certa conexão com todo o universo do livro (teve uma parte que apareceu, bem de raspão em uma página, uma "casa do prazer". Eu tive que parar de ler pra rir, eu pensei "sério que até aqui já existia isso? KSKSKSSK").
A escrita é suave ao seu próprio estilo. O que quero dizer é: o livro tem uma escrita formal e rigorosa, porém consegue ser bem leve dentro de seus próprios limites.
Enfim, o livro é bem legal, e eu recomendo bastante, mas acho que o público mais jovem não iria gostar muito (eu tenho 14 anos e estou falando isso, meio controverso, mas relevem por favor), pois hoje em dia as crianças e pré-adolescentes preferem muito mais jogar Free Fire e assistir Felipe Neto do que ler um bom livro, muito menos um que trata de assuntos sérios e/ou pesados. Mas pra pessoas mais maduras, seja em idade ou em espírito, eu recomendo sim.
Minha nota é 4/5, pois é um livro bom, porém poderia ser melhor (mas é o primeiro livro do autor, deem um desconto).
"Fazer o que é preciso não é bonito e fácil, mas é preciso."