Thila 15/10/2017
“Ceci – disse ele, pegando minhas pequenas mãos -, você está aqui na Terra para escrever sua própria história. E eu sei que vai conseguir.”
Resenha publicada no blog Nunca Desnorteados
Mas que experiência louca eu tive com esse livro…
(ESSA RESENHA VAI SER ENORME COM TODA CERTEZA! SORRY)
Sou fã retardada de Lucinda Riley! Isso eu não escondo de ninguém e, mesmo que seja vergonhoso admitir, vou confessar: pela primeira vez fiquei com um pé atrás com a história, logo no início da leitura, com aquela sensação de ‘está faltando alguma coisa’.
Foi um tanto inesperado, pois afinal de contas, ela é minha autora preferida, mas querem a real? As páginas foram se passando e comecei a levar tantos choques e, o que costumo dizer, tapas na cara ‘a la Riley’, que eu aprendi de vez a NUNCA, JAMAIS, DE FORMA ALGUMA, duvidar do poder e habilidade da rainha Riley.
Pra vocês terem ideia, eu fiquei literalmente sem dormir no dia em que finalizei a leitura porque minha cabeça não parava de jeito nenhum de pensar em tudo o que foi abordado. Desde as paisagens mais incríveis até as relações humanas. Isso nunca tinha acontecido antes. Talvez numa escala menor, mas nunca assim…
Outra coisa inusitada foi que, SEMPRE que finalizo a leitura de um livro da Riley, eu simplesmente abro o computador em uma necessidade e desespero sem igual com aquela vontade de contar pro universo o quanto essa mulher é incrível e suas histórias extraordinárias, mas, dessa vez, eu não consegui. Precisei de alguns dias pra organizar tudo na cabeça para tentar vir aqui contar um pouco do livro e minhas impressões.
Bom, aqui vão elas…
Comecei ‘A Irmã da Pérola’ com uma curiosidade muito maior do que os livros anteriores pois eu queria muito saber sobre os pesadelos de Ceci, como ela lidava com sua dislexia e com o sentimento de se sentir sempre excluída, como se não pertencesse a lugar algum. Sem falar que também estava curiosa para entender o motivo de sua desistência no curso de artes na faculdade de Londres mesmo sendo mega talentosa e, principalmente, saber como ela superaria o afastamento de Estrela em sua vida já que sua presença sempre foi fundamental.
“Como de costume, eu me sentia excluída, e não parte da multidão.”
O livro começa exatamente onde ‘A Irmã da Sombra’ terminou: com Ceci no aeroporto prestes a fugir de tudo e ir em busca de seu passado. O que eu achei ótimo pois eu não curtiria ter que ler novamente toda aquela cena inicial com todas as irmãs em Atlantis recebendo as notícias, coordenadas e cartas. Acredito que daqui para frente será assim em todos.
Agora a pergunta que não quer calar: Quais são as pistas de Ceci?
Bom, a frase gravada em seu anel na esfera armilar é “Pela graça de Deus, sou o que sou” – o que deixou Ceci nada inspirada, mas sim deprimida -, suas coordenadas davam na Austrália e Pa Salt aconselhou na carta que deixou que ela deveria procurar por uma mulher chamada Kitty Mercer, a pioneira das pérolas de Broome, na costa noroeste da Austrália pois foi ela quem deu início à sua história. Além disso, Ceci também recebeu outro envelope do advogado de Pa, George, que continha uma herança juntamente com uma fotografia em preto e branco de uma homem mais velho e um mais novo juntos em frente à uma caminhonete. Surpreendentemente, não foi Pa Salt que deixou esse último envelope para ela, foi outra pessoa. Quem ela é? Só lendo você irá descobrir, é claro, mas isso me deixou muito intrigada pois Ceci é a primeira irmã – pelo menos até agora – que Pa não deixou um objeto. O motivo? Queria muito saber! Fico maluca só de tentar criar teorias sobre. SOS!
Entretanto, antes de partir para Austrália, Ceci decide viajar para Tailândia, pois era um dos lugares que ela foi mais feliz e, pela primeira vez em meses, mesmo sem Estrela ao seu lado, sentiu-se em casa.
Dias se passam até que Ceci começa a se deparar, com uma certa frequência, com um homem magro, alto, cabeludo e esquisito – no qual o apelidou de lobisomem – na praia de Railay. Ele era muito misterioso e só aparecia ao nascer do sol ou depois do anoitecer. Depois de se envolver numa confusão, o tal cara misterioso ajuda Ceci a sair de uma encarrascada e a acomoda em sua casa.
Ele se chamava Ace e Ceci percebe que ele se sentia tão sozinho quanto ela e sentiu-se reconfortada ao seu lado pois ele a compreendia de uma forma que só Estrela conseguia antes, assim, começam a se aproximar.
Depois de confidenciar toda sua história para Ace e de que em poucos dias estaria indo para Austrália em busca de sua família biológica, ele dá de presente para ela a biografia de Kitty Mercer, e ao começar a ler para ela, já que ela tem dificuldades por conta da dislexia, nós, leitores, somos levados para o ano de 1906 na Escócia.
Kitty é a filha do pastor em Leith e sonha em estudar para ser professora mesmo com todos os preconceitos presentes em relação a mulher trabalhar, pois, afinal de contas, não há nada de vergonhoso nisso. Queria muito mais do que casar, ter filhos e cumprir o papel de dona de casa.
Além de duvidar sobre as tradicionalidades da sociedade, ela começa a duvidar também de sua fé religiosa após ler um livro de Darwin e se vê ao mesmo tempo fascinada e perturbada pelas teorias do autor, pois iam contra todos os ensinamentos de seu pai que aprendera desde a infância.
Sua rotina é quebrada quando seu pai conta que ela acompanharia a Sra. McCrombie durante a viagem que ela faria para visitar a sua irmã mais nova na Austrália, em Adelaide. O pai enxerga como uma grande oportunidade pois a família Mercer é uma das família mais ricas e poderosas de toda Austrália e a Sra. McCrombie poderia apresentá-la à sociedade de lá. Kitty sabia o que seu pai queria com isso: um casamento. Assim, mais uma vez, Kitty fica confusa pois não queria isso, mas , ao mesmo tempo, queria ir para Austrália, para a terra que Darwin escolheu para explicar o poder e a criatividade da natureza, onde todos que chegavam ao seu solo vermelho e empoeirado podiam se reinventar e ser o que escolhessem.
Assim a história de Kitty com a família Mercer se inicia, mas como ela se tornou a pioneira de pérolas e qual seria a relação de sua história com a de Ceci? Isso eu jamais contaria, rsrs.
Como falei no início da resenha, esse livro me deixou maluca, muito pensativa e mais uma vez provou que Lucinda Riley não tem limites e é uma grande mestre em contar histórias. Queria muito contar os motivos, mas os spoilers seriam tão enormes que eu não poderia dizer, mas posso dizer que tiveram tantos momentos que meu coração se encheu de orgulho e admiração por ela que se ela morasse do outro lado da rua – hahaha, minha imaginação é fértil -, eu iria até lá só para abraçá-la e dizer um enorme obrigada. Só isso bastaria.
Está incrível. De verdade! Eu poderia colocar uma infinidades de adjetivos aqui e eles não seriam suficientes para expressar o quanto a história de Ceci é maravilhosa, potente, surpreendente, e excepcional. Amei todos os ‘presentes’ que apareceram nos capítulos finais e, principalmente, um personagem em questão que aparece novamente nesse livro. Ai, como eu queria falar… hahaha.
Todos os personagens criados pela Lucinda são complexos e cheios de defeitos, mas somos assim, não é mesmo? E uma coisa que Ceci me ensinou, além de várias outras coisas, foi que mesmo quando a gente não acredita, temos algo de muito incrível, belo e inspirador em nós. Basta nos aceitarmos e encararmos a vida da forma que achamos a melhor possível.
Ai ai, Sra Riley, você é MESMO muito arrasadora, provando TODA VEZ que o amor pode se manisfestar de várias formas.
“[…] e entendi que o coração tinha uma capacidade infinita de se expandir. E, quanto mais ficasse, mais saudável e feliz batia dentro de você.”
Leiam e surtem comigo, por favor! Preciso de alguém pra conversar. Real, OFICIAL!
Se joguem!
site: www.nuncadesnorteados.com