Jair Messias Bolsonaro

Jair Messias Bolsonaro Flávio Bolsonaro




Resenhas - Mito ou Verdade


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Mauricio (Vespeiro) 10/04/2018

Mito ou verdade? Fiquei sem saber...
Esta é uma resenha redigida meramente sob o prisma de crítica literária, analisando especificamente forma e conteúdo de um livro que se propõe a ser uma espécie de biografia do deputado Jair Bolsonaro, escrita pelo seu filho Flávio Bolsonaro. Eu não classificaria a publicação como biografia. A própria capa já traz um alerta prevendo que o texto seria bastante parcial. Uma narrativa feita “aos olhos do filho” (e certamente “aos cuidados do pai”) não traria informações negativas, principalmente em ano de eleição presidencial.

Em “Jair Messias Bolsonaro - Mito ou Verdade”, Flávio faz um apanhado dos “melhores momentos” da vida do pai, desde a infância, passando pela escola, carreira militar, ingresso na política, eleições para vereador, deputado federal, apresentando suas versões para algumas polêmicas em que se envolveu. O texto é descontraído, escrito numa linguagem muito simples e acessível a todos. Contudo, é muito mal dividido. Nenhum capítulo, nenhum sub-capítulo, nem sequer uma separação entre parágrafos para indicar o fim de um tema e o início do próximo. É um textão corrido, uma redação gigante de colégio e bola pra frente...

A escrita de Flávio traz muitas curiosidades do cenário político nacional. Entre elas, chamou-me a atenção o caso da demarcação de terras indígenas da tribo Pindoty/Araçá-Mirim, na região do Vale do Ribeira (SP). Flávio reproduz uma publicação do Diário Oficial da União (de 27/01/2017) que define “tecnicamente” o balizamento de uma reserva indígena através da “revelação nos sonhos de um pajé que aquela região era habitada por seus antepassados”.

Obviamente, Flávio Bolsonaro não é um escritor. Fez uma pesquisa sobre a vida do pai, escreveu um texto que passou por um copy desk mediano e o lançou em formato de livro, aproveitando a ocasião da candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Ademais, o tom de “resposta” com que o texto foi redigido dá à publicação um inegável aspecto panfletário.

Quando cursei o segundo grau (feito no CEFET-PR), tive um excelente professor de Português (com quem já havia tido aulas no ginásio, no Colégio Bom Jesus) chamado Silvino. Nas aulas de Português do CEFET aprendíamos a dar palestras, valendo uma grande parcela da nota do semestre. Escolhíamos um tema, preparávamos texto e material de apoio e - desafiando a timidez - ministrávamos sobre ele para a turma (às vezes duas turmas juntas, um terror!). Numa das ocasiões (eram pelo menos 6 palestras durante o curso), decidi apresentar a história do Clube Atlético Paranaense. O meu fanatismo juvenil tratou de omitir os momentos menos gloriosos do Furacão. Para mim, o desafio era ainda maior, vez que o Silvino era um notório coxa-branca (torcedor do rival, o Coritiba). Fui muito bem com a apresentação, recebi elogios e a aprovação. Porém, o professor fez uma anotação no meu roteiro: “Nem tudo foram flores”. Aquela frase, por si só, valeu como uma grande lição. Se quiser contar uma história, conte-a inteira, pois ao distribuir o peso para ambos os lados, prós e contras, torna o assunto muito mais interessante para o espectador (ou leitor). Diante disso, a parcialidade da redação de Flávio é, de certa forma, incômoda. É polêmico quando lhe convém, mas vale-se de meias palavras (“uma determinada empresa” / “um governador de um grande estado brasileiro” / “uma conhecida deputada” / “um conhecido programa de TV”) quando não quer (e, entendo, às vezes não pode) se comprometer.

Em ano de eleição, considerei importante saber mais sobre a vida de Jair Bolsonaro. O livro me trouxe pouco, com temáticas e denúncias importantes da vida política do deputado e candidato sendo omitidas ou tratadas com superficialidade.

A brochura apresenta um acabamento muito pobre. A encadernação colada deixa as páginas enrugadas, deixando o livro com aspecto desengonçado, torto, parecendo que foi feito em casa. A diagramação é espartana, possivelmente feita no Word. A edição “tipo anos 80” carecia de maior cuidado.

Nota do livro: 5,94 (2 estrelas).
KayoADS 09/09/2018minha estante
Deu até sono ler sua resenha. Parei no segundo parágrafo.


Samara 20/10/2018minha estante
Muito bem escrita sua resenha. Esse rapaz que comentou deve ser analfabeto funcional.


Mauricio (Vespeiro) 19/02/2019minha estante
Valeu, Samara! :)


Ines 13/04/2019minha estante
Gostei muito da sua resenha.


Ivanilson 22/09/2019minha estante
Você escreve muito bem, ótima resenha.


Carlos.Vergueiro 04/01/2022minha estante
Bem isso. Pra quem gosta de biografia sabe muito bem que o gênero foi maltratado pelo Flávio Bolsonaro. O Jair merecia, pelo menos, um texto melhor escrito.




Ângelo 15/03/2018

Imparcial
Nada como olhar para a capa de um livro e já de cara ver que o mesmo não será nem um pouquinho parcial, tendencioso ou panfletário.
comentários(0)comente



Carlos.Vergueiro 04/01/2022

Bolsonaro: Mito ou Verdade?
No ano de 2021 arrisquei ler autores e livros que jamais leria, além de assistir youtubers com ideias que não concordo. No âmbito da escrita envolveu Edmund Burke, Hayden White e, com muita ânsia de vômito, Flávio Bolsonaro. Sim, ousei tomar parte do meu tempo nas leituras para ler aqueles que tem discursos e pensamentos repugnantes. E por que fiz isso? Por que entrei nessa lama? Só tenho uma resposta: para extrair algo diferente. No ano anterior li as biografias de Karl Marx e Friederich Engels. Leio biografias para entender melhor o autor por trás de suas obras. Percebi que os dramas pessoais de Marx fizeram dele um sujeito mais forte e capaz de enfrentar seus adversários. Descobri que Marx foi o maior leitor de seu tempo e lia de tudo, de Smith a Ricardo. Sua obra-prima foi justamente uma leitura crítica dos economistas da sua época e, com isso, se tornou a figura mais influente da esquerda mundial. Talvez a esquerda brasileira precise aprender um pouco da dialética marxiana para a luta política que se avizinha. O Brasil não é para amadores e estamos desde 2018 agindo de forma superficial (me incluo nessa). Fizemos uma forte campanha pelo #Elenao com discursos contra Bolsonaro que se mostraram rasos pela história recente. Racista, homofóbico, machista, genocida, o cara que odeia os indígenas, que não gosta de pobre, miliciano.... Foram tantos rótulos que pregamos a Bolsonaro e sua família que paramos de pensar na raiz do problema: Bolsonaro foi eleito presidente da República. Mesmo sem a facada ou fakenews, teria pelo menos vinte milhões de votos nas urnas. 20 MILHÕES. Não é possível que tenhamos 20 MILHÕES de brasileiros que comunguem com algo tão repugnante.
Por não entender a lógica do pensamento desses milhões sempre busquei fazer a autocrítica. Não estamos lidando com algo simples. Mesmo que sua figura tenha se desgastado durante sua gestão, o tal do núcleo duro se mantém, continuando a apoiá-lo em todos os sentidos. Muitos dizem que essa base irá com ele até o fim, mas após ler a biografia escrita por seu filho posso afirmar: É possível também disputar essa base. Li também a biografia de Lula, seu principal oponente para 2022. Não quero fazer aqui juízo de valor literário, até porque seria algo incomparável, já que ambos estão em patamares distintos de escrita. Fernando Morais tem uma carreira jornalística e literária. Flávio Bolsonaro escreve como estivesse empunhando uma arma. O que me interessa são os fatos na vida de ambos e o valor social que cada um carrega. Outra ponderação é necessária: Em sua primeira eleição parlamentar Lula teve 651.763 votos. Bolsonaro teve 11.062 votos. Logo, estamos lidando com figuras que com seus trinta e poucos anos estavam em patamares políticos distintos, mas viveram o mesmo contexto de ascensão: os anos finais da Ditadura e a reabertura democrática. Dedico aqui a análise da biografia de Bolsonaro e em outro momento farei a de Lula.
QUEM É JAIR MESSIAS BOLSONARO QUE ODEIA OS INDÍGENAS?
A esquerda precisa aceitar: Bolsonaro veio de uma família pobre de imigrantes italianos. Os padrões da época da década de 50 e 60 mostram que a extrema pobreza era algo latente e a grande maioria da população brasileira era pobre. Ser pobre era não ter casa própria, não ter terras, não ter os bens de consumo da indústria que havia nascido de forma pujante na década de 30, ter uma formação básica rudimentar... Todavia, Geraldo, pai de Jair Bolsonaro, ascendeu socialmente ainda quando ele era criança. De auxiliar de dentista, passou a ser profissional liberal abrindo um consultório próprio. A mudança da família para Eldorado paulista foi determinante na visão de mundo que Bolsonaro construiu. Situada no vale do Ribeira, Eldorado tinha como atividades econômicas principais a plantação de bananas e a descoberta de minérios, esses que ficaram sem a exploração devido ao fato de ser uma área de proteção ambiental e de forte presença indígena e quilombola. Esse fator de uma cidade com “potencial”, mas que encontrou uma pedra no caminho projetaram o Jair Bolsonaro que se incomodava com o destino de ter que ir pescar cascudo no Ribeira, sabendo que sua família poderia enriquecer em Eldorado como migrantes da Serra pelada. Teve que se contentar com uma infância tendo amigos ricos, como o fazendeiro Jorge Alves Lima para quem seu pai também trabalhava. Sua admiração por armas pode ter nascido ali, pois, além de fazendeiro, Jorge era caçador, prática que realizava na mata atlântica e nas savanas africanas. A visão de desenvolvimento para a região que Bolsonaro foi criando era de ser uma estância turística e com grande extração mineral, mas o que sempre atrapalhou foi o fato de ter 70% da mata atlântica preservada e terras indígenas quilombolas “A região do Vale do Ribeira teve seu progresso e desenvolvimento econômico inviabilizados, muito em função dos percalços ambientais e da política de demarcação de terras indígenas e quilombolas.” (BOLSONARO, 2017, p.15). O questionamento que o autor Flávio Bolsonaro faz sobre a legitimidade das terras indígenas tem como referência bibliográfica o twitter e uma outra fonte aparentemente governamental citada, mas que ao dar um google aparece pesquisa não encontrada. Deixando de lado a forma tosca de pesquisa utilizada pelo autor, seus argumentos questionam a cosmologia dos Guarani Mbya, pautando-se nas regras contratuais da sociedade ocidental capitalista na demarcação de terras, pois evidencia que a construção de uma usina hidrelétrica ou a extração de nióbio e ferro na região seria muito melhor para a população local. Todavia, novamente o autor entra em contradição, pois logo no início diz que 70% das terras ocupadas são de mata atlântica, logo a maioria da população e do modelo econômico da região é indígena e quilombola “O Vale do Ribeira continua tendo uma economia ancorada na bananicultura e, não por acaso, sendo a região mais pobre do Estado de São Paulo. Tais demarcações contribuíram para esconder o enorme potencial mineral da região.”(BOLSONARO, 2017, p. 16)
QUEM É O JAIR MESSIAS BOLSONARO QUE ODEIA COMUNISTAS?
Essa “raiva” emanada nas entrelinhas de uma família que se estagnou economicamente tendo que pescar, plantar banana e extrair palmito por culpa dos indígenas e quilombolas reaparece de outra forma ao atacar uma outra família conhecida da região, a família de Rubens Paiva. O encontro de Bolsonaro com a ditadura aconteceu por uma admiração dos militares desde a infância. Os lados da história foram apresentados por uma situação que vivenciou e que guardou rancor desde a infância: seu encontro com Carlos Lamarca. A inveja de Bolsonaro e seus colegas sobre as propriedades da família Rubens Paiva está explicitada pelo autor “Os filhos de Rubens Paiva eram da mesma faixa etária de Bolsonaro e, não raras vezes, eram vistos na cidade comprando picolés Kibon, inacessíveis à garotada local, que ao ver deles jogar o palito fora, corria na expectativa de estar premiado com ‘vale picolé’ marcado na madeira” (BOSLONARO, 2017, p.25). Excluído daquele círculo de amizade na cidade que não lhe dava um picolé, Bolsonaro preferia amigos como dos filhos do fazendeiro Jorge Alves de Lima que dava emprego ao seu pai e praticava caça ilegal. Esse trauma da infância em não ganhar um picolé dos Rubens Paiva, levou Bolsonaro a vincular a chegada da guerrilha de Carlos Lamarca a região associando-se a uma família que tinha piscina. A fantasia da infância é algo espetacular, nascendo ali uma semente de admiração por fazendeiros caçadores x guerrilheiros armados com picolés Kibon à beira de uma piscina. A fantasia criada por Bolsonaro é colocada a máxima potência em sua adolescência quando participa ativamente da busca de Carlos Lamarca, tratado como um traidor por ter feito parte do exército e ter assassinado junto com seu grupo guerrilheiro tenentes ligados a ditadura. A raiva do exército brasileiro de figuras como Lamarca ou Luís Carlos Prestes está vinculada a algo maior que foi não só a deserção que fizeram, mas a práticas militares inspiradas na formação que levaram para a oposição política. Um ódio daqueles que usaram táticas aprendidas nos quartéis para marchas e guerrilhas com outro projeto de país desde o movimento tenentista da década de 20. Fica aqui uma brecha para estudos militares, a relação das altas patentes com movimentos que de alguma forma questionaram as hierarquias e organização da corporação militar. Teria relação com a forma como nasceu o exército brasileiro na Guerra do Paraguai e o ufanismo nascido dentro da corporação? Poderia ter relação com a forma de recrutamento dos “voluntários da pátria” e a promessa não cumprida de libertação dos negros escravizados após a guerra? Ou teria alguma relação com as associações que os militares tiveram dentro do movimento republicano que, aliás, tornou o primeiro e segundo presidente do país militares? Deixo aos historiadores que estudam a área militar que busquem essas respostas, o que vale aqui é o fato da paixão nascida em Jair Bolsonaro pelos “heróis da pátria” contra os “terroristas comunistas” fruto do encontro da fantasia da infância com uma versão da história contada pelos fazendeiros que convivia e as notícias da imprensa censurada “Foi assim que conheceu e se encantou pelo exército brasileiro, quando sentiu no seu coração a vontade de servir ao seu país.” (BOLSONARO, 2017, p.28)
QUEM É O “MITO” JAIR MESSIAS BOLSONARO?
A jornada do herói descrita por Joseph Campbell no clássico Poder do mito começa a ser contada ao leitor a partir da página 28. De forma bastante rudimentar, como um iniciado na arte da escrita, Flávio Bolsonaro narra a história da entrada de seu pai no exército brasileiro obedecendo a todas as características da jornada do herói a fim de criar um personagem mitológico, o BolsoMito. O “chamado à aventura” data de 1972 quando recebe de um militar um prospecto para a inscrição no curso preparatório de cadetes (EsPCEx). Bolsonaro presta a prova e é aprovado. A passagem da “recusa ao chamado” esteve ligada ao fato de ser goleiro do clube Cajamar, ao qual representaria em um torneio que se avizinhava, impedindo de assumir o a nova aventura. Seu “Encontro com o mentor”, no caso seu pai, mas que no decorrer da sua trajetória haverá outros, aconteceu ao estilo patriarcal herdado da família “sendo preciso que seu pai, no melhor estilo ‘meu filho, minhas regras’, o chamasse à razão e decidisse sua vida pela primeira vez.” (BOLSONARO, 2017, p.29) Essa ação da figura masculina como detentor do saber tomará seu inconsciente para toda a vida e se refletirá no seu machismo praticado. A “travessia do umbral”, parte em que o herói é colocado à prova, acontece em seguida. Bolsonaro já era um militar quando no ano de 1973 passa no concurso das Agulhas negras (AMAN), uma espécie de elite do exército, e começa o seu umbral e uma série de testes de provação. Devido à dificuldade das aulas na AMAN e o baixo conhecimento do aluno Bolsonaro, ele se esforça para aprender geometria descritiva e consegue passar nas tabelas. Tornou-se destaque em outra área, na educação física. Conhecido como “cavalão”, seu “histórico de atleta” o levou ao paraquedismo, esporte que exige muita força física, dado o fato de que deveria suportar o grande peso do vento. Quase reprovado no exame odontológico, aprendeu desde cedo o que era hierarquia e disciplina no exército ao confrontar seu superior que lhe impediria de saltar devido a primeira reprovação odontológica “O senhor está mentindo, coronel!” (BOLSONARO, 2017, p.36). Em outra passagem, o famoso “01” no exército, lembrando muito o filme “Tropa de Elite”, Bolsonaro dá uma “fraquejada” na atividade física e o “Capitão Nascimento” pede para além de beber o copo de chá mate, deveria tomar toda a jarra. Outra passagem desses “testes do herói” foi quando novamente houve um erro de dados que lhe impediriam de dar o primeiro salto. Almeria, coronel que lhe havia ajudado na primeira vez, tornando-se seu mentor/guru no exército, lhe ajuda e faz com que desse seu primeiro salto. Concluído o curso de paraquedismo, Bolsonaro foi para a artilharia (GAC). Após outros cursos dentro do exército, Bolsonaro sobe de patente e chega a tenente. De volta ao paraquedismo, começa a se afirmar internamente no exército, aquela etapa na “jornada do herói” em que o mentor está internalizado no sujeito, em que os primeiros objetivos são alcançados. Usa da sua nova patente para aprovar recrutas sem passar em testes (Exemplo do “canguru”), mostrando que sua mão é poderosa; salva o soldado “Negão Celso” de um afogamento, mostrando que seu coração é forte (E aqui vem a ironia do autor dizendo que esse simples fato inocentaria Bolsonaro de qualquer atitude racista em vida); já capitão autoconfiante, decide ir para provas de força física na água e apneia, as quais é bem sucedido; a última passagem é apresentada na queda de um salto paraquedista, a qual como em uma cena hollywoodiana Bolsonaro sobrevive quebrando apenas membros de seu corpo. Essa coragem na etapa do umbral da “jornada do herói”, esse encontro com um eu interior, vai vislumbrar um desafio maior, uma provação máxima: a entrada na política. Isso acontece em 1986, 13 anos depois de ter aceitado o “chamado à aventura” por meio de um artigo publicado na revista Veja, a mesma que hoje tem rancor chamando-a de “esquerdista”, em que critica os parcos salários das baixas patentes das forças armadas. No caldo dos levantes populares que marcaram a fase da redemocratização do Brasil, Bolsonaro lidera um movimento interno das baixas patentes e questiona seus superiores, agora civis no poder, de que os militares deveriam ser mais valorizados em seus soldos. É interessante perceber as contradições aqui. Suas quebras de hierarquia durante a ditadura militar eram sempre por questões burocráticas que aconteciam na sua trajetória e quando um civil assumiu o poder começava a falar grosso de forma articulada com um “Brasil acima de tudo” no final do artigo. Sua entrada na política, apesar da narratividade mítica utilizada pelo autor, teve outros interesses esmiuçados em algumas situações apresentadas no decorrer das páginas. A “defesa da tropa”, como costuma usar em seus discursos, encontrou em uma plataforma progressista de defesa dos soldos e 13º salário para baixa patente, mas teve por trás uma questão da infância atrelada. O picolé de Kibon que não recebera dos Rubens Paiva e do “parceiro” Carlos Lamarca deixaram um revanchismo encrustado na família Bolsonaro. É possível perceber esse sentimento quando trata da Lei da Anistia:
Na prática, a Lei da Anistia serviu apenas aos terroristas. Para os agentes do Estado ela não entrou em vigor até hoje – são perseguidos.
A mobilização no país era pelas ‘Diretas já’, e não por saúde, educação e segurança. Muito diferente dos que pedem, hoje, os cidadãos de países governados por socialistas, e apoiados pelos partidos de esquerda brasileiros, como PT, PSOL e PC do B.
Nesse contexto, a [*****]pula da esquerda, que estava fortalecida, anistiada e organizada, tinha o interesse de qualquer participação de militares na política, fosse no executivo ou legislativo. (BOLSONARO, 2017, p.54)

A visão de uma história bem x mal, capitalistas x socialistas, mocinhos x malvados, contaminou o imaginário de Bolsonaro desde a infância e o traumatizou. Vivendo dessa fantasia de criança em que ele agora era o herói que iria enfrentar todas as hienas que queriam tomar o poder do seu país, Bolsonaro entra na política, ainda não como parlamentar, mas para a cena. Depois de mais uma “provação”, quando teria sido vítima de uma fakenews para a época, Rambo-Naro se prova Bolsonaro nos tribunais militares absolvido do processo que atrelaria seu nome a explosão de adutoras de abastecimento de água por meio dos banheiros de quartéis. A sua raiva contra jornalistas pode ter nascido dali, de uma matéria malfeita que inclusive levou à demissão da jornalista Cássia Maria. A “redenção” de sua jornada de herói seria nas urnas.

O JAIR MESSSIAS BOLSONARO “ANTIESTABLISHMENT”

Eleito em 1988 após uma campanha de baixo custo, tal como a de qualquer candidato/partido que não esteja na ordem natural, Bolsonaro é eleito vereador no Rio de Janeiro, cidade em que passou boa parte da carreira militar. Com 11. 062 votos advindos principalmente da corporação militar, Bolsonaro atrela sua agenda política a um binarismo que ecoará sempre no eu x todos, comportando-se como “antiestablishment”. Além disso, foi nesse momento em que nasce a figura do herói mítico atrelado a forças espirituais do campo evangélico “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, tal como toscamente relatado por seu filho:

São inegáveis suas características de coragem, liderança, idoneidade, patriotismo, decência e tantas outras, raras de se ver concentradas em uma só pessoa – que dirá num político. Mas se você acredita que um ‘Homem lá de cima’ deu uma forcinha para ele até agora, tenha certeza que Ele continua próximo, protegendo essa pessoa de bem, de coração enorme, que ama seu país. (BOLSONARO, 2017, p. 73)

O tom messiânico que narra seu filho como interlocutor de novela mexicana se comporta como uma válvula para atrair setores ligados a cultura cristã no Brasil. Quer despertar um eleitorado advindo da “marcha com Deus pela liberdade” dos anos do golpe civil-militar, criar uma simbiose entre armas e bíblias. Sua primeira luta na Câmara foi contra os empregos públicos indicados por políticos, cargos comissionados que passaram à estabilidade sem concurso público. Outro ponto de defesa foi a gratuidade das cirurgias de laqueadura e vasectomia na rede pública hospitalar, visando um controle de natalidade. Em nenhuma dessas pautas progressistas conseguiu resultados, mas seu gabinete serviu muito para a defesa jurídica da “tropa”, militares que respondiam processos criminais ou que estavam insatisfeitos com a corporação. De volta às urnas em 1990, Bolsonaro se elege deputado federal. Nas eleições, não apoiou Collor, nem Lula, nem Brizola. Bolsonaro apoiou Guilherme Afif Domingos. Sim, o político/empresário que participou dos governos estaduais do Paulo Maluf, da prefeitura do Celso Pitta, vice-governador de Alckmin e integrante do governo do segundo mandato da Dilma, por exemplo. Um político de carreira era o grande nome que Bolsonaro “antiestablisment” apoiava em 1989. Na época do impeachment de Collor, Bolsonaro votou a favor. O presidente Collor, que confiscou a poupança, corroeu o poder de compra dos brasileiros a uma inflação em índices astronômicos e corrupto, como o próprio Bolsonaro em ocasião disse “De um governo envolvido em corrupção não poderia esperar outra atitude”(BOLSONARO, 2017, p.89). Esse mesmo Collor tão criticado por Bolsonaro é o mesmo que ele em 05/11/2021, já presidente do Brasil, elogiou dizendo que “luta pelos interesses do Brasil”. O “antiestablishment” que não votou em Collor e depois foi a favor de seu impeachment, hoje o tem como um aliado das “pessoas de bem” do seu governo.
Durante seu mandato foi se posicionando em temas polêmicos como o “massacre do Carandiru”, defendendo a corporação/tropa de seus eleitores ao mesmo tempo em que estimulava manifestações de mulheres de militares para aumentar as gratificações e soldos. Sua troca de siglas partidárias mostra um “messias” que não conseguira ter um projeto de país, apenas um projeto familiar/corporativo de defender sempre em qualquer circunstância a “tropa”, inclusive durante o plano real em que consegue uma emenda para aumentar o soldo de cadetes e aspirantes. No segundo mandato parlamentar, Bolsonaro pauta a redução da maioridade penal, mas se recusa a fazer parte do esquema do “homem da mala”. Diz seu filho:

essa velha e corrupta forma de fazer política não foi inventada nessa época e nem mudou muito com relação a hoje em dia. Talvez tenha até piorado, pois a compra de votos no Congresso Nacional está legitimada, é feita sem nenhum pudor, às claras, com concessão de ministérios, cargos e uma série de outros benefícios às custas dos impostos pagos pelos contribuintes. (BOLSONARO, 2017, p.107)

Perguntas que ficam: Sabendo disso, que medida anticorrupção Bolsonaro tomou agora em seu governo? Rejeitou essa prática ou se aliou ao “centrão”, conjunto de políticos mais corruptos que tanto criticou? Os ministérios de Bolsonaro são hoje ocupados por uma gama de troca de favores, logo, o Bolsonaro antiestablishment se provou fraco no governo, se aliando a Roberto Jefferson e outros políticos condenados por escândalos de corrupção ligados a essa prática que como o próprio filho diz “Talvez tenha até piorado”. Em seu terceiro mandato, Bolsonaro sugeriu o “fuzilamento” de FHC por tentar barrar CPIs que queriam investigação de corrupções em seu mandato. Anos depois, Bolsonaro teria o mesmo comportamento em seu governo, atacando qualquer CPI (como a da COVID-19) que procurasse investigar possível corrupção em seu governo. A “ética” de Bolsonaro como figura pública que não faz alianças espúrias foi reconhecida até por Fernandinho Beira-Mar, um dos maiores traficantes do país. Interessante aqui é trazer um traficante para a narrativa, logo uma família que possui ligação com as milícias locais. O que um morador dos morros cariocas diria hoje após ler o estudo feito por Bruno Paes Manso no livro República das Milícias? Que relação possui o aumento do apoio de Bolsonaro e sua família no Rio de Janeiro com o aumento dos esquadrões da morte no RJ?
As contradições do “Mito”, que na verdade era apenas um homem público defensor da corporação militar não representada no parlamento, começam a ganhar contornos nacionais durante os governos petistas. A ascensão pública de Bolsonaro foi durante o governo PT. Após acusar os militantes do PT de promover fakenews, sem utilizar uma prova sequer em sua obra, Bolsonaro ascende nacionalmente por meio de frases colocadas em temas polêmicos como do feminismo em um fato que ficou marcado por ter falado a deputada Maria do Rosário do PT que “jamais ia estuprar você porque você não merece.”. Mesmo sendo um ato de defesa depois de uma falsa acusação da repórter, Bolsonaro feriu moralmente o movimento feminista ao tratar de forma tão rude um tema delicado para as vítimas de estupro, a violência sexual. Após recusar uma suposta cooptação do governo PT para aceitar um cargo no governo (Novamente não apresenta provas), Bolsonaro empreende esforços contra a “Comissão de verdade e justiça” criada para abrir os arquivos da Ditadura e julgar os responsáveis. Como as provas até então eram de testemunhas, essa comissão fez um grande esforço para tirar do silêncio e das gavetas documentos e provas das medidas adotadas pelo Estado de exceção e julgar os responsáveis por desaparecimentos políticos e torturas.

O JAIR BOLSONARO ANTICORRUPÇÃO

E a classe política cada vez mais distante do povo, impedindo o STF de iniciar processos contra políticos corruptos, indicados na CPI do orçamento. Ou seja, não demonstrava qualquer condição de corresponder às expectativas dos brasileiros.
Indignado também com algumas situações que sangravam os cofres públicos sobre os quais ninguém se pronunciava a respeito, ele botou o dedo na ferida, inclusive, por acreditar que se ficasse calado estaria sendo conivente com tantos desmandos.
Pediu a suspensão do direito adquirido, para que fossem demitidos, os milhares de funcionários ‘que entraram pela janela’ sem concurso público e ganharam estabilidade, bem como exigia a redução de salários dos chamados ‘marajás’ do serviço público. (BOLSONARO, 2017, p.94-95)

Essa passagem parece limpa na primeira leitura. Ainda mais quando refletimos ter sido escrita por alguém que está respondendo processo sobre as “rachadinhas” de seu gabinete (justamente de um uso ilegal dos cofres públicos) que prevê contratação de funcionários fantasmas e lavagem de dinheiro. Não cabe aqui o julgamento, mas sim aos tribunais civis que estão investigando o caso. Todavia, há contradições entre essa trajetória “limpa” de Bolsonaro com algumas situações em seu governo atual. A primeira é o STF. Na época da década de 90 e durante a “operação lava-jato” no governo Dilma era um supremo tribunal que buscava a justiça, que queria o funcionamento das CPIs e a punição a políticos corruptos. Agora, ataca desde o início do seu mandato a corte, aumentando em escala preocupante durante a pandemia, principalmente após ser aberta a CPI da COVID-19. Em alguns momentos chegou a fazer manifestações em frente a corte com ameaças que nem a Ditadura civil-militar chegara a fazer. Até Sérgio Moro, principal jurista “anticorrupção” durante os governos petistas, foi colocado como um traidor. Bolsonaro se comporta como presidente na relação com o STF muito diferente de quando era oposição parlamentar e a corrupção, inerente a qualquer governo, é tratada com extinta em seu governo. Interessante é o fato que fala em “botar o dedo na ferida” quando as classes políticas queriam sangrar os cofres públicos e serem contra uma CPI do orçamento, mas agora em seu mandato se posiciona a favor da PEC dos precatórios, que foi justamente uma medida liberando o teto de gastos públicos. Por fim, é interessante que sua aliança atual com o “Centrão”, a pior classe política em voga hoje no Brasil, já que aceita apoio em troca de cargos políticos no governo, era a que mais atacava quando deputado por criarem os famosos “marajás”. Claro, hoje ataca apenas os “marajás” do judiciário.
Não bastasse o apoio do “centrão” ao seu governo, este texto é escrito em meio a filiação de Bolsonaro ao PL (Partido Liberal), o partido de Valdemar da Costa Neto, o mesmo que foi condenado a sete anos de prisão pela operação lava-jato e que já havia renunciado ao cargo parlamentar por envolvimento no escândalo do mensalão, a qual Bolsonaro tanto se orgulha de não ter participado. PL que já foi PR, PRONA, que já foi base de apoio do governo Dilma, que é um dos partidos com mais parlamentares condenados por crimes de corrupção. Partido que compõe o “centrão”, que negocia cargos e favores em troca de apoio político. O antes chamado de “covil dos ladrões” por Jair Messias Bolsonaro agora é o partido pelo qual tentará sua reeleição.

O JAIR MESSIAS BOLSONARO HOMOFÓBICO

Em partes consideráveis de sua biografia são narrados episódios relacionados a sua homofobia. Em tom sempre de defesa, seu filho narra situações a fim de mostrar o quão não é homofóbico. Assim como em seu lado racista se defende no fato de ter amigos negros, novamente utiliza a relação republicana com um parlamentar gay, Clodovil Hernandez, para o eximir de qualquer acusação. Em algumas cenas, de brincadeiras no gabinete a defesa de pautas como prevenção ao câncer de próstata, seu filho dá o veredito final sobre suas posturas homofóbicas em tom irônico “A ‘homofobia’ de Bolsonaro – à época poucos saberiam explicar o que a palavra significava – chegou a seu limite máximo num aparte – na verdade quase uma ‘declaração de amor’ – que fez Clodovil enquanto lia se discurso” (BOLSONARO, 2017, p.142).
No episódio do famoso “kit-gay”, Bolsonaro toma uma posição inconsequente. Ao “ouvir dizer”, ou seja, toda a construção do seu posicionamento perante ao tema da homofobia nas escolas foi tomado sem participar da comissão criada pelo Ministério da educação, sem ouvir os especialistas da área educacional, sem ler a pesquisa realizada por Universidades a cerca da temática. O seu papel de pai de 4 filhos, integrante de uma corporação masculinizada, que teve no pai Geraldo a figura paternalista de “meus filhos, minhas regras” se sobrepõe ao do homem público. O nível da defesa que seu filho faz é de tão baixo conhecimento constitucional que chega a confundir Estado laico com Estado ateu “Outra “conclusão” (Da comissão do Ministério da educação) foi a que símbolos religiosos deveriam ser afastados das escolas. Ou seja, às favas com a tradição judaico-cristã, que alicerçou a civilização ocidental, o importante é termos um Estado ateu.” (BOLSONARO, 2017, p. 146). Bolsonaro aproveitou o fato de ser um tema “tabu” dentro das famílias para levar para a esfera pública. É importante ressaltar que todo o material que hoje circula nas escolas é feito por comissões de especialistas na educação, profissionais que dedicaram sua vida à ciência. O que está por trás do posicionamento da família Bolsonaro está no fato de tratar a educação não como ciência. Não é à toa que em seu governo: tentou juntar a Educação ao Ministério da cultura; apoiou a PEC para congelar o orçamento por 20 anos; nomeou ministro teólogo que quis comprar livros sem comissões ou obedecer leis com critérios de diversidade; extinguiu avaliações como ANA ,importante para estabelecer metas para alfabetização; interferiu em órgãos como o INEP responsáveis pelo ENEM, referência internacional para o ensino médio; não deu diretivas, orientações ou qualquer apoio às redes de ensino durante o período de ensino remoto na pandemia; sucateou Universidades federais, cortando verbas de pesquisa e manutenção de prédios. O desastre da educação em seu governo mostra que desde a AMAN, quando passava nas tabelas em geometria, até a época do “Kit-gay” Bolsonaro era fraco nessa área. A mediocridade no campo da educação que toma conta da família Bolsonaro, fez com que substituíssem livros por armas. Nessa perspectiva,ao tentar se defender com palavras a família Bolsonaro mostra seu nível de conhecimento baixo, tal como explicitado no trecho abaixo quando associa a cultura indígena Kalapalo a pedofilia:

A “brincadeira” de gavião, sugerida na página 73, é uma forma sorrateira de estimular o contato físico entre crianças e adultos semi-nus. Abusam da inocência das crianças para estimular a sexualidade, precocemente e sem o conhecimento dos pais. “As crianças agarradas fogem do gavião, que quer sempre comer o menor da fila. Se o gavião agarrar a criança, ela fica presa no seu ninho.” Se isso não é um estímulo à pedofilia, nada mais o é. (BOLSONARO, 2017, p.154)

A forma tão chucra de análise da arte do brincar incluída em uma das maiores obras didáticas em circulação no país, adotada inclusive em muitas escolas de elite, mostra nas entrelinhas que a infância da família Bolsonaro é carregada de traumas, talvez seus filhos também tivessem amigos ricos que não lhes davam picolés da Kibon ou eram café com leite em brincadeiras cooperativas que também envolviam adultos. A “opinião” de Bolsonaro sobre brincadeiras indígenas é semelhante a de um “entendedor da infância” que associa uma simples brincadeira de “polícia x ladrão” ao estímulo da violência. A cabeça maliciosa da família Bolsonaro em ver sexo em tudo é análoga a de um estudante do 6º ano entrando na puberdade. A visão deturpada e tabu para a família Bolsonaro sobre sexualidade foi levada durante vários momentos para a cena pública. Jamais se preocuparam em ouvir a ciência, educadores ou movimentos sociais LGBTT+, levaram sempre na perspectiva de modelo familiar paternalista para tratar questões sociais, exemplificadas no fato do Brasil estar no topo em homicídios de inspiração homofóbica. Se a questão de gênero não for tratada com política pública e permanecer um “tabu” familiar, teremos alguma mudança para as próximas gerações? O que o Ministério da família, criado pelo Governo Bolsonaro, tem alterado o quadro da garantia de direitos a vida, a saúde e a segurança das populações LGBTT+?

CONCLUSÕES

A biografia de Jair Messias Bolsonaro com míseras 185 páginas escritas pelo seu filho apresenta a parte que fez o núcleo duro de seus apoiadores se apaixonar e nomeá-lo BolsoMito. Contudo, a história é implacável. Não bastou terminar um mandato para todas as contradições e verdades aparecem sobre sua figura. Essa resenha crítica serve principalmente a esse núcleo duro, que entrou na fantasia da sua família, que transformou sua trajetória de vida em uma “jornada do herói”, mas que quando teve poder se mostrou incapaz de lidar com os desafios impostos a uma presidência. No início tinha alguns aliados, como Sérgio Moro, que são hoje tratados como traidores. Tinha inimigos políticos que hoje são tratados como parceiros de Partido. Tratou a maior tragédia humanitária desde a segunda Guerra Mundial como uma “gripezinha”, um “resfriadinho”. Fez campanha contra a vacina e a vacinação. Atacou instituições que ancoram nosso tão recente Estado democrático de Direito quando sua postura beirava a insanidade. Demorou a aprovar um auxílio emergencial, mesmo com a oposição pedindo urgência, e quando fez utilizou de forma eleitoral, aproximando-se ao mesmo populismo utilizado pelo PT que tanto demonizou. Enfim, caro eleitor de Bolsonaro, seu Bolsomito não é mito nem verdade, é apenas mais um político na história deste país que quando chegou ao trono não fez aquilo que prometeu e joga a culpa nos outros por não ter conseguido fazer, mas vai pedir o seu voto em Outubro de 2022 para, agora sim, conseguir realizar junto com Valdemar da Costa Neto.



Marina 05/02/2022minha estante
Eu só não gostei da conclusão a que vc chegou, mas...acho que (graças a Deus) talvez não precisarei me enojar lendo esse livro. Pois sua resenha tá muito boa!

Eu estou querendo fazer isso que vc relatou no começo: ler autores e livros contrários ao que concordo e também quero "ver" se o que defendo até hoje é o "melhor" (tanto politicamente, quanto em relação à minha fé e outras coisitas da vida), rever conceitos, pesquisar o que defendo e por quê, etc.


Vilazaro 04/11/2022minha estante
Muito boa a resenha, no fim educação e terapia teriam evitado tantos estragos ?




Adilson22 06/04/2021

Muito bom. Um livro simples, direto, com informações verificáveis e que sanou algumas dúvidas minhas.
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Coelho 08/10/2017

Excelente!
Uma excelente oportunidade de conhecer a história na integra do político mais polêmico, amado e odiado da atualidade. O livro conta a trajetória desde a sua juventude, ingresso no exército, sua primeira candidatura a vereador e os fatos mais marcantes e relevantes de sua carreira como deputado federal. Também conta com importantes registros documentais e fotos que colaboram e validam para as verdades contadas neste livro e que infelizmente a grande mídia não conta ou distorce bastante.
Mr. Jonas 09/10/2017minha estante
Comecei a ler. Muito bom e de acordo com o que esperava ler sobre BOLSONARO.


Alê 11/10/2017minha estante
É bom conhecer o outro lado da moeda para podermos tirar conclusões baseada em fatos. Enquanto tínhamos apenas os livros do MEC, agora alguém como o Bolsonaro decide "dar a cara a tapa" em favor da verdade escancarada. Esse cara deve ser o presidente deste país em 2018.


Alê 11/10/2017minha estante
Baseadas*


Mr. Jonas 11/10/2017minha estante
Justamente! #Bolsonaro2018


Euclides.Lima 22/04/2020minha estante
È um livro de filho elogiando o próprio pai. Quantos escritores bons e capacitados, alguns até licenciados, estão por aí sem poder alnçar um livro por falta de dinheiro`Para o autor não faltou dinheiro para fazer o que fez: uma história de bajulação filial. Escondeu todas as barbáries cometidas pelo pai, em especial em sua vida no Exército de onde foi expulso. Disso ele não fala, . Passou batido. Filho de peixe sai nadando....




Mr. Jonas 16/10/2017

Por Flavio Bolsonaro
Na era da informação compartilhada, quando o imediatismo e a submissão à conveniência ditam comportamentos, é importante que seja mostrada a verdade sobre um homem com o coração verde e amarelo, que por cativar a tantos, vem sendo chamado carinhosamente de Mito.

Sinopse
Se você quer conhecer o verdadeiro Jair Bolsonaro, adquira o livro Mito ou Verdade. O Jair Messias Bolsonaro, filho, pai, militar, político, amigo, gente como a gente. O Bolsonaro, visto pelos olhos do filho. É impossível ler este livro sem ter a certeza de que é possível acreditar no Brasil que você sempre sonhou.

COMPRE
http://www.mundolivro.com.br/politica/jair-bolsonaro
Dr. Aldo 27/01/2018minha estante
Conteúdo que remete a verdadeira história do Senhor Dep. Jair Bolsonaro, honesto, transparente grande conhecedor em amplas áreas, percebo que oque bota em pauta caso eleito é porque tem conhecimento das verbas econômicas e fatores externos. Fator desconhecido de demais presidenciaveis. Promete um estado forte, com transparência, e combate a corrupção em prol da defesa nacional. Dr. Aldo




cesaryui 27/08/2020

É uma biografia interessante, onde se conhece mais a respeito do presidente da República, o que ele fez em seu passado. No entanto, Flávio o faz baseado nos relatos do pai e/ou familiares, sendo um livro com fim eleitoreiro, de texto corrido, sem separações habituais.
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Hallo 26/01/2022

Incrível
Incrível a força desse homem lutando contra o sistema corrupto e mudando os rumos do Brasil mesmo quase sendo morto. Brasil
Martony.Demes 19/01/2023minha estante
kkkkkkkkkkkkkkkk




Giovane 27/03/2019

Mito ou verdade
Muito bom o livro, de linguagem fácil, e mostra que nosso hoje então presidente Bolsonaro, tem uma linha de pensamento que vem de muito tempo, não é de agora que defende os mesmos ideais, no tocante à corrupção, o valor às tradições e a família,
Sebastiao.Vieira 04/06/2020minha estante
Como assim?
O filho é o rei das "rachadinhas" e falando de família, casou três vezes! Acorda peão!!!


Giovane 01/07/2021minha estante
Eu gostei do livro, não quero me casar com o filho do Bolsonaro




Rogerio.Flores 17/10/2023

Mito ou verdade
Escrito pelo filho, Flavio, esta biografia de Bolsonaro certamente não será a única e dificilmente será a melhor. O que ninguém espera, também, é que seja imparcial. Aliás, seria praticamente impossivel conseguir uma biografia parcial do ex-presidente nos tempos atuais e é possível ter uma ideia dos motivos neste rápido livro. Narrando fatos de sua história pelo ponto de vista pessoal desde o nascimento até antes de sua eleição, não exime-se de apresentar os pontos polêmicos mais relevantes de sua carreira pessoal e política, repetindo um a um cada argumento já exausivamente declarado, com apoio de documentos na maior parte. Pela forma sucinta e direta, não é possível identificar se há uma preponderância entre orgulho ou arrependimento por cada polêmica, o que é bom, por deixar aberto tanto para o leitor quanto possivelmente para o autor e família, as duas interpretações. Traz assim uma oportunidade simples de dispor a qualquer opositor a sua visão e versão de fatos que muitas vezes foram exaustivamente expostos de maneira bem diferente por seus inimigos. Somente esse fator já seria de grande validade para aquele que busca entender a historia ou se apresentar da verdade. Apesar da linguagem simples e direta, o livro carece de uma estruturação um pouco mais organizada, não havendo sequer divisão em capítulos. Ainda assim, por ser um país onde a pesquisa e leitura não constituem pontos fortes de seus cidadãos, acaba constituindo um material muito bom para entender um pouco de sua história e personalidade. Quem não conseguir enxergar qualidades desse líder popular certamente ficará de alguma forma tocado após sua leitura. Recomendo fortemente a leitura e que cada um tire suas conclusões.
3ddy 17/10/2023minha estante
Não sei se é o mesmo, mas tenho um livro de capa verde com mesmo titulo.


Rogerio.Flores 17/10/2023minha estante
É o mesmo. Mesmo número de páginas, inclusive. So muda a capa.


Lari 17/10/2023minha estante
Gostei da resenha!! Não tinha vontade de ler, mas agora fiquei curiosa.


Rogerio.Flores 18/10/2023minha estante
Obrigado, Lari!




Dani Arruda 06/12/2017

Revelador
Todos devem lê-lo, independente de política.
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Wagner 26/07/2018

Um suposto livro com conteúdo
Apesar de ser um livro mal feito, mal acabado, com uma diagramação chula, páginas enrugadas e uma narrativa sem pausas, a história retratada neste suposto livro é rica em detalhes, que às vezes foge do objetivo principal (biográfico), mas mostra de forma direta quem é esse candidato à presidência que é venerado por uma parcela crescente da população brasileira e também odiado por, ainda, muitos desta.
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jessica1248 17/06/2022

Jair Messias Bolsonaro: Mito ou verdade | Flávio Bolsonaro
muito bom! o livro é direto, sem enrolação e esclarece bastante coisa. considero essencial já que é ano de eleição e se trata do atual presidente (que também será candidato nesse ano)
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de andrade 31/10/2021

Essencial
O livro corre com a leitura bem fluida, bem tranquila. Conta as principais fases da vida do presidente que fizeram ele chegar onde chegou.

Nenhum pouco como uma biografia, mas acho importante conhecer algumas das injustiças e perseguições que Bolsonaro foi vítima.
Ele está na luta contra a tirania desde muito jovem. Sempre lutando pelo Brasil, pela verdade e liberdade.
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