Paula1735 08/07/2021Final digno e épico!!!
Se não leu, leia.Sim Bernard Cornwell não deixou a qualidade cair e encerra a trilogia em alto nível, chega a ser uma tarefa muito difícil dizer qual dos três livros é o melhor, sendo que cada um é extramamente importante, significativo e excelente. É impressionante como esse autor escreve de forma a nos envolver e de forma que cada trecho será importante no final.
Não quero correr o risco de spoilar nada, então vou tentar resumir a obra...
Em "excalibur" temos os desfechos de assuntos em aberto dos livros anteriores, mais reviravoltas e EXCELENTES batalhas. Nesse terceiro livro, ainda temos personagens importantes sendo mais trabalhados e tendo um pouco mais de destaque, inclusive até nosso narrador, Derfel, aos meus olhos cresce muito, se tornou o melhor narrador que já vi, sério, como o Derfel é encantador, como ele é envolvente e como facilmente eu já estava conectada a sua narrativa e louca para saber o que aconteceria em sua vida desde o primeiro livro (fiquei muito mais interresada na vida do Derfel, no que na de Artur para falar a verdade).
Nesse livro descobrimos o que levou o Derfel a virar Cristão e perder uma das mãos e o motivo para isso, que é uma das reviravoltas que eu jamais imaginava o motivo e/ou quem estava envolvido... Temos também o crescimento GIGANTESCO da Guinevere, que no vol.2 terminou tão odiada por mim e nesse volume se tornou amada e indispensável para todos. Trabalhar mais essa personagem foi um grande acerto do Cornwell, a medida que o Derfel se aproximava da Guinevere e a conhecia mais, não só ele se encantava com sua força e personalidade, mas eu e todos os seus guerreiros também kkkk.
Outro ponto que continuou sendo bem trabalhado e lindamente trabalhado na verdade, é o âmbito familiar do Derfel, ou seja, seu relacionamento incrível com a Ceinwyn e suas filhas, esse núcleo me gerou muitas emoções e aflições, assim como o Derfel, eu sentia sede de vingança para punir quem fez mal a sua filha, fiquei preocupada e aflita com a possibilidade de "perder" a Ceinwyn, fiquei extramamente feliz com os netinhos nascendo e achei lindo o final dos dois, sério Derfel e Ceinwyn é aquela meta de relacionamento, é lindo ver o Derfel no tempo presente da narrativa, ainda falar da Ceinwyn com palavras tão amorosas e respeitosas. Foi lindo ver como a Ceinwyn foi corajosa e ponta firme sempre ao lado dele. Sério, melhor casal que já vi ser trabalhado, principalmente pelo fato da narrativa ser feita pelo Derfel e ele mostrar que faz qualquer coisa para manter esse relacionamento vivo e saudável.
Tramas políticas, discussão pelo reino?! É claro que temos também, claro que Artur jamais teria uma paz absoluta, coitado era um guerreiro mesmo, viveu para lutar, nada de um vida tranquila com sua mulher e os netinhos (Não quero soltar spoiler da trama, então vou encerrar aqui sobre esse tópico).
E sobre as batalhas. As incríveis e maravilhosas batalhas... Realmente Bernard Cornwell é tudo que dizem nesse sentido e mais um pouco, o cara é um monstro para descrever uma batalha, é tudo tão brilhante, tão bem feito que eu lembro de todas vividamente em minha mente como se eu tivesse assistido na tv e não como seu eu tivesse lido, pois eu conseguia automaticamente criar a cena na cabeça e reproduzi-la, devido aos ricos detalhes que ele nos passa. Desde o início do livro já temos uma cena de um duelo do Derfel contra um guerreiro saxão, que foi fantástico, daí ja sentimos o gostinho do nível das batalhas que o livro teria, cheguei a me arrepiar e comemorar em muitos trechos que a derrota parecia certa...
Outro final para mim inesperado foi o de Merlin, jamais imaginaria que seria aquele. Já o de Nimue (agora revelada como Vivian, nome mais conhecido para quem sabe algo das lendas arturianas) ficou em aberto, não consegui interpretar o que ela fez no final... Ela tem papel importante nesse livro, pois em alguns acontecimentos importantes da trama ela marcou presença.
E sobre o final de Artur é claro que também não irei dizer, mas confesso que chorei com aquele final, com as palavras ditas por Derfel ao filho de Artur, com a Ceinwyn pulando do barco para ficar com Derfel e juntos eles observarem o final desse grande guerreiro, não tive como não me emocionar e confesso que já estou com saudades desses personagens maravilhosos.
Por fim, só posso dizer que o autor mediante pequenos detalhes históricos, criou uma trama muito crível, ao que vc realmente acredita que pode ter acontecido e creio que foi esse realismo que o Cornwell deu as crônicas de Artur que a tornou tão gostosa e envolvente de ser lida, melhor trilogia que já li na vida e anseio por encontrar algo que seja tão bom quanto.