Quarto de despejo

Quarto de despejo Carolina Maria de Jesus




Resenhas - Quarto de Despejo


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Juh Saint 07/12/2020

Tocante, destruidor, uma dura realidade
Que livro trágico de real e tds deveriam ler!!
Do ponto de vista da autora, vemos uma narração sobre o dia a dia de uma catadora de lixo, favelada. Nsei cm esse livroo n e estudado nas escolas, eu tive q ler por indicação pq n tava no curriculo. Acho q ate sei, esse livro incomoda quem manda no país.
Fome, miséria, depressão angústia e o q sentia e isso torna o livro bem pesado, quem n estiver em um momento no minimo neutro nesse ano ruim nem leiaa.........
A leitura só é fácil pela escrita da autora, q é em forma de diário entbem pessoal, sem tanto enfeite. Ela solta o berreiro contra td elite do país q é mt hipócrita e nós sabemos, temos as provas td dia.
A violência desse livro é a pior q um ser humano pode passar por isso pode ser pesado de ler. Recomendo a tds q a cabeça n esta cheia
Leticia Oliveira 07/12/2020minha estante
Um dos meus livros preferidos! Perfeito mesmo


harison 07/12/2020minha estante
Quero muito ler, tô criando coragem para! Li Olhos D'água, da Conceição Evaristo, que é bem nesse estilo aí que você descreveu, de difícil digestão, mas necessário!


Juh Saint 20/12/2020minha estante
n é coincidencia q o proximo vo ler é capitães de areias kpoaskops
olhos d'agua eu queria ter comprado nas promoções e esqueci, quero ler tb


Anny Silva 02/04/2021minha estante
Como faço pra ler ..?? Eu não tô conseguindo usar o App


Didi 29/04/2021minha estante
Um livro único. Impossível ler e não desejar uma sociedade mais justa e fraternal. Emocionante


Leka 13/12/2021minha estante
Essee livro acabou de chegar para mim, e estou ansiosa para iniciar a leitura.


Nanda140 11/01/2022minha estante
Carolina me ensinou muito.


Dryelly 05/03/2022minha estante
Como fasso pra le? É pago é??


Dryelly 05/03/2022minha estante
Como fasso pra le? É pago é??


Jujuba 27/03/2022minha estante
Como eu leu livro nesse aplicativo??


Jubgabss 22/09/2022minha estante
Li esse livro na escola, muito legal e bem interessante, um ótimo livro para usar como repertório em redações


Paolla18 03/04/2023minha estante
Um dos melhores ,real e dolorido .


Natalia786 11/04/2023minha estante
Este livro é um verdadeiro soco no estômago, manchei várias páginas com minhas lágrimas. É impossível não sentir o impacto e infelizmente ainda muito atual


Daniel1246 31/08/2023minha estante
"Fiquei impressionado com a escolha desse livro. 



Perguntas sobre a trama do livro:

1. "Qual aspecto da trama mais o cativou enquanto lia?"

2. "Você encontrou algum personagem com o qual se identificou ou que o intrigou de alguma forma?"

3. "A ambientação do livro desempenha um papel importante na história. Como você descreveria o cenário onde se passa a trama?"

4. "Há alguma reviravolta na história que você não estava esperando? Como isso impactou sua percepção do enredo?"

5. "Você acredita que o autor transmitiu alguma mensagem subjacente por meio dessa história? Se sim, qual?"


Deste já agradeço sua resposta ?? vai me ajudar muito ?


psimayandrade 18/10/2023minha estante
Meu primeiro contato com esse livro foi justamente na escola, foi um dos livros obrigatórios. Me marcou demais, até hoje ressoa.


Luiza.Jacinto 12/11/2023minha estante
Estou gostando muito da leitura, é uma nova visão


Vanessa1641 01/01/2024minha estante
Comecei a ler semana passada e só quero falar sobre os relatos de Carolina para o pessoal aqui de casa.
Infelizmente não conheci a autora antes, deveria ser abordada nas escolas pelo menos por sua trajetória de vida.


Al.Dri 27/01/2024minha estante
Faço das suas palavras as minhas!


Victorgabriel00 29/02/2024minha estante
Um livro sensacional de ler, representa muitas pessoas da favela nos dias atuais,e é um dos melhores livros que já li,estou entre 21 de maio e 8 de julho e estou repleto como esse livro é incrível de se ler, muito surreal a leitura,adorei muito!.


Giovanna.Asafe 20/03/2024minha estante
É um livro para se refletir, cada capítulo é um tapa na cara para se pensar o mundo de outra forma, de fora da nossa própria bolha, é muito bom e um ótimo repertório pra vida.


petala.mazzini 24/03/2024minha estante
Eu to lendo pq a escola pediu pra fazer um seminário sobre esse livro


JosuA13 30/03/2024minha estante
Gente sou nesse aplicativo não estou conseguindo ler o livro que escolhi




Arlefe_ 05/11/2021

QUARTO DE DESPEJO
Quarto de Despejo traz em seus diários o retrato do cotidiano da favela de Canindé, que agora é a Marginal Tietê. Nele, Carolina narra como consegue sobreviver sendo catadora de lixo e metal em São Paulo e como a falta de dinheiro e de outro tipo de trabalho afetam a sua vida.
Em meio a isso, a autora conta sua rotina vivendo na favela, e como tinha que fazer sacrifícios para seus três filhos, já que era mãe solteira e tinha que alimentá-los e cuidar de tudo sozinha, além de ter que lidar com o preconceito de não casar de novo.

É uma pena que o livro termina sem um final, gostaria muito de saber como a vida de Carolina ficou quando ela saiu da favela, gostaria de ver como ela saiu da favela, gostaria de saber quem é o pai da Vera, gostaria de saber muitas coisas, todas essas perguntas não respondidas que me deixam com um gosto de quero mais.

Apesar dos acontecimentos se passarem por volta dos anos de 1950 e 60, ele é muito atual. É muito entristecedor ver que durante todos esses anos nada mudou, tudo continua o mesmo.

"Quarto de despejo não é um livro de ontem, é de hoje (...) Os quartos de despejo, multiplicados, estão transbordando."

Carolina Maria de Jesus a partir da narração de seu dia a dia, acabou por traçar um painel variado da vida dos favelados e de sua luta pela sobrevivência. Mais do que isso, com sua linguagem simples e objetiva, a que os erros gramaticais apenas conferem maior realismo, atingiu momentos de grande entusiasmo e força expressiva.

LEIAM!!!!
Wes 05/11/2021minha estante
Ótima resenha ?


Arlefe_ 05/11/2021minha estante
Obrigado ?kkkkkkkk


mariana113 05/11/2021minha estante
vc escreve muuito bem


mariana113 05/11/2021minha estante
estou acabando agora o livro, que coisa mais triste e real. todo mundo deveria ler, nee?


Arlefe_ 05/11/2021minha estante
Nossa sim, kd frase é uma lição e todo mundo deveria ler msm...
E mt obrigado. Eu n acho isso, mas já q dizem, né? KKKKKK


Nah 06/11/2021minha estante
Eu quero muito ler esse


dani 08/11/2021minha estante
Comecei a ler hoje! É maravilhoso.




Higor Flávio 20/09/2021

História real de uma favelada.
Sabe quando escutamos que o Brasil é desigual e os políticos não têm interesse em ajudar, mas sim de ganhar voto? O livro conta a história de Carolina, uma moradora de favela que relata em seu diário como é seu dia, e que seu maior sonho é sair daquele lugar. História forte, real e bastante triste, mostra uma realidade que nós privilegiados não conseguimos enxergar com tanta clareza.
Ela narra de maneira real o que é passar fome, e o que é sentir-se despejada em um depósito de lixo sem qualidade de vida. Recomento muito, um livro que abre mentes e mostra a verdadeira face do Brasil nas décadas passadas.
judeaquino - @juentreestantes 20/09/2021minha estante
Nossa, queria muuito ler!


judeaquino - @juentreestantes 20/09/2021minha estante
Excelente sua análise!


Michely 20/09/2021minha estante
Adorei sua resenha! Esse livro está na minha lista desse ano ainda.


Higor Flávio 20/09/2021minha estante
Recomendo muito! Leitura fluída?


Michely 21/09/2021minha estante
Estou ansiosa!?




Cassio Kendi 02/02/2021

O que eu mais gosto de livros no formato de diário é a possibilidade de entender como é a vida de alguém sem enfeites. Autobiografias normalmente se concentram nos pontos de maior carga emocional, enquanto diários são mais 'estáveis'. O livro não tem um climax, mas nem precisa ter.

Os relatos da autora são fortes e de uma sensibilidade enorme. Mostram o quanto a fome sequestra a mente de uma pessoa, e o quão cotidiano são episódios de violência, doença e morte na camada mais pobre da população.

Recomendo ler junto com o livro Escassez, em especial o capítulo 7, sobre pobreza.
Estante.Naiara 25/03/2021minha estante
Exatamente! ?


Fabíola Luna 03/04/2021minha estante
Ótima resenha!


Lu 24/04/2021minha estante
Leitura obrigatória!!!!


Karol 29/07/2021minha estante
Eu li um pouco sobre a biografia da Carolina, uma história com muito sofrimento mas também com uma força que merece reconhecimento. Usei até pra fazer redações. Utilidade pública e uma leitura obrigatória.


Lu 29/07/2021minha estante
Concordo !!!!




Beatriz3345 01/02/2020

Um dos livros mais procurados do momento na loja (infelizmente, na maioria das vezes, por estar na lista de um dos vestibulares).
Fiquei tão curiosa que pedi emprestado e, meus amigos, que livro.... essa edição é bem fiel ao diário de Carolina então tem todos os errinhos e as expressões da época perfeitamente originais.
É um livro forte, triste, realista e muito penetrante.
Aqui temos o dia a dia de várias pessoas que moravam na favela do Canindé no final dos anos 50. A autora foca, obviamente, em sua própria vida e situação porém conta com uma visão geral a história de seus vizinhos.
É muito interessante, um ótimo livro.
Leandro.Alves 19/05/2020minha estante
Que livro!


Negagv 17/07/2020minha estante
Como faço pra le


Akila.Priscilla 23/11/2020minha estante
Quero muito ler esse livro.


Lucas 28/02/2021minha estante
Salve! Doutora Carolina Maria de Jesus.




Nado 22/04/2021

Esse livro foi produzido através de relatos escritos pela agora Doutora Honoris Causa, Carolina Maria de Jesus. Inicialmente a obra foi classificada como "literatura de contestação", e hoje está inserida em um contexto que felizmente tem se popularizado cada vez mais: narrativas femininas.
A obra se resume em um diário escrito por Carolina Maria de Jesus, que narrou fiel e cuidadosamente o seu dia a dia na favela do Canindé, na cidade de São Paulo. No decorrer das páginas o leitor vai se deparar com um cenário de miséria, dor, fome e sofrimento que ela passou na companhia de seus filhos.
Com estilo de linguagem objetiva e de oralidade, ela conta de maneira crua e realista, mas também mesclando com tiragens bem-humoradas e sarcásticas, o dia a dia de uma família favelada. Carolina tira o sustento dela e dos seus filhos catando papel na rua, fazendo alguns favores em troca de alguns cruzeiros ou dependendo da bondade de algumas pessoas e políticos que, como acontece até hoje em qualquer lugar do país, só apareciam em período eleitoral. Uma das partes mais difíceis de serem lidas são as passagens nas quais ela conta que precisava revirar o lixo no intuito de conseguir algum alimento.
Impossível de ler esse diário e não se emocionar ou não ficar com o coração apertado. O que mais me deixou fascinado foi a forma carinhosa com que Carolina cuidava de seus filhos mostrando ser uma verdadeira MÃE com toda a força que essa palavra dispõe. E o que me deixou mais revoltado foi ver que pouca coisa mudou ao longo das décadas, e que a pobreza, a fome, o desprezo e uma infinidade de fatos cruéis tem se tornado tão comuns no dia a dia, que nem estão mais gerando o incômodo que deveria gerar.
Esse é um dos livros que eu mais tinha vontade de ler na vida, mas esperei o momento oportuno parar ler no grupo "Lendo Mulheres Nacionais", gerido pelo @eu_rafaprado. Grupo formado por vários amigos que promovem sempre os melhores debates contribuindo muito para novas descobertas e percepções.
Rauny.Campos 23/04/2021minha estante
Sensacional
Lerei em maio


Nado 23/04/2021minha estante
É sensacional. Tenha uma ótima leitura


BibliodaArte 27/04/2021minha estante
Nossa, amei vou acrescentar à minha lista


@eu_rafaprado 29/04/2021minha estante
??????????




Rafi.escritor 12/05/2022

Angústia
Esse livro é daqueles que a gente ler e fica na nossa memória por vários anos. Já me senti muito próximo de pessoas que escreveram livros em forma de diario, mas não como me senti de Carolina.
Em meios a toda fome e a angústia, ela via com leveza algumas coisas e ainda cantava durante as manhãs! Toda a sua poesia; mas a angústia que ela trazia nos seus versos.
Às vezes me via tendo rítmica em seus dias escritos.
É um livro que descreve uma realidade dura e uma realidade de angústia! Uma realidade que ainda é vivenciada por várias pessoas, e a sua maioria pessoas pretas (questões estruturais que já conhecemos). Muita coisa dói no ser humano, mas uma delas sei que dói muito, é a fome.
Carolina de Jesus é extremamente necessária e a sua voz ainda ecoa por vários e vários cantos.

Queria ter conhecido para conversar com ela por horas!
É um livro necessário.
Dói, rir, chora.
Quarto de Despejo onde os marginalizados se encontram e não encontram nada para lhes tirar de lá.
Carolina, presente??.

Sem dúvida, um dos meus livros favoritos.
Fabianne 21/07/2022minha estante
Enquanto eu lia esse livro eu pensava. Deve ter muita gente maravilhosa como Carolina passando fome na rua nesse momento.


Fabianne 21/07/2022minha estante
Também tinha essa vontade de conversar com ela, de oferecer comida.


Fabianne 21/07/2022minha estante
Esse livro muda nossa olhar para o morador de rua.


Rafi.escritor 21/07/2022minha estante
Muda mesmo! Muda nosso olhar como vemos as pessoas na favela... é de doer tudo esse livro! Muito.




Debora 15/01/2020

Entendo a relevância do livro, seu momento e da posição da autora
Eu entendo a relevância do livro, da história, do registro. Eu valorizo e admiro Carolina Maria de Jesus.
Acho importante o livro e que as pessoas entendam o que é viver em uma favela - seria até interessante comparar com as condições hoje.
Dito isso, minha opinião sobre o livro é que ele é chato. Muito chato. Podia ter metade das páginas. Por que a dor expressa é grande, mas todo dia é a mesma. Demorei muito mais do que o normal pra ler, pq cansava. É isso. Vou ser sincera.
Flávia 15/01/2020minha estante
não foge mto a regra da maioria dos diários.


Debora 15/01/2020minha estante
Exato. Não é meu tipo de leitura


Flávia 15/01/2020minha estante
nem o meu. esse eu não consegui concluir. doei. até o diário de ane frank achei um suplício eqto literatura. gostei como documento histórico (apesar das controvérsias).


Debora 16/01/2020minha estante
Te entendo!




Dhewyd 31/01/2022

Quem trabalha como eu, tem que feder!
Enquanto escrevo essa resenha, estou em meu quarto, com o ar condicionado ligado, deitado em minha cama, com todo esse conforto, não poderia me furtar a escrever sobre QUARTO DE DESPEJO, tendo em vista que a obra fora escrita em meios tão precários, páginas desbotadas de cadernos achados no lixo, manchados de lágrimas e suor, muitas vezes escritos em meio a cor amarela (visão que a autora ficava quando estava com muita fome e lhe alterava os sentidos), bem como por noites mal dormidas por causa das pulgas na paupérrima cama ou goteiras no telhado de papelão.
Mesmo com todas as adversidades, Carolina Maria de Jesus, que só fizera o segundo ano primário, escrevia. Talvez, como fuga das amarguras de sua vida, ou que escrevendo pudesse ter uma voz em meio a tantas pessoas esquecidas.
O livro é um relato realístico do dia a dia da autora, mesmo que contenha vários erros ortográficas, devido à baixa alfabetização,  podemos entendê-lo perfeitamente, e tal entendimento é duro e cruel, nos deparamos com um cenário tortuoso, de pessoas vivendo à margem da sociedade, recolhendo lixo das ruas para conseguir dinheiro, ou até mesmo usando esse próprio lixo para servir de alimento para os favelados.
Para sustentar seus 3 filhos pequenos, Carolina tinha que catar papel, reciclar latas, e viver carregando peso, mesmo assim, em suas pausas, ao invés de descansar, ela escrevia... E escrevia sua vida e de seus vizinhos e escancarava as mazelas, tanto as dos governantes que ludibriavam o povo nas épocas eleitoreiras, quanto dos próprios moradores da favela que muitas vezes eram retratados como marginais e sem alma.
De tanto escrever, Carolina chamou a atenção de um repórter que iria fazer uma matéria na favela, que após começar ler os diários esfarrapados, logo sentiu na pele a força da narrativa e percebeu que ali se encontrava uma verdadeira obra literária. E que mais tarde essa obra se personificara em livro e se tornara um marco na literário nacional, bem como fora traduzida para diversos países.
Quem lê este livro vai se sentir grato, primeiro por conseguir compra-lo, depois por saber que tem educação, de ter um emprego, um lar , e não ser discriminado, posto que ao entrar no dia a dia de Carolina, logo teremos que a consciência que temos MUITO.
Aryta 31/01/2022minha estante
Uau! Que resenha! ??????
Parece todo um conjunto que representa um ?sacode? no leitor. Os erros ortográficos mencionados dão ainda mais valor à obra. Imagina o esforço para conseguir concluir o projeto tendo que enfrentar obstáculos que se tornam tão bobos perto do conteúdo, mas, que são tão valorizados dentro do meio literário? Tem que ser extremamente inteligente e determinada!


Dhewyd 31/01/2022minha estante
Aryta, realmente a escrita "correta" é a que vem de dentro... não só aquela presa nas formalidades... Muito do que ela escrevera foi em pausas de suas andanças catando lixo... ela sempre carregava um lápis no casaco... e as vezes ... quando tinha uma ideia ? de uma poesia, por exemplo, aproveitava o papel a ser recolhido para não perder a inspiração e escrevia ali mesmo na rua.


Aryta 31/01/2022minha estante
Um exemplo, não é?! Estou curiosa para ler esse livro. Já salvei e acho que vou colocar na minha lista!


Dhewyd 31/01/2022minha estante
Leitura diferente né... tem horas que a gente precisa ler coisas novas... embora o livro seja um clássico.




Eduardo 29/03/2024

Eis aqui uma das obras mais valiosas não apenas da literatura brasileira, mas do mundo inteiro. Uma mulher negra, radicalmente pobre, solteira, mãe de três filhos e que, ainda assim, tinha esta mente brilhante.
Este livro diferencia-se pelo fato de que ele fala da desigualdade, mas de uma outra maneira da que normalmente se fala da miséria: é uma visão de dentro, não de fora; isto é, não se trata de um homem culto, estudado, que tem dinheiro e, através de estudos sociológicos, entendeu a favela e a explicou; se trata de uma mulher de DENTRO da favela, que VIVE em si, a miséria, e fez nada além de relatar como é passar por tudo isto.

A maior miserabilidade que enfrento ao realizar esta leitura, e que todos deveriam enfrentar ao ler, é não sentir-se apenas mal pelo fato do que ela passou, mas por lembrar do seguinte: inúmeras pessoas, HOJE, passam pelo mesmo (e algumas vezes, talvez por coisas piores) que ela passou. A favela do Canindé, em que ela morava, deixou de existir; entretanto, diversas outras surgiram. Nessa obra, ainda, há pouco relato sobre crimes relacionados à droga, tráfico e facção; já hoje, sabemos que em ambientes à margem social são recheados destes atributos; ou seja, não é que apenas não melhoramos a sociedade - a pioramos em alguns aspectos.

Chega a ser supérfluo as "estrelas" na hora de dar uma nota pra uma literatura deste tipo. Isso é a vida real; o retrato mais direto possível de muitos marginalizados.
A obra nos mostra sim como ela passou fome, como sofria e etc, mas devemos também nos focar como AINDA passam fome, como AINDA sofrem por não ter o básico, como AINDA políticos surgem apenas nas épocas eleitorais, manipulam e então desaparecem.
Este livro encontra-se atemporal e, por Deus, não deveria ser. Não. Deveria. Ser.

Há muito mais a falar, sempre há, mas finalizo esta resenha apenas com alguns trechos desta pessoa incrível que foi a Carolina Maria de Jesus. Poucos, porque se fosse para destacar todas as frases fortes e bem construídas que esta mulher escreveu, então haveria de colar o livro todo aqui.

"Liguei o radio. Tomei banho. Esquentei comida. Li um pouco. Não sei dormir sem ler. Gosto de manusear um livro. O livro é a melhor invenção do homem."

"O que eu aviso aos pretendentes a politica, é que o povo não tolera a fome. E preciso conhecer a fome para saber descrevê-la."

"Fui na delegacia e falei com o tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era tão amavel, eu teria ido na delegacia na primeira intimação. (...) O tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao país. Pensei: Se ele sabe disto, porque não faz um relatorio e envia para os politicos?"

"O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo, e nas crianças."

"Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz."

"E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual - a fome!"

"Quem nos protege é o povo e os Vicentinos. Os políticos só aparecem aqui nas épocas eleitoraes. O senhor Cantidio Sampaio quando era vereador em 1953 passava os domingos aqui na favela. Ele era tão agradavel. Tomava nosso café, bebia nas nossas xícaras. Ele nos dirigia as suas frases de viludo. Brincava com nossas crianças. Deixou boas impressões por aqui e quando candidatou-se a deputado venceu. Mas na Camara dos Deputados não criou um progeto para beneficiar o favelado. Não nos visitou mais. ... Eu classifico São Paulo assim: O Palacio, é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos."

"Como é horrivel ver um filho comer e perguntar: "Tem mais? Esta palavra "tem mais" fica oscilando dentro do cerebro de uma mãe que olha as panela e não tem mais."

"1 DE JANEIRO DE 1960 - Levantei as 5 horas e fui carregar agua."
Vania.Cristina 29/03/2024minha estante
Potente, né Eduardo. Também já li o livro e fiquei encantada com Carolina. Sua resenha me fez relembrar o quanto o livro é bom.


Eduardo 29/03/2024minha estante
Sim, é muito forte


Eduardo 29/03/2024minha estante
Sim, é muito forte


Eduardo 29/03/2024minha estante
Sim, é muito forte




Lola 11/06/2020

Se você ainda não tá decepcionado com o rumo do país, taí uma oportunidade
O livro foi escrito em meados de 1955 a 1960. Você pára e pensa que poxa, capaz que o cenário descrito tenha melhorado. Aí lê e vê que não. Carolina fala sobre fome, violência, sobre um estado de vida que desafia o senso de comunidade.

Estamos numa pandemia com pessoas defendendo economia a vidas, "digital influencers" que não liberam trabalhadores domésticos, pessoas crentes de que um estudante favelado pode mudar de vida se ele se esforçar muito, como se acesso à internet e tecnologia fosse questão de força de vontade.

E a fome? Ela continua, mesmo com alguns acreditando que tirar 83 milhões de reais do Bolsa Família para a comunicação institucional do Palácio do Planalto era uma ideia sensata.

¯\_(ツ)_/¯
Camille 12/06/2020minha estante
Apenas aqui te aplaudindo de pé!


Camille 12/06/2020minha estante
Apenas aqui para te aplaudir de pé!


Krishnamurti 12/06/2020minha estante
Gostei. No âmago da questão. ESTOU TE SEGUINDO. ABRAÇÃO




@gustavo_leme19 05/10/2019

O livro mais impactante que já li até hoje, a literatura em carne-viva do limite humano contemporâneo, poesia minerada de uma vivência dura, sem lapidação, e pendurada como ornamento no pescoço da sociedade.
Tally 05/10/2019minha estante
amo tanto!


@gustavo_leme19 06/10/2019minha estante
Nunca chorei tanto lendo um livro.


Tally 07/10/2019minha estante
é sensacional! super compreensível o choro!




Evy 27/02/2011

DESAFIO LITERÁRIO 2011 - Tema: Biografia e/ou Memórias / Mês: Fevereiro (Livro 5)
Quarto de Despejo é um livro doloroso e verdadeiro. Uma história escrita na dor do dia a dia sofrido de Carolina em busca de sobrevivência em uma favela em São Paulo. Em seu diário, ela fugia dos problemas, da falta de comida e procurava aliviar as angústias. Como ela mesma disse em entrevista:

"Quando eu não tinha nada o que comer, em vez de xingar eu escrevia".

E nós, que nem ao menos sabemos como é sentir essa dor da fome, xingamos tanto e achamos que nossa dor é tão profunda. Todos deveriam ler esse livro, esses desabafos escritos em folhas de caderno. A luta diária contra a fome, sujeira, tristeza, desânimo. E ainda assim, entre dias de angustia e dor, lá estavam suas anotações:

"Achei o dia bonito e alegre. Fui catando papel".

Foram vinte cadernos contendo o dia a dia de Carolina, seus filhos e os companheiros da mesma realidade que criaram esse livro tão real e tão importante. Fiquei impressionada com o texto poético, escrito com desenvoltura e de forma tão envolvente que nos transporta para a realidade retratada. Também me impressionou a personagem principal dessa história, que inicialmente pensei ser a própria Carolina, a fome. Fiel, frequente e trágica, não arredou pé da narrativa uma vez sequer. Estava ali presente o tempo todo, sondando, angustiando, doendo em quem lê também. Nunca como em quem sentiu de verdade, é claro, mas doendo também.

"Morreu um menino aqui na favela. Tinha dois meses. Se vivesse ia passar fome".

Além de tudo isso, o livro foi lançado em agosto de 1960, e no entanto, cenários e acontecimentos são tão atuais e continuam se repetindo de forma assustadora. Agora já são muitos os Quartos de Despejos, multiplicados e transbordantes. Quantas serão as Carolinas escondidas sob tetos de papelão? Um livro forte e original, que mereceu todo o sucesso de seu lançamento e que até hoje o sustenta. Já foi traduzido para treze idiomas e é uma leitura altamente recomendada.
Li 27/02/2011minha estante
É realmente assustador como livros que falam da realidade de muita gente neste país, que foram escritos a décadas, ainda hj continuarem atuais...
Ótima resenha, Ly!!


Erika 27/02/2011minha estante
Resenha perfeita! O livro é excelente, dá uma sacudida para os problemas dos menos favorecidos!


Paulina.Silva 18/06/2017minha estante
É e quantas Carolinas existem hoje, quantos quartos de despejo? Dias atrás mesmo, pessoas foram despejadas de um terreno por força policial, pensa nas Carolinas angustiadas, que alem de enfrentar o desemprego a fome, vivem agora o drama de não ter o aconchego de uma moradia...




Marcelo217 05/06/2021

Difícil de ler
Dando continuidade a história da vida da Carolina. Achando que seus perregues iam diminuir um pouco, me deparo com ela já mãe de três filhos vivendo num pesadelo diário que é a miséria escancarada relatada para todo mundo.

O livro não é longo, mas muito pesado e dificil de ser lido, cada relato é exposto absurdos desumanos narrados de uma forma tão natural que causa angústia em acompanhar. Fome, estupro, morte quase banalizadas assustam do início ao fim.

Aqui ela continua com a crítica às políticas públicas e o desamparo do governantes para a classe menos favorecida igual no Diário de Bitita, porém aqui vemos relatos mais crus e mantendo a escrita original, sem correções. Mesmo sabendo que todo esse processo foi manipulado pelas editoras com esse propósito, não o torna mais fácil de se ler.

Novamente a perpetuação da realidade. A situação da favela não mudou muito de 60 anos pra cá. O quarto de despejo continua firme em todo o nosso país. Por isso que a contribuição dela é necessária e precisa continuar a ser propagada.
Carlos Bennoda 15/06/2021minha estante
Ja vi que vou demorar dois anos para ler


Marcelo217 15/06/2021minha estante
O livro é muito pesado, viu


Carlos Bennoda 18/06/2021minha estante
Tô percebendo




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