Priii Reis 26/02/2024O livro não é ruim,mas ele se perde na temática entre ficção e não ficção já que cita diversos momentos históricos que de fato aconteceram.
A parte não ficção da doença rara,os anos sendo julgado por ser diferente de todos,e da esposa. Ser acusado de bruxaria,ver a própria mãe morrer só por ele ser diferente.
Foi tenso. É absolutamente tenso,
e também muito reflexivo,não existe de fato quem viva para sempre,mas a mensagem é viva o hoje intensamente. O agora é a única certeza que temos.
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A linguagem é atual e se mistura com algo antigo,se trata de um homem que nasceu a 400 anos.
A história dele se mistura com a do mundo e por todas as suas "vidas". Ele não é um vampiro,mas tem uma condição rara que o faz envelhecer lentamente e não é o único com essa condição.
Existem muitos,e antes de conhecer a sociedade eles eram mortos como bruxas e demônios.
A Sociedade Altroz os protegem e faz qualquer coisa para que suas identidades e condições continuem anônimas. Quem não andar conforme a sociedade manda,é rapidamente eliminado.
Quem não aceita entrar é eliminado.
Quem quer sair depois de entrar é eliminado.
Não podem ter relações com humanos,e nem procriar.
Parece ser uma ajuda,mas é um controle Tom só aceitou entrar porque precisava encontrar sua filha,e as promessas do líder durava anos e a prisão a ele também.
____ POSSIVEL SPOILER ______
As regras da sociedade são:
'Não se apaixone
'A cada 8 anos sua vida vai mudar,identidade,lugar,
pessoas (não crie vinculos)
'Nesse intervalo de 8 anos terá de fazer um "favor" ao líder e sem contestar.
A principio parece complexo por ter tantos fatos históricos,mas é interessante entender que naquele contexto Tom o principal, viveu cada um daqueles momentos.
Como começou seu relacionamento com Rose,o fato de ele ser um nobre que estava fugindo com a mãe por causa da guerra.
Ele se tornar professor de história,e ser parte dela. Quando ele fala de algum conteúdo que viveu,como Shakespeare que é uma lembrança,ou é perguntado de algum livro famoso de um autor que conheceu chamado Scott Fitzgerald. Isso lhe dá diversos tormentos na cabeça,é como abrir buracos reais em sua mente.
"É estranho como o passado está próximo, mesmo quando o imaginamos tão distante. Estranho como ele salta de uma frase e o atinge.
Estranho como cada objeto ou palavra pode abrigar um fantasma."
Só quase no final do livro ele conta como foi difícil ficar sem a esposa e a filha,que pela segurança delas precisou se afastar. A igreja os caçava,as pessoas nas ruas os ofendiam e até ameaças de morte recebiam por dizer que ele era um filho de bruxa e a filha dele um demônio.
O que nunca ele esperaria é que alguns anos depois,a filha dele teria sua mesma doença e fugiria pelo mesmo motivo:o medo da morte.
"Recentemente, pensei que queria me livrar de Hendrich, mas, talvez, isso seja um erro. Sim, Hendrich é meu ?dono?, mas há certo conforto nisso. Liberdade pode ser superestimada.
?Angústia?, Kierkegaard escreveu, no meio do século XIX, ?é a vertigem da liberdade?."
"A vida toda, percebo, fui caçado pelo medo. Hendrich prometera dar um fim a esses medos, mas apenas os acentuou. Ele controlava pelo medo. Controlou-me pelo medo, controlou Marion pelo medo.
Quando era apenas eu, era difícil perceber, mas ver como ele manipulou Marion, mentindo para nós dois, fez com que eu percebesse os segredos da Sociedade Albatroz, a manipulação de seus membros, tudo para servir à paranoia crescente de Hendrich quanto a ameaças externas."