O Muro

O Muro Jean-Paul Sartre




Resenhas - O Muro


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Pablo Paz 04/03/2024

A infância de um chefe
A infância de um chefe

Pensa num livro de contos perfeito, onde cada um é melhor do que o outro e quando acaba, tu ficas.... e agora? O conto 'A infância de um chefe', que trata da juventude revolucionária, promíscua e libertina de um homem que, após constituir família, vira pai, religioso e defensor dos bons costumes, escrito nos anos 1930, é assombrosamente contemporâneo.

Lembra muito desses inúmeros criminosos que, após cometerem um monte de crimes ou abusos, têm uma 'revelação' (ahahah), tornam-se, pastores, cidadãos de bem, idolatram palhaços e vão às ruas defender golpe em nome do mito-pária achando que estão a defender a pátria...

Se o conto pretendesse ser uma fábula, diria que quanto mais lixo moral é a pessoa internamente, mais juiz dos outros ela se torna exteriormente...
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Fabio 25/02/2024

"O insólito encontro com a morte"
"Eu passei o meu tempo imitando a eternidade e não tinha entendido nada."

"O Muro" (Le Mur) é um compilado de contos do filosofo e escritor, Jean-Paul de Sartre. Publicado em 1938, as vésperas da Segunda Guerra Mundial. Em cinco contos concisos, Sartre, nos apresenta, amplas questões de cunho político, filosófico e social, que denotam toda a vertente contemplativa do autor, e que, imprime na obra, sem floreios a sua obsessão as causas libertárias, os pensamentos progressistas e a militância política.

Tratarei somente sobre o conto principal, que intitula a obra, pois o intuito é manter o padrão sucinto das resenhas, para não cansar o leitor, e para manter a tradição em não haver delongas, porém, não obstante, a profundidade do incipiente, talvez destoe das usual, e alongue o que normalmente já é um tanto prolixo. Destarte, de antemão peço desculpas e suplico paciência e perseverança aos amigos leitores.

Narrado em primeira pessoa, somos apresentados a Pablo Ibbieta, um homem condenado à morte por ser membro da "Brigada Internacional" (Grupo de voluntários progressistas da Europa), que lutava contra a força repressora do general espanhol Francisco Franco, num esforço de preservar a Espanha como república, e manter a liberdade constitucional, a livre expressão e os direitos individuais.

A partir da visão de Pablo, somos apresentados aos jovens, Tom Steinbock e Juan Mirbal, que identificados como ativistas, são condenados à morte por fuzilamento, sem direito a ampla defesa ou julgamento justo. Acompanhamos então, a angústia dos três homens, que atravessam a última noite, e o prévio sofrer pelo fatídico destino, que os aguarda ao raiar da aurora.

Sartre, exauri cada um dos três personagens ao limite, e nos arremessa a uma narrativa tensa e inquietante, repleta de simbolismos e ilações morais, e a todo momento nos remete a olhar para dentro (eu interior), e a refletir sobre a vida e seus significados, sobretudo, somos obrigados a olhar para o destino final, com o intuito claro de nos mostrar, que a iminência da morte, altera radicalmente o olhar para a vida.

O elenco de "O Muro" é distinto e cada qual do trio, representa um signo dentro de um sodalício, e evoca a individualidade do ser pensante, que reage ao o ambiente que o cerca, e quando seus atributos são provados pelos reveses, sobressai o cerne do indivíduo, que em suma é incontestável. Enquanto um se entrega ao desespero e decai, outro a indiferença e se abandona, o terceiro aparta-se o que não é palpável e apega-se ao que licito da matéria, e de todos é o que mais se agarra a existência. Mas é em Pablo Ibbieta, que podemos vislumbrar traços do famigerado personagem Meursault (O Estrangeiro) de Albert Camus.

"O Muro", é um conto de narrativa poderosa e intensa, cenas marcantes e diálogos vigorosos, e que, esmiúça e contrasta os aspectos do mundo interior e exterior, isto é, coteja a consciência do que é material, e evidencia os fenômenos sensoriais, e as reações tanto físicas como emocionais dos personagens, dando-lhes extrema vivacidade e veracidade.

Trata-se de um texto de caráter filosófico e intelectual onde o Sartre, destrincha os pressupostos existenciais e ontológicos da fenomenologia, mesmo que de forma bem sensível e sucinta, porém, ele (autor), utiliza-se de seu poderoso texto para nos impor severamente o pensamento revolucionário, de cunho anárquico, e apropria-se da arte para promover o ativismo político.

A priori, podemos observar em "O Muro", vestígios da filosofia heiderggiana e da fenomenologia de Husserl, mas é o existencialismo sartriano do "Em-si" e "Para-si" que impera nas páginas do conto, de forma intrínseca, de que o ser é nada além daquilo que é, portanto: o ser é, aquilo que é, e, aquilo que é em si.

Em suma, "O Muro", é um conto harmônico, profundamente reflexivo, que tem o poder de ecoar violentamente na mente daquele que o lê, transmitindo o tempo todo realidade e urgência, e evoca a necessidade de se olhar para dentro antes de olhar para fora e, compreender a si mesmo, e entender os próprios ruídos, e os sentimento indizíveis do próprio interior, para só depois, contemplar o mundo que o cerca, e aqueles que o habitam.

O destino é o muro. O muro separa os vivos dos mortos, mas não faz distinção entre os bons e maus, só os trata da mesma maneira. O muro não julga, só acolhe, recebe e não questiona. O muro é o estágio final, aquele de vislumbra o último instante, o último suspiro, a última lagrima. O muro não condena, só recebe o condenado e também o algoz, e por fim, mostra que além do muro não há esperança, somente prova, que o iminente destino está na ponta de uma bala.
Mel 25/02/2024minha estante
Suas resenhas me fazem querer ler o livro em questão. Sensacional, meu gêmeo, como sempre!! ?


Fabio 25/02/2024minha estante
Minha linda, muito obrigado pelo imenso carinho, paciência e companheirismo!???
Sua opinião é muito importante para mim, e você sabe disso!?
Eu fico imensamente feliz que tenha gostado da resenha?????


Duda.bae 25/02/2024minha estante
Sempre muito bom com as palavras hein, Fabio?! Ótima resenha!!!?????
Já estudei um pouco de Sartre anos atrás, sobre o existencialismo. Não sabia que ele tinha um livro de contos, interessante!! ?


Mel 25/02/2024minha estante
Fico muito feliz que minha opinião é importante para ti, meu querido!! Nossa parceria é eterna! ???


Cris 25/02/2024minha estante
Parabéns pela resenha!


Fabio 25/02/2024minha estante
Dudinha, fico feliz que tenha gostado da resenha!???
Muito obrigado minha querida pelo carinho! ?
Duda, esse é terceiro livro de contos que eu leio do Sartre, mas eu só encontrei esses livros porque eu estudei os existencialismo satriano, em alguns pormenores, mas já adianto que tais coletâneas não são famosas, e muitas delas nao tiveram novas edições , e estão em uma linguagem bem arcaica, o que distacia ainda mais o leitor de tasi obras.


Fabio 25/02/2024minha estante
E como é importante, minha querida! ?
E sobre a nossa parceria...empresto as suas palavras!!!! Eterna!!!????


Fabio 25/02/2024minha estante
Cris, muito obrigado!?
Muito feliz, que tenha gostado da resenha!!! ?


-Rafaela 25/02/2024minha estante
Mais uma resenha impecável, parabéns Fábio! ?


Regis 26/02/2024minha estante
Gosto muito de livros que falam da eminência da morte nos dando um novo olhar sobre os pensamentos dos personagens. Sua resenha está perfeita, Fábio! ?????? ?


Duda.bae 26/02/2024minha estante
Entendi Fabio, eu tinha até pesquisado algumas obras dele algumas semanas atrás, mas pesquisei bem por cima, e realmente não vi sobre contos.
Imagino que deva ser então uma leitura mais complexa ??


Mariana 26/02/2024minha estante
Meu querido, que preciosidade em forma de texto??! Parabéns pela resenha maravilhosa, por tudo tão conciso, gracioso e cheio de vida. ???????????????? Esse último parágrafo ???? Brilhante meu caro!!


Fabio 26/02/2024minha estante
Rafinha, muito obrigado pelo carinho e presença de sempre!?
Fico feliz que tenha gostado da resenha!!!?


Fabio 26/02/2024minha estante
Regis, minha querida, muito obrigado!???
Eu também gosto muito dessa temática, Regis, e ao meu ver, é o tipo de texto que mais nos remete a uma profunda reflexão!?


Fabio 26/02/2024minha estante
Dudinha, ao contrário, essa coletânea é a menos complexa que já Li do Sartre. Se quiser, depois eu te passo os melhores contos!!!


Fabio 26/02/2024minha estante
Mari, minha querida e grande amiga, muito obrigado!!!???
Sua opinião é muito importante e saber que gostou da resenha, faz toda a diferença!
Obrigado demais!!??
Sobre o último parágrafo, foi só um devaneio em meio a leitura do primeiro conto!?


Mariana 26/02/2024minha estante
Eu nem penso na possibilidade de não gostar de uma resenha sua para início de conversa! Sempre uma honra poder opinar em textos tão magníficos! ? Por favor, continue devaneando meu querido ?????


Fabio 27/02/2024minha estante
Obrigado Mari!!!???


Isis Costa 27/02/2024minha estante
Que resenha incrível!


Fabio 27/02/2024minha estante
Isis, muito obrigado!?
Estou lisonjeado!?


@Francielly 27/02/2024minha estante
Resenha incrível, parabéns, amigo! ????


Fabio 27/02/2024minha estante
Obrigado, Fran minha querida!!!?????????


Aline.Rodrigues 28/02/2024minha estante
Ah, eu amo os contos deste livro!


Fabio 28/02/2024minha estante
Aline, eu também gostei muito, sobretudo o primeiro, que impactou demais!




Liar1 10/02/2024

O muro
Página 25
No estado em que me achava, se viessem me avisar que eu poderia voltar tranquilamente para casa, que a minha vida estava salva, eu ficaria indiferente; algumas horas ou alguns anos de espera dão na mesma, quando se perdeu a ilusão de ser eterno.

Página 28
Aproximei-me. Levantou-se e segurou-me pelo braço, olhando-me como se quisesse me enterrar. Ao mesmo tempo, apertava meu bíceps com toda a força. Não fazia aquilo por maldade, mas era um golpe; queria me dominar. Julgava necessário também lançar seu hálito azedo no meu rosto. Ficamos um momento assim, eu com vontade de rir. É preciso muito mais para intimidar um homem que vai morrer. Aquilo não bastava.

O quarto
Página 56
- Existe um muro entre nós. Eu consigo ver você, conversar com você, mas você continua do outro lado. O que é que nos impede de nos amarmos? Parece-me que antigamente era mais fácil.

Erostrato
Página 75
Sou livre para gostar ou não de lagosta à americana, mas, se não gosto dos homens, sou um miserável e não posso encontrar lugar ao sol. Monopolizaram o sentido da vida.

Intimidade
Página 97
"Eu não compreendo Lulu, tem um temperamento muito estranho; nunca consegui saber se ela amava os homens ou se eles lhe desagradavam."

Página 115
Meu Deus, dizer que a vida é isto, que é por isto que a gente se veste, se lava, se enfeita e que todos os romances são escritos por causa disto, e que sobre isto se pensa o tempo todo e finalmente eis a que se reduz: a gente vai para o quarto com um homem que quase sufoca a gente e que no fim nos deixa com a barriga molhada.

Página 119
Nunca, nunca fazemos o que desejamos, somos sempre induzidos.

A infância de um chefe
Página 132
Repetiu: "Eu gosto da mamãe!", mas sua voz pareceu-lhe estranha, sentiu um medo terrível e correu sem parar até o salão. Desde esse dia compreendeu que não gostava da mamãe. Embora sem se sentir culpado, redobrou de carinhos, porque pensava que a gente devia fingir toda a vida amar os pais, senão seria um menino ruim.

Página 151
Não era possível valer-se de um tratado de filosofia para persuadir as pessoas de que elas não existiam. O que era preciso era um ato, um ato verdadeiramente desesperado que dissipasse as aparências e mostrasse em plena luz o nada do mundo. Uma detonação, um corpo jovem sangrando sobre um tapete, algumas palavras rabiscadas num papel: "Eu me mato porque não existo. E vocês também, meus irmãos, vocês não são nada!" As pessoas leriam o jornal, pela manhã; veriam: "Um adolescente ousou!" E todos se sentiriam terrivelmente perturbados e se perguntariam: "E eu? Será que existo?"

Página 210
Sentia um orgulho amargo. "Eis o que é agarrar-se fortemente a opiniões: não se pode mais viver em sociedade."

Página 217
"Eu existo", pensou, "porque tenho o direito de existir".
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Psicaotico 07/02/2024

Angústia, liberdade, responsabilidade...
Gosto de Sartre e dos temas do existencialismo. Esae livro de contos fala sobre a angústia de estar no mundo sem roteiros e da responsabilidades ( que nuitas vezes não queremos) perante nós mesmos e aquilo que fazemos.

O que fazer de nós? O que escolher? Quem somos de fato? Essas são perguntas essenciais se quisermos ter uma vida autêntica e não ser apenas parte da massa que coloca a responsabilidade de si nas mãos do outro, dos governos, das religiões, de tudo aquilo que destrói sua individualidade.

A angústia é algo que sempre teremos, não há como fugir dela. E a angústia é justamente saber que você foi jogado num mundo e é chamado a agir nele todos os dias sem saber se está fazendo certo ou errado e que no fim você é livre para fazer de si o que achar que deve.

A liberdade é o fundamento da existência. E o que importa é o que você faz do que fizeram de você.

Escolha, pois não escolher também é uma escolha.
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Matheus656 25/01/2024

Meu primeiro contato com esse autor e com o Existencialismo. No final compreendi que o muro é um elemento presente em todos os cinco contos seja ele físico como no primeiro conto ou metafórico como nos outros.
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laiscunhaf 23/01/2024

Muito bom
O Muro é uma coleção de contos escrita pelo filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre.

O conto que dá título ao livro, "O Muro", é ambientado durante a Guerra Civil Espanhola. Ele narra a experiência de três prisioneiros republicanos aguardando execução iminente. A história mergulha nas mentes dos personagens, explorando suas reflexões sobre a vida, morte, liberdade e o significado de suas escolhas.

Outros contos notáveis incluem "A Infância de um Chefe", que examina a formação de um jovem líder político, e "Erostratus", que aborda a busca por significado na vida.

A obra reflete a visão sartreana de que somos condenados à liberdade, e nossas decisões moldam nossa identidade e sentido na existência.

[2023]
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karensansfleurs 02/12/2023

Reflexões Profundas: Desvendando o muro.
Ao ler "O Muro" de Sartre, eu encontrei uma experiência literária que me tocou profundamente. Sartre sempre foi um dos meus autores favoritos, mais uma vez não decepcionou. Os contos desse livro são cativantes, e prenderam minha atenção desde o início e me mantendo muito envolvida até o último parágrafo.
A habilidade de Sartre em criar narrativas envolventes, permeadas por uma atmosfera existencial única, é evidente em cada conto (eu amo existencialismo. Cada história é como um enigma que desafia as convenções e convida à reflexão profunda sobre a natureza da existência humana. A complexidade psicológica dos personagens e as situações intrigantes que enfrentam criam um terreno fértil para a contemplação filosófica.
Além da trama envolvente, esse livro oferece uma riqueza de reflexões provocativas. Sartre, com sua maestria característica, consegue articular questões fundamentais sobre a liberdade, a responsabilidade individual e a busca por significado na vida. Cada conto é como uma janela para o labirinto da mente humana, proporcionando momentos de insight e introspecção.
Em resumo, fiquei impressionada com a profundidade e a qualidade literária dele. Os contos não apenas cumpriram, mas excederam minhas expectativas, adicionando mais uma camada à minha apreciação pela obra de Sartre. Esse livro é uma adição valiosa à coleção de qualquer admirador do autor e uma leitura ótima pra todos os que buscam explorar as complexidades da condição humana e do existencialismo.
Explorando os contos de "O Muro", mergulhei em uma jornada literária intensa, produzida às vésperas da Segunda Guerra Mundial, que é quando ocorre o livro, em um contexto em que Jean-Paul Sartre testemunhava o colapso do mundo que conhecia. Essas narrativas, cinco pérolas que capturam a essência do pensamento existencialista do renomado escritor e filósofo francês, são verdadeiras joias literárias.

O título do livro, que tem a ver com a primeira história, nos coloca ao lado de três prisioneiros à beira da execução. Nesse momento crucial, somos confrontados com uma tapeçaria complexa de sentimentos, reflexões e inquietações dos confinados, proporcionando uma imersão profunda na psique humana sob extrema pressão. Essa história que começa o livro estabelece o tom para as demais, mantendo uma profunda ironia que nos empurra para situações-limite do corpo e da alma.
À medida que avançamos pelos contos, somos conduzidos por um caminho que transcende as fronteiras convencionais da narrativa. A trama, embora permeada por ironia, não perde a profundidade filosófica que caracteriza a obra de Sartre. Questões fundamentais sobre liberdade, subjetividade, propósito, finitude e os paradoxos da existência são habilmente tecidas em cada página, incitando a uma reflexão profunda sobre os enigmas da condição humana.
Darei cinco estrelas. Ótimo livro, maravilhoso.


vkov 02/12/2023minha estante
que resenha incrível!




mauriloamml 27/09/2023

Sensacional
O conto que dá nome ao livro é sensacional. Vale a leitura palavra por palavra. A infância de um chefe é simplesmente inesquecível, já li várias vezes.
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Balbino.Farias 31/07/2023

Cinco contos, cinco histórias que tiram o leitor do chão e o fazem refletir sobre o real poder de nossas escolhas. Existimos, de fato? Forjamos a nossa existência? Construímos nossos caminhos? Difícil saber?
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thai 28/04/2023

Barreiras transmutadas
O livro, uma breve coletânea de 5 contos escritos por sartre, ainda que só um deles possua realmente o título de ?O muro?, reúne histórias sobre diferentes formas de se erguer um muro.
Para mim, o ponto alto foi o conto célebre com o mesmo nome do livro. Os outros, ainda que interessantes, não foram tão especiais na minha leitura.
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Romeu Felix 11/03/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
O livro "O Muro" é uma coletânea de contos escritos por Jean-Paul Sartre e publicado pela primeira vez em 1939. A edição brasileira foi lançada em 2005 pela editora Nova Fronteira e possui 226 páginas.

O livro é composto por cinco contos: "O Muro", "A Infância de um Chefe", "Erostrato", "Atonement" e "A Casa dos Orgulhosos". Cada conto aborda temas como a liberdade, a angústia existencial e o isolamento humano.

Em "O Muro", o conto que dá nome ao livro, Sartre narra a história de três prisioneiros que aguardam sua execução durante a Guerra Civil Espanhola. O conto aborda a questão da liberdade e do livre-arbítrio, bem como a condição humana diante da morte iminente.

"A Infância de um Chefe" conta a história de um menino mimado que cresce em um ambiente privilegiado e se torna um líder político. Sartre explora a ideia de que a liberdade humana é determinada pelo contexto social e histórico em que se vive.

Em "Erostrato", Sartre narra a história de um jovem que incendeia um templo para obter notoriedade. O conto aborda a busca pelo sentido da vida e a relação entre a ação e a identidade.

"Atonement" conta a história de um soldado que, após retornar da guerra, se isola em um quarto e tenta se reconciliar com sua consciência. O conto aborda a questão da responsabilidade pessoal e a relação entre a ação e as consequências.

Por fim, "A Casa dos Orgulhosos" conta a história de um jovem que se vinga de uma família rica e arrogante ao se infiltrar em sua casa. O conto aborda a questão da liberdade e do desejo de transcendência humana.

Em resumo, "O Muro" é uma coletânea de contos que aborda temas filosóficos e existenciais, como a liberdade, a angústia e o isolamento humano. Sartre utiliza sua habilidade literária para explorar a condição humana e suas complexidades, convidando o leitor a refletir sobre sua própria existência e seu papel na sociedade. O livro é uma leitura densa e desafiadora, mas recompensadora para aqueles que se interessam pela filosofia e pela literatura.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Cris609 25/02/2023

Ler esses cinco contos é um mergulhar em um mar de reflexões existencialistas carregadas de medos, desejos, expectativas e culpas. Você é instigado a pensar em questões que talvez jamais cogitasse. Porém, de uma forma leve, principalmente, em razão da capacidade do autor de ironizar as situações embaraçosas pelas quais passam seus personagens. Leitura que vale a pena.
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Vee 27/01/2023

"O Muro" é uma obra-prima da literatura do século XX escrita por Jean-Paul Sartre. A história é contada através dos olhos de um homem preso em sua própria solidão e meditações filosóficas. O livro é uma reflexão profunda sobre a liberdade humana e a responsabilidade que cada indivíduo tem perante suas próprias escolhas. A escrita de Sartre é lúcida e precisa, e sua habilidade de capturar a essência da existência humana é notável. "O Muro" é uma leitura válida para aqueles interessados ​​em filosofia e literatura.
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Carol.Miotti 18/01/2023

2,5/5

Textos que seguem nos empurrando a situações
E do corpo e da alma para refletir sobre questões como liberdade, subjetividade, propósito, Finitude e os paradoxos da existência.
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Sarah 18/01/2023

A angústia de descobrir quem se é
Esse livro de Jean-Paul Sartre traz cinco contos: O muro, O quarto, Erostrato, Intimidade e a Infância de um chefe. Na literatura, Sartre busca construir personagens que deem voz ao exiatencialismo, uma corrente filosófica que defende que o homem não possui uma essência pré-definida, que somos totalmente livres para nos construir ao longo de nossa existência. A constatação desse fato, de que não há qualquer propósito na vida, leva os personagens a uma angústia existencial.
Os contos que mais gostei foram O muro, sobre prisioneiros políticos às vésperas de suas execuções, e Erostrato, baseado na figura grega que desejava se tornar célebre na história através de feitos trágicos.
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