Edson Camara 22/12/2017
Viva o gordo
Ler Jô Soares é se divertir muito, a velocidade da narrativa é muito rápida e rítmica contando história atrás de história as vezes separadas por um único ponto. O livro de Jô contém centenas de histórias, centenas de personagens verdadeiros, eventos e mais eventos da nossa história, da televisão brasileira, do teatro, da música, cinema e humor. Jô nasceu em berço de ouro e viveu muito bem até o final da adolescência quando seu pai perdeu sua fortuna. Foi criado na Suíça e conheceu a Europa e os Estados Unidos nos anos 50, voltou depois de anos com uma bela formação acadêmica e falando seis idiomas, mas sem um curso universitário.
Jô nos conta neste primeiro volume, o que me deixou feliz em saber que virá um próximo, muitas curiosidades e fatos da vida brasileira dos anos 50, 60, 70 e 80. Me bateu uma saudade tremenda, muitas das coisas descritas no livro tive oportunidade de ver na época, como a família Trapo que eu, criança ainda, não perdia um programa, adorava o Carlos Bronco Dinossauro e o gordíssimo mordomo Gordon vivido pelo próprio Jô que também era um dos roteiristas do programa.
Garanto muitas risadas, algumas gargalhadas e vários momento de ternura, tristeza, melancolia e até alguns de raiva, quando Jô conta um pouco do tempo da ditadura militar no país e a perseguição a diversos tipos de pessoas, de professores universitários a atores.
O livro é gordo como o autor, mas é fácil e rápido de ler e quando acaba fica aquela vontade de abraçar o JÔ e pedir para ele corre com o segundo volume.
É uma biografia de uma personalidade 100% brasileira, como o próprio Jô fala, se não fosse brasileiro, muito do que ele fez não poderia ter feito. E me sinto muito feliz em fazer parte de um país que gerou tantas pessoas brilhantes como o Jô Soares.
Concordo inteiramente, ser brasileiro é um privilégio especial.
Viva o Gordo.